quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Prisão do pastor Andrew Brunson está no centro da crise entre Turquia e EUA


Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan e o presidente dos EUA, Donald Trump
Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan e o presidente dos EUA, Donald Trump
A lira, moeda turca, se tornou o símbolo da crise diplomática entre a Turquia e os Estados Unidos por conta da prisão do pastor Andrew Brunson, acusado pelo governo do país euro-asiático de conspirar para um golpe contra o presidente Recep Tayyip Erdogan em 2016.
Ao longo de 2018 a lira vinha se desvalorizando, e o montante chegou a 40% de perda na última segunda-feira, 13 de agosto, após a decisão dos Estados Unidos de impor sanções econômicas à Turquia, como forma de pressionar o país a permitir que Brunson volte aos Estados Unidos. Atualmente, o pastor é mantido em prisão domiciliar e se for condenado, pode pegar até 35 anos de cadeia.
Brunson, que sempre negou as acusações do governo turco, se tornou alvo de uma verdadeira cruzada. Fiéis a quem o pastor apresentou o Evangelho e batizou nas águas foram forçados a depor contra ele, segundo informações da emissora Christian Broadcasting Network (CBN).
Kristina Arriaga, vice-presidente da Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos, assistiu à última audiência do processo contra Brunson no dia 18 de julho, e detalhou o que viu: “O pastor Brunson ficou sentado lá, enquanto ouvia ex-membros da igreja, pessoas que ele batizou, pessoas com as quais ele tomava chá, testemunharem contra ele”, explicou.
“Essas pessoas estavam sob uma tremenda pressão, podendo perder seus empregos e tinham que sustentar suas famílias. Nós não sabemos exatamente sob quais tipos de ameaças elas estavam”, acrescentou.

Casal é proibido de realizar estudos bíblicos em sua própria casa, nos EUA



Casal na Pensilvânia (EUA) recebeu uma ordem para cessar reuniões de estudos bíblicos em sua própria fazenda.
Casal na Pensilvânia (EUA) recebeu uma ordem para cessar reuniões de estudos bíblicos em sua própria fazenda.
Um casal na Pensilvânia (EUA) recebeu uma ordem para cessar reuniões de estudos bíblicos em sua própria fazenda. O documento ainda exige a desistência de usar o local para realização de grupos de oração.
Scott e Terri Fetterolf receberam a ordem em 2017 depois que a divisão municipal de Sewickley Heights, na Pensilvânia, alegou que a fazenda “estava sendo usada indevidamente como local de culto, local de reunião, como local comercial e estúdio ou escola especial”.
O município está cobrando 500 dólares, o equivalente a cerca de R$ 1.939, por cada permissão se o casal quiser continuar organizando atividades em sua fazenda.
A propriedade do casal também tem uma loja de fios e lã e vende produtos e flores. A fazenda também é sede de aulas educacionais e eventos privados. O casal interpôs recurso para a ordem de cessação e espera para ouvir uma decisão do tribunal federal.
“Eu não procuro processar meu bairro e fazer com que os impostos subam, só estou tentando viver a minha vida”, disse Terri ao jornal local. Os Fetterolfs são representados pelo Independence Law Center, que é uma filial do Instituto da Família da Pensilvânia.
Jeremy Samek, advogado sênior do Independence Law Center disse: “O que eles estão fazendo aqui é exigir que façam um pedido com o conselho de zoneamento e obtenham permissão para realizar estudos bíblicos.
Exigem que eles passem por uma audiência pública para receber permissão e esse tipo de informação prévia. Restringir é inconstitucional e infringir seu direito de exercer livremente sua religião”, argumentou.
Samek diz que o casal não pode realizar estudos bíblicos, retiros ou reuniões de equipe da igreja ou qualquer levantamento de fundos em sua fazenda.
Os advogados do bairro dizem que os estudos bíblicos podem ser rotulados como uma aula, que precisa de permissão. A fazenda está localizada no que foi zoneado em um Distrito Residencial Histórico-Rural.
Fonte: Guiame

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Cristãos são ameaçados com fechamento de uma igreja por semana, na Índia


Cristãos na Índia
Cristãos na Índia
Moradores cristãos de um distrito rural da Índia, no estado de Maharashtra,
 estão sendo ameaçados com o fechamento de uma igreja por semana.
O motivo é porque os cristãos estão “destruindo” a cultura e tradição local ao 
atraírem outros a se converterem ao cristianismo.
Desde junho, mais de uma dúzia de casas de cristãos foram atacadas por grupos extremistas locais em cinco vilas no distrito de Gadchiroli.
Os cristãos das vilas de Alwar, Tekla, Bharagad, Kospundi e Alenga foram
 informados que se continuarem com a fé cristã, eles não terão mais acesso ao abastecimento de água local e as compras subsidiadas pelo governo.
O último incidente aconteceu no último domingo, em Kospundi, quando um cristão 
local, Gallu Kowasi, foi espancado por locais exigindo que ele renunciasse a sua fé.
De acordo com uma fonte local confiável, os extremistas estão sendo motivados pelo governo com base na lei de áreas tribais autônomas.
Muitos cristãos têm recebido ameaças de morte ou de expulsão das vilas, enquanto 
novos convertidos enfrentam o isolamento de suas famílias e comunidade local.
Fonte: Missão Portas Abertas

Cristãos são forçados a declarar que não enfrentam perseguição na Turquia

Cristãos na Turquia foram pressionados pelo governo a assinar uma declaração de que eles não sofrem perseguição religiosa, disse um líder da igreja.
“A Ordem de Santo André, Arcontes do Patriarcado Ecumênico, lamenta a pressão que o governo turco colocou claramente sobre as minorias religiosas da nação na obtenção de uma declaração sobre a liberdade religiosa deles”, disse em um comunicado Anthony J. Limberakis, o Comandante Nacional do Leste Ordem da Igreja Ortodoxa.
“Não é preciso ser um ‘evangelista dos EUA’ ou ter uma ‘mentalidade sionista’ para ver que a declaração de representantes das igrejas greco-ortodoxas e armênias e outras comunidades minoritárias religiosas foi obtida sob coação”, acrescentou ele, referindo-se aos comentários que o Presidente Recep Tayyip Erdogan fez.
A declaração afirma que pessoas de diferentes religiões vivem “livremente” na nação de maioria muçulmana, de acordo com a Agência Anadolu da Turquia .
“Nós, como representantes religiosos e diretores de fundação de sociedades de diferentes religiões e crenças, que foram estabelecidos neste país por séculos, estão livres para seguir nossas crenças e práticas”, afirma a declaração.
Erdogan usou a declaração para afirmar que “a Turquia não tem problemas relacionados a minorias [religiosas]”.
As declarações do presidente vieram no meio de uma grande disputa com os Estados Unidos sobre a continuação da prisão do pastor americano Andrew Brunson.
O presidente dos EUA, Donald Trump, juntamente com numerosos congressistas e grupos de vigilância de perseguição, acusaram a Turquia de manter Brunson como refém e puni-lo por sua fé cristã.
O tribunal turco colocou Brunson em julgamento por acusações de que ele se comunicou com grupos curdos acusados ​​de realizar um golpe fracassado no país em 2016.
Enquanto Brunson foi recentemente autorizado a deixar a prisão e esperar em prisão domiciliar na Turquia para sua próxima data de julgamento em outubro, isso não diminuiu as tensões.
O Departamento do Tesouro dos EUA atingiu a Turquia com sanções econômicas sobre o tratamento de Brunson na semana passada. Erdogan respondeu anunciando que seu governo “congelará os ativos dos ministros da Justiça e do Interior da América na Turquia, se houver algum”.
A Ordem de Santo André, que tem sede nos EUA, disse em sua declaração que as comunidades greco-ortodoxa e armênia na Turquia estão “bem conscientes” das principais preocupações religiosas para os crentes minoritários no país.
Limberakis acusou o governo de continuar interferindo nas atividades do Patriarcado Ecumênico no país.
Ele argumentou que Erdogan está “agindo como um ditador, indo a minorias religiosas pedindo-lhes para assinar um documento que desmente a realidade quando eles não estão em posição de recusar, por medo de que sua situação se deteriore ainda mais”.
Limberakis também apontou que a Turquia continua a aprisionar um grande número de jornalistas.
“Assim, esperamos que esta afirmação notória, claramente obtida sob coação, inspire os jornalistas de todo o mundo a investigar e lançar luz sobre a situação do Patriarcado Ecumênico e de todos os cristãos e outras minorias religiosas na Turquia”, escreveu ele.
Fonte: The Christian Post

sábado, 4 de agosto de 2018

JAGUARIÚNA SEDIA MARCHA PARA JESUS E FESTIVAL GOSPEL NO PRÓXIMO DIA 11 DE AGOSTO

Jaguariúna sedia Marcha para Jesus e Festival Gospel no próximo dia 11 de agostoCom o tema “Unidos por um Propósito: Cristo”, a Marcha para Jesus e o Festival Gospel 2018 acontecem no sábado, 11 de agosto, em Jaguariúna, a partir das 13h30.
A concentração da Marcha será no Centro Cultural e segue ao Parque Santa Maria. Os eventos contam com vários shows, entre eles de bandas locais e também do universo evangélico: Rodrigo Luzap, Adoração Country, Cainã Santos, Titto, Banda Amej e Ebert Bispo. A noite haverá o encerramento com uma grande apresentação do cantor gospel, Marcelo Aguiar, a partir das 20 horas. O evento ainda terá praça de alimentação e espaço com brinquedos para as crianças.
O evento religioso já é tradicional na cidade e a entrada é de graça. A Prefeitura de Jaguariúna apoia a realização por meio da Secretaria de Turismo e Cultura.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

CANTORES EVANGÉLICOS CANTARÃO EM EVENTO COM ESPOSA DO REVERENDO MOON

Acabei de receber a noticia que em agosto, cantores evangélicos participarão de um evento ecumênico no  Allianz Parque em São Paulo. 

O evento que tem por nome  "Festival Família" terá no pronunciamento principal a Dra. Hak Ja Han Moon, (esposa do falecido reverendo Moon) que falará sobre a paz e a família. 

A doutora Moon  é a fundadora da Associação das Mulheres para a Paz Mundial e está vindo ao Brasil especialmente para este evento.

Segundo a divulgação oficial do congresso haverá também uma cerimônia para a paz com a participação de líderes religiosos. Os organizadores também afirmam que o evento tem um caráter assistencial, que contará com shows musicais, demonstração de artes marciais, coral mil vozes e premiações às melhores redações sobre “Família e Paz”, que foram realizadas a partir de palestras ministradas em mais de cem escolas em São Paulo, a premiação será feita junto com o município e Estado de São Paulo. Desta forma, dizem que durante o evento estarão celebrando a paz e os valores familiares. O ingresso é 1 kg de alimento não perecível, que segundo os organizadores, serão doados a entidades beneficentes.

Para quem desconhece quem foi o  Rev. Moon, ele nasceu na Coréia do Norte, em 1920. Esse senhor afirma ter tido uma visão de Jesus em 1936 na manhã de Páscoa. Nesta visão, segundo ele, Jesus lhe disse que ele deveria "restaurar o reino perfeito de Deus " ou seja, que ele, Moon seria o que "completaria a salvação dos homens, sendo a segunda vinda de Cristo". De acordo com sua "revelação", Moon entendeu ser ele o "terceiro Adão" e o "novo Messias", proclamado por Deus como "mais sábio que Salomão e mais caridoso que Jesus". Como o verdadeiro pai da nova humanidade e o Senhor do Segundo Advento. (Para conhecer mais da seita fundada pelo reverendo Moon clique aqui)

Diante do exposto pergunto: O que cantores evangélicos, que professam sua fé em Cristo como único e suficiente Salvador estarão fazendo num evento desse tipo?

RESPONDAM POR FAVOR .



terça-feira, 24 de julho de 2018

A missionária sueca perseguida no Brasil, internada em hospício e 'esquecida' pela História


Imagem do livro 'Halleluja, Brasilien!'/Cortesia Kajsa Norell
Direito de imagem'HALLELUJA, BRASILIEN!'/CORTESIA KAJSA NORELL
Image captionCem anos atrás, Frida desembarcou em Belém do Pará, onde ajudou a construir a Assembleia de Deus, hoje a maior religião pentecostal do país
Frida Maria Strandberg Vingren morreu aos 49 anos, no dia 30 de setembro de 1940, na Suécia, nos braços da filha. Abatida, ela pesava 23 quilos.
No decorrer dos cinco anos anteriores, entre idas e vindas em um hospital psiquiátrico de Estocolmo, a missionária sueca perdera quase 40 quilos. Ela fora internada pela primeira vez no dia 12 de janeiro de 1935, levada da estação central da cidade, quando tentava tomar um trem que a levaria para Portugal - de onde, acredita-se, pegaria um navio de volta para o Brasil.
Casada com o sueco que fundou, em Belém do Pará, a Assembleia de Deus, Frida se tornou uma das mais importantes lideranças da igreja no decorrer dos 15 anos em que esteve no Brasil. Ajudou a construir o ministério no Rio de Janeiro, comandava um jornal e pregava em praça pública.
Suas atribuições – muitas até então reservadas apenas aos homens –, entretanto, desagradaram pastores brasileiros e suecos, fizeram com que ela fosse perseguida e pressionada a voltar a seu país de origem, onde teve um fim trágico.
história da missionária passou décadas esquecida e, nos últimos anos, vem sendo resgatada tanto na Suécia quanto no Brasil. Foi tema de livro, de tese de doutorado e voltou a alimentar o debate – atual e ainda polêmico – sobre o papel da mulher na Assembleia de Deus, a maior religião pentecostal do país, com 12 milhões de fiéis.

Belém do Pará, onde tudo começou

Frida embarcou para Belém em 1917, aos 26 anos, enviada pela Igreja Filadélfia, uma denominação pentecostal baseada em Estocolmo.
Veio para juntar-se a Gunnar Vingren, que, sete anos antes, havia fundado a Assembleia de Deus no Brasil. Eles haviam se conhecido naquele mesmo ano, quando o missionário estava na Suécia para arrecadar fundos e visitar a família.
"Ele conta a ela sobre a missão e ela se apaixona pela ideia do Brasil", diz Valéria Vilhena, pesquisadora da Universidade Metodista, que baseou o doutorado na vida da missionária e que lança neste ano um livro sobre sua história.
Frida, Gunnar e dois filhosDireito de imagemACERVO CPAD-CEMP
Image captionGunnar chegou ao Brasil sete anos antes de Frida, em 1910; o casal teve seis filhos
Três meses depois de desembarcar no Norte do país, ela se casa com Gunnar, em uma cerimônia realizada pelo pastor sueco Samuel Nyström, que, ironicamente, se tornaria um de seus maiores antagonistas.
No início, Frida restringe seu trabalho aos serviços sociais da igreja, tradicionalmente entregues às mulheres. Cuidar dos filhos, zelar pelos órfãos, visitar os idosos e os doentes.
A jovem ia com frequência aos centros afastados que isolavam pacientes com hanseníase do restante da população – os chamados leprosários, que surgiram no Brasil naquela época –, diz Kajsa Norell, jornalista sueca autora de Halleljua Brasilien!, lançado em 2011, que conta a história do surgimento da Assembleia de Deus no Brasil.
O marido, missionário "por vocação", na definição de Vilhena, estava constantemente viajando, buscando expandir o trabalho da igreja. A saúde frágil fazia com que ele quase sempre voltasse para casa doente. As particularidades da região que escolheu para pregar não ajudavam: pegou malária diversas vezes.
"Ele ficava muito tempo de cama", diz o sociólogo Gedeon Freire de Alencar, autor de Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus, 1911-2011 e um dos primeiros a redescobrir a história de Frida, no início dos anos 2000.
Com o tempo, a missionária assume cada vez mais as atribuições de Gunnar em Belém. Talentosa, ela começa a traduzir os hinos da igreja sueca para o português. Canta, toca e começa a pregar.
"Ela transforma os boletins entediantes dos missionários (publicados nos jornais da igreja sueca) em histórias incríveis. Um dos textos conta sobre a prisão que ela visitava toda semana em Belém, que mantinha 200 garotos entre cinco e 20 anos de idade, alguns que estavam ali simplesmente por não terem pai", conta Norell, que passou meses entre os arquivos da Igreja Filadélfia, mantidos em um castelo nas redondezas de Estocolmo.
Frida com presosDireito de imagemACERVO CPAD-CEMP
Image captionFrida na escola dominical em que lecionava, em uma prisão no Rio de Janeiro
Frida passa então a bater de frente com o pastor Samuel Nyström – à frente do jornal da Assembleia de Deus, batizado de Boa Semente –, que era radicalmente contra que as mulheres pudessem pregar.
Em sua correspondência com a liderança da igreja na Suécia, Nyström passa a reclamar da missionária em toda oportunidade que lhe aparece. "Nas cartas que escrevia a Lewi Pethrus (uma das maiores figuras do pentecostalismo sueco) o tom é de fofoca mesmo: 'Hoje ela fez isso e isso, ontem foi isso e isso'", afirma Norell.
Em 1924, com quatro filhos, o casal Frida e Gunnar decide então se mudar para o Rio de Janeiro para fundar um novo ministério. "Eles decidem sair de Belém porque a tensão já era insustentável", ressalta Vilhena.

O ministério feminino no Rio de Janeiro

Na capital carioca, Frida expande seu trabalho. Torna-se a primeira mulher da religião a dirigir uma escola bíblica dominical, fundada em uma prisão, e inicia o jornal Som Alegre, através do qual passa a defender o ministério feminino.
FridaDireito de imagemACERVO CPAD-CEMP
Image captionNo Rio, Frida dá início ao jornal Som Alegre, em contraposição ao Boa Semente, editado pelo pastor Samuel Nyström em Belém
Seus textos citam com frequência trechos da Bíblia que, em sua visão, deixavam claro que as mulheres poderiam pregar, ensinar ou doutrinar.
O comportamento desagrada também pastores brasileiros, incluindo Paulo Leivas Macalão, gaúcho, de família abastada e com tradição militar, que estava à frente da Assembleia de Deus Madureira, hoje uma das maiores do país.
"Parte dos pastores da igreja no Rio de Janeiro já não queria se submeter a sueco pobre e semiletrado. A mulher, muito pior", acrescenta Alencar.
Ele lembra que, no início do século 20, a Suécia era um país pobre, onde a igreja luterana era a religião oficial. Perseguidos, os pentecostais migraram especialmente para os Estados Unidos. Os que vieram para o Brasil escolheram Belém porque, na época, graças à riqueza gerada pela borracha, era uma das cidades mais ricas do país.

A convenção de 1930 e o 'enquadramento'

As tensões culminam na convocação da primeira grande convenção da Assembleia de Deus, realizada no dia 12 de julho de 1930, em Natal (RN).
"O motivo da convocação foi Frida", destaca Isael Araújo, pastor da Assembleia de Deus em Niterói e autor da biografia Frida Vingren, lançada em 2014.
No encontro, os pastores definiram as atividades que poderiam ser desempenhadas pelas mulheres na igreja. Elas não chegaram a ser expressamente proibidas, por exemplo, de pregar - mas a atribuição não estava na lista do que as religiosas "tão somente" poderiam fazer.
"Foi um enquadramento", acrescenta Araújo, que foi chefe do Centro de Estudos do Movimento Pentecostal (CEMP) da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD). Em todo o processo, Gunnar ficou ao lado da esposa e defendeu o ministério feminino, mas foi voto vencido.
Nos meses que se seguiram, a situação ficou pior. Frida usou seu espaço no jornal da Assembleia para desafiar as decisões tomadas na convenção e para pedir que as mulheres não recuassem. "Um dos textos dessa época tinha como título 'Deus nos convoca para a guerra'. Era uma demonstração direta de insubordinação", diz Alencar.
Frida Strandberg VingrenDireito de imagemACERVO CPAD-CEMP
Image captionPressionada, Frida deixa o Brasil em 1932
O clima de conflito fica claro nas cartas trocadas entre os missionários e em outros documentos da época: "Eles (os missionários brasileiros) precisam de homens. De preferência, com as mesmas qualidades de liderança como a de Frida e Adina (Nelson, esposa de Otto Nelson), mas do sexo masculino", escreve o pastor A.P. Franklin no jornal da igreja na Suécia, chamado The Harald.
A situação escalou depois de um suposto caso de adultério de Frida com um brasileiro. Apesar de não haver uma confirmação documental do romance que a missionária teve com o rapaz, bem mais novo que ela, os indícios levam a crer que isso de fato aconteceu.
"Eu realmente acredito que seja verdade", diz Norell, que entrevistou um dos filhos de Frida e algumas de suas netas enquanto escrevia o livro e que identificou o assunto em cartas enviadas à Suécia "por pessoas que não eram hostis a ela".

O pastor que era 'uma mistura de Edir Macedo com Silas Malafaia'

A situação fica insuportável no Brasil e, em de 1932, o casal, que na época tinha seis filhos, decide retornar à Suécia. Antes de partir, contudo, eles perdem a filha mais nova – e Gunnar morre pouco tempo depois de chegar à Europa.
Frida quer retomar a vida de missionária, mas a liderança da igreja no Brasil não aprova seu retorno. Na Suécia, suas aspirações também são tolhidas por Lewi Pethrus, um dos maiores líderes da igreja pentecostal no país.
Frida e Gunnar (esq.) foram casados pelo pastor Samuel Nyström (dir.), que viveu no Brasil com a esposa, Lina (também na foto)Direito de imagem'HALLELUJA, BRASILIEN!'/CORTESIA KAJSA NORELL
Image captionFrida e Gunnar (esq.) foram casados pelo pastor Samuel Nyström (dir.), que viveu no Brasil com a esposa, Lina (também na foto)
Inimigo poderoso, ele era "mistura de Edir Macedo com Silas Malafaia", define o pastor Araujo. A comparação com o fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, denominação neopentecostal, e com o pastor do ministério Vitória em Cristo, ligado à Assembleia de Deus, dá conta do espírito "empreendedor" de Pethrus e de sua postura muitas vezes polêmica.
Em 1964, Pethrus fundaria o partido democrata-cristão sueco – o Kristdemokraterna (KD) –, de centro-direita.
Diante dos reiterados pedidos de Frida, o líder afirma que seu trabalho no Brasil havia prejudicado a missão e dá-lhe um não definitivo.
Ela levanta então recursos por conta própria e decide ir para Portugal.

O hospício e o esquecimento

Detida na estação de trem de Estocolmo, ela já sai com uma camisa de força em direção ao hospital psiquiátrico.
A igreja lhe tira a guarda dos filhos e doa todos os seus pertences.
Para Kajsa Norell, é difícil dizer se, naquele momento, Frida realmente tinha algum tipo de doença psiquiátrica. "Ela estava esgotada, física e mentalmente, já tinha tido malária no Brasil e, provavelmente, sofria de alguma doença na tireoide".
Em nenhum dos prontuários médicos, contudo, há o diagnóstico de que ela sofria de algum distúrbio mental.
Durante sua pesquisa, a autora percebeu "alguma coisa estranha" nos olhos de Frida. Quanto mais recente a fotografia, mais saltados eles pareciam. A partir dos registros médicos da missionária, especialistas concluíram que ela tinha possivelmente hipertireoidismo – doença que provavelmente a matou.
Frida Strandberg VingrenDireito de imagemACERVO CPAD-CEMP
Image captionFrida morreu aos 49 anos
Para o pastor Araújo, o conflito direto com as maiores lideranças da igreja está entre as razões para o 'esquecimento' de Frida. Ele nega que a biografia, publicada pela editora da Assembleia de Deus, seja uma ação de reparação à missionária.
"Gunnar Vingren, o pioneiro da igreja, já tinha uma biografia. A esposa, ainda não. Não quis fazer uma biografia crítica, porque não sou sociólogo", justifica.
Ele diz ter se deparado com a história quando trabalhava no Dicionário do Movimento Pentecostal, em 2007, e viajou à Suécia em 2008. Os diários de Gunnar e parte do acervo que estava com a família, incluindo fotos, hoje se encontram no Brasil.
Na Suécia, a Igreja Filadélfia foi confrontada com a trajetória de Frida quando o livro de Kajsa Norell foi lançado.
"Aquilo era uma novidade completa para nós", diz Gunnar Swahn, que foi secretário de missões da Igreja Filadélfia até recentemente, quando se aposentou. "Foi horrível o que fizeram com ela. Muita gente ficou chocada com a forma como ela foi tratada pelas antigas lideranças".
O livro, ele acrescenta, se soma a outras obras publicadas nos últimos anos na Suécia que revelam traços e atitudes polêmicas de Lewi Pethrus, em relação ao qual a igreja tem hoje uma postura crítica. "Digamos que ele não é idolatrado pelos fiéis, apesar de ainda ser uma figura importante".
Questionado sobre as mulheres, se elas hoje podem ser pastoras, ele se apressa: "Ah, sim! Nós gostamos de pensar que somos uma igreja progressista."
Igreja Filadélfia, em EstocolmoDireito de imagemSIMEON HAGSTRÖM/CORTESIA
Image captionA Igreja Filadélfia, que mandou Frida para o Brasil, tem hoje visão bastante crítica em relação a Lewi Pethrus, um dos maiores líderes da denominação e poderoso inimigo da missionária
A BBC News Brasil não teve retorno da Assembleia de Deus Belém sobre o pedido de entrevista e não conseguiu contato com a Assembleia de Deus Madureira, no Rio de Janeiro.

A Assembleia de Deus e as mulheres

As mulheres têm ganhado cada vez mais espaço dentro das Assembleias de Deus no Brasil, diz Alencar. Essa tendência, contudo, é bastante assimétrica nas diferentes regiões do país, justamente pelas características da religião.
Ao contrário da Igreja Católica, bastante hierarquizada, sua estrutura é congregacional. "É como se fosse uma democracia direta", compara o sociólogo. Cada congregação define suas liturgias, "tem lugar que aceita mulher, tem lugar que não aceita".
Em 2005, ele exemplifica, o pastor Manoel Ferreira – filiado ao PSC e presidente da Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil - Ministério de Madureira (Conamad) –, ao consagrar Jairo Manhães como pastor, acabou consagrando, sem aviso prévio, sua esposa, Cassiane - "cantora gospel de sucesso e milionária".
Depois disso, afirma Alencar, todas as esposas de pastores do ministério de Madureira também foram ordenadas como pastoras. "Já a minha igreja, a Betesda, consagra pastoras desde 1994", ele acrescenta.

https://www.bbc.com/portuguese/geral-44731827

O BODE E O JEGUE E A POMBA .

É engraçado quando em meio as ministrações usamos figuras de aminais para ilustrações . Nos deparamos com as vidas sentadas na cade...