sexta-feira, 20 de junho de 2008

Piada satânica

Olavo de Carvalho

Outro dia um amigo meu me perguntou se eu não havia reparado que, no intervalo de uma geração, condutas descritas pela psiquiatria como neuróticas e até psicóticas passaram a ser aceitas como normais. Não apenas como normais – respondi –, mas como normativas, louváveis e obrigatórias. Os passos seguintes são: (a) marginalizar e criminalizar toda reação de repulsa; (b) tornar a repulsa psicologicamente impossível, expelindo-a do repertório das condutas admitidas na sociedade.

Só a paranóia indisfarçável permite, por exemplo, que, num país onde ocorrem 50 mil homicídios por ano, os assassinatos de 120 homossexuais, espalhados ao longo de um ano num território de oito milhões e meio de quilômetros quadrados, sejam descritos como uma onda genocida homofóbica. No entanto, basta alguém apelar à comparação estatística e instantaneamente ele mesmo, entre gritos de revolta e lágrimas de indignação da platéia, é acusado de homofóbico e apóstolo do genocídio. A hipótese de confrontar o número de gays assassinados com o de gays assassinos, indispensável cientificamente para distinguir entre um grupo ameaçado, um grupo ameaçador e um grupo que não é nem uma coisa nem a outra, acabou por se tornar tão ofensiva que a mera tentação de sugeri-la já basta para você ser processado por homofobia, antes mesmo de haver lei que a proíba.

Mutatis mutandis, o sr. Luiz Mott alega como prova do ódio generalizado anti-gay uns noventa e poucos casos de agressões a homossexuais ocorridos num prazo de quatro meses em São Paulo, mas quem ousará cotejar esse número com a quantidade de agressões cometidas pelos próprios militantes gayzistas num só dia da Parada Gay na mesma cidade? Raciocinando pelo critério estatístico do sr. Mott, diríamos que os gays são um perigo público. A conclusão é absurda, mas decerto menos absurda do que proclamar que eles estão em perigo.

Proibido o senso das proporções, o fingimento histérico e o hiperbolismo paranóico em favor de grupos de interesse tornam-se deveres cívicos indeclináveis. A loucura tornou-se obrigatória, e quem quer que recuse ser contaminado por ela é um criminoso, um réprobo, um doente mental incapacitado para a vida em sociedade.

O sr. presidente da República acaba de dar foros de exigência estatal a essa estupidez psicótica, ao declarar que toda e qualquer oposição ao homossexualismo é "a doença mais perversa que já entrou numa cabeça humana".

S. Excia reforça suas palavras insistindo em aparecer em cerimônias oficiais ao lado do sr. Luiz Mott, aquele mesmo que discursa sobre arte pornô abraçado à estátua de um bebê pelado do sexo masculino, transmitindo de maneira nada sutil a idéia de que bebês são ou devem tornar-se objetos de desejo sexual como quaisquer outros (se não acreditam, confiram em http://www.youtube.com/watch?v=FlmfZdyk2YA). A propaganda da pedofilia é aí mais do que evidente, mas, ao condecorar o sr. Mott por "mérito cultural" (como se ele próprio tivesse mérito ou cultura), o sr. Lula joga todo o peso da sua autoridade presidencial no blefe cínico que nos força a negar o que vemos e a crer, em vez disso, na encenação oficial de altas intenções humanitárias e culturais. Não há prepotência maior do que exigir que um ser humano sacrifique sua consciência, sua inteligência a até sua capacidade de percepção sensível no altar do absurdo. "Afinal, você vai acreditar em mim ou nos seus próprios olhos?", perguntava Groucho Marx. Quando a piada se transfigura em realidade, o humorismo se transmuta em palhaçada satânica.

Totalmente insensível ao grotesco da sua performance, o louco sobe à cátedra e dá lições de psiquiatria, catalogando como doentes os que achem que há algo de errado em erotizar a imagem de um bebê, e ainda propondo, como terapêutica, a prisão de todos eles.

E há quem acredite que é possível discutir racionalmente, polidamente, com pessoas como os srs. Lula e Mott...

Fonte: Jornal do Brasil, 12 de junho de 2008

“Opor-se ao homossexualismo faz de você um doente”

Presidente do Brasil realiza conferência para lutar contra a “homofobia”

Christina Millerv
© 2008 WorldNetDaily

O presidente do Brasil diz que “se opor” ao homossexualismo faz uma pessoa de doente, e crê que tais pensamentos precisam ser criminalizados.

Poucas décadas atrás, a Associação Psiquiátrica Americana colocou a homossexualidade na lista de doenças mentais, mas logo sucumbiu à campanha pró-homossexualismo para descontinuar essa definição.

Agora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ganhou uma reeleição apertada depois de escândalos envolvendo dinheiro em troca de votos, realizou a 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais para condenar a convicção bíblica de que a homossexualidade é errada.

Lula, em 5 de junho, não só fez a abertura oficial do evento para promover o homossexualismo na nação, mas também convocou a conferência por meio de decreto presidencial.

Ele está exigindo a “criminalização da homofobia”, e ele disse que a oposição à homossexualidade “talvez seja a doença mais perversa impregnada na cabeça do ser humano”.

Ele disse que os “preconceituosos” precisam “arejar a cabeça e a despoluírem”. Outros palestrantes incentivaram os homossexuais a reivindicarem ser parte de uma campanha de direitos civis que já trouxe reformas para o tratamento de negros, idosos e deficientes. Eles também anunciaram que os hospitais públicos da nação começariam a realizar operações de mudança de sexo para as pessoas.

O ativista pró-família Julio Severo, em entrevista por email, disse que o avanço em direção aos padrões de Sodoma e Gomorra é mais forte no Brasil do que nos Estados Unidos — por enquanto — por causa da ausência de princípios fundamentais cristãos para a sociedade.

“Os cristãos envolvidos na política estão sendo dirigidos em massa por filosofias esquerdistas, principalmente a Teologia da Libertação em suas várias formas”, ele disse.

“Os cristãos que não estão envolvidos pensam que a única opção de ação social é imitar o ativismo político de esquerdistas cristãos”, disse ele.

Severo disse que o que precisa ocorrer é as igrejas cristãs renunciarem conjuntamente ao socialismo e se envolverem na política, usando as normas bíblicas como padrão.

“As igrejas precisam se preparar e enviar homens como José, Davi e Daniel para conquistarem funções públicas”, disse ele.

Severo disse que a comunidade homossexual, diferente das reivindicações de muitos grupos de interesses do passado, não está satisfeita com a “aceitação geral” do estilo de vida sexual que escolheu. Essa insatisfação está levando a exigências para que o homossexualismo seja aprovado e apoiado, e para legalmente erradicar a “homofobia” e os pensamentos “homofóbicos”.

O governo Lula adotou medidas ousadas com essa finalidade, disse ele. A Secretária Especial de Direitos Humanos, em conjunto com outros ministérios, lançou a campanha “Brasil Sem Homofobia”, observou ele.

Esse programa é apresentado em sua propaganda como uma iniciativa para promover uma compreensão maior acerca da homossexualidade no Brasil. Contudo, suas ações têm sido bem longe de pacíficas — em maio, um dos seus idealizadores, Luiz Mott, entrou com ações legais contra ativistas pró-família e postou na Internet os endereços residenciais deles.

Por ora, os conservadores têm o direito à livre expressão, relatam os líderes cristãos. No entanto, se a defesa ao homossexualismo se tornar lei, a homossexualidade será classificada como parte da “dignidade da pessoa”. Portanto, esse conceito vencerá todos os direitos de expressão que os cristãos defendem.

Severo confessa ter grandes preocupações com o andamento das coisas.

“Só Deus sabe o que o futuro trará”, ele disse.

Traduzido e adaptado por Julio Severo: www.juliosevero.com

Igreja Anglicana declara ruptura por homossexualidade

Nesta quinta-feira, dia 19, a versão online do jornal inglês The Telegraph publicou que líderes da Igreja Anglicana declararam o fim da comunhão universal de valores entre seus membros, afirmando que não mais se associarão aos liberais que tolerem a homossexualidade na religião.

O pronunciamento formal da cisão interna da Igreja Anglicana está contido em um documento de 89 páginas intitulado “The Way, The Truth and The Life” (O Caminho, A Verdade e A Vida) que será apresentado no encontro entre religiosos anglicanos na próxima semana.

O documento tem o total apoio de dirigentes das igrejas anglicanas africanas, espcialmente da Nigéria, da Uganda e de Ruanda, três países que possem juntos quase a metade de todos os seguidores da Igreja Anglicana mundial.

Segundo o Arcebispo nigeriano Perter Akinola, não há mais esperanças de unificação. “Se falharmos agora, corremos o risco de guiar milhões de pessoas para longe das Sagradas Escrituras e também, mais seriamente, encarar a real possibilidade de negar Nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo”, disse.

“Queremos a união, mas não pelo preço de renegar Cristo em detrimento de outro ‘professor’, que poder ser obedecido ou desobedecido”, completou.

O Arcebispo disse, ainda, que a cisão interna somente será evitada se as igrejas que toleram a homossexualidade e abençoam as uniões entre pessoas do mesmo sexo deixarem de agir desta forma.

Fonte: MixBrasil

As 95 Teses de Martin Lutero

Estudo Introdutório:

Essas teses foram afixadas na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg a 1o de outubro de 1517. Era esse o modo usual de se anunciar uma “disputa”, prática regular da vida universitária. Ao fazer isso, não havia nada de excepcional na atitude de Lutero(1483-1546), pois apenas agia conforme costumes medievais ainda presentes nas universidades européias. Não se tratava de uma ação que deveria ter uma conotação individual, visto que as disputas eram debates que envolviam professores e estudantes, daí o fato de Lutero pedir para aqueles que não pudessem se fazer presentes às disputas que, ao menos, enviassem suas opiniões por escrito para serem lidas. Portanto, as “teses” deveriam ser vistas como “pontos a serem debatidos” em uma plenária. Nesse sentido, trata-se de um ato público envolvendo doutos e/ou seus estudantes, como demonstra o fato de as teses terem sido escritas originalmente em latim e não em alemão (língua familiar de Lutero). Observe-se também que o tom irônico e uma certa preocupação com métrica e rima fazem parte do ritual de “belo discurso”(arte da retórica), matéria obrigatória nas universidades da época. Portanto, ao lançar suas “95 Teses”, Lutero tornava públicas (mas não populares) as suas idéias, com a finalidade de expor questões que o incomodavam a respeito das “vendas de perdão/indulgências”, cujas contradições práticas e doutrinais, somadas à corrupção de determinados setores do clero, eram vistas por ele como uma ameaça à credibilidade em relação à fé cristã e à Igreja de Roma. Isso significa que, ao tornar públicas suas teses, Lutero esperava receber o apoio do papa e não a sua censura. No entanto, depois de novas disputas teológicas, desta vez com agentes enviados pelo Papa Leão X(1475-1521; pontificado: 1513-1521), foi redigida contra Lutero uma carta de excomunhão datada em 21 de janeiro de 1521, que ele receberia meses depois.

Entre 1517 e 1521, Lutero foi submetido a algumas disputas teológicas e quase metade de suas teses foi refutada pelos agentes teológicos do papa. Aos poucos, a situação fugiu dos muros da universidade, e muitas idéias de Lutero foram convenientemente distorcidas por membros da nobreza alemã, que utilizaram a “desculpa da fé” para tomar bens e terras de famílias inimigas e da própria Igreja. Toda esta situação foi consolidando uma situação de cisma religioso na Europa que estava longe das intenções de Lutero. Portanto, deve-se entender que a ação de Lutero misturou-se involuntariamente com interesses políticos e outras tendências do debate teológico que remontavam ao século XIII. Por isso, ele criticou tanto as revoltas camponesas (marcadamente anabatistas) quanto os nobres que misturavam o plano religioso com o secular. Inserido numa realidade mental de Antigo Regime, Lutero era muito cioso das hierarquias sociais e criticava a nobreza e parte do clero que não davam “bom exemplo” e, explorando os camponeses com tributações extraordinárias, alimentavam as suas revoltas. Assim, não surpreende que em 1520 tenha escrito “Apelo à Nobreza Germânica” e, em 1525, no contexto das guerras camponesas ocorridas na Alemanha, tenha escrito “Sobre a Autoridade Secular”, que tinham um teor claramente secularizante e favorável ao equilíbrio dos diretos e responsabilidades que justificavam, aos seus olhos, as hierarquias sociais. Portanto, frente a um mundo que se apresentava instável e inseguro, Lutero apelava para dispositivos tradicionais como meio de restaurar a segurança do mundo, mas com uma novidade que jamais foi praticada plenamente em parte nenhuma da Europa até o final do Antigo Regime: apenas quem julga a fé é Deus e, portanto, nenhuma autoridade política deve, em nome dela, causar perda de vida e bens de seus súditos.

Valeria fazer uma indagação final: Se a ação de Lutero de lançar suas teses em 1517 não tinha nada de excepcional, por que posteriormente isso foi lembrado em muitos livros didáticos de história com conotações de heroicidade ou excepcionalidade? Em primeiro lugar, porque os desdobramentos não necessariamente luteranos de uma fé reformada ganhou avultado corpo e agentes sociais. Sem isso, não há quem celebre ou crie memória social em torno de determinado evento. Em segundo lugar, várias idéias de outros escritos de Lutero foram utilizadas por políticos e intelectuais da segunda metade do século XIX para, muito antes de Max Weber, fazer a ponte entre “protestantismo” e “espírito capitalista” e, assim, explicar a emergência imperial da Grã-Bretanha e do Império Prussiano, em contraponto ao “atraso ibérico” e à “decadência napoleônica francesa”. No entanto, foi ao final do século XVII, contexto da expansão militar de Luís XIV (que revogou o Édito de Nantes em 1685), que se começou a celebrar nos meios “protestantes” o dia de lançamento das teses de Lutero como um “marco de ruptura” com Roma.


Cronologia Básica:

1483, 10 de novembro: Nasce Lutero.

1509: Henrique VIII(1491-1547) torna-se rei da Inglaterra. Nasce João Calvino em 10 de julho.

1517, 1.º de outubro: Lutero fixa as suas “95 Teses” na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg.

1518: Lutero recusa-se a retratar-se perante o papa Leão X(1475-1521; pontificado: 1513-1521).

1520, junho: Leão X condena 41 proposições de Lutero.

1521, 21 de janeiro: Leão X excomunga Lutero, mas levam vários meses até a ordem de excomunhão chegar à Alemanha.

1522: Lutero publica a sua advertência contra os distúrbios e publica a tradução do grego para o alemão do Novo Testamento, com gravuras de Lucas Kranach (1472-1553).

1523: Lutero publica texto que fala do direito de a comunidade de fiéis julgar toda a doutrina e nomear e demitir clérigos.

1524-1525: Revolta camponesa liderada por Thomas Müntzer (1490-1525).

1525: Lutero publica texto contra os “profetas sagrados” e contra as “revoltas camponesas”.

1528: Mandato imperial ameaça de morte os anabatistas.

1530: Carlos V (1500-1558) – rei de Espanha desde 1516 e eleito imperador Habsburgo desde 1519 – fracassa em impor uma ortodoxia religiosa ao império.

1534: Ruptura de Henrique VIII da Inglaterra com Roma, supressão dos monastérios e concessão de permissão para os padres se casarem. Na Alemanha, Lutero publica a tradução do hebreu para o alemão do Velho Testamento.

1534-1535: Anabatistas tomam o poder em Münster, mas seu “reino” é derrubado pela coligação de forças católicas e protestantes.

1536: Calvino edita “Instituições da Religião Cristã”. Há também a introdução da bíblia vernacular na Inglaterra.

1542: Calvino organiza o seu catecismo em Genebra.

1544: Calvino admoesta os anabatistas.

1545, 13 de dezembro: Começa o Concílio de Trento.

1546, 18 de fevereiro: Morre Lutero.

1547: Eduardo VI(1537-1553) assume o trono na Inglaterra e demonstra forte tendência calvinista.

1549: Eduardo VI lança o livro de pregações e pretende forçar a uniformidade religiosa em torno da fé reformada na Inglaterra.

1553: Morre Eduardo VI e sua irmã mais velha, Maria I(1516-1558), pretende o retorno da Inglaterra ao Catolicismo.

1558: Morre Carlos V da Espanha e Maria I da Inglaterra. Elizabeth (1533-1603) assume o trono da Inglaterra e tenta restaurar o anglicanismo de seu pai, Henrique VIII, o que significava evitar os extremos puritano(Eduardo VI) e católico(Maria I).

1560, Março: Fracasso de uma conspiração de jovens aristocratas huguenotes contra a Casa Católica do Duque de Guise na França. Primeiro édito de tolerância é editado.

1561, Setembro-Novembro: Colóquio de Poissy, mas fracassa a tentativa de restaurar a unidade entre huguenotes e católicos na França.

1562, março: Massacre dos huguenotes em Vassy comandada pela Casa Católica de Guise. Primeira Guerra Civil Religiosa na França.

1563: Em março, Catarina de Médicis(1519-1589; regente: 1560-1574) tenta por fim à guerra civil francesa com a assinatura da Paz de Amboise, que concede certo grau de tolerância para os huguenotes. Neste mesmo ano, encerra-se o Concílio de Trento.

1564, 27 de maio: Morre João Calvino. Théodore de Béze(1519-1605) sucede Calvino como líder da reforma protestante centrada em Genebra.

1572, 23-24 de agosto: Noite do Massacre de São Bartolomeu em Paris.

1598: Publicação do Édito de Nantes.

1685: Revogação do Édito de Nantes.



Latim
Português
Amore et studio elucidande veritatis hec subscripta disputabuntur Wittenberge, Presidente R. P. Martino Lutther, Artium et S. Theologie Magistro eiusdemque ibidem lectore Ordinario. Quare petit, ut qui non possunt verbis presentes nobiscum disceptare agant id literis absentes.

In nomine domini nostri Hiesu Christi.

Amen.



1. Dominus et magister noster Iesus Christus dicendo ‘Penitentiam agite &c.’ omnem vitam fidelium penitentiam esse voluit.

2. Quod verbum de penitentia sacramentali (id est confessionis et satisfactionis, que sacerdotum ministerio celebratur) non potest intelligi.

3. Non tamen solam intendit interiorem, immo interior nulla est, nisi foris operetur varias carnis mortificationes.

4. Manet itaque pena, donec manet odium sui (id est penitentia vera intus), scilicet usque ad introitum regni celorum.

5. Papa non vult nec potest ullas penas remittere preter eas, quas arbitrio vel suo vel canonum imposuit.

6. Papa non potest remittere ullam culpam nisi declarando, et approbando remissam a deo Aut certe remittendo casus reservatos sibi, quibus contemptis culpa prorsus remaneret.

7. Nulli prorus remittit deus culpam, quin simul eum subiiciat humiliatum in omnibus sacerdoti suo vicario.

8. Canones penitentiales solum viventibus sunt impositi nihilque morituris secundum eosdem debet imponi.

9. Inde bene nobis facit spiritussanctus in papa excipiendo in suis decretis semper articulum mortis et necessitatis.

10. Indocte et male faciunt sacerdotes ii, qui morituris penitentias canonicas in purgatorium reservant.

11. Zizania illa de mutanda pena Canonica in penam purgatorii videntur certe dormientibus episcopis seminata.

12. Olim pene canonice non post, sed ante absolutionem imponebantur tanquam tentamenta vere contritionis.

13. Morituri per mortem omnia solvunt et legibus canonum mortui iam sunt, habentes iure earum relaxationem.

14. Imperfecta sanitas seu charitas morituri necessario secum fert magnum timorem, tantoque maiorem, quanto minor fuerit ipsa.

15. Hic timor et horror satis est se solo (ut alia taceam) facere penam purgatorii, cum sit proximus desperationis horrori.

16. Videntur infernus, purgaturium, celum differre, sicut desperatio, prope desperatio, securitas differunt.

17. Necessarium videtur animabus in purgatorio sicut minni horrorem ita augeri charitatem.

18. Nec probatum videtur ullis aut rationibus aut scripturis, quod sint extra statum meriti seu augende charitatis.

19. Nec hoc probatum esse videtur, quod sint de sua beatitudine certe et secure, saltem omnes, licet nos certissimi simus.

20. Igitur papa per remissionem plenariam omnium penarum non simpliciter omnium intelligit, sed a seipso tantummodo impositarum.

21. Errant itaque indulgentiarum predicatores ii, qui dicunt per pape indulgentias hominem ab omni pena solvi et salvari.

22. Quin nullam remittit animabus in purgatorio, quam in hac vita debuissent secundum Canones solvere.

23. Si remissio ulla omnium omnino penarum potest alicui dari, certum est eam non nisi perfectissimis, i.e. paucissimis, dari.

24. Falli ob id necesse est maiorem partem populi per indifferentem illam et magnificam pene solute promissionem.

25.Qualem potestatem habet papa in purgatorium generaliter, talem habet quilibet Episcopus et Curatus in sua diocesi et parochia specialiter.

[26] Optime facit papa, quod non potestate clavis (quam nullam habet) sed per modum suffragii dat animabus remissionem.

[27] Hominem predicant, qui statim ut iactus nummus in cistam tinnierit evolare dicunt animam.

[28] Certum est, nummo in cistam tinniente augeri questum et avariciam posse: suffragium autem ecclesie est in arbitrio dei solius.

[29] Quis scit, si omnes anime in purgatorio velint redimi, sicut de s. Severino et Paschali factum narratur.

[30] Nullus securus est de veritate sue contritionis, multominus de consecutione plenarie remissionis.

[31] Quam rarus est vere penitens, tam rarus est vere indulgentias redimens, i. e. rarissimus.

[32] Damnabuntur ineternum cum suis magistris, qui per literas veniarum securos sese credunt de sua salute.

[33] Cavendi sunt nimis, qui dicunt venias illas Pape donum esse illud dei inestimabile, quo reconciliatur homo deo.

[34] Gratie enim ille veniales tantum respiciunt penas satisfactionis sacramentalis ab homine constitutas.

[35] Non christiana predicant, qui docent, quod redempturis animas vel confessionalia non sit necessaria contritio.

[36] Quilibet christianus vere compunctus habet remissionem plenariam a pena et culpa etiam sine literis veniarum sibi debitam.

[37] Quilibet versus christianus, sive vivus sive mortuus, habet participationem omnium bonorum Christi et Ecclesie etiam sine literis veniarum a deo sibi datam.

[38] Remissio tamen et participatio Pape nullo modo est contemnenda, quia (ut dixi) est declaratio remissionis divine.

[39] Difficillimum est etiam doctissimis Theologis simul extollere veniarum largitatem et contritionis veritatem coram populo.

[40] Contritionis veritas penas querit et amat, Veniarum autem largitas relaxat et odisse facit, saltem occasione.

[41] Caute sunt venie apostolice predicande, ne populus false intelligat eas preferri ceteris bonis operibus charitatis.

[42] Docendi sunt christiani, quod Pape mens non est, redemptionem veniarum ulla ex parte comparandam esse operibus misericordie.

[43] Docendi sunt christiani, quod dans pauperi aut mutuans egenti melius facit quam si venias redimereet.

[44] Quia per opus charitatis crescit charitas et fit homo melior, sed per venias non fit melior sed tantummodo a pena liberior.

[45] Docendi sunt christiani, quod, qui videt egenum et neglecto eo dat pro veniis, non idulgentias Pape sed indignationem dei sibi vendicat.

[46] Docendi sunt christiani, quod nisi superfluis abundent necessaria tenentur domui sue retinere et nequaquam propter venias effundere.

[47] Docendi sunt christiani, quod redemptio veniarum est libera, non precepta.

[48] Docendi sunt christiani, quod Papa sicut magis eget ita magis optat in veniis dandis pro se devotam orationem quam promptam pecuniam.

[49] Docendi sunt christiani, quod venie Pape sunt utiles, si non in cas confidant, Sed nocentissime, si timorem dei per eas amittant.

[50] Docendi sunt christiani, quod si Papa nosset exactiones venialium predicatorum, mallet Basilicam s. Petri in cineres ire quam edificari cute, carne et ossibus ovium suarum.

[51] Docendi sunt christiani, quod Papa sicut debet ita vellet, etiam vendita (si opus sit) Basilicam s. Petri, de suis pecuniis dare illis, a quorum plurimis quidam concionatores veniarum pecuniam eliciunt.

[52] Vana est fiducia salutis per literas veniarum, etiam si Commissarius, immo Papa ipse suam animam pro illis impigneraret.

[53] Hostes Christi et Pape sunt ii, qui propter venias predicandas verbum dei in aliis ecclesiis penitus silere iubent.

[54] Iniuria fit verbo dei, dum in eodem sermone equale vel longius tempus impenditur veniis quam illi.

[55] Mens Pape necessario est, quod, si venie (quod minimum est) una campana, unis pompis et ceremoniis celebrantur, Euangelium (quod maximum est) centum campanis, centum pompis, centum ceremoniis predicetur.

[56] Thesauri ecclesie, unde Pape dat indulgentias, neque satis nominati sunt neque cogniti apud populum Christi.

[57] Temporales certe non esse patet, quod non tam facile eos profundunt, sed tantummodo colligunt multi concionatorum.

[58] Nec sunt merita Christi et sanctorum, quia hec semper sine Papa operantur gratiam hominis interioris et crucem, mortem infernumque exterioris.

[59] Thesauros ecclesie s. Laurentius dixit esse pauperes ecclesie, sed locutus est usu vocabuli suo tempore.

[60] Sine temeritate dicimus claves ecclesie (merito Christi donatas) esse thesaurum istum.

[61] Clarum est enim, quod ad remissionem penarum et casuum sola sufficit potestas Pape.

[62] Verus thesaurus ecclesie est sacrosanctum euangelium glorie et gratie dei.

[63] Hic autem est merito odiosissimus, quia ex primis facit novissimos.

[64] Thesaurus autem indulgentiarum merito est gratissimus, quia ex novissimis facit primos.

[65] Igitur thesauri Euangelici rhetia sunt, quibus olim piscabantur viros divitiarum.

[66] Thesauri indulgentiarum rhetia sunt, quibus nunc piscantur divitias virorum.

[67] Indulgentie, quas concionatores vociferantur maximas gratias, intelliguntur vere tales quoad questum promovendum.

[68] Sunt tamen re vera minime ad gratiam dei et crucis pietatem comparate.

[69] Tenentur Episcopi et Curati veniarum apostolicarum Commissarios cum omni reverentia admittere.

[70] Sed magis tenentur omnibus oculis intendere, omnibus auribus advertere, ne pro commissione Pape sua illi somnia predicent.

[71] Contra veniarum apostolicarum veritatem qui loquitur, sit ille anathema et maledictus.

[72] Qui vero, contra libidinem ac licentiam verborum Concionatoris veniarum curam agit, sit ille benedictus.

[73] Sicut Papa iuste fulminat eos, qui in fraudem negocii veniarum quacunque arte machinantur.

[74] Multomagnis fulminare intendit eos, qui per veniarum pretextum in fraudem sancte charitatis et veritatis machinantur.

[75] Opinari venias papales tantas esse, ut solvere possint hominem, etiam si quis per impossibile dei genitricem violasset, Est insanire.

[76] Dicimus contra, quod venie papales nec minimum venialium peccatorum tollere possint quo ad culpam.

[77] Quod dicitur, nec si s. Petrus modo Papa esset maiores gratias donare posset, est blasphemia in sanctum Petrum et Papam.

[78] Dicimus contra, quod etiam iste et quilibet papa maiores habet, scilicet Euangelium, virtutes, gratias, curationum &c. ut 1.Co.XII.

[79] Dicere, Crucem armis papalibus insigniter erectam cruci Christi equivalere, blasphemia est.

[80] Rationem reddent Episcopi, Curati et Theologi, Qui tales sermones in populum licere sinunt.

[81] Facit hec licentiosa veniarum predicatio, ut nec reverentiam Pape facile sit etiam doctis viris redimere a calumniis aut certe argutis questionibus laicorm.

[82] Scilicet. Cur Papa non evacuat purgatorium propter sanctissimam charitatem et summam animarum necessitatem ut causam omnium iustissimam, Si infinitas animas redimit propter pecuniam funestissimam ad structuram Basilice ut causam levissimam?

[83] Item. Cur permanent exequie et anniversaria defunctorum et non reddit aut recipi permittit beneficia pro illis instituta, cum iam sit iniuria pro redemptis orare?

[84] Item. Que illa nova pietas Dei et Pape, quod impio et inimico propter pecuniam concedunt animam piam et amicam dei redimere, Et tamen propter necessitatem ipsius met pie et dilecte anime non redimunt eam gratuita charitate?

[85] Item. Cur Canones penitentiales re ipsa et non usu iam diu in semet abrogati et mortui adhuc tamen pecuniis redimuntur per concessionem indulgentiarum tanquam vivacissimi?

[86] Item. Cur Papa, cuius opes hodie sunt opulentissimis Crassis crassiores, non de suis pecuniis magis quam pauperum fidelium struit unam tantummodo Basilicam sancti Petri?

[87] Item. Quid remittit aut participat Papa iis, qui per contritionem perfectam ius habent plenarie remissionis et participationis?

[88] Item. Quid adderetur ecclesie boni maioris, Si Papa, sicut semel facit, ita centies in die cuilibet fidelium has remissiones et participationes tribueret?

[89] Ex quo Papa salutem querit animarum per venias magis quam pecunias, Cur suspendit literas et venias iam olim concessas, cum sint eque efficaces?

[90] Hec scrupulosissima laicorum argumenta sola potestate compescere nec reddita ratione diluere, Est ecclesiam et Papam hostibus ridendos exponere et infelices christianos facere.

[91] Si ergo venie secundum spiritum et mentem Pape predicarentur, facile illa omnia solverentur, immo non essent.

[92] Valeant itaque omnes illi prophete, qui dicunt populo Christi “Pax pax”, et non est pax.

[93] Bene agant omnes illi prophete, qui dicunt populo Christi “Crux crux”, et non est crux.

[94] Exhortandi sunt Christiani, ut caput suum Christum per penas, mortes infernosque sequi studeant,

[95] Ac sic magis per multas tribulationes intrare celum quam per securitatem pacis confidant.



M.D.Xvii.
Com um desejo ardente de trazer a verdade à luz, as seguintes teses serão defendidas em Wittenberg sob a presidência do Rev. Frei Martinho Lutero, Mestre de Artes, Mestre de Sagrada Teologia e Professor oficial da mesma. Ele, portanto, pede que todos os que não puderem estar presentes e disputar com ele verbalmente, façam-no por escrito.

Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Amém.

1. Ao dizer: "Fazei penitência", etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência.

2. Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes).

3. No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a penitência interior seria nula se, externamente, não produzisse toda sorte de mortificação da carne.

4. Por conseqüência, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo (isto é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus.

5. O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs por decisão própria ou dos cânones.

6. O papa não tem o poder de perdoar culpa a não ser declarando ou confirmando que ela foi perdoada por Deus; ou, certamente, perdoados os casos que lhe são reservados. Se ele deixasse de observar essas limitações, a culpa permaneceria.

7. Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-la, em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário.

8. Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos cânones, nada deve ser imposto aos moribundos.

9. Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.

10. Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam aos moribundos penitências canônicas para o purgatório.

11. Essa cizânia de transformar a pena canônica em pena do purgatório parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam.

12. Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da absolvição, como verificação da verdadeira contrição.

13. Através da morte, os moribundos pagam tudo e já estão mortos para as leis canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas.

14. Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo grande temor, e tanto mais quanto menor for o amor.

15. Este temor e horror por si sós já bastam (para não falar de outras coisas) para produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do desespero.

16. Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o semidesespero e a segurança.

17. Parece desnecessário, para as almas no purgatório, que o horror diminua na medida em que cresce o amor.

18. Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da Escritura, que elas se encontrem fora do estado de mérito ou de crescimento no amor.

19. Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa parte, tenhamos plena certeza disso.

20. Portanto, por remissão plena de todas as penas, o papa não entende simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs.

21. Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa.

22. Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que, segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida.

23. Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele, certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos.

24. Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena.

25. O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer bispo e cura tem em sua diocese e paróquia em particular.

26. O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves (que ele não tem), mas por meio de intercessão.

27. Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].

28. Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa[1], pode aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.

29. E quem é que sabe se todas as almas no purgatório querem ser resgatadas, como na história contada a respeito de São Severino e São Pascoal?

30. Ninguém tem certeza da veracidade de sua contrição, muito menos de haver conseguido plena remissão.

31. Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autenticamente as indulgências, ou seja, é raríssimo.

32. Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência.

33. Deve-se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do papa aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é reconciliada com Ele.

34. Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de satisfação sacramental, determinadas por seres humanos.

35. Os que ensinam que a contrição não é necessária para obter redenção ou indulgência, estão pregando doutrinas incompatíveis com o cristão.

36. Qualquer cristão que está verdadeiramente contrito tem remissão plena tanto da pena como da culpa, que são suas dívidas, mesmo sem uma carta de indulgência.

37. Qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, participa de todos os benefícios de Cristo e da Igreja, que são dons de Deus, mesmo sem carta de indulgência.

38. Contudo, o perdão distribuído pelo papa não deve ser desprezado, pois – como disse – é uma declaração da remissão divina[2].

39. Até mesmo para os mais doutos teólogos é dificílimo exaltar simultaneamente perante o povo a liberalidade de indulgências e a verdadeira contrição.[3]

40. A verdadeira contrição procura e ama as penas, ao passo que a abundância das indulgências as afrouxa e faz odiá-las, ou pelo menos dá ocasião para tanto.[4]

41. Deve-se pregar com muita cautela sobre as indulgências apostólicas, para que o povo não as julgue erroneamente como preferíveis às demais boas obras do amor.[5]

42. Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra de indulgências possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de misericórdia.

43. Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências.[6]

44. Ocorre que através da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna melhor, ao passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas apenas mais livre da pena.

45. Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para gastar com indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a ira de Deus.

46. Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem bens em abundância, devem conservar o que é necessário para sua casa e de forma alguma desperdiçar dinheiro com indulgência.

47. Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é livre e não constitui obrigação.

48. Deve ensinar-se aos cristãos que, ao conceder perdões, o papa tem mais desejo (assim como tem mais necessidade) de oração devota em seu favor do que do dinheiro que se está pronto a pagar.

49. Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são úteis se não depositam sua confiança nelas, porém, extremamente prejudiciais se perdem o temor de Deus por causa delas.

50. Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exações dos pregadores de indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.

51. Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto – como é seu dever – a dar do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de indulgências extorquem ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse necessário vender a Basílica de S. Pedro.

52. Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências, mesmo que o comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia pelas mesmas.

53. São inimigos de Cristo e do Papa aqueles que, por causa da pregação de indulgências, fazem calar por inteiro a palavra de Deus nas demais igrejas.

54. Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica tanto ou mais tempo às indulgências do que a ela.

55. A atitude do Papa necessariamente é: se as indulgências (que são o menos importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e uma cerimônia, o Evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado com uma centena de sinos, procissões e cerimônias.

56. Os tesouros da Igreja, a partir dos quais o papa concede as indulgências, não são suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo.

57. É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que muitos pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam.

58. Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre operam, sem o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o inferno do ser humano exterior.

59. S. Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma, empregando, no entanto, a palavra como era usada em sua época.

60. É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que foram proporcionadas pelo mérito de Cristo, constituem estes tesouros.

61. Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos especiais, o poder do papa por si só é suficiente.[7]

62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.

63. Mas este tesouro é certamente o mais odiado, pois faz com que os primeiros sejam os últimos.

64. Em contrapartida, o tesouro das indulgências é certamente o mais benquisto, pois faz dos últimos os primeiros.

65. Portanto, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se pescavam homens possuidores de riquezas.

66. Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homens.

67. As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças realmente podem ser entendidas como tais, na medida em que dão boa renda.

68. Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com a graça de Deus e a piedade da cruz.

69. Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os comissários de indulgências apostólicas.

70. Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e atentar com ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os seus próprios sonhos em lugar do que lhes foi incumbidos pelo papa.

71. Seja excomungado e amaldiçoado quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas.

72. Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade das palavras de um pregador de indulgências.

73. Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma, procuram defraudar o comércio de indulgências,

74. muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências, procuram fraudar a santa caridade e verdade.

75. A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes a ponto de poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso isso fosse possível, é loucura.

76. Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular sequer o menor dos pecados venais no que se refere à sua culpa.

77. A afirmação de que nem mesmo São Pedro, caso fosse o papa atualmente, poderia conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o Papa.

78. Dizemos contra isto que qualquer papa, mesmo São Pedro, tem maiores graças que essas, a saber, o Evangelho, as virtudes, as graças da administração (ou da cura), etc., como está escrito em I.Coríntios XII.

79. É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insigneamente erguida, eqüivale à cruz de Cristo.

80. Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que semelhantes sermões sejam difundidos entre o povo.

81. Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil nem para os homens doutos defender a dignidade do papa contra calúnias ou questões, sem dúvida argutas, dos leigos.

82. Por exemplo: Por que o papa não esvazia o purgatório por causa do santíssimo amor e da extrema necessidade das almas – o que seria a mais justa de todas as causas –, se redime um número infinito de almas por causa do funestíssimo dinheiro para a construção da basílica – que é uma causa tão insignificante?

83. Do mesmo modo: Por que se mantêm as exéquias e os aniversários dos falecidos e por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as doações efetuadas em favor deles, visto que já não é justo orar pelos redimidos?

84. Do mesmo modo: Que nova piedade de Deus e do papa é essa que, por causa do dinheiro, permite ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga de Deus, mas não a redime por causa da necessidade da mesma alma piedosa e dileta por amor gratuito?

85. Do mesmo modo: Por que os cânones penitenciais – de fato e por desuso já há muito revogados e mortos – ainda assim são redimidos com dinheiro, pela concessão de indulgências, como se ainda estivessem em pleno vigor?

86. Do mesmo modo: Por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos ricos mais crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma basílica de São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?

87. Do mesmo modo: O que é que o papa perdoa e concede àqueles que, pela contrição perfeita, têm direito à plena remissão e participação?

88. Do mesmo modo: Que benefício maior se poderia proporcionar à Igreja do que se o papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma concedesse essas remissões e participações cem vezes ao dia a qualquer dos fiéis?

89. Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências, outrora já concedidas, se são igualmente eficazes?

90. Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força, sem refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e fazer os cristãos infelizes.

91. Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o espírito e a opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam surgido.

92. Portanto, fora com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo "Paz, paz!" sem que haja paz!

93. Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo "Cruz! Cruz!" sem que haja cruz![8]

94. Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu cabeça, através das penas, da morte e do inferno.

95. E que confiem entrar no céu antes passando por muitas tribulações do que por meio da confiança da paz.

[1517 A.D.]




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[1]Lutero refere-se à caixa de coleta de rendas oriundas da venda de “cartas de indulgência”. (Vide Tese 36)

[2]Observa neste trecho o quanto a postura de Lutero não é cismática, mas reformadora, pois reconhecia, pelo menos em 1517, o papel do Papa como intercessor.(Vide Teses 61, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 83, 84, 87, 89, 90, 91)

[3]No século XVII, o padre católico Gregório da Mattos Guerra(1633-1696) voltaria, com sarcasmos, a este tema em seu poema-missiva “A Jesus Cristo Nosso Senhor”: Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado./Da vossa clemência me despido,/porque, quanto mais tenho delinqüido,/vos tenho a perdoar mais empenhado./.../Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada./ Cobrai-a e não queirais, pastor divino,/perder na vossa ovelha a vossa glória. (MATOS, Gregório de. Poemas Escolhidos. São Paulo, Cultrix, 1976. p. 297).(Vide Teses 44, 49, 67, 76, 84, 93)

[4]Lutero é marcadamente agostiniano e, por isso, insiste no valor pedagógico do castigo, na utilidade do sofrimento, no recurso necessário aos métodos repressivos – tanto em matéria de fé quanto de política.(Vide Teses 94, 95)

[5]Em 1525, Lutero afirmaria abertamente que condenada estaria toda a obra que não nascesse do amor, no sentido da “charitas” de Cristo, o que significava que a “obra” concebida como “cálculo de indulgência” não teria o menor efeito, mesmo porque não caberia ao homem julgar a fé de outrem, pois somente Deus conheceria o que se passava no coração dos homens. O efeito disso, diferentemente do tom ainda conciliador de 1517, era tornar a instituição eclesiástica completamente desnecessária para reger o “mundo interior” do cristão.(Vide Teses 47, 48, 49, 51, 52, 53, 55, 57, 58, 65, 66)

[6]Esta tese tem dois alvos: em âmbito geral, a elite nobre e não-nobre alemã que desperdiçava recursos em encomendas de missas ou patrocínio de igrejas às custas da miséria ou exação de seus subordinados; em âmbito particular, o Cardeal Alberto de Brandeburgo(1490-1545). Para ter sua confirmação para o Arcebispado de Mayence em 1514, Alberto tinha que conseguir uma soma considerável e enviá-la para Roma. Para tanto, ele fez um empréstimo e o assentou, com autorização papal, sobre a arrecadação das indulgências vinculadas à construção da Basílica de São Pedro em Roma. Segundo o acordo entre Alberto e o Papado, metade do arrecadado iria para a construção da basílica e a outra metade para Alberto quitar suas dívidas provenientes da investidura no arcebispado. No final das contas, o Papa teria o conjunto das rendas de Brandeburgo vinculadas às indulgências.(Vide Teses 46, 47, 48, 50, 51, 52, 55, 56, 59, 65, 66, 82, 83, 85, 86, 88)

[7]Vide Tese 38.

[8]Com tal imprecação, Lutero espera uma reforma moral da Igreja e seu rebanho, o que significava a interiorização da fé, da contrição e da “charitas”.(Supra notas “3” e “5”)

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Entrevista de David Botelho para a Revista Defesa da Fé

Considerado um estrategista de missões aos povos não-alcançados, David Botelho é o líder da Missão Horizontes na América Latina (Monte Verde - MG). Pela fé, abriu mão de um cargo executivo na General Motors do Brasil, onde era coordenador técnico da Engenharia de Produção, para fazer os seminários IBAD e Antioquia. Em1984, teve sua primeira experiência como missionário nas selvas bolivianas, entre os índios Aiores.A primeira igreja pastoreada por ele naquele país investia 78% de sua receita em missões e enviou a primeira missionária boliviana à África. Casado e pai de três filhos, que também são missionários atuantes, em entrevista exclusiva à Defesa da Fé Botelho fala como quem sempre esteve no front, e não apenas como um teórico de missões.

Defesa da Fé - O senhor sempre foi visto como um líder radical em missões. Por quê?

David Botelho - Porque sempre pensamos nos povos do mundo negligenciados pela igreja. Porque deixei um emprego com cargo executivo numa indústria automobilística para, junto com minha esposa, Cleonice, e meu filho, ir para o seminário IBAD, em Pindamonhagaba, SP. E isto sem apoio financeiro da igreja da qual éramos membros. Talvez por usar roupas típicas, barba longa e cabeça raspada etc (Risos). Meu objetivo, com isso, é despertar a igreja brasileira para os povos não-alcançados.

Defesa da Fé - O que é ser um radical na obra de Deus?

Botelho - É sair da perigosa "zona de conforto". É ter compaixão pelos perdidos. No original, a palavra compaixão significa "forte dor estomacal" (Foi o que Jesus sentiu ao chorar vendo Jerusalém abandonada). É viver diferente da maioria e marchar contra a maré. É entregar-se totalmente por aqueles que não conhecem o Mestre.

Defesa da Fé - Isto não pode ser visto como imprudência, ir ou enviar pessoas ao campo sem maiores garantias?

Botelho - A maior garantia que temos aqui na terra é estar na plena vontade de Deus. Este é o lugar mais seguro. Muitos pensam que ir ao campo missionário é ir para a morte. Para estes digo que já morremos quando nos entregamos a Jesus. Viver nas cidades brasileiras sim é perigoso. Mas não somos omissos quanto à segurança pessoal. Todos os obreiros enviados pela Missão Horizontes para regiões de risco têm seguro de vida, com direito a repatriamento. James Frazer, missionário numa região perigosa e inóspita da China, disse uma frase que me impressiona muito: "Somos imortais até que cumpramos a tarefa que nos foi encomendada".

Defesa da Fé - O senhor tem pedido os nossos filhos para missões. Qual a visão do projeto Revolução Teen?

Botelho - Já enviamos nossos três filhos que hoje estão em três continentes diferentes, portanto, não temos mais filhos para enviar. Então, temos de enviar os filhos dos outros (Risos). Revolução Teen é um projeto ousado e radical. Com ele, a missões Horizontes está recrutando e capacitando uma força ainda não explorada pela igreja evangélica no mundo: os adolescentes. Após a conclusão do primeiro grau escolar, o jovem faz um estágio de um ano na base de Monte Verde, cursando o primeiro ano do seminário. O segundo estágio será feito numa das bases da Missão Horizontes na América Latina, onde ele dará continuidade ao seminário e concluirá o segundo grau escolar em espanhol, o que lhe permitirá, no final do curso, sair como professor de espanhol. O terceiro estágio será feito num país de língua inglesa e/ou francesa e, finalmente, o último estágio, de um ou dois anos, dentro da Janela 10-40 e missão Além. Ao concluir todo o curso, com 20 ou 21 anos, o futuro missionário estará capacitado nas áreas teológica, missiológica, lingüística e escolar, com fluência em três idiomas diferentes. Hoje, um jovem de 15 anos tem mais informações do que Willian Carey (chamado de o pai das missões modernas) tinha na sua época. Mas isto não tem sido explorado pela igreja.

Defesa da Fé - Como os pais estão reagindo a um desafio tão sério como este?

Botelho - A maioria dos pais está entusiasmada com tal oportunidade. Hoje, já temos dois adolescentes de treze anos estudando na Bolívia. A Igreja Batista da Lagoinha quer enviar um contingente de cinqüenta adolescentes para tal projeto. Cremos que está começando uma revolução em missões. Esta é uma nova geração de missionários que revolucionará o mundo. Os maçons e membros do Rotary Club enviam seus filhos para um intercâmbio nesta idade, e muitos deles, hoje adultos, estão dirigindo nossa nação em influentes cargos públicos ou como políticos.

Defesa da Fé - O senhor encontra esta visão na liderança da igreja brasileira?

Botelho - Ainda não. Cremos que este avivamento está iniciando com o exemplo demonstrado pela Igreja Batista da Lagoinha, que aceitou o desafio de ser uma igreja modelo. Se uma igreja fizer a tarefa bem feita, outras seguirão o exemplo. Vimos a influência da Igreja Moraviana, em Antioquia, da Igreja dos Povos, em Toronto (Canadá), e da Igreja Batista, em Santo André (SP). O pastor Márcio Valadão nos deu a palavra que enviará, em 2004, trezentos jovens e adolescentes ao Monte Verde (MG) para serem treinados e enviados à Janela 10-40 e à missão Além.

Defesa da Fé - O que seria ideal, em verba e em recursos humanos, para que o Brasil se tornasse a força missionária que o mundo espera que ele seja?

Botelho - Na época dos irmãos Morávios, para cada doze membros enviavam um missionário. O verdadeiro Movimento G12. Entendemos que esta geração é a que tem a melhor oportunidade de terminar a tarefa, pois temos hoje o maior contingente de crentes para ser treinado, a maior quantidade de recursos, o melhor treinamento, as melhores informações e recursos tecnológicos em geral. Cremos que este é o "momentum" ou "kairós" de Deus para darmos o estopim para o maior avivamento missionário da história. E cremos ainda que este avivamento virá do Brasil. Se cada crente investir em missões transculturais o correspondente a R$ 10.00 mensais poderemos multiplicar a nossa força em cem vezes. Que revolução seria! Hoje, cada crente investe em média apenas R$ 1,30 por ano.

Defesa da Fé - As agências missionárias estão no caminho certo para ajudar a igreja a alcançar este objetivo?

Botelho - Creio que não. Precisamos nos unir, e não competir. Se nos unirmos poderemos iniciar um processo sinérgico que revolucionará o mundo. Missões não é tarefa isolada de uma igreja, denominação ou organização missionária. Missões é a tarefa do corpo de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Cremos que falta uma orientação prática e projetos dentro do contexto latino. Temos copiado modelos europeus e norte-americanos já ultrapassados. Temos muitas conferências missionárias sem nenhum objetivo prático. Temos de ter alvos claros, objetivos e definidos. Se não duplicarmos os esforços não poderemos terminar a tarefa da evangelização mundial em nossa geração.

Defesa da Fé - Como se desenvolve e como devemos lidar pessoalmente com a questão que se convencionou, no meio evangélico, de "chamada missionária" ?

Botelho - A vocação missionária no meio evangélico é mistificada. Vejamos o exemplo daqueles que trabalharam com o apóstolo Paulo. Somente 15% deles tinham uma chamada específica e mais de 60% foram chamados por Paulo. E o apóstolo tinha bons cooperadores, pois somente em Romanos 16 há o registro de 32 companheiros. Creio que se trata mais de uma questão de obediência.

Defesa da Fé - Como está o avanço evangelístico no mundo islâmico, especialmente na Janela 10 - 40?

Botelho - A revista Times desta semana preparou uma matéria com Luis Bush sobre este assunto. Nunca na história da igreja houve tantos convertidos a Jesus no mundo muçulmano como nos últimos 25 anos. Jesus é o filme mais pirateado no mundo muçulmano. Imagine que este filme foi transmitido em cadeia nacional em duas nações com maioria muçulmana. O presidente de uma nação de maioria muçulmana nos pediu obreiros para ajudar o seu país. Há vários exemplos de muçulmanos que estão tendo sonhos e visões com Jesus e se convertendo. Gordon Peters disse: "O mundo está mais preparado para receber o evangelho do que os cristãos de propagá-lo".

Defesa da Fé - A Missão Horizontes está lançando o livro "Intercessão Mundial", de Patrick Johnstone. Qual sua expectativa com esta obra que é uma fonte única de informações estatísticas sobre o campo?

Botelho - Nossa expectativa é que este livro venha a ser o guia de oração para os crentes amantes de missões transculturais. Andrew Murray disse: "Uma igreja informada é uma igreja transformada. A ignorância é a fonte da fraqueza no esforço missionário. Saiba e crerá. Saiba e orará. Saiba e ajudará na primeira fila". Nós, da Missão Horizontes, cremos no poder da influência da literatura. Há um provérbio congolês que traz uma verdade maravilhosa: "O homem que toca o tambor não tem idéia até onde o som chegará". Os tocadores de tambor no Congo (África) enviam suas notícias ao entardecer. Este é o período em que a transmissão do som é melhor e as pessoas podem pensar sobre as notícias ao entardecer. A mensagem enviada pelo tambor chega a uma certa vila e, então, é retransmitida a outra. Assim, ela é repassada de vila em vila, mas os primeiros tocadores não têm idéia de até onde o som chegará. Vocês já imaginaram o resultado desta entrevista? Deste livro? Esse leitor pode nos conhecer melhor entrando em contato com a nossa base (35) 3438-1546 ou visitando o nosso site www.mhorizontes.org.br.

* Jamierson Oliveira - Editor da Revista Defesa da Fé - www.icp.com.br

Você está pronto para ser perseguido por ativistas gays?

Rev. D.L. Foster

Você está pronto? Você está em oração? Você já determinou que não importa quais leis sejam aprovadas, você permanecerá fiel à eterna Palavra de Deus? Você já decidiu que não ficará em silêncio não importa quais sejam as penalidades? Você já instruiu sua igreja acerca das ameaças sobre nós? Você está pronto?

O motivo é que a perseguição não está se aproximando. Já está aqui.

Com a aprovação de uma lei no Colorado, de uma declaração formal do governo brasileiro e de uma decisão legal punitiva do governo canadense contra um pastor, os homossexuais começaram o trabalho de silenciar a última oposição sólida ao estilo de vida deles. Eu quero dizer nós, a igreja.

Com a assistência do movimento cristão gay enfraquecendo as defesas internas da igreja e o atual clima espiritual de ganância (também conhecida pelo nome de “prosperidade”) e excessos na igreja, o movimento político gay avançou as pressões externas para silenciar todas as vozes que proclamam o homossexualismo como algo que não seja bom, moral e superior — publicamente. Sua alternativa é ficar de boca fechada ou dizer em segredo.

Você está pronto para fazer o que Daniel fez quando foi ameaçado pelo sistema legal babilônico? Você está preparado para fazer o que João, Pedro e os outros discípulos fizeram quando os magistrados religiosos bateram neles e lhes ordenaram que não falassem mais em Jesus? Você está pronto?

De acordo com WorldNetDaily:

A lei [do Colorado] fornece uma isenção que permite que os grupos religiosos continuem ensinando, dentro de suas portas, a condenação bíblica do homossexualismo. Mas a própria isenção será prejudicial à igreja no final de tudo, argumenta Hausknecht.

“[A isenção] tende a marginalizar a igreja”, disse ele. “Eles dirão: ‘É só uma igreja’. “[A isenção] permitirá que os ativistas gays continuem a marginalizar os cristãos. Eles dirão: ‘Mantenham seus ensinos dentro de suas quatro paredes. Só isso’.”

A igreja está para ser isolada num gueto, tal como foram os judeus de Varsóvia durante o governo de Hitler. A intenção do inimigo é nos encurralar nas nossas igrejas, trancar as portas com cadeado e tornar crime o ato de falarmos “assim diz o Senhor”. Você está preparado para perder seu emprego, ser forçado a abandonar sua casa e até perder a guarda de seus filhos por se recusar a se prostrar diante do altar da aceitação homossexual? Não há como ficar neutro. Eles não deixarão você ficar neutro. Ou escolhemos agora tomar uma posição e ser contados com os profetas que quando se defrontavam com as tramas do diabo permaneciam firmes ou então desapareceremos em humilhante esquecimento.

No Brasil o governo anunciou um plano para limpar o Brasil de toda “homofobia”. O blogueiro Julio Severo, que publica o blog Last Days Watchman, tem testemunhado esse ataque forte liderado pelo governo em recentes anos. Esse ataque culminou na conferência onde participaram representantes de 14 nações estrangeiras.

Acompanhado de seis ministros, ele pediu para que todos os preconceituosos “arejem a cabeça e despoluam-na”. Ele surpreendeu ao manifestar apoio total ao movimento homossexual e dizendo “que fará o possível para que a criminalização da homofobia e a união civil sejam aprovadas”.

Ele defendeu o fim de toda a oposição ao comportamento homossexual e afirmou que a permanência da discriminação sexual “talvez seja a doença mais perversa impregnada na cabeça do ser humano”.

Não tenha a menor dúvida de que o movimento homossexual político dos EUA está envolvido nessa situação, tendo exportado — para países em que os governos estão seduzidos pelo dinheiro deles — seu ódio aos que criticam sua abominação pecaminosa. Você está pronto para ver sua igreja monitorada por ativistas homossexuais secretos? Você está preparado para ver homossexuais fazendo seu emprego de alvo a fim de testar se você aceita ou não o pecado deles? O que você fará quando entrarem com milionárias ações legais contra você? Caso você não tenha ainda percebido, estamos em guerra.

Ao norte, o governo canadense declarou enfaticamente que os que criticam o homossexualismo enfrentarão a lei e serão punidos. Em 30 de maio de 2008, o Pr. Stephen Boissoin foi proibido de expressar sua perspectiva bíblica acerca do homossexualismo e recebeu ordem de pagar 5 mil dólares por “danos envolvendo dor e sofrimento” bem como pedir perdão aos ativistas que se queixaram de que se sentiram magoados. O tribunal disse:

“O Sr. Boissoin e a Coalizão de Cristãos Preocupados cessarão de publicar em jornais, por email, em rádio, em discursos públicos ou na internet comentários depreciativos sobre gays e homossexuais. Além do mais, daqui em diante eles estão proibidos de fazer comentários depreciativos sobre… Lund ou… as testemunhas de Lund em relação ao envolvimento deles na queixa. Além do mais, ordena-se que todos os comentários depreciativos contra os homossexuais sejam removidos dos atuais sites e publicações do Sr. Boissoin e a Coalizão de Cristãos Preocupados…”

Essa não é uma luta para se ganhar com armas carnais. As armas de nossa guerra não são carnais, mas poderosas em Deus para a demolição de fortalezas. Pegue as suas armas e prepare-se.

Traduzido e adaptado por Julio Severo: www.juliosevero.com

Fonte: GCM Watch

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Como as alianças evangélicas com Lula podem neutralizar a mobilização cristã contra os projetos anti-homofobia

Como as alianças evangélicas com Lula podem neutralizar a mobilização cristã contra os projetos anti-homofobia
Julio Severo

O que é hoje conhecido como o PLC 122/2006 foi aprovado com muita facilidade na Câmara dos Deputados em 2006, mas não porque a maioria do povo brasileiro ou a maioria dos parlamentares o apoiou. A aprovação foi garantida graças a manobras que colocaram o projeto sorrateiramente em votação num dia em que os parlamentares pró-homossexualismo se programaram para votar, sem a presença da oposição. A bancada evangélica foi pega desprevenida.

Em seguida, o projeto foi para o Senado, onde os parlamentares pró-homossexualismo achavam que, com mais manobras, mais desatenção da bancada evangélica e mais apoio do governo Lula, a aprovação estaria novamente garantida.

Conscientização cristã freia manobras esquerdistas
Entretanto, os planos esquerdistas de continuar passando a perna nos outros sofreram um imprevisto impressionante. Depois que as ameaças do PLC 122/2006 foram reveladas ao público, católicos e evangélicos se uniram numa grande mobilização popular, pressionando os senadores para votar contra o projeto.

Os senadores, que em sua maioria estavam prontos para aprová-lo, começaram a voltar sua atenção aos interesses dos eleitores que, por emails e telefonemas, manifestavam a preocupação de que o PLC 122/2006 é uma medida ditatorial para reduzir, entre muitos outros direitos, o direito de alguém ter uma posição filosófica, moral, médica ou religiosa contra o homossexualismo.

Juristas declaram: projetos de lei anti-homofobia são inconstitucionais
Com a preocupação e ação popular, manobra após manobra esquerdista falhou. Cada vez que havia uma tentativa de votar o projeto, o povo se manifestava de todos os lados. A atuação popular foi decisiva e fundamental, pois o PLC 122/2006 — com a desculpa “inocente” de apenas garantir proteção a quem pratica o homossexualismo — representa uma das maiores violações de direitos fundamentais que o Brasil já viu. O Dr. Zenóbio Fonseca, professor de direito, comenta:

“Os projetos anti-homofobia tentam estabelecer no Brasil uma legislação que muito se assemelha aos Estados totalitários, criminalizando qualquer opinião contrária a determinado comportamento social, limitando liberdades individuais e coletivas em suas manifestações de consciência e de crença, retirando livros de circulação, proibindo a veiculação de programas de rádio e televisão com temas contrários ao homossexualismo e, inclusive, suspendendo as atividades de pessoas jurídicas”.

O Dr. Fonseca prossegue:

“O PLC 122/2006 poderá trazer sérios conflitos jurídicos para as entidades religiosas cristãs, seus líderes e membros no Brasil, pois os mandamentos e princípios que a Bíblia defende são contrários aos valores, ensinamentos e doutrinação referentes à orientação sexual, que é apenas um dos muitos termos para designar e proteger o homossexualismo”.

Além disso, leis contendo termos como orientação sexual e identidade de gênero colocam o homossexualismo não como simplesmente comportamento, mas como questão ligada à dignidade da pessoa humana. Daí, torna-se legalmente impossível e até perigoso um cidadão assumir uma posição bíblica contra algo que recebe o rótulo de “dignidade da pessoa humana”.

Sendo a expressão “orientação sexual” oficialmente consagrada em lei, terá início um processo de desconstrução legal e social, onde referências de crime, pecado e doença serão extintas, proibidas e censuradas de suas ligações notórias e antigas com todos os tipos de comportamentos homossexuais. Essa perversa desconstrução trará como conseqüência a criminalização de atitudes e opiniões contrárias ao homossexualismo, o qual será legalmente protegido como direito humano inalienável, superior ao direito de livre expressão e superior até mesmo ao mandamento de Deus na Bíblia condenando as práticas homossexuais.

O Dr. Luiz Carlos Lodi da Cruz, que é padre, advogado e ativista pró-vida, dá exemplos das super-desigualdades que o PLC 122/2006 imporá:

“A injúria — que já é crime — será um crime especial, punível com reclusão de 1 a 3 anos e multa, se cometida contra alguém em razão de seu comportamento homossexual (cf. art. 10). A dispensa de um empregado sem justa causa — que não é crime — passará a ser crime punível com 2 a 5 anos de reclusão se o empregado for homossexual e se for dispensado em razão de atos de homossexualismo (cf. art. 4º). A proibição de ingresso ou permanência de alguém em um estabelecimento aberto ao público será crime punível com 1 a 3 anos de reclusão se a pessoa impedida for homossexual e se a causa do impedimento for sua conduta homossexual (cf. art. 5º). Que significa isso? Que além dos direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal a todas as pessoas, os praticantes do homossexualismo terão direitos em virtude do homossexualismo por eles praticado. O projeto pretende dar aos homossexuais direitos, não na qualidade de pessoa, mas na qualidade de homossexuais. Ora, o homossexualismo (entendido como prática da conjunção carnal entre pessoas do mesmo sexo) é um vício contra a natureza, que não pode acrescentar direito algum a alguém”.

Público bem informado provoca impacto no Congresso Nacional
Dr. Fonseca, Dr. Lodi e outros juristas muito ajudaram a alertar o público sobre os perigos do traiçoeiro projeto de lei. Todos esses esforços não foram inúteis, pois a conscientização popular provocou uma avalanche de contatos ao Senado Federal. Desde dezembro de 2007, o Alô Senado (0800-612211) já recebeu mais de 36 mil chamadas de todas as partes do Brasil para comentar o PLC 122/2006, a vasta maioria contra o projeto. Só em abril de 2008, houve 17.530 ligações, o que representa 37% do total de pessoas que telefonaram para comentar projetos de lei, tornando o PLC 122/06 a preocupação número 1 do público brasileiro.

Enquanto cresce o desespero esquerdista para aprová-lo, cresce também a manifestação contrária da população. O último embate para aprová-lo em maio, com forte pressão do governo petista, trouxe posições diferentes da bancada evangélica.

Marcelo Crivella, bispo licenciado da IURD, deu parecer pela aprovação, apresentando dez emendas. Contudo, o Senador Magno Malta votou pela rejeição total do PLC 122/2006, pois ele viu no projeto “cerceamento da liberdade de expressão”, uma posição que está de acordo com a vontade da maioria dos eleitores fazendo contato com o Senado.

Sobre esse recente embate, a Agência Senado noticiou:

No entender de Crivella, as penalidades incorporadas ao projeto são “draconianas”, porque, notou, um simples olhar, uma atitude ou apenas uma frase dirigida a um homossexual, poderão ser interpretadas como ato de constrangimento de ordem moral. O outro voto em separado foi apresentado pelo senador Magno Malta (PR-ES). Ele considerou o projeto inconstitucional.

Acordos nos bastidores?
Na opinião de Fátima Cleide, a senadora esquerdista que ocupa hoje a posição de relatora do PLC 122/2006, o projeto deve ser aprovado com rapidez porque, durante os dois anos em que está sendo discutido no Congresso Nacional, mais de cem homossexuais foram assassinados. Ela porém não mencionou que, também nesses dois últimos anos, mais de 100 mil cidadãos brasileiros foram assassinados. Ela também se esqueceu de citar que o estilo de vida de prostituição e drogas grandemente contribui para a violência que os homossexuais sofrem, muitas vezes de seus próprios parceiros homossexuais.

De acordo com a Agência Senado, Cleide afirmou “estar otimista com um acordo com o senador Marcelo Crivella e com os movimentos religiosos, especialmente os evangélicos, e acredita que a proposta pode ser aprovada no Senado e sancionada pelo presidente da República até o final deste ano”.

Seria difícil Cleide, que é aliada de Lula, negociar com uma bancada evangélica composta por evangélicos pró-Lula? A posição dos evangélicos pró-Lula é não entrar em choque com o governo com o qual estão aliados.

De acordo ainda com a Agência Senado, “Fátima Cleide ressaltou que, pelo acordo já acertado com o governo e com movimentos sociais, os pontos do texto em que houver divergência serão vetados pelo presidente da República quando a proposta for à sanção”.

Enquanto a população católica e evangélica se mobiliza pela rejeição do nocivo projeto, acordos são feitos nos bastidores, com a esperança de que Lula vetará os pontos polêmicos. Não se sabe que tipo de acordo Cleide está fazendo, mas por duas vezes Toni Reis, presidente da ABGLT, teve contato pessoal com representantes da bancada evangélica, para uma negociação. Um acordo garantirá que o projeto, mesmo amenizado, seja aprovado.

Mesmo que por algum motivo estratégico Lula vetasse alguns trechos do PLC 122/2006, nada impedirá que mais tarde a lei aprovada sofra alterações piores, pois Lula não só manifestou ser favorável à criminalização da homofobia, mas também expressou que a oposição ao homossexualismo é uma “doença perversa”. Além disso, seu governo é autor do programa federal Brasil Sem Homofobia, realizou a primeira conferência gay do Brasil e do mundo financiada pelo Estado e introduziu resoluções pioneiras na ONU e OEA classificando o homossexualismo como direito humano inalienável. Com toda a postura explícita do governo Lula a favor do homossexualismo, que tipo de receio Fátima Cleide poderia ter ao fazer acordos, mesmo com a bancada evangélica?

Como não entrar em choque com o governo Lula?
Na mente dos parlamentares evangélicos pró-Lula a pergunta importante não é: “Como derrotar completamente a ameaça dos projetos anti-homofobia?” A pergunta deles é: “Como agradar ao povo evangélico sem entrar em choque com o governo Lula e sem deixar de aprovar todas as leis anti-preconceito?”

Enquanto na população tanto católicos quanto evangélicos querem a total destruição dos projetos anti-homofobia, os líderes cristãos que representam a oposição a esses projetos procuram manobrar a mobilização popular de forma que seus interesses e alianças políticas não sejam prejudicados. Ninguém está disposto a se sacrificar ou sacrificar suas próprias alianças por amor a Jesus e a sua justiça.

Do lado dos grupos de militantes homossexuais, a preocupação é com a mobilização do povo cristão do Brasil. Eles sabem que têm o governo Lula de seu lado, o qual lhes garante financiamento através de nossos impostos. Eles sabem também que a maioria dos senadores está pronta para aprovar sua ambicionada lei anti-homofobia. Mas ao mesmo tempo, eles questionam: de que adiantará a aprovação se o povo do Brasil sair às ruas e iniciar uma desobediência civil em massa? De que forma obter uma aprovação sem despertar a reação da maioria da população do Brasil?

O primeiro passo é eles conseguirem uma negociação, num processo burocrático, cansativo e desgastante, onde as leis anti-homofobia serão suavizadas a fim de facilitar sua aprovação. Com a aprovação, metade do problema está resolvido. A outra metade eles resolvem pacientemente ou não depois.

Conseqüências inevitáveis
Entretanto, cedo ou tarde, as conseqüências virão. A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) já sinalizou que se um pastor for excluído do ministério só porque se descobriu que ele é gay, a exclusão tem de ser considerada crime de preconceito. É nesse ponto que a lei anti-homofobia entrará em ação.

Para Cleide, o PLC 122/2006 evitará que “a opinião de uns gere prejuízos aos direitos de outros”. É inegável que as opiniões mais fortes e insistentes contra o homossexualismo têm origem na Bíblia Sagrada. Então, são essas opiniões que estão gerando prejuízos e até matança de homossexuais? Se acreditarmos na ideologia anti-“homofobia”, teremos de aceitar a ficção de cristãos saindo de igrejas matando prostitutas, drogados, ladrões, adúlteros e homossexuais depois de ouvirem um pastor ou padre pregando contra a prostituição, drogas, roubos, adultério e homossexualismo. E as igrejas estão sempre alertando e pregando contra esses pecados.

Mesmo sendo apoiador de Lula, Magno Malta declarou sabiamente: “Proponho aos senadores que o PLC 122/06 morra no ninho. Não sei nem por que passou na Câmara. Da maneira como está posto, estamos instituindo uma ditadura homossexual no Brasil”.

Os pecados dos líderes evangélicos e a opressão da militância homossexual
Contudo, a pergunta que fica é: como é que a maioria cristã do Brasil está sob a ameaça violenta de uma minoria apoiada pelo governo mais corrupto da história do Brasil?

Num artigo que escrevi em 2007 intitulado “Impotência cristã diante da militância homonazista”, relatei como a Bíblia mostra bem claramente que quando seu povo está em pecado, Deus permite que um número pequeno de indivíduos persiga a maioria. Não é exatamente isso o que está acontecendo no Brasil, onde o governo vem usando as minorias para impor uma ditadura sobre a maioria?

“Impotência cristã diante da militância homonazista” revela como os pecados dos líderes cristãos do Brasil estão facilitando o caos que o Estado laico-louco está impondo no Brasil. Tal caos social, provocado por esquerdistas utópicos, vai tornar necessário um controle cada vez maior dos cidadãos, tornando todos escravos do Estado.

Eu já escrevi muitos artigos contra o pecado homossexual, e tenho até um livro chamado O Movimento Homossexual, publicado há dez anos pela Editora Betânia, uma das maiores editoras evangélicas do Brasil. Embora tenham muitas queixas contra mim há muitos anos, os ativistas gays nunca enviaram meu livro ou esses artigos para a justiça federal.

Contudo, quando escrevi “Impotência cristã diante da militância homonazista”, os militantes gays ficaram irados com o fato de que denunciei que o movimento homossexual está crescendo por culpa dos pecados dos líderes cristãos. Aliás, eles ficaram tão revoltados que Toni Reis, presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros), enviou uma cópia desse artigo ao Ministério Público Federal pedindo tomada de providências contra mim.

Toni Reis é o mesmo ativista gay que por duas vezes se encontrou com a bancada evangélica para tentar um acordo. Ele é o mesmo militante que, ao pedir a aprovação da união civil de pessoas do mesmo sexo e a criminalização da homofobia, foi aplaudido por Lula em 5 de junho de 2008. Apesar de todo o imenso apoio do governo Lula, Toni se queixa que, das ligações que o Senado recebeu de dezembro de 2007 até maio de 2008 sobre o PLC 122/2006, mais de 80% são para expressar opiniões contrárias ao projeto.

PLC 122/2006: negociar o mal ou eliminá-lo pela raiz?
O único caminho para vencer o mal é derrotá-lo, não amenizá-lo. Por isso, o aviso que o Pe. Lodi dá é extremamente importante se queremos evitar que o governo Lula estabeleça uma ditadura homossexual no Brasil:

O núcleo do PLC 122/2006 é que ele, pela primeira vez na história legislativa brasileira, pretende dar direitos ao vício. Os pecadores têm um lugar especial no Cristianismo. Jesus disse textualmente: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Com efeito, eu não vim chamar justos, mas pecadores” (Mt 9:12-13). Ele, que acolheu a mulher adúltera que estava para ser apedrejada (Jo 8:2-11) e o ladrão que fora crucificado ao seu lado (Lc 23:39-43), não rejeitaria um homossexual arrependido. Certamente, Ele o perdoaria dizendo: “Vai, e de agora em diante, não peques mais” (Jo 8:11). O auxílio que Jesus veio trazer aos pecadores é libertá-los do pecado. Afinal, disse Ele, “quem comete pecado é escravo” (Jo 8:34). O PLC 122/2006 pretende não libertar os homossexuais, mas consolidar sua escravidão. Longe de estimular uma verdadeira mudança de conduta, o projeto pretende glorificar o vício contra a natureza. Numa total inversão de valores, ele pretende que sejam punidos como criminosos aqueles que censuram o comportamento antinatural. O PLC 122/2006 não é uma árvore em si boa, mas com alguns ramos muito altos, que precisam ser podados. É uma erva daninha, que precisa ser extirpada pela raiz. O erro do PLC 122/2006 não está nos meios que pretende usar para defender uma boa causa. O erro do projeto está em seu próprio fim: dar direitos ao vício. Por isso, é inútil fazer emendas para tentar aproveitar alguma coisa. É preciso rejeitá-lo totalmente.

O grande problema é: as alianças com Lula permitirão que a liderança evangélica assuma essa postura?

Desfazendo alianças profanas e estabelecendo a Aliança certa
O PLC 122/2006 e outros projetos anti-homofobia — sem mencionar projetos de aborto — são de autoria de deputados do PT, o partido esquerdista de Lula. A própria relatora do PLC 122/2006, Senadora Fátima Cleide, é do PT e preside hoje a Frente Parlamentar em Defesa da Cidadania GLBT. O próprio Lula já declarou “que fará o possível para que a criminalização da homofobia”.

O governo federal, juntamente com minorias sedentas de sangue e poder, está se levantando como um imenso Golias para desafiar e mudar as leis, transformando o bem em mal, a luz em trevas e vice-versa. A chave da vitória para libertar o Brasil da tirania dos militantes esquerdistas e gays está na liderança cristã. A chave está em fazer uma Aliança séria com Jesus Cristo como Supremo Governante e em desfazer as alianças com Lula.

Os políticos evangélicos que lideram no Congresso Nacional a luta contra o PLC 122/2006 são o Senador Marcelo Crivella, Senador Magno Malta, Dep. Manoel Ferreira e Dep. Robson Rodovalho. Todos eles, e muitos outros, apoiaram Lula — o rei Acabe do Brasil — na eleição e reeleição presidencial. Com tal aliança profana, como esperar que a ameaça do PLC 122/2006 e de outros projetos anti-homofobia seja efetivamente eliminada?

Com tal aliança profana, como esperar que não haja acordos? Uma negociação não eliminará completamente os perigos do projeto, mas ajudará a desmotivar católicos e evangélicos de grandes manifestações que entrem em choque com o governo Lula. Por isso, o grande risco é a liderança evangélica pró-Lula, a qual segue a linhagem política dos crentes pró-Acabe e pró-Jezabel do passado.

Semanas atrás estive com um dos maiores líderes evangélicos do Brasil. Nesse importante encontro, eu sugeri o que é necessário fazer para vencermos essas ameaças. Em essência, o que eu disse é que os líderes evangélicos precisam pedir perdão público e claro pelo grave pecado de apoiar para presidente um dos homens mais ímpios do mundo hoje.

Depois do arrependimento, será possível convocar o povo de Deus em Brasília para um encontro nacional e esperar a visitação do Senhor Jesus.

É fundamental desfazer as alianças com o rei Acabe, se arrepender diante de Deus e fazer uma Aliança com o Senhor Jesus Cristo.

Depois, o avivamento virá. Depois que o avivamento chegar, não só outros líderes católicos e evangélicos poderão cair em profundo arrependimento, mas também — quem sabe? — o próprio governo Lula e os ativistas homossexuais.

Escravos de um Estado totalitário e pervertido ou instrumentos de reavivamento?
Uma das grandes tragédias de hoje é que os políticos podem usar causas sociais supérfluas unicamente para fazer propaganda de seus nomes ou para promover suas ideologias. Assim é que o Estado brasileiro, já inchado com uma imensa massa gordurosa de leis desnecessárias, encontra-se, por causa de políticos oportunistas e exibicionistas, sempre em perigo de engordar mais com leis que, além não terem benefício real para toda a população, ainda provocam mais despesas aos trabalhadores do Brasil, que são obrigados a sustentar sacrificialmente todos os mandos e desmandos do Estado e seus políticos.

No caso das leis anti-homofobia, a maioria cristã do Brasil terá de arcar com despesas abusivas para a manutenção e implementação de medidas estatais que castigarão como criminoso todo cidadão inocente que paga imposto e cujas convicções filosóficas, morais, éticas, médicas ou religiosas o impede de se prostrar diante do altar da normalidade homossexual imposta pelo Estado. Por isso, se não lutarmos hoje contra os males do governo Lula, seremos escravos sustentadores de suas tolices.

A população cristã do Brasil está com toda a justiça revoltada e pronta para sair às ruas para se manifestar contra os projetos anti-homofobia. Mas as alianças, acordos e pecados dos líderes evangélicos poderão neutralizar uma mobilização eficaz em massa contra o pecado consagrado em lei.

Com o avivamento verdadeiro vem a percepção de que o pecado é vil e deve ser evitado e combatido e que Jesus ama os pecadores e quer libertá-los.

Que tal avivamento atinja em cheio os cristãos e seus líderes, o governo Lula e os militantes homossexuais.

Fonte: www.juliosevero.com

O BODE E O JEGUE E A POMBA .

É engraçado quando em meio as ministrações usamos figuras de aminais para ilustrações . Nos deparamos com as vidas sentadas na cade...