quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Buscando Adoradores, por Ronaldo Bezerra

Buscando 
Adoradores, por Ronaldo Bezerra “No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura” – João 4:23.

Essas palavras, proferidas pelo Senhor, revelam o desejo de Deus de ter para si um povo que realmente o ame e o adore em espírito e em verdade. Esse é o grande desafio para a Igreja de Jesus em nossos dias.

Com essa afirmação, Jesus quer nos ensinar que existem falsos adoradores, uma vez que Deus está à procura dos verdadeiros adoradores. Num certo sentido, todos nós somos adoradores. Todos nós adoramos alguma coisa. Alguns adoram seu carro, outros adoram a música e a colocam como prioridade em sua vida. Há maridos que adoram mais as esposas do que a Deus, outros adoram o dinheiro, enfim, todos nós temos um objeto de adoração. No entanto, Deus está à procura de verdadeiros adoradores, aqueles que o adorem em espírito e em verdade.

Sabemos que nos altos céus os anjos adoram a Deus dia e noite, declarando sua glória e santidade. A Igreja é chamada a adorar a Deus na Terra, unindo sua voz a toda Criação, que proclama seu poder e majestade.

Podemos, no entanto, perceber que uma concepção totalmente equivocada a respeito do que seja adoração tem invadido as igrejas evangélicas, de um modo geral. Por essa razão, muitos têm confundido adoração com música.

Até mesmo entre os músicos que ministram na Casa do Senhor tem se disseminado essa percepção distorcida a respeito do que seja adorar a Deus. Muitos pensam que adoração é simplesmente música e, por isso, ao deixarem seus instrumentos agem como se pudessem viver da forma como querem, não se importando com o próprio caráter ou até mesmo o compromisso com Deus. Pensam que são adoradores pelo simples fato de cantarem ou tocarem um instrumento. Porém, Deus não está à procura de músicos ou cantores – Deus está à procura de verdadeiros adoradores.

Temos, então, uma pergunta: encontraria o Senhor em mim um verdadeiro adorador? Seria eu achado entre aqueles que realmente o amam e glorificam seu nome?

O Senhor quer levantar uma nação que o adore e o ame acima de qualquer coisa. No entanto, para que isso aconteça, precisamos esclarecer, antes de tudo, o que é adoração. E ninguém melhor do que o próprio Deus para nos ensinar. Portanto, é a Palavra de Deus que serve como base e fundamento para tudo o que se refere a vida de um adorador. A Bíblia é o nosso manual de instrução para todas as áreas da nossa vida.

Devemos abrir o nosso coração e permitir que o Espírito de Deus fale conosco através de Sua Palavra, a fim de que o Pai encontre amor, devoção, gratidão, temor e adoração em tudo o que pensamos, falamos, fazemos, cantamos, enfim, em tudo o que somos.

Baseados nisto, vamos meditar em 4 perguntas básicas que nos ajudarão a entender mais claramente o que significa uma vida de verdadeira adoração:

1- Qual a finalidade da adoração? A adoração visa agradar a Deus (Ef 6:5-8).

2- Como é a adoração que agrada a Deus? É aquela realizada em espírito e em verdade. Em espírito, fala da nossa posição em Cristo Jesus (Gl 5:25; I Jo 2:6; Jo 1:14). Em verdade, fala de experiência, prática e vida aprovada (II Tm 2:15; I Ts 2:4).

3- Quem são os verdadeiros adoradores? São os filhos de Deus. Somente poderão adorar a Deus verdadeiramente os que agora receberam um novo coração (Jo 1:12; 3:3).

4- Como ser um verdadeiro adorador na prática? Olhando para Jesus, ele é o modelo! Recebeu testemunho do Pai (MT 3:11-17; 17:1-5).

Adoremos ao Senhor!

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Ronaldo Bezerra

O que é ser evangélico? Determinar a identidade do evangélico brasileiro é difícil tanto para estudiosos quanto para líderes do segmento.


O que é ser 
evangélico? Dizem que, para algumas perguntas, não existe resposta. Ou então, há várias, mas que nenhuma pode ser considerada totalmente correta. Parece ser o caso de uma questão com a qual os brasileiros passaram a lidar com maior frequência nos últimos anos, em grande medida por conta das implicações sociais: o que significa ser evangélico em nosso país? Não vale a pena apressar-se em responder, até porque se trata de um questionamento retórico, que leva a outras indagações. Como definir a pessoa que assim se classifica? E que traços a identificam e distinguem daquela que não se apresenta como tal? Há algumas décadas, uma resposta evidente seria: “Evangélicos são os bíblias, que andam de terno ou saia longa no domingo e vão à igreja de crentes.” Reducionista e pejorativa, tal definição, embora comum no passado, já era incapaz de abranger um conceito tão amplo. Mas servia, ao menos, como forma de distinguir os cristãos protestantes, que também eram notados pelo modo de vida frugal e conduta modelar. Sim, ser “bíblia” era sinônimo de integridade noutros tempos...

Hoje, porém, esse perfil não cabe mais. No que diz respeito a hábitos e estilos, tanto as roupas protocolares quanto a Bíblia de capa austera não constituem mais características dominantes entre os membros e frequentadores de igrejas evangélicas, principalmente no contexto urbano. O estereótipo de que crente é gente pobre caiu por terra há pelo menos uma geração: ao contrário de seus pais, os evangélicos de hoje – ou melhor, parte significativa deles – já não têm pudores em acumular bens materiais e almejar a prosperidade neste mundo. Além disso, escândalos recentes envolvendo líderes e denominações, principalmente nas últimas duas décadas, mancharam a imagem de probidade antes atribuída a todos os protestantes. Até em termos de pesquisa (e vem aí um novo Censo) fica difícil determinar se uma pessoa é ou não evangélica. Isso porque, nas pesquisas sobre pertencimento religioso realizadas pelo Instituto Brasileiro de Estatística (IBGE), o termo é usado para englobar qualquer crença fora do catolicismo que se afirme cristã, o que coloca no mesmo caldo, por exemplo, as testemunhas de Jeová e os mórmons, apesar das profundas diferenças teológicas e doutrinárias desses grupos com o segmento evangélico. Junte-se ainda o fato de várias pessoas se apresentarem como “evangélicas” por motivos nada espirituais, como o artista que precisa virar notícia para sair do ostracismo ou o criminoso – de colarinho branco ou não – instruído a passar uma imagem de “gente de bem” que está sendo injustiçada.

Ser evangélico, hoje, já nem significa necessariamente ter ligação visceral com uma igreja, o que costumava ser uma característica fundamental dos crentes. “O evangélico não praticante já é uma realidade”, opina a pesquisadora Eunice Zillner, do Ministério de Apoio com Informação (MAI). “Em minhas pesquisas, tenho encontrado pessoas que se dizem evangélicas, mas não praticantes.” Ou seja, ser evangélico, no país, tornou-se um conceito extremamente vago. “Não existe uma Igreja Evangélica no Brasil; é simplismo pensar assim”, afirma o pastor Ricardo Gondim, dirigente da Igreja Betesda, em São Paulo. “Não é possível traçar um perfil, pois o termo ‘evangélico’ não possui características que o nomeiem.” Para exemplificar a fragilidade dessa ideia, Gondim cita o próprio movimento social do país: “Sempre se acreditou que, à medida que os evangélicos crescessem no Brasil, o país seria afetado. Isso é um pensamento ingênuo, pois conforme um movimento cresce, a tendência é ficar parecido com o meio que está inserido.”

“Mosaico” – Essa indefinição faz com que a identidade evangélica permaneça à deriva e, portanto, passível de rotulações. Na opinião do sociólogo cristão Paul Freston, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais na Universidade Federal de São Carlos e professor de sociologia do Calvin College (EUA), esse fenômeno gerou uma imagem pública do evangélico fortemente associada às igrejas neopentecostais – denominações cuja pregação e prática difere frontalmente do protestantismo clássico. “Isso tem implicações negativas nos setores mais intelectualizados da sociedade”, analisa o pesquisador. “A identidade ficou comprometida. Essa ideia começou com os políticos, quando começou a se eleger bancadas evangélicas. A imagem começou a se prejudicar com a corrupção e o despreparo para a função pública”. A forte presença midiática corrobora esta percepção. “O neopentecostalismo não tem essa força toda, mas a imagem da mídia ajuda as pessoas a acharem que são todos ‘farinha do mesmo saco’.”

O pastor presbiteriano, teólogo e escritor Augustus Nicodemus Lopes compartilha a opinião de Freston. “O termo ‘evangélico’ passou a designar mais especificamente os neopentecostais, devido ao fato de eles se apresentarem como tal, o que é questionado por vários ramos protestantes”, avalia. Nicodemus diz que a diferença brutal entre eles e o cristianismo histórico não foi percebida pela mídia, que desconhece o assunto, passando a tratá-los por essa designação. O pastor destaca outro fator importante que não pode ser menosprezado por qualquer pessoa que pretenda chegar a uma definição sobre a identidade do crente nacional. “Sem dúvida, o Brasil é influenciado por outros países. A massa evangélica brasileira pouco tem de original. É moldada por idéias, práticas e costumes oriundos dos Estados Unidos”. A exceção, continua, está justamente no neopentecostalismo.

“A Igreja Universal do Reino de Deus e seus derivados, originalmente, são uma produção brasileira, valendo-se das religiões afrobrasileiras para suas estratégias de crescimento. É aqui que talvez resida a identidade própria dos evangélicos brasileiros, no movimento de batalha espiritual e teologia da prosperidade, que reagem mais ao espiritismo e catolicismo.” Analisado dessa maneira, o fenômeno evangélico nacional – marcado por multiplicação de igrejas e denominações, ocupação de mais espaços públicos e privados e presença marcante nos meios de comunicação – tem tanto a ver com religião quanto com outras dimensões sociais, como a política, o mercado de consumo e a mídia. Portanto, não faria mais sentido responder à pergunta: “O que é ser evangélico?” apenas sob o ponto de vista da adesão à fé protestante.

“Evangélico deveria ser aquele que assume um compromisso ético e moral com o Evangelho, mas não é isso que vemos hoje”, declara Ricardo Bitun, sociólogo e pastor da Igreja Manaim, na capital paulista. “Hoje o segmento evangélico é um leque.” Para ele, não existe mais homogeneidade. “A gente vivencia um corpo multiforme, com variedade de liturgias contraditórias que não combinam. É uma mistura, um mosaico. Isso impossibilita traçar um perfil do evangélico.”

Conjunção de influências – Mário Sérgio Cortella, sociólogo e professor titular da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, associa essa imagem multifacetada a um movimento social bastante conhecido no Brasil: a migração. “O perfil do evangélico baseado nas igrejas neopentecostais é o pertencimento às classes C, D e E, migrante, que trouxe para a cidade grande valores que haviam sido deixados na roça, como a figura do demônio, reformatada pelos neopentecostais para dentro da igreja”, afirma. O estudioso lembra que o Brasil sempre teve uma cultura católica – todavia, nos últimos quarenta anos, a sociedade passou a ver as práticas cristãs sob uma nova perspectiva. “O evangélico hoje é alguém que foi católico ou que nasceu na tradição reformada. Da mesma forma, há um aumento no número de pessoas que circulam por várias práticas religiosas, o que também caracteriza o evangélico no Brasil.”

Por força dessa conjunção de influências, a fidelidade à igreja, antes marca reconhecidamente evangélica, também começou a se perder. Na sua avaliação, a falta de identidade religiosa, antes associada aos fiéis do catolicismo, já é uma característica também do segmento evangélico. O sociólogo credita essa tendência à redução na participação comunitária das pessoas nas igrejas – prática presente nas denominações históricas e que desapareceu nas igrejas de surgimento mais recente: “Essas igrejas, à semelhança da Católica, possuem um clero centralizado, o que leva ao descompromisso por parte dos membros.”

Para líderes da velha guarda, carece de sentido essa história de evangélico não praticante. “Ser evangélico é unir-se a uma igreja chamada evangélica. O perfil do evangélico, de acordo com a Bíblia, é aquele que viveu a experiência da conversão, tem certeza dela e segue os ensinamentos da Bíblia, além do batismo e da vida cristã”, enumera, do alto de seus 97 anos de idade, o pastor batista pentecostal Enéas Tognini. “Para ser evangélico, você deve ser convertido e praticante. O que acontece é que alguns grupos só querem crescer numericamente, mas não ensinam o povo a passar por uma mudança de vida verdadeira”, sentencia.

O pastor Sócrates de Oliveira, diretor executivo da Convenção Batista Brasileira (CBB), também se vale da objetividade para determinar o que seria um perfil dos crentes em Jesus: “São pessoas que tiveram uma experiência pessoal com Deus a partir da leitura da Bíblia. Essa experiência faz com que queiram tornar-se membros de uma igreja, submetendo-se ao batismo, um ato de pública profissão fé espiritual”. Além disso, continua, os evangélicos procuram crescer no conhecimento da vida cristã, buscam anunciar essas verdades a todos “e têm uma conduta espiritual e moral digna dos valores enunciados na Bíblia”, resume. Apesar disso, Sócrates reconhece que houve uma mudança de paradigmas. “Acho que atualmente o termo evangélico está completamente desvinculado do que realmente identificava os crentes há cerca de vinte anos. Hoje, existe um grande número de templos que se identificam como igrejas evangélicas. Entretanto, não passam de organizações sem princípios bíblicos ou doutrinários, o que não permite que possam ser consideradas como tais.”

“Perfil do Senhor” – Há quem não veja motivo para fazer distinção entre o sentido da palavra “evangélico” nos dias atuais e em um suposto passado perdido. É o que pensa, por exemplo, o pastor Jabes Alencar, líder da Assembleia de Deus de Bom Retiro, em São Paulo. “Para mim, ser evangélico é crer no Evangelho, seja em que tempo for”, sintetiza. Jabes reconhece que, atualmente, muitos cristãos, inclusive líderes, evitam dizer-se evangélicos, já que no sistema religioso também esconde-se gente que com seus atos depreciam o Evangelho de Jesus. Mas acha que tal postura não faz sentido. “Daqui a pouco, vão dizer que não são mais brasileiros porque o Brasil tem muita corrupção”, compara. “Portanto, permaneço sendo evangélico, servo de Deus, cristão, assim como todos os homens de Deus se posicionaram ao longo da história.”

Isso talvez resolva a questão semântica, mas não oferece uma resposta definitiva à pergunta fundamental, qual seja: o que define a identidade evangélica nacional? Se os hábitos e as liturgias das igrejas – para o bem ou para o mal – assimilaram e foram assimiladas pelo contexto cultural, o que sobra? Para o pastor Lourenço Stelio Rega, doutor em ciências da religião e diretor geral da Faculdade Teológica Batista de São Paulo, a ética deveria ser a melhor resposta. “A questão da ética não é só na transmissão do ensino, mas na vivência real e concreta no cotidiano”, aponta. O professor lembra os primórdios da Igreja, quando a fé era tão impregnada no estilo de vida que os cristãos provocaram uma revolução religiosa e social no ambiente em que estavam inseridos. Segundo Rega, o conceito tornou-se vago pelo distanciamento entre a profissão de fé e a prática dos devotos. “Para tirar uma identidade própria dessa mistura é preciso conhecer mais profundamente a identidade do que é ser cristão no Novo Testamento e assumir incondicionalmente o Evangelho como modo de vida.”

Mesmo assim, na opinião de vários teólogos e líderes de igrejas, é nessa capacidade de refletir o Reino que transforma o indivíduo e, consequentemente, a sociedade que os evangélicos podem encontrar seu maior traço de distinção. “Eu diria que o típico evangélico hoje é alguém que conheceu a Palavra de Deus e seu amor sendo pobre e morando na periferia de uma de nossas grandes cidades”, afirma o escritor Valdir Steuernagel, pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana. “A pessoa evangélica é, muitas vezes, uma mulher sozinha cuidando dos seus vários filhos. Esse perfil me parece significativo porque o encontro dessa pessoa com o Evangelho a transforma e coloca num patamar de dignidade de vida. Ele indica também que o Evangelho de Jesus Cristo tem um jeito fantástico de atingir as pessoas em seus dramas, promovendo-as a cidadãs do amor de Deus.”

Esse perfil, na opinião de Steuernagel, costuma ser contraposto por dois clichês: o do evangélico que quer levar vantagem em tudo que faz e o do crente retrógrado, aquele que nunca está em compasso com a sociedade e sua necessidade por mais justiça, amor e compreensão. “Esses estereótipos, porém, não são dignos do Evangelho de Jesus Cristo, e não devemos deixar que a nossa identidade seja moldada por eles”, frisa o religioso. “O nosso perfil deve ser modelado pelo Senhor. E isso deve acontecer em cada lugar e a cada geração.

Resgate – Foi a partir dessa visão que surgiu um termo alternativo para “evangélico”: o evangelical. Usada com relativa frequência, principalmente em países em que se fala o inglês, a expressão disseminou-se a partir da Conferência de Lausanne, em 1974, ligada a uma abordagem que se tonnou conhecida como Evangelho integral – qual seja, aquele que atende o homem na plenitude de suas necessidades, inclusive as físicas e sociais. A palavra serve para distinguir os cristãos nominais – ou simples frequentadores de igrejas – daqueles que se dispõem a fazer de sua fé motivo para engajamento e interação com a sociedade. “Várias pessoas acham que o evangelicalismo é um caso perdido e que os evangélicos históricos devem buscar um outro termo para se denominarem”, diz o bispo anglicano Robinson Cavalcanti, da diocese de Recife (PE). “Eu não acho. Várias instituições ainda levam o verdadeiro sentido e devemos resgatar o nosso termo.”

Ele sabe, porém, que o trabalho não será fácil. “As igrejas não ensinam mais ética nem enfatizam questões sociais. Elas transmitem moralismo e legalismo. O resultado é que o povo está despreparado, contaminado pelo mundanismo. Há uma crise de propagação da Palavra.” Mesmo assim, ser evangélico ainda significa algo. Ainda que não estejam vivendo totalmente de acordo com os ideais defendidos pelas Sagradas Escrituras, eles – sejam chamados de crentes, bíblias, protestantes ou cristãos – ainda se fazem notar. “Alguma diferença existe”, afirma o pastor presbiteriano Elben Lenz Cesar. “Nem que seja para dizer que o evangélico é menos secularizado, menos blasfemo, menos apático e mais crente, mais leitor da Bíblia, mais cristocêntrico e mais cuidadoso com a sua conduta”, opina.

Fé e prática

Enquanto líderes e teólogos se esforçam para elaborar uma resposta sobre o que significa ser evangélico no Brasil, os próprios – isto é, os evangélicos – preferem não teorizar sobre o que são. Para crentes de diferentes denominações, mais importante do que definir um perfil é identificar a própria fé com a pessoa de Cristo:

“Ser evangélico é ter o Evangelho em si, é seguir as coisas que Jesus ensinou em sua vida. Isso é o puro e simples Evangelho: fazer os outros conhecerem a Jesus.”

Wesley Fiorentini da Silva, 21 anos, estudante, membro da Assembleia de Deus

“Acho que ser evangélico é seguir o que diz a Bíblia, ir sempre à igreja, ouvir a Palavra de Deus e fazer o que o Senhor quer que a gente faça”

Mara Cristina Bastos Ferreira da Silva, 50 anos, dona de casa, membro da Igreja Paz e Vida

“Ser evangélico de verdade é viver o Evangelho de Cristo, ter parâmetros e conceitos de vida baseados no que o Senhor nos ensinou. Mas hoje virou uma máscara – ser evangélico virou um título”

Sinara Lopes Mota, 22 anos, crente batista e estudante

“Ser evangélico, no sentido real da palavra, é crer e obedecer ao Evangelho de Jesus. Para mim é ser servo, ser feliz, ser livre e fazer a diferença perante a sociedade cumprindo o mandamento maior que Jesus nos deixou: o amor”

Alexandre Soares, assessor de comunicação e assembleiano

“O evangélico é aquele que frequenta uma igreja e obedece à Bíblia, além ser exemplo de vida para os outros, isto é, influencia as pessoas com a sua fé”

Romina Fernandes Valente, 37 anos, comerciante, integrante do Ministério Coração Adorador

“Para um recém-convertido, igual a mim, e devido à vivência que estou tendo hoje, sei que ser evangélico é viver uma guerra constante. Por isso, é necessário estar sempre orando e louvando a Deus, buscando o caminho e a libertação e seguindo a Palavra de Deus, com o auxílio e a orientação dos pastores.”

Denys Pacheco Fernandes, empresário, 33 anos, membro do Ministério Apascentar

Em busca de unidade

No fim do ano passado, um grupo de noventa líderes evangélicos reuniu-se para tentar dar forma a algo que parece difícil: reunir os crentes brasileiros em torno de uma associação. Representantes de diversas denominações evangélicas, eles se encontraram na sede da Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo, no dia 14 de dezembro, para discutir a criação de um organismo evangélico que una igrejas, movimentos e entidades ligadas ao segmento protestante. A ideia não é nova: desde 1903, quando foi fundada a Aliança Evangélica Brasileira – mais tarde, transformada na Confederação Evangélica Brasileira (CEB) –, tenta-se algo neste sentido. A iniciativa mais bem sucedida até agora foi a Associação Evangélica Brasileira (AEvB), criada em 1991 e que tinha tudo para dar certo num momento em que os evangélicos voltavam a demonstrar preocupação com seu papel social.

Liderada pelo pastor Caio Fábio D’Araújo Filho, a AEvB conseguiu atrair a adesão de diversos e denominações. O instituição tornou-se referência da Igreja perante setores da imprensa e da política e teve participação destacada em diversos episódios e movimentos sociais, como o Rio, Desarme-se e o Reage, Rio. Contudo, a excessiva personalização da liderança acabou levando a AEvB ao fracasso. Com seu ministério abalado por problemas pessoais, Caio afastou-se da associação, o que provocou seu esvaziamento.

A ideia do novo grupo é justamente mudar esse histórico e consolidar algo mais abrangente e descentralizado. Segundo o pastor Valdir Steuernagel, representante da Visão Mundial Internacional e um dos organizadores do encontro, o propósito da foi o de estabelecer uma aliança. “Queremos buscar a direção de Deus e o discernimento do Corpo de Cristo quanto ao estabelecimento de uma rede por parte de segmentos expressivos da caminhada evangélica brasileira”, afirma. Após mais de quatro horas de reunião, os líderes presentes tomaram várias decisões, como a permanência do grupo de trabalho atuante e sua composição, além da discussão dos principais pontos discutidos na Carta de princípios divulgada publicamente antes do evento. A caminhada é longa: “Reconhecemos a necessidade de continuarmos conversando e de aglutinar mais pessoas em torno da proposta”, encerra Steuernagel.

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Cristianismo Hoje - Por Alves Filho e Laelie Gonçalves

Como será o Brasil Evangélico em 2020? O momento em que a maioria dos brasileiros será protestante fica cada vez mais próximo. Com sucessivos escândalos e teologias alienantes será que estamos prontos?

Cena um: uma das mais importantes revistas semanais do país publicou recentemente uma extensa reportagem fazendo projeções sobre o futuro do Brasil. Apesar de tratar de diversos temas, da educação à economia, a notícia que realmente caiu como uma bomba e acabou repercutida pela imprensa, por emissoras de rádio e de televisão e por blogs e sites de discussão na internet dizia respeito à religião: o maior país católico do mundo na atualidade se tornará evangélico em poucos anos. Mais precisamente em 2020, a continuarem as impressionantes taxas de crescimento, mais da metade dos brasileiros pertencerá a alguma igreja protestante. Estima-se que já neste mês de dezembro, o número de evangélicos no Brasil chegue próximo dos 50 milhões e, pouco mais de uma década depois, atinja a marca de 105 milhões de pessoas.

Cena dois: após realizarem uma investigação que durou mais de dois anos, promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, acusaram o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, e mais nove pessoas ligadas à denominação, pelo desvio de 8 bilhões de reais de dízimos e contribuições ofertadas por fieis. A dinheirama não teria sido usada em atividades religiosas, mas para aumentar patrimônio pessoal e conseguir lucro, com a -compra de duas emissoras de televisão, terrenos, mansões, um prédio e até um caríssimo jatinho modelo Cessna. A Justiça deu prazo para a defesa se pronunciar e pode aceitar a denúncia. Se assim for, Macedo e seu grupo tornam-se réus num processo criminal que pode condená-los por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Ao mesmo tempo em que os evangélicos crescem numericamente e aumentam de forma considerável sua influência em todas as esferas da vida nacional, escândalos e denúncias envolvendo dinheiro, sexo e abuso de poder multiplicam-se e maculam a imagem das igrejas e de seus líderes. Fala-se em relativização moral e secularização da fé. Em uma geração de crentes que busquem vantagens e não mais a Deus. Em que pese o fato de que por trás das últimas denúncias envolvendo a Universal exista uma guerra de interesses e de cifras na qual estão os principais grupos de comunicação do país, ou mesmo que esteja em curso uma batalha espiritual contra a expansão do Reino de Deus, as críticas e acusações sobre o que acontece nos templos de Norte a Sul do país são tão sérias que, ignorá-las, seria mesmo anti-bíblico. Na esteira do avanço protestante em terras tupiniquins, estudiosos das ciências da religião costumam avaliar que esse fenômeno pode ser muito bom, uma vez que “os evangélicos não vão apenas mudar a sociedade, mas mudarão com ela”. Tal afirmação tem causado arrepios em pastores e trazido um sério questionamento para os cristãos: diante de tal quadro já hoje: afinal, como será esse Brasil evangélico de 2020?

Se o questionamento daqueles que não aceitam o crescimento protestante passou a ser de ordem ética e moral, citando inclusive a própria Palavra de Deus que, segundo eles, só é usada para manipular os incautos, a Universal do Reino de Deus é a vidraça da vez. De acordo com a denúncia do Ministério Público, boa parte do dinheiro recebido pela igreja era repassada em forma de “pagamentos” para empresas de fachada controladas por pessoas ligadas à cúpula da organização. Duas delas, a Cremo Empreendimentos e a Unimetro Empreendimentos receberam, entre 2004 e 2005, mais de 70 milhões de reais, embora não tenham oferecido nenhum serviço ou produto, segundo a Secretaria da Fazenda de São Paulo.

Essas empresas enviariam o dinheiro para outras, sediadas em paraísos fiscais. Tanto a Investholding, nas Ilhas Cayman, quanto a CableInvest, nas Ilhas do Canal, Reino Unido, também pertencem a pessoas supostamente ligadas à igreja. Por fim, o dinheiro retornava ao país como empréstimos para os líderes eclesiásticos, que compravam com eles apartamentos em condomínios de luxo nos Estados Unidos e propriedades no Brasil, como uma mansão de 2 mil metros quadrados em Campos do Jordão (SP), no valor de 6 milhões de reais.

A denúncia do Gaeco não é propriamente uma novidade. Desde 1992, quando a Universal comprou a Rede Record, houve mais de dez processos contra a igreja. Já em 1995, depois que Macedo apareceu em um vídeo ensinando pastores a tirar ofertas, autoridades fazem varreduras nas contas da organização, mas não conseguem provas. “A tese de que pastores tenham pegado dinheiro de ofertas, mandado para o exterior e financiado recursos para enriquecer, não é nova. Em 1993, houve denúncia apócrifa e, de lá para cá, a Polícia Federal, a Interpol, o FBI, a Receita Federal e, finalmente, o Supremo Tribunal Federal concluíram que as denúncias não tinham fundamento e inocentaram os acusados. Também essa denúncia não será aceita, pois trata-se de calúnia, injúria e infâmia”, afirmou em pronunciamento o senador Marcello Crivela (PRB/RJ), bispo licenciado da igreja. A principal reclamação de Crivella e da Universal é que alguns dos maiores veículos da mídia nacional estejam aproveitando a investigação do Ministério Público para criar um factóide e, com isso, lutar contra o crescimento de audiência da TV Record. Dentre aqueles que deram mais publicidade ao caso estão o jornal Folha de S. Paulo, que há dois anos enfrentou uma enxurrada de processos judiciais movidos por fiéis da igreja por conta de uma reportagem sobre as finanças da denominação, e a Rede Globo, principal interessada na guerra de audiência. Mas se a motivação é questionável, os veículos garantem que as acusações procedem. Apesar das afirmações de independência da emissora, somente no ano passado a Universal teria repassado 400 milhões de reais para a Record. O valor entra com a compra de horários nas madrugadas, o que é perfeitamente legal. O problema é que enquanto a Globo fatura 50 mil reais, com 6 pontos no ibope, a Record, com audiência bem menor, cerca de 1,4 ponto, recebe mais de 200 mil por hora. Tudo da igreja, tudo bem acima dos valores de mercado.

Evangelho da prosperidade

Assim como a Record, com suas 23 emissoras de TV, 42 emissoras de rádio e várias outras empresas, a Universal também é seu modo uma potência. Em 32 anos, a igreja tornou-se a terceira maior denominação no Brasil, atrás apenas da Igreja Católica e da Assembléia de Deus. Afirma congregar 8 milhões de pessoas em seus 4500 templos espalhados pelo país. Além daqui, está presente em outras 171 nações e tem em seu corpo ministerial 9600 pastores e outros 4400 obreiros voluntários. Seu trabalho social e espiritual é digno de nota, uma vez que oferece a Palavra de Deus e mensagens de encorajamento para gente de todas as origens e classes econômicas, sendo uma porta de entrada para o Evangelho e para a libertação de multidões afundadas em vícios, criminalidade e falta de perspectivas na vida. É perfeitamente coerente e razoável que, como qualquer outra igreja – inclusive a Católica – ou religião, possa empregar os meios de comunicação, recursos e estrutura na tarefa evangelística. Mas a verdade é que o centro da crise não está aí e também não se restringe somente à Universal.

O espantoso crescimento evangélico nas últimas décadas já provoca uma crise de valores e de doutrinas em várias igrejas. O novo crente adotou regras menos rígidas e passou a procurar a religião não apenas como forma de obter benesses na eternidade, mas alcançar a prosperidade aqui e agora. E nada representa mais esse novo momento do que a Teologia da Prosperidade. Surgida por volta de 1940, nos Estados Unidos, ela radicaliza o ensino de que o sacrifício de Cristo deu àqueles que o seguem direito a uma saúde perfeita, riquezas materiais, triunfo sobre o Diabo e vitória sobre todo e qualquer sofrimento (conheça mais essa história na reportagem Teologia do Abracadra à página 47). Basta decretar ou determinar e colocar a fé em ação. “Para bancar suas ambições institucionais, proselitistas e econômicas, as igrejas atrelam a doação financeira à retribuição divina de bênçãos materiais. Cada culto procura convencer o fiel a firmar relações de troca com o Criador e comprovar a fé dando dinheiro. Quando a Universal começou a usar tais métodos, eles pareceram polêmicos e heterodoxos, mas agora os líderes de outras denominações perceberam a eficiência dessas práticas e, para adquirir vantagens competitivas, copiam todas elas”, explica o sociólogo Ricardo Mariano, da PUC do Rio Grande do Sul, autor do livro Neopentecostais (Edições Loyola).

Copiar não é força de expressão nem se resume à nova visão em relação ao dinheiro. Depois do sucesso da Fogueira Santa de Israel, do Vale do Sal e das rosas ungidas, fazer campanhas passou a ser algo praticamente obrigatório em todo meio neopentecostal e em parte do pentecostalismo clássico. Diante da renovada pressão por exposição midiática e crescimento, algumas igrejas históricas que adotaram a renovação carismática passam a rever a forma e o conteúdo de suas mensagens e deixam em polvorosa os mais tradicionais. Como tantos outros modismos, substituem a ênfase na santidade e no relacionamento com Deus pelo emocionalismo desprovido de mudança de vida e baseado na política do “toma lá, dá cá”.

“Estamos vivendo uma espécie de ‘síndrome de Éfeso’. Como no caso dos crentes que viviam naquela cidade nos tempos bíblicos, as pessoas correm atrás de novidades. Por outro lado, passou a ser inconveniente e fora de propósito falar em ‘sofrer por amor ao Evangelho’, ‘entregar tudo a Deus’ e ‘buscar em primeiro lugar os valores do Reino’. O único sacrifício válido é o financeiro. Infelizmente, pouco há em comum entre essas novas igrejas e a Reforma Protestante que deu origem aos movimento evangélico”, lembra o professor Lourenço Stelio Rega, diretor da Faculdade Teológica de São Paulo e especialista em Ética. Nessa nova realidade do meio religioso brasileiro, textos bíblicos tradicionais ganham novas interpretações, nas quais um Deus visto apenas como Senhor e Salvador já não atende à demanda dos fieis. Antes de mais nada, ele é um negociador e os líderes eclesiásticos, seus despachantes. Ai de quem bobear nessa tarefa: a concorrência é cada vez maior.

Um quadro vívido de como anda o movimento evangélico pode ser encontrado na periferia das grandes cidades. Nesses locais, proliferam igrejas, a maior parte congregações independentes, com templos quase vizinhos. Em São Paulo, a Avenida Celso Garcia, ´no Brás, uma das vias mais tradicionais da metrópole, passou a ser conhecida como “avenida da fé”. Em uma cidade onde um novo templo é aberto a cada dois dias, a Celso Garcia ganhou pelo menos nove novas igrejas nos últimos tempos, algumas com templos enormes e suntuosos, separados por poucos metros. E se antigamente as igrejas transformavam cinemas em lugares de culto, hoje supermercados e lanchonetes da rede Mc Donald’s são adaptados para funcionarem como templos. “É o fast food da religião. Como a concorrência é enorme, cada um tenta vender melhor seu peixe. Só falta pendurar uma faixa na entrada proclamando: ‘Esta igreja funciona. Sabemos como fazer Deus trabalhar para você’. Isso, a teologia já não explica mais. Procurar recompensa pelo menor preço é coisa para a economia clássica. Pior é que não há diferenciação: todos são vistos como evangélicos”, completa Rega.

Na ponta do lápis

Há quem veja o fenômeno do crescimento evangélico como um avivamento. Outros não aceitam tal interpretação, afinal, para um avivamento não basta o aumento quantitativo, é preciso também o qualitativo. De um jeito ou de outro, o fato é que o Brasil caminha a passos largos para se tornar em um futuro bem próximo uma nação de maioria evangélica. Percurso inverso ao da Europa, que abandonou o cristianismo e agora corre sério risco de se tornar um continente islâmico (leia matéria à página 48). Nesse exercício, não há nada de adivinhação, vontade ou futurologia. É questão de fazer cálculos. “A continuar a taxa de crescimento que os evangélicos tiveram nas últimas décadas, no final deste ano, 25,4% de um total de 196,5 milhões de brasileiros, ou seja, quase 50 milhões serão evangélicos. Já em 2020, metade da população será protestante”, observa a matemática e crente presbiteriana Eunice Stutz Zillner, do Ministério Apoio com Informação (MAI), responsável por análises e projeções no campo religioso.

Apesar da fé ser a motivação para o trabalho – ela e o marido, o engenheiro eletrônico Marcos Zillner, são missionários e pretendem que os números incomodem e estimulem as igrejas a evangelizar –, nada de ser tendencioso ou enveredar pela empolgação dos líderes denominacionais e seus números “evangelásticos”. As contas, literalmente, são feitas na ponta do lápis. As projeções do MAI têm como ponto de partida os censos periódicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pelo levantamento de 1991, por exemplo, sabe-se que os evangélicos eram 13 milhões na época ou 8,9% da população brasileira. Nove anos depois, em 2000, os evangélicos dobraram de tamanho e passaram a ser 26,1 milhões, 15,45%. “Tudo bem que a tendência mais para frente é que esse aumento venha a se estabilizar. Mas levando em conta a taxa de crescimento anual dos evangélicos, que é mais de três vezes o da população do país, podemos dizer que hoje um em cada quatro brasileiros é protestante”, confirma Eunice. Nesse contexto, todos crescem, mesmo os históricos. Mas sobretudo as denominações neopentecostais.

Uma quantidade tão expressiva de pessoas transformadas pela Palavra de Deus leva a crer que haverá um forte impacto na sociedade brasileira, certo? Errado. Pelo menos, segundo os especialistas ouvidos pela semanal Época, a revista que fez inicialmente a projeção sobre o futuro do país. Para a antropóloga Christina Vital, do Instituto de Estudos da Religião (Iser), a flexibilidade e a adoção de regras menos rígidas é a razão do exponencial crescimento evangélico. “Enquanto os católicos não aceitam coisas como a camisinha, os evangélicos adaptam-se aos costumes da sociedade. Há igrejas que aceitam gays, por exemplo. Essa tendência deve continuar”, prevê ela.

A potencialidade numérica também não garantirá que um presidente evangélico seja eleito, já que tradicionalmente a representação política no Congresso fica bem aquém da porcentagem de crentes na população. O Brasil também será muito diferente dos Estados Unidos, onde a moral conservadora é parte essencial da crença e do culto. “A religião foi abrasileirada. Não tem um foco tão grande no moralismo”, analisa o antropólogo Ari Pedro Oro, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Continuando, os especialistas acreditam que o aumento da população protestante levará ainda à diminuição do consumo de álcool, com a oposição costumeira dos crentes, e ao aumento da escolaridade, já que as crianças são incentivadas a ler a Bíblia. Com relação à violência, continuará havendo tolerância e o motivo para se acreditar nisso está nas favelas do Rio de Janeiro, onde pastores e traficantes convivem bem. Há respeito para com os religiosos e os bandidos atendem apelos eventuais. Mas o tráfico permanece.

Visto com esperança por uns, o panorama causa desconfiança e provoca arrepios em outros. Especialmente em que acredita na máxima bíblica de que o crente “não pode se conformar ao mundo, mas deve transformá-lo pela fé” e que defende os valores expressos na Palavra de Deus sem restrições. “A Igreja evangélica desprovida da ética cristã não consegue impactar a sociedade. Aliás, não precisamos esperar o futuro para ver o que acontecerá. Podemos observar hoje. Décadas atrás, falávamos em católicos nominais. Agora, já temos os evangélicos nominais, aqueles que frequentam os cultos apenas atrás de bênçãos. Sem querer generalizar, mas vivemos uma crise de conversões no Brasil, já que vemos quase somente adesões”, alerta o pastor e pesquisador Paulo Romeiro, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.

Para ele, aqueles que usam a mídia para anunciar uma mensagem de salvação são raros e a situação só mudará caso esses líderes mais éticos tenham maior visibilidade. “A justiça, em todos os seus sentidos, não é mais preocupação de grande parte da Igreja cristã. Em parte, isso ocorre porque não há uma estrutura de poder que coíba abusos e manipulação de um líder carismático que manda sozinho lá no topo, coisa muito comum nessas denominações que mais crescem. Está na hora do trigo aparecer, para que a sociedade veja a diferença”.

Preocupação semelhante tem o também pastor e jornalista Silas Daniel. Nos últimos meses, o jornal do qual ele é o editor, o Mensageiro da Paz, órgão oficial de comunicação das Assembleias de Deus no Brasil, publicou uma série de matérias sobre o Brasil evangélico em 2020 e perguntou a algumas das principais lideranças assembleianas se ainda é possível mudar tal quadro. A resposta é sim, mas o tempo está cada vez mais curto. “Apesar das denominações neopentecostais terem mais visibilidade, por causa da mídia, o crescimento evangélico também atinge as organizações históricas e pentecostais. Essas precisam resgatar a mensagem sobre santidade, renúncia e humildade no lugar da auto-ajuda e dos discursos feitos para massagear o ego que tomaram de assalto os púlpitos. Só com ênfase renovada na exposição sadia da Palavra de Deus e na oração, culto após culto, poderemos virar o jogo”, adverte. Se o futuro não for assim, a velha figura do evangélico com a Bíblia debaixo do braço será mesmo coisa do passado.





Revista Eclésia

Quando cristãos se tornam alvos


Os cristãos ocuparam o Oriente Médio durante sete séculos antes do aparecimento do Islã e viveram por outros 14 séculos, sendo parte da civilização islâmica, ou sob a sua legislação.

No entanto, jamais a situação dos cristãos atingiu um momento tão instável e difícil como nos últimos dois anos.

Hoje, o número de cristãos está caindo vertiginosamente, sobretudo em lugares como o Iraque e a Palestina. As estatísticas não são divulgadas, enquanto a Igreja tenta estimular os poucos remanescentes a permanecerem em suas terras e prosseguir em sua fé. Mas a realidade é que a taxa de emigração é muito alta, e mais e mais famílias tentam se evadir de um lugar que um dia chamaram de lar para uma nova terra, onde aspiram a proteção e segurança.

Há cerca de dois anos, a revista National Geographic dedicou uma grande parte de sua edição mensal para assinalar a queda dramática do número de cristãos no Oriente Médio. O nome da reportagem era: “Os fiéis esquecidos”. Infelizmente não foi dada a atenção devida aos fatos revelados pelas histórias reais, que descreviam a situação desesperadora que os cristãos estavam enfrentando. O que mais me impressiona é que, nesse período, a luta passou do “sentimento de ser uma minoria” para o “sentimento de ser um alvo”. Nos últimos dois anos, os cristãos no Oriente Médio simplesmente se tornaram os alvos de fanáticos, de homens-bomba suicidas, catequizados para purificarem suas nações dos infiéis.

Em outubro de 2007, Rami Ayyad (um membro da Sociedade Bíblica Palestina) foi sequestrado em Gaza ao sair da única livraria evangélica da Cidade de Gaza. No dia seguinte, seu corpo foi encontrado num matagal e as marcas de tortura indicavam a brutalidade de seus assassinos. Um grupo da Al Qaeda, que atuava em Gaza, assumiu a responsabilidade por lançar bombas na livraria e matar Rami. No entanto, por se tratar de ação contra apenas um indivíduo, não mereceu manchetes.

Agressões maiores receberam mais divulgação, quando, por exemplo, os cristãos em todo o Oriente Médio compartilharam a agonia da noite de domingo, em 31 de outubro de 2010: o ataque à catedral católica de Nossa Senhora da Salvação, em Bagdá, no Iraque, que matou pelo menos 58 pessoas após 100 participantes da missa serem mantidos como reféns. Outra violência bem recente aconteceu na madrugada deste último Ano Novo, 20 minutos após a meia-noite, quando um carro-bomba explodiu em frente à Igreja Ortodoxa Copta, em Alexandria, no Egito, matando mais de 20 e ferindo mais de 75 cristãos presentes à vigília de Ano Novo.

Após incidentes como esses, as primeiras reações que eu percebo nos cristãos são de raiva e ódio. Sentimentos de ódio contra tudo que é muçulmano e um sentimento de traição que se revolve a cada vez que acontece um ataque. Mas também escuto ponderações deste tipo: “Nem todos os muçulmanos querem matar cristãos, são pouquíssimos os que têm esses pensamentos. A maioria nunca vai pensar desta maneira.” E escuto a voz de um muçulmano do Afeganistão que viu um pastor fanático ameaçando queimar o Alcorão: “Nem todos os cristãos são maus. Apenas esses poucos radicais.”

Nós deveríamos permitir que as ações pavorosas de uns poucos indivíduos comprometam a reputação de toda uma nação? É assim que as coisas têm sido, e o perigo é permitir que essas pessoas levantem mais barreiras de ódio e produzam enganos ainda maiores, como a disseminação da falsa notícia de que as religiões estão em guerra.

Ao contrário, eu exorto cada cristão árabe a permanecer com mais firmeza em sua terra e a desempenhar um papel mais ativo em sua comunidade. Nós precisamos lembrar uns aos outros, e ao povo em redor, que nossos ancestrais cristãos foram os primeiros a receber o Espírito Santo nesta terra, no Dia de Pentecostes, há pouco mais de 2 mil anos. Nós precisamos lembrá-los de que nossos antepassados exerceram um papel muito importante na construção do mundo árabe e seus fundamentos.

Os cristãos árabes foram, e ainda são, figuras influentes na saúde, na ação social, nas artes e na cultura do Oriente Médio – isto sem falar das muitas personalidades conhecidas historicamente nesta região, por sua criatividade, inventividade e imaginação. Como cristãos palestinos sob ocupação israelense por mais de 60 anos, nós aprendemos a resistir.

Hoje, o mundo pergunta como será o Oriente Médio sem cristãos. Enquanto muitos lutam para obter a resposta, outros tentam encontrar soluções. Uma observação é: “Um Oriente Médio sem a presença de cristãos não é mais um Oriente Médio árabe, mas apenas um Oriente Médio muçulmano.” Porém, como cristão árabe, eu me lembro das palavras de Jesus: Estas coisas vos tenho dito para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.

Nós somos chamados para ser corajosos, para cumprir nosso chamado para ser Sal e Luz nesta parte do mundo, neste momento particular da história: ser Luz, porque a escuridão é muito grande e porque devemos levar esperança ao mundo de desespero e dor à nossa volta; ser Sal, porque o sal conserva e nós devemos conservar o amor de Deus por meio da preservação do Seu Reino na terra, orando: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.

Fonte: Missão Portas Abertas

LUANDA- Ministra da Família reconhece parceria com Igreja Bom Deus




Angop
Ministra da Família e Promoção da Mulher, Genoveva Lino
Ministra da Família e Promoção da Mulher, Genoveva Lino


Luanda - A ministra da Família e Promoção da Mulher, Genoveva Lino, reconheceu hoje (terça-feira), em Luanda, o empenho da Igreja Fraternidade Evangélica de Pentecostes na África em Angola (IFEPAA) Bom Deus, na formação religiosa, académica e profissional dos jovens.

Falando na cerimónia dos 30 anos de existência da igreja, assinalados hoje (15 de Fevereiro), Genoveva Lino disse que esta tem contribuido no resgate dos valores morais e cívicos no país.

"Em nome do Executivo angolano, particularmente do seu Chefe, José Eduardo dos Santos, felicito a IFEPAA pelo seu aniversário e pela construção desta igreja de Viana, local onde nos encontramos", afirmou na presença do primeiro secretário provincial de Luanda do MPLA, Bento Bento.

Em sua óptica, esta igreja tem sabido levar a mensagem, incluindo a de reconstrução de Angola, cujo processo decorre.

"Estamos a fazer de Angola um país melhor, desenvolvido e que não deva nada para outras potências", frisou a governante, para quem o objectivo é tornar Angola uma grande nação.

A Igreja Fraternidade Evangélica de Pentecostes na África em Angola (IFEPAA) Bom Deus foi fundada no município da Maianga, em Luanda, a 15 de Fevereiro de 1981, pelo apóstolo Simão Lutumba.

Actualmente possui 909 paróquias em Angola e está  implantada em países como África do Sul, Cabo Verde, Etiópia, Guiné Bissau, Malawi, Moçambique, Namíbia, São Tomé e Príncipe, Suazilândia, Zimbabué.

Está também em Madagascar, Alemanha, Bélgica, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Portugal, Reino Unido, Suiça, República Federativa do Brasil, Tailândia e Israel.

Em Angola, possui um instituto superior polivalente, uma clínica e maternidade, cinco escolas do primeiro e segundo ciclo e um centro de formação profissional.

Cristãos Chamados a Cooperar na Criação de Novo Governo no Egito

protester in Egypt-christian-postOs Cristãos egípcios tem sido chamados a cooperar com os Muçulmanos para garantir a igualdade de direitos para a minoria, enquanto a nação começa seu processo para formar novo governo.
  • (Foto: AP Photo/Nasser Nasser)
    Slogans Coptas contra o governo durante um protesto antes do confronto com a polícia egípcia, no Cairo, no Egito, na segunda-feira, 3 de janeiro de 2011.Os Cristãos egípcios tem sido chamados a cooperar com os Muçulmanos para garantir a igualdade de direitos para a minoria, enquanto a nação começa seu processo para formar novo governo.
Apesar da renúncia do presidente Hosni Mubarak, sexta-feira passada, ter sido vontade da nação, o seguinte passo é o que realmente conta, insistiu o jesuíta Samir Khalil Samir, egípcio especialista em Islã e assessor da Igreja Católica sobre as relações entre Muçulmanos e Cristãos.
Em uma entrevista com a Agência Católica de Notícias, ele assinalou que uma reforma constitucional era necessária para “ajudar as pessoas a viverem um pouco mais humanamente.”
“Talvez depois disto, depois de ter passado por um regime autoritário, as pessoas realmente tratem de fazer algo mais democrático,” disse.
Uma mostra da solidariedade entre Cristãos e Muçulmanos durante os recentes protestos demonstrou ser um sinal de “esperança do Egito,” disse Samir. “Os Cristãos e os Muçulmanos estavam juntos. Não tínhamos nenhum apelo extremo ao Islã.
No entanto, ele reconheceu que sempre existirá um impulso pela islamização no Egito, uma nação predominantemente muçulmana.
Alaa Setyan, advogado de direitos humanos com experiência em defesa dos membros minoritários nos casos de brutalidade política, expressou sua preocupação pelos direitos de todos os cidadãos, incluindo os Cristãos.
“Temo pelos direitos de todas as pessoas, como os irmãos muçulmanos e cristãos. Eu temo que poderiam ser tratados injustamente, creio que todos somos pessoas iguais e cada um deve ter seus direitos, qualquer que seja sua forma de pensar, qualquer que seja a sua religião,” foi citado pela NPR.
Enquanto os militares governam o período de transição do Egito, Samir afirmou que os Cristãos devem estar “muito involucrados na sociedade, no mundo político, social e econômico da nação.”
Ele assinalou a igualdade no mercado de trabalho, a capacidade de obter permissões para construir Igrejas e a liberdade dos egípcios de converterem-se ao Cristianismo sem a ameaça de danos, como as principais áreas de preocupação para a comunidade cristã.
“O ponto principal é este : que todos estejamos sob a mesma regra,” disse.
O Conselho Supremo de Forças Armadas recebeu o poder de Murabak depois que partiu e já começou a dissolução das câmaras alta e baixa do parlamento.
O órgão legislativo temporal executará os assuntos do país até que um novo presidente seja eleito, e tem prometido aos cidadãos um referendum sobre as reformas constitucionais.


CRISTIAN POST

População Evangélica no Brasil Atingirá 57,4 milhões em 2011, Não é Avivamento, diz Missionário da SEPAL

Missionário da SEPAL fez a projeção da população evangélica de 57,4 milhões para este ano de 2011 e 109,3 milhões para 2020, e diz que as razões para o grande crescimento não se trata de avivamento.
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    Missionário da SEPAL fez a projeção da população evangélica de 57,4 milhões para este ano de 2011 e 109,3 milhões para 2020, e diz que as razões para o grande crescimento não se trata de avivamento.
Luis André Bruneto, um dos pesquisadores da SEPAL, Missão Internacional Servindo aos Pastores e Líderes que realiza estudos teológicos, falou ao The Christian Post sobre as projeções da população evangélica para os próximos anos e as possíveis razões que explicam fenômeno do rápido crescimento da população evangélica no Brasil.
A SEPAL realizou um estudo ano passado, baseado nos dados do Censo do IBGE de 2000 e da pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha em março de 2007, encontrando que em 2020 a população evangélica representará mais de 50% da população brasileira.
“Projetamos uma porcentagem de cerca de 52,2% da população evangélica em 2020, ou seja, aproximadamente 109,3 milhões de evangélicos para uma população de 209,3 milhões,” afirmou Luis.
A projeção baseia-se na taxa de crescimento obtida entre os anos de 1990 e 2000 e na premissa de que a taxa de crescimento dessa religião continue a mesma dos últimos 40 anos.
A confiabilidade dos dados é de 95%, afirmou Luis.
Segundo ele, seguindo essa taxa de crescimento anual de 7,42%,, ele informou que para o ano de 2011, chegaremos a 57,4 milhões de evangélicos.
A revista ÉPOCA também divulgou no ano de 2010 estudos sobre o crescimento da população evangélica, avaliando que os evangélicos influenciariam em todas as esferas da vida brasileira.
Para teólogos e antropólogos ouvidos por ÉPOCA, a população evangélica, a partir do crescimento numérico, contribuirá para a diminuição no consumo do álcool, o aumento da escolaridade e a diminuição no número de lares desfeitos.
Na opinião do pesquisador da SEPAL, o fenômeno do grande crescimento não se trata de avivamento. Ele acredita que o avivamento se reflete, “na conversão em massa das pessoas, mas também em profundas mudanças no pensamento da sociedade, direcionada pela influência dos cristãos redimidos.”
“Se tomarmos essas duas linhas de pensamento, não está acontecendo um avivamento no Brasil,” afirmou.
Alguns motivos que o pesquisador lista são, “o evangelismo aguerrido dos evangélicos, a adoção de regras menos rígidas, a ampliação da visão da vida cristã para dentro da sociedade, a flexibilidade dos costumes e o aumento da classe média.”
Na região nordeste do Brasil, onde se constatou menor presença de evangélicos, o estudioso explicou os fatores de acordo com o tipo de região que ele menciona de “dois tipos de nordeste.” O tipo “A,” diz ele, com belas praias, grandes cidades, onde os evangélicos possuem um crescimento abaixo do restante do país, mas aceitável. E o outro, ele chama de tipo “B,” que é o nordeste do sertão, onde os evangélicos raramente passam de 1%.
Como fatores do baixo índice ele cita três razões. A “primeira é a forte raiz católica romana da população, ampliada pela religiosidade sincrética mística.” Um exemplo disso é a forte adoração à ídolos católicos como padre Cícero e frei Damião, que ainda não foram canonizados pelo Vaticano.
A segunda razão se deve à dificuldade de evangelizar as cidades do interior do nordeste. “Boa parte do sertão não possui estradas asfaltadas e os meios de comunicação são precários,” explicou.
A terceira razão é a falta de interesse da Igreja em evangelizar esse povo carente. “Na verdade, a razão para isso é que o retorno financeiro dentro dessa realidade é mínimo, e assim, a missão não consegue se auto sustentar nem mesmo a longo prazo.”Apesar dessas estimativas ele alerta que é necessário pensar além dos números.
Ele questiona, “O que muda na sociedade com tanta gente nas Igrejas?”
A questão do nominalismo na opinião do pesquisador deve avançar, citando um exemplo em que a cidade mais evangélica do Brasil, Quinze de Novembro (RS), tem cerca de 80,4% de evangélicos e a sua cidade vizinha Alto Alegre, a 20 km de distância, tem apenas 0,28% de evangélicos.
“A mais evangelizada ao lado de uma das cidades menos evangelizadas do país.”
Luis também pergunta, “será que a vida num país de maioria protestante pode mudar?” Segundo ele, a resposta para essa pergunta depende de como a liderança se comportará daqui para frente.
Para ele, o Brasil possui hoje uma liderança “despreparada em sua maioria e maioria e carente de direção na teologia, eclesiologia e missiologia.”
Ele expressa também algumas preocupações com relação ao crescimento da população evangélica, como por exemplo crescimento econômico que atrairá líderes materialistas.
“A classe média deve dobrar nos próximos anos isso, “atraindo gente com o “olho gordo” nessa fatia da população, ou seja, líderes materialistas com forte vocação para a teologia da prosperidade.”
Além disso, ele cita que há a “superficialidade da vida do povo brasileiro.”
“Vemos isso presente no meio evangélico brasileiro e deve continuar assim pelos próximos anos, acelerando a dualidade entre ‘vida religiosa’ e ‘vida secular,’ que já existe hoje.”
“A religião é um suspiro da criatura oprimida, a alma de um mundo desalmado, assim como é o espírito de uma situação carente de espírito. É o ópio do povo. Ou seja, qualquer impulso humano gerado por uma insatisfação de nível político, econômico ou social pode ser desviada para objetos religiosos.”
Luis, mencionou também “o egoísmo e o individualismo presente nesses dias, externando também na vida religiosa.”
“Muito embora, parte do povo evangélico se preocupa com o próximo, uma outra parte, e poderíamos afirmar a maioria, se preocupa apenas com o seu bem-estar.”
Entretanto, ele acredita positivamente na transformação da sociedade brasileira e urge para que haja “uma instituição forte que represente os evangélicos, em sua maioria, “que grite alto pelos interesses pautados na Palavra de Deus.”
“Precisamos de fato orarmos ao Senhor dos céus para que essa transformação da nação brasileira possa ser genuína de acordo com os moldes apresentados no Evangelho de Cristo.”
Os estudiosos da SEPAL aguardam a divulgação do próximo censo, o de 2010, para obterem condições reais para verificar as estimativas quanto aos evangélicos e a população brasileira.
Eles planejam após isso fazer o mapa evangelístico do país baseado nos novos dados e compará-los com os anteriores.


CRISTIAN POST

Rebeldes incendeiam vilarejo cristão em Mindanao

Extremistas muçulmanos incendiaram um povoado cristão próximo à cidade de Mlang (norte de Cotabato, Mindanao).  Até o momento, não há notícias de mortes, porém dezenas de pessoas tiveram de abandonar suas casas.
Fontes militares filipinas afirmam que o ataque é obra de Ameril Umbra Kato, um ex-líder da Frente de Libertação Islâmica Moro (MILF, sigla em inglês), que recentemente montou sua própria milícia para continuar lutando por um Estado islâmico em Mindanao.
O porta-voz da MILF, Eid Kabalu, declarou que a Frente não tem ligações com o incidente.


"Nós não estamos envolvidos. Trata-se de um longo conflito entre muçulmanos e grupos cristãos locais", disse Kabalu.
Enquanto isso, a MILF e o governo iniciaram, dia 10 de fevereiro, uma nova série de negociações, em Kuala Lumpur (Malásia).
Os especialistas apontam que a divisão dentro do MILF enfraqueceu os líderes do grupo, que estão abertos ao diálogo. Muitos temem novos confrontos entre rebeldes muçulmanos e os militares filipinos.
Fonte: AsiaNews

Jovens são marcados pelo poder de Deus na Renascer em São Bernardo

Um mover de adoração e louvor invadiu a Renascer São Bernardo, na segunda vigília do Ano Apostólico de Abraão, realizada na última sexta-feira. A regional estava completamente cheia de jovens, que com muito samba no pé acompanharam a agitação da banda de axé Sete Vezes Mais e a apresentação de danças e teatro.



Muitos saíram impactos pela palavra ministrada pelo pastor Daniel Tenuta, líder do Projeto Amar, da Renascer Sede. Ele abordou o tema “Sermos um completo Abraão” e traçou sete áreas que iremos revolucionar neste ano de Abraão: vida espiritual, família, prosperidade, preservar e guardar a aliança, mudança na vida profissional, restauração da nossa saúde e vida sentimental.



As vigílias da Estadual São Bernardo do Campo acontecem todas às sextas-feiras que antecedem a Ceia de Oficiais.
 
Fonte: Igospel

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Portugueses se Manifestam em Frente à Assembléia da República Contra o Crescente Número de Abortos

abortion-christian-postRepresentantes de associações contra aborto concentraram-se nesta, sexta-feira, em frente à Assembléia da República de Portugal, em Lisboa, para exigir uma nova discussão sobre uma revogação ou melhor regulamentação da lei da interrupção voluntária da gravidez.
  • (Foto: by kambodza)
Na escadaria da Assembléia da República, dezenas de jovens universitários se reuniram, vestindo-se de negro e com expressões de sofrimento. Eles traziam flores de papel colorido e fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas do aborto, mencionando que “60 mil pessoas que não chegaram a nascer.”
Os jovens são parte da associação “Vida Universitária,” que defendem a vida e se manifestam contra os números espantosos de aborto em Portugal desde que a lei que permite o aborto foi aprovada há quatro anos atrás.
“Não queremos ficar indiferentes, queremos mostrar o nosso horror perante estes números, são 60 mil pessoas que não nasceram nestes quatro anos e é preciso lembrá-los,” afirmou a jovem Inês Avelar Santos, porta-voz da associação.
Desta maneira, o grupo considera que depois de ter sido promulgada a lei que legaliza o aborto desde 2007, a questão tenha que ser reconsiderada e a lei modificada.
A associação divulgou também um manifesto onde se alega que o Estado já gastou mais de 100 milhões de euros para eliminar o número de crianças equivalente à população de Aveiro.
Segundo o manifesto, o governo também “cortou em quase todos os apoios sociais, como o abono de famíllia; e o anunciado cheque bebê ficou na gaveta.”
“Milhares de mulheres vivem com graves dificuldades para sustentar os seus filhos. Mas uma mulher que aborte recebe, durante um mês, um subsídio de ‘maternidade’ correpondente a 100% do seu ordenado,” afirma o documento.
E ele acrescenta que “o Estado Social paga aborto, avião, táxi, hotel e subsídio com o dinheiro que usurpa dos bolsos de quem trabalha.”
Antônio Pinheiro Torres, um dos responsáveis da associação e secretário-geral da Federação Pela Vida, defende que a lei não existisse. Ele não concebe que “uma criança possa ser eliminada por seus pais não terem meios para poder sustentar.”
Ele sugere que a mulher faça e veja uma ecografia antes de abortar, para saber exatamente o que está ocorrendo antes de abortar. E que o aconselhamento seja feito não apenas por pessoas favoráveis ao aborto, mas também por quem o confronte com a possibilidade oposta e lhe mostre as alternativas.

Cristina Mel: Divulgada a capa do novo CD e nova música

Visite: Gospel +, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica GospelA produção conta com o apoio de Emerson Pinheiro e Paulo César Baruk. Outra parceria da cantora no trabalho é Henrique Cerqueira que compôs algumas músicas para a cantora. Sobre o novo trabalho a cantora declarou para o programa Conexão Gospel:
“Gente é muito estar aqui no estúdio do Emerson e da Fernanda, e com um produtor maravilhoso como o Baruk, que mora em São Paulo, concorreu ao Grammy Latino, é um jovem talento de Deus. Ele e sua eposa estão aqui, trabalhando em outros projetos da MK, da Comunidade da Zona Sul e arrumou um intervalo para estar aqui com a gente, fazendo essa entrevista para o Conexão”
Abaixo confira a música Som do Amor:


Fonte: Gospel+
Com informações de MK Music

Ladrões assaltam igreja evangélica e arrancam cofre da parede

Visite: Gospel +, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica GospelLadrões aproveitaram a falta de vigilância e arrombaram a parte inferior da porta de alumínio do salão, depois de terem quebrado o vidro da porta lateral, por onde, provavelmente, tentaram entrar primeiro.
Eles invadiram o gabinete pastoral e reviraram tudo. Em seguida quebraram a parede onde o cofre estava e conseguiram retirá-lo, porém estava vazio. Eles também entraram no templo principal e roubaram um aparelho de dvd. “É a primeira vez que isso acontece. O que ocorreu por três vezes foi roubo de fio, mas o vizinho tomou umas medidas colocando arame farpado no poste e nunca mais roubaram o fio”, disse Thiago Oliveira, um dos membros da igreja.
Eles invadiram o gabinete pastoral e reviraram tudo. Em seguida quebraram a parede onde o cofre estava e conseguiram retirá-lo, porém estava vazio. Eles também entraram no templo principal e roubaram um aparelho de dvd. “É a primeira vez que isso acontece. O que ocorreu por três vezes foi roubo de fio, mas o vizinho tomou umas medidas colocando arame farpado no poste
e nunca mais roubaram o fio”, disse Thiago Oliveira, um dos membros da igreja.
Em seguida, o pastor João Paulo e sua esposa, Jocélia Pacheco foram ao 5º Distrito Policial para fazer o BO, mas estava fechado devido à reforma. Eles então seguiram para a Delegacia de Plantão 2, no Salvador Lyra, mas só havia uma pessoa. “Não tinha delegado, nem escrivão. Só tinha uma policial que nos disse que só poderia fazer o BO à noite, quando chegasse outro policial. Nós insistimos e ficamos reclamando dizendo que aquilo era um absurdo, foi então que ela cedeu e fez o boletim. Nesse ínterim chegaram outras três pessoas e saíram de lá sem conseguir fazer o BO. Depois fomos à Central de Polícia, onde conseguimos que uma equipe de peritos fosse enviada”, disse Jocélia.
Os peritos colheram algumas digitais e retiraram fotografias do local, mas até o momento, nenhum suspeito foi identificado.


Fonte: Primeira Edição

Quarto Cavaleiro do Apocalipse: E se o vídeo for verdadeiro? Entenda as consequências e o significado da aparição

Visite: Gospel +, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica GospelIntrigado com o vídeo, o escritor e conferencista Bruno dos Santos decidiu analisar as imagens. Bruno é Pastor da Igreja Vida Nova em São Paulo e coordenador geral da CIA (Coalizão das Igrejas Apostólicas), além de ser formado em Teologia com especializações em Novo Testamento e Liderança e segundo ele: “O que está acontecendo no Oriente Médio, em especial no Egito, e ao redor do mundo, nada mais  é que uma prova cabal de que as profecias estão cada vez mais próximas e presentes em nossa geração”.
Para o Pastor, caso o vídeo seja realmente verdade, esta é mais uma prova de que estamos no fim do mundo, já que assim como no livro de Lucas capítulo 21, versículos 11 e 12 o próprio Jesus relata sobre como será o tempo próximo do Apocalipse. O texto bíblico fala sobre terremotos, fome, pestes, sinais vindos do céu e perseguições religiosas: “segundo o que as profecias ditam, estamos vivendo tempos difícies, tempos de guerras civis, ajustes de poder, domínios culturais e porque não, tudo isso como manisfestações espirituais no tempo e espaço”.
Na opinião do teólogo os Quatro Cavaleiros do Apocalipse seriam “sistemas de domínio de massa” comandados por satanás para destruição, e devidamente autorizados por Deus para se manifestarem “para juízo do mundo todo”. Ele também acredita que a estranha aparição animais mortos em diversos lugares do mundo, além do aumento de doenças e a morte de pessoas em protestos e tragédias ambientais se explicam na passagem em Apocalipse 6:8 mostrando então “um grande sinal apocalíptico” na Terra.
O mais surpreendente sobre a o quarto cavaleiro, é que a morte e o inferno possuem autoridade sobre 1,5 bilhão de pessoas. Essas pessoas morrerão separados do conhecimento de Deus. A característica desse cavaleiro é assustadora, ele possui uma cor verde-pálido (amarelado). A cor da desgraça. Em grego essa é a idéia expressa no original ( – híppos khlorós).
O Pastor Bruno ainda alerta: “isso nos leva a crer que é chegado o tempo da desgraça sobre o mundo que rejeita Deus. Os cavaleiros ceifarão a vida daqueles que desconhecem a Palavra de Deus e os seus atributos. Até mesmo os cristãos nominais sofrerão diante das calamidades mundiais que virão sobre a terra”.
Encerrando o Pastor afirmou que o vídeo é falso, mas os sinais no mundo como guerras, mortes e perseguições seriam verdadeiros, por tanto físico ou não os Cavaleiros do Apocalipse já estariam na Terra: “Ainda que não haja um cavaleiro de verdade, há todas as prerrogativas dele, há guerra, há violência, há revolta, há desgraça, que é a cor do quarto cavaleiro”.


Fonte: Gospel+

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