quarta-feira, 30 de setembro de 2015

A SERPENTE DE BRONZE E AS PRIMEIRAS BATALHAS


Tendo terminado de vagar pelo deserto, o povo de Israel seguiu um caminho tortuoso em direção ao oriente da terra de Canaã, rodeando pelo sul do mar Morto, e evitando passar pelas terras de Edom. Seu caminho os levava por regiões desertas, e também por território ocupado por cananeus.

O primeiro dos cananeus foi o rei de Arade, que habitava no Neguebe, a sudoeste do Mar Morto. Ele os atacou e levou alguns cativos. Israel clamou ao SENHOR e prometeu destruir totalmente as suas cidades se o SENHOR lhes desse vitória. O SENHOR os ouviu e entregou em suas mãos os cananeus, que eles então destruiram completamente, como haviam prometido. O SENHOR já havia anteriormente prometido destruir estes povos (Êxodo 23:23).
Continuando a viagem, eles passaram do outro lado do monte Hor, no caminho do mar Vermelho (o golfo de Acaba). É um caminho deserto e pedregoso, trazendo novamente o desânimo para o povo. Pela sétima e última vez, eles reclamaram contra Deus e contra Moisés, por terem sido tirados do Egito e trazidos para o deserto onde não havia pão nem água, reclamando ainda do maná, que chamaram de pão vil.
No Salmo 78 encontramos as causas das reclamações do povo:
  1. Obstinação,
  2. Rebeldia,
  3. Inconstância de coração e
  4. Infidelidade de espírito (versículo 8).
  5. Não guardaram a aliança de Deus e
  6. Não quiseram andar na sua lei (versículo 10).
  7. Esqueceram-se das obras e das maravilhas que o SENHOR lhes mostrara (versículo 11).
Nossas reclamações frequentemente têm as mesmas causas. Se pudermos corrigir estas ações e atitudes irrefletidas, deixaremos também de nos queixar quando achamos que as coisas não vão bem.
O SENHOR fez uso de serpentes abrasadoras (venenosas) para punir o povo pela sua incredulidade e rebeldia. O deserto naquelas regiões tem uma variedade de serpentes, algumas das quais se escondem na areia e atacam sem aviso prévio. A mordida traz grande sofrimento e pode levar a uma morte lenta. As serpentes que o SENHOR mandou sobre o povo de Israel eram mortais, pois morreram muitos dentre eles.
"Havemos pecado" disse o povo a Moisés ao pedir que ele intercedesse por eles para que fossem tiradas as serpentes. Todos nós só podemos começar uma nova vida com Deus depois que reconhecemos que pecamos. Cristo morreu pelos pecadores. Quem não vier a Ele na categoria de pecador, não pode ser salvo por Ele. O povo não prometeu nada, apenas reconheceu o seu pecado, e confiou na misericórdia de Deus. Também somos salvos apenas por reconhecermos o nosso pecado e confiarmos na graça de Deus revelada em Cristo - Deus não requer uma promessa de nossa parte.
A resposta do SENHOR foi mandar que Moisés levantasse uma serpenteabrasadora feita de bronze numa estaca à vista de todos: quem fosse mordido e olhasse para a serpente, seria curado. Quem, porém, em sua incredulidade não olhasse para a serpente e confiasse em outros remédios, morreria. Era, portanto, necessário que o que fosse mordido tivesse fé suficiente apenas para olhar para a serpente.
O Senhor Jesus nos explicou que, da mesma forma, quem crê nEle não perecerá, mas terá a vida eterna (João 3:14-16). É suficiente que o pecador convicto olhe para Cristo (Hebreus 12:2), pela fé, para ser salvo da perdição, não há outra condição. Mas, quem procurar se salvar por outros meios, nunca o conseguirá.
A serpente de bronze é um símbolo do pecado julgado e condenado. Bronze nos fala do julgamento de Deus, como no altar de bronze (Êxodo 27:2) e do julgamento de si próprio, como na bacia de bronze. A serpente de bronze é uma figura de Cristo feito pecado por nós (João 3:14, 15; 2 Coríntios 5:21), levando nossa condenação. Historicamente, o momento foi quando Cristo bradou "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mateus 27:46).
Podemos fazer as seguintes comparações:
  1. Serpentes que mordíam. O pecado nos ataca.
  2. A mordida doía pouco no início mas a dor crescia até um grande sofrimento final. Inicialmente pouco sentimos, mas vai nos trazer grande sofrimento no fim.
  3. O resultado era a morte. Morremos espiritualmente.
  4. Uma serpente de bronze foi levantada no deserto. Jesus Cristo foi levantado em uma cruz no Calvário.
  5. Só olhar para a serpente de bronze restabelecia a vida. Só olhar para Cristo nos dá a vida eterna.
Terminado este episódio de castigo e salvação, o povo prosseguiu pelo caminho determinado pelo SENHOR, parando para acampar em Obote, Ijé-Abarim, vale de Zerede, na outra margem do Arnom, e em Beer, o nome de um poço com água abundante para o povo.
Enquanto no deserto eles estiveram se queixando e lastimando, agora eles cantaram um cântico de alegria por causa do poço. Notemos o progresso:
  1. a expiação (versículos 8, 9; João 3:14, 15)
  2. a água, símbolo do Espírito Santo (versículo16; João 7:37-39)
  3. a alegria (versículos 17, 18; Romanos 14:17)
  4. o poder (versículos 21:21-24, Atos 4:33).
Saindo de Beer, continuaram indo primeiro para Mataná, depois Naaliel e Bamote, chegando até um vale no campo de Moabe, de onde mandaram mensageiros a Seom, rei dos amorreus, pedindo licença para passar pelo seu território.
O rei Seom, ao invés de usar de diplomacia, não só recusou passagem, mas reuniu todo o seu povo e foi ao encontro de Israel para combater contra ele. O SENHOR deu vitória absoluta ao povo de Israel, que tomou então posse da terra e das cidades dos amorreus, que estes haviam antes conquistado dos moabitas.
Este território tinha como fronteiras, ao sul o rio Arnom, que deságua aproximadamente no centro do mar Morto, ao norte o rio Jaboque, afluente do rio Jordão que fica aproximadamente entre o mar de Quinerete (Galiléia) e o mar Morto, ao oeste o rio Jordão e ao leste a fronteira fortificada de Amom.
Assim eles conquistaram seu primeiro território, mais tarde ocupado pelas tribos de Rúben e Gade. Os versículos 27 a 30 consistem em um poema daquele tempo celebrando a vitória. Camos era o deus nacional dos moabitas, que não lhes valeu quando os amorreus haviam invadido o seu território, agora tomado pelos israelitas.
Havia restado um grupo de amorreus em uma localidade chamada Jazer, dentro daquela área. Depois de um reconhecimento que Moisés mandou fazer, os israelitas expulsaram os amorreus e tomaram as suas aldeias.
O povo tomou novamente o rumo do norte, e foram enfrentados por Ogue, o rei de Basã, cujo território ficava do outro lado do rio Jaboque. Mesmo antes da batalha o SENHOR já havia dito a Moisés que havia entregue todo o povo e território de Basã em suas mãos. E assim sucedeu: todo o povo que ali habitava foi destruido, e Israel com isso adquiriu toda a região a leste do mar da Galiléia e do rio Jordão, até o monte Hermom (Deuteronômio 3:8). Mais tarde o território de Basã foi herdado pela tribo de Manassés.
Deus nos dá vitória sobre os nossos inimigos espirituais também: a carne, o mundo, e o diabo! Primeiro, porém, precisamos confiar em Cristo e depois tomar a nossa armadura para combater (Efésios 6:13-18).

A ALIANÇA COM ABRÃO

No  capítulo 15 temos o que é chamada a aliança abrâmica originada por Deus, entre Ele e Abrão.

No capítulo anterior Abrão estava entre reis; agora, pela quarta vez, ele está na presença do próprio Deus. A honra de estar entre reis pertence aos importantes deste mundo, mas a de estar na presença de Deus pertence aos santos.
A aliança consiste em uma série de promessas da parte de Deus, sem qualquer obrigação, em contrapartida, de Abrão: Deus conhecia o coração de Abrão e a sua fé era suficiente para que fosse abençoado dessa maneira.
Possivelmente Abrão estivesse temeroso de uma vingança por parte dos poderosos reis do norte, de quem ele havia tirado os prisioneiros e os bens. Mesmo os grandes servos de Deus têm seus momentos de temor (2 Coríntios 7:5).
O SENHOR começa afirmando ser seu escudo, e declarando que o galardão de Abrão será muito grande: ao resgatar Ló, Abrão agiu de maneira altruísta e Deus decerto se agradou da forma em que ele se comportou diante dos reis de Salém e de Sodoma. O galardão daqueles que amam ao SENHOR é superior a qualquer coisa que podemos experimentar neste mundo (1 Coríntios 2:9).
A resposta de Abrão demonstra sua perplexidade: ele já era rico - não carecia de bens materiais - e que recompensa poderia Deus dar-lhe quando lhe faltava um filho para herdar o que tinha e lhe dar uma descendência? De acordo com as leis da época (achadas em descobertas arqueológicas) era costumeiro casais ricos e sem filhos adotarem um servo e torná-lo seu herdeiro: seria este o plano de Deus? As palavras que usou, SENHOR Deus, revelam sua inteira submissão à soberania de Deus.
Deus então esclarece que Abrão terá um herdeiro gerado do seu próprio corpo, e para ilustrar a quantidade de sua descendência, Ele o leva para fora e mostra as estrelas do céu, que não se podem contar (ainda hoje os astrônomos não podem contá-las, pois o universo parece ser infinito). No capítulo 13:16, Deus lhe houvera dito que sua descendência seria como o pó da terra (descendência física?), mas agora como as estrelas do céu (descendência espiritual? Gálatas 3:7).
Abrão não opôs dúvidas ao que Deus lhe disse, embora já tivesse cem anos de idade: ele creu firmemente em Sua palavra e isso lhe foi imputado por justiça (Romanos 4:18-22), isto é, por causa da sua fé que Deus cumpriria sua promessa, Deus o aceitou e, como os demais santos do Velho Testamento (Hebreus 11), Deus o declarou justo em antecipação à obra redentora de Cristo, seu descendente que viria ao mundo quase dois milênios mais tarde. Semelhantemente todos os que põem sua fé em Cristo são declarados justos por Deus e herdeiros das bênçãos de Abrão (Gálatas 3:6-29).
A seguir, Deus lembra a Abrão que foi Ele quem o havia tirado de Ur dos caldeus (o nome Eu Sou é também um nome de Deus, indicando sua eternidade (Êxodo 3:14)) e o motivo: para dar-lhe a terra onde se encontrava, por herança.
Abrão então pediu alguma prova desta promessa. Em vista da fé que ele havia demonstrado antes, não cremos que ele agora duvidasse da promessa de Deus. No entanto ele queria um sinal concreto, talvez para que mais tarde ele não começasse a ter dúvidas sobre a realidade do que estava ouvindo esta noite (era um sonho, ou visão)?
Deus então lhe dá o sinal que pediu, de uma maneira que parece extraordinária para nós:
Abrão deveria tomar cinco animais (das espécies que seriam mais tarde usadas nos sacrifícios). Isto ele fez, e partiu pelo meio a novilha, a cabra e o cordeiro, todos de três anos, alinhando as carcassas; a rola e o pombinho ele não partiu. Segundo consta, era costume na antigüidade, para ratificar uma aliança, partir um animal pelo meio, colocando as duas partes lado a lado, para que os participantes caminhassem pelo meio (Jeremias 34:18-20). Ao que parece, Abrão procedeu segundo esse costume.
Nada aconteceu durante o dia todo, e Abrão pacientemente espantava os animais de rapina que procuravam servir-se da carne dos animais.
Ao anoitecer, cansado, caiu num sono profundo, e foi acometido de grande pavor e escuridão (destacando a severidade da revelação que ele estava para receber); Deus então novamente apareceu e lhe preveniu que seus descendentes iriam para outra terra e seriam escravos por quatrocentos anos, ou quatro gerações de cem anos do tempo de Abrão (o que mais tarde aconteceu no Egito). Mas não iriam ficar ali para sempre: eles iriam voltar para a terra da sua herança com grandes riquezas, e os seus algozes seriam castigados.
Deus tranqüiliza Abrão quanto a ele próprio: ele iria morrer de morte natural, em ditosa velhice (175 anos).
Deus ainda esclarece que os descendentes de Abrão iriam ser afastados de Canaã porque ainda não se havia completado a iniqüidade dos cananitas: eles seriam eliminados no auge da sua perversidade.
Quando era noite, estava muito escuro; foi então que Deus ratificou a aliança, formalmente, na forma de um fogareiro fumegante e uma tocha de fogo (Êxodo 13:21) que passou entre os pedaços de animais, assim dando a Abrão a prova que ele havia pedido. Ambos são também figuras de Cristo: o fogareiro indica julgamento, e a tocha, luz para o mundo. Ao passar sozinho entre as carcassas, Deus jurou fidelidade às Suas promessas e tomou somente sobre si a responsabilidade pelo seu cumprimento, novamente confirmando que tinham sido dadas unilateral e incondicionalmente.
O povo de Israel eventualmente tomou conta de toda a terra da promessa, ao fim do reino de Davi e durante o reinado de Salomão (2 Crônicas 9:26), mas acabou perdendo-a três vezes por causa da sua infidelidade a Deus (Gênesis 15:13, 14, 16; Deuteronômio 28:62-65; 30:1-3; Jeremias 25:11, 12). Mas, um dia, o remanescente do povo, após a grande tribulação, voltará para tomar a sua herança para sempre, cumprindo assim a aliança abrâmica. (Deuteronômio 30:3; Jeremias 23:5-8; Ezequiel 37:21-25; 47:13-20; Lucas 1:30-33; Atos 15:14-17).
Em resumo, a aliança abrâmica (Gênesis 12:1-4; 13:14-17; 15:1-7; 17:1-8) compreende o seguinte:
1) "Farei de ti uma grande nação" em três formas:
  • Descendência natural "como o pó da terra".
  • Posteridade espiritual "como as estrelas" .
  • Mediante Isaque.
2) "Eu te abençoarei" em duas formas:
  • Secularmente (Gênesis 13:14, 15, 17; 15:18; 24:34, 35).
  • Espiritualmente (Gênesis 15:6; João 8:56 ).
3) "Engrandecerei teu nome": Abraão é um nome "universal".
4) "E tu serás uma bênção" (Gálatas 3:13, 14).
5) "Abençoarei os que te abençoarem", e
6) "Amaldiçoarei os que te amaldiçoarem". Estas duas promessas foram fielmente cumpridas, na história da dispersão, com relação aos povos que acolheram ou perseguiram os judeus. Serão também cumpridas no julgamento das nações antes do milênio: Deuteronômio 30:7; Isaías 14:1; Joel 3:1-8; Miquéias 5:7-9; Ageu 2:22; Zacarias 14:1-3; Mateus 25:40, 45.
7) "Em ti serão abençoadas todas as famílias da terra". Esta é a grande promessa do Evangelho, cumprida na semente de Abraão, Cristo (Gálatas 3:16; João 8:56-58). Ela define mais claramente a promessa da aliança adâmica relativa à semente da mulher (Gênesis 3:15).

AS ÚLTIMAS PALAVRAS DE JACÓ AOS SEUS FILHOS


Depois de entrevistar José e seus filhos, Jacó chamou seus outros filhos à sua presença para abençoar e transmitir sua última mensagem a cada um, começando pelo mais velho e, seguindo a ordem da idade, terminando com o mais novo.

Estas mensagens eram muito importantes, por serem proféticas, cumprindo-se séculos mais tarde nas tribos que descenderam de cada um: o que era profético naquela ocasião é em grande parte história agora.
Não somente as profecias concernentes ao povo de Israel, mas também as concernentes a cada tribo, têm sido cumpridas fielmente. A expressão traduzida "nos dias vindouros" é usada na Bíblia para significar o período da ocupação de Canaã pelos israelitas e o tempo da vinda do Messias, que inclui a tribulação (Deuteronômio 4:30, Ezequiel 38:16), o milênio e o Seu reino eterno. Em alguns casos também se refere ao período da igreja em sua inteireza (Hebreus 1:2) ou em sua conclusão (2 Timóteo 3:1, Tiago 5:3).
Novamente vemos a prova da fé de Jacó: embora a terra da promessa fosse habitada pelos cananeus e sua família estivesse bem acomodada no Egito, Jacó não duvida em prever a volta da sua descendência para a terra que Deus havia prometido ao seu avô Abraão, ao seu pai Isaque, e a ele próprio. A distribuição, séculos mais tarde, dessa terra entre as tribos de Israel, mediante sorteio, é descrita em Josué capítulos 14 a 19.
Rubem não foi privilegiado por ser o primogênito: Jacó não se esqueceu de como ele o traiu com Bila (capítulo 35:22), e em conseqüência seus direitos à primogenitura passaram a José (1 Crônicas 5:1-2). "Impetuoso como a água"tem o sentido de fervilhar, figura de instabilidade. Nenhum profeta, herói ou juiz procedeu dessa tribo.
Simeão e Levi são mencionados juntos, chamados irmãos não tanto por serem filhos da mesma mãe, mas principalmente por terem sido parceiros em violência e ódio ao massacrarem os siquemitas (capítulo 34:25), e em crueldade ao jarretarem touros, ou seja, cortaram os tendões das suas pernas (outra tradução diz "e em sua obstinação desarraigaram príncipes", decerto referindo-se ao príncipe Siquém). Jacó evidentemente não aprovou a selvageria destes seus filhos. Em conseqüência eles são malditos: a tribo de Simeão recebeu sua herança dentro da herança de Judá (Josué 19:1; 1 Crônicas 4:39-43), enquanto a tribo de Levi não recebeu herança própria, somente cidades espalhadas pela terra (Josué 21:1-3). Os levitas se opuseram à idolatria do bezerro de ouro (Êxodo 32:26) e foram designados para o serviço sacerdotal do povo de Israel.
Judá, aquele que vendeu José como escravo e que havia procurado defraudar sua nora da sua herança, talvez tenha modificado seu caráter para melhor (capítulo 44:33-34), e agora recebeu a melhor das bênçãos: dele procederia a linhagem real de Israel "até que venha Siló": por Siló geralmente se entende o Messias, pois a palavra significa "aquele que traz a paz" (também descanso etranqüilidade). 0 símbolo de Judá é o leão, dele descende o rei Davi e sua linhagem até o Senhor Jesus (Apocalipse 5:5), onde parou, pois Ele não deixou filhos. Ele será mundialmente reconhecido em sua segunda vinda, e os versículos 11 e 12 descrevem a prosperidade milenar. Outra tradução, talvez mais correta, para o versículo 12 é: "Seus olhos são mais escuros que o vinho, e seus dentes mais brancos do que o leite", indicando saúde.
Zebulom entre o mar da Galiléia e o mar Mediterrâneo, teria contato com marinheiros mercadores.
Issacar seria forte, e pouco aventureiro, acomodado às terras férteis que iria herdar. Essa tribo se localizou ao norte da terra de Canaã, e eles se encarregavam de grande parte do trabalho servil da nação: eram os "burros de carga"!
 produziu Sansão, que julgou Israel por 20 anos (Juizes 13:2 -16:31). Mas, como serpentes, introduziram a idolatria de maneira oficial em Israel (Juizes 18:30-31) e por liderar na rebelião contra Deus vai precisar da salvação do SENHOR. Ela é omitida da lista de tribos que darão servos para pregarem durante a grande tribulação (Apocalipse 7:5-8).
Gade, quando se estabelecesse junto à fronteira oriental, ao leste do rio Jordão, ficaria na vanguarda e vulnerável aos ataques dos inimigos vindos do oriente, precisando de guerreiros valentes para proteger sua herança (1 Crônicas 5:18, 12:8).
Aser recebeu o valioso litoral ao norte do monte Carmelo. Não forneceu nenhum juiz ou herói para a nação, mas a profetisa Ana era desta tribo (Lucas 2:36).
Naftali será veloz como gazela, e expressiva: sua herança foi um território muito fértil e de lindas paisagens, habitada nos tempos do Senhor Jesus por muitos estrangeiros, por isso chamada Galileia dos Gentios (Mateus 4:15), onde Ele exerceu a maior parte do Seu ministério, fazendo milagres e contando parábolas.
José recebeu a bênção mais eloqüente, começando com uma breve biografia dele. Entre seus descendentes estão Josué (Josué 1:10, 11), Débora (Juizes 4:4), e Samuel (1 Samuel 1:1- 3:19) da tribo de Efraim, e Gideão (Juizes 6:11, 12) e Jefté (Juizes 11: 11), da tribo de Manassés. Infelizmente também Jeroboão, que liderou a revolta dividindo o reino, idólatra, era da tribo de Efraim.
Benjamim, o último filho, é guerreiro: como um lobo faminto, vitorioso na guerra, mas também cruel (Juizes 20). 0 rei Saul (l Samuel 9:1-2) e o apóstolo Paulo (Romanos 11:1) eram ambos benjamitas. A tribo de Benjamim sempre esteve junto à tribo de Judá, e continuou junto quando o reino se dividiu.
Temos evidência aqui que, para Jacó, a morte não era o fim: ele ia se reunir ao seu povo. Embora mortos, ainda existiam. Ele queria que seu corpo fosse enterrado na caverna que Abraão tinha comprado, assegurando assim que estaria naquela terra quando fosse ressuscitado, para viver nela em cumprimento às promessas que Deus havia feito.
Agora ele estava preparado para a morte, tendo vivido uma longa vida, cheia de experiências boas e más, mas confiante no que ele chama de Poderoso de Jacó, Pastor e Pedra de Israel, seu Deus, o Todo-Poderoso (versículos 24 e 25).
Ele recolheu os pés na cama e expirou, sendo reunido ao seu povo.
"Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas, vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra." Hebreus 11: 13.

Congresso Nacional de Mulheres do Evangelho Quadrangular é marcado pelo Jubileu


Nos dias 16 e 17 desse mês, Itajaí (SC) recebeu um dos maiores congressos da Igreja do Evangelho Quadrangular. O 18º Congresso Nacional de Mulheres do Evangelho Quadrangular foi organizado pela pastora Bianca de Oliveira, coordenadora nacional da IEQ, esposa do Pr. Mário de Oliveira e atraiu pessoas de diversas partes do país. Convidado de honra, o apóstolo Joel Engel foi um dos preletores do evento e os céus responderam com chuva.
“Quando chegamos choveu tanto que os voos foram cancelados naquela noite”, contou o profeta Engel, feliz com o sinal que anunciava o quanto aquele congresso seria abençoado.
A primeira missão do apóstolo foi ungir todos os obreiros que estariam em atividade no evento, bem como o local. Houve uma reunião de oração na noite anterior, que acabou se transformando em uma vigília.
Já na quarta feira, quando subiiu ao púlpito e tomou a palavra, o assunto, claro, não poderia ser outro. A ministração do profeta foi baseada no Jubileu e no projeto de vida para a Mulher Quadrangular para este ano. Uma presença doce e marcante do Espírito de Deus invadiu o lugar, mudando toda a atmosfera do ambiente.
Na ocasião, foi lançado o livro “Devocional Ano do Jubileu”. O profeta contou como o Senhor o levou, juntamente com o apóstolo Édino Melo, a produzirem em apenas sete dias um projeto de vida para o ano do jubileu, debaixo dos céus de Israel, na semana do Shemitá e início do ano novo judaico. Um devocional planejado para equipar a Igreja na base, onde cada ministério, grupos pequenos, células ou grupos de discipulado poderão, durante todos os dias do ano, proclamar as bênçãos e os decretos do jubileu. Além de ser utilizado em grupo, esse devocional contém folhas nas quais cada um, individualmente, pode escrever o seu projeto de vida, com as suas metas e alvos, para que, durante seus períodos de oração, esteja procurando conquistar as vitórias que estão proclamadas da parte do Senhor.
Além disso, em toda primeira semana do mês do devocional existe um ensino sobre finanças para preparar a Igreja, pois o jubileu proclama a prosperidade, a vitória do Senhor e a quitação das dívidas. É o ano da libertação, do resgate familiar, da restituição de tudo o que foi roubado pelos gafanhotos.
Depois de falar sobre o devocional, o profeta convidou a pastora Bianca e a presenteou com um Talite especial, explicando que em Cristo, a mulher foi restaurada à sua posição no plano de Deus. Presenteou também o seu esposo, o pr. Mário de Oliveira, falando do legado que esse líder tem deixado para a sua denominação. A pastora Bianca foi ungida pelo profeta, juntamente com sua mãe e avó.
O ato profético envolvendo as três gerações, tornou em realidade todos os decretos do jubileu que falam sobre a bênção que está sobre a descendência, a casa e a família. As coordenadoras de estado também foram honradas e o devocional foi deixado à disposição de quem quiser adquirir e levar para a sua igreja.
“Dia 23 de setembro, ao toque do shofar, será Jubileu em Israel e esse devocional será como um mapa que irá levar todos que lerem, ao nível da águia. Será derramada a unção do Jubileu para termos o melhor ano das nossas vidas”, afirmou o profeta, cheio de expectativas a respeito dos resultados que o projeto de vida irá produzir na transformação de milhares de pessoas.
Ao final do Congresso, Deus fechou com chave de ouro, enviando mais chuva, selando tudo o que aconteceu.
Fonte: Guiame, Andréa Póvoas

Link dos Vídeos: "Joel Engel lança o Projeto Ano do Jubileu no Congresso Nacional de Mulheres da IEQ"  https://youtu.be/3Ijyei99sT4
                          "Congresso Nacional de Mulheres 1"    https://youtu.be/A35toUo9XHQ
                          "Congresso Nacional de Mulheres 2"    https://youtu.be/n165h92x9s4


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Deus abençoe 

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Para libertar Saeed Abedini, presidente Rohani pede que os EUA soltem 19 prisioneiros iranianos


Para libertar Saeed Abedini, presidente Rohani pede que os EUA soltem 19 prisioneiros iranianos
Naghmeh Abedini, esposa do pastor americano preso no Irã, Saeed Abedini, criticou a proposta aparente, feita pelo presidente iraniano, Hassan Rohani para libertar seu marido. Em troca, os Estados Unidos teriam que soltar 19 iranianos detidos nos Estados Unidos. Naghmeh argumentou que o marido não é nenhum tipo de "garantia" para ser tratado como tal.
"Meu marido não é garantia. Ele é um pai e um homem que não desrespeitou nenhuma lei. No entanto, o Irã está tratando-o como uma peça em um jogo de xadrez. O presidente Rouhani que a América deve libertar 19 criminosos em troca de da libertação dos cristãos norte-americanos, como meu marido, preso apenas em razão de sua fé. Isto demonstra que o Irã de hoje não é diferente do Irã que capturou reféns americanos durante a revolução iraniana", disse Naghmeh Abedini.
"O ambiente é propício para que o Irã para demonstre que está pronto para voltar ao mercado global e ao cenário internacional de diplomatas; é hora de mostrar a sua 'boa vontade', mudar sua imagem para a de um membro da sociedade global que vai proteger os direitos fundamentais", acrescentou.
Rouhani, que tem sido pressionado por líderes de todo o mundo a libertar o pastor norte-americano, visitou os Estados Unidos para participar de uma Assembleia Geral da ONU na última segunda-feira e foi questionado sobre o assunto em uma entrevista à CNN no domingo.
Ele sugeriu que a única maneira de Abedini e outros norte-americanos cristãos presos serem libertos é se o governo dos EUA concordar em estender soltar prisioneiros iranianos.
"Se os americanos tomarem as medidas adequadas e definirem que [um número de iranianos nos Estados Unidos que estão presos] estão livres, certamente o ambiente será aberto e as circunstâncias corretas serão criados para fazermos tudo ao nosso alcance e nossa competência para trazer a liberdade para os norte-americanos detidos no Irã também, o mais rápido possível", disse Rouhani.
"Se os americanos tomarem as ações apropriadas com os cidadãos iranianos que estão presos aqui, então a atmosfera e o ambiente certo talvez serão criados para a ação recíproca", acrescentou.
O Centro Americano para Lei e Justiça (ACLJ) - que representa Naghmeh e os dois filhos do casal nos EUA - classificou a proposta como "absurda e insultuosa" e disse que o Irã está tratando Abedini como um "refém para o resgate".
Abedini está há três anos preso no Irã. Na prisão o pastor tem enfrentado espancamentos e ameaças, além de ser privado por diversas vezes dos cuidados médicos necessários.
Tortura
Recentemente, o pastor foi submetido a uma sessão de tortura, na qual oficiais iranianos usaram um 'taser' (aparelho de choque), para força-lo a 'assumir os crimes dos quais tem sido acusado'. O pastor insistiu em afirmar que é inocente.
"Os interrogadores ameaçaram queo Pastor Saeed terá de enfrentar novas acusações criminais. Alegaram que ele tem ligações com grupos rebeldese que teria feito declarações contra o governo iraniano. Pastor Saeed negou todas estas acusações, mais uma vez afirmou que ele não tem partido político no país e que ele nunca ameaçou a segurança do Irã, nunca fez quaisquer declarações contra o país ou tomado qualquer medida contra o governo local", disse o ACLJ, em um relatório na semana passada.
Mobilização
O ACLJ tem representado Naghmeh Abedini em pedir aos líderes mundiais que façam mais para libertar pastor Saeed.
Além disso, uma petição online para clamar pela libertação do pastor Saeed já foi assinada por mais de 265 mil pessoas de diversos países.
Para acessar e assinar também este documento, acesse, clique aqui .

O SEGUNDO PECADO DE DAVI


Por que Deus foi tão severo com o povo de Israel quando foi Davi que pecou ao numerá-lo?

Davi, como bom pastor, é uma figura de Cristo no Velho Testamento. Quando ainda muito jovem ele cuidava do rebanho de ovelhas do seu pai, e aprendera a cultivar as virtudes necessárias para ser um bom pastor. Nisso Deus o preparou para mais tarde ser o rei de Israel, e pastorear aquele Seu rebanho. Foi também o aprendizado pelo qual passaram Moisés e o profeta Amós.
Depois de ser ungido e aclamado rei, Davi expulsou os inimigos que oprimiam o povo, ganhou para eles uma capital, Jerusalém, onde consolidou o culto a Deus no tabernáculo, levou para lá a arca do concerto com grande júbilo e instituiu ordem nas fileiras de sacerdotes e levitas, corais e acompanhamento instrumental. Dotado ele próprio de grande talento poético e musical, ele compôs grande parte dos salmos (literalmente: o arranhar dos instrumentos de cordas), inclusive o célebre Salmo 23 que trata do Senhor como Bom Pastor.
A sua fidelidade ao SENHOR, o Deus de Israel, e ao cumprimento das Suas leis e preceitos foi exemplar, ao ponto de ser o alto padrão mediante o qual foram medidos todos os seus descendentes no trono de Judá. Embora fosse um homem segundo o coração de Deus, ele tropeçou algumas vezes, e dois dos seus pecados, revelados na Bíblia, se salientam pelas conseqüências funestas que lhe trouxeram.
O primeiro (2 Samuel 11) nos escandaliza por causa da imoralidade de Davi e nos espanta pela solução encontrada por ele na morte de Urias. Aos olhos de Deus, porém, a gravidade maior foi a injustiça praticada por Davi. Essa injustiça foi ilustrada pela parábola do profeta Natã (2 Samuel 12:1-4). Davi se enfureceu com o rico da parábola, dizendo que era digno de morte por ter matado a única cordeira de estimação do pobre (notem o objeto - uma ovelha - o que mais tocaria o coração de um pastor). Quando Natã mostrou que Davi havia feito o mesmo que o rico, ao matar Urias e tomar para si a sua mulher, ele percebeu a maldade do que havia feito, confessou o seu pecado e o Senhor o perdoou.
Mas as conseqüências vieram mais tarde com o escândalo promovido pelo seu filho Absalão, e a morte da criança que teve com a mulher de Urias. É um dos exemplos onde vemos que, embora Deus perdoe o pecador arrependido, maus efeitos ainda poderão surgir do seu pecado.
O seu segundo pecado (2 Samuel 24 e 1 Crônicas 21) foi muito mais sério e devastador em suas conseqüências, e é evidenciado ainda mais por ser também mencionado no livro de Crônicas.
Para respondermos à presente pergunta, devemos nos referir a esses dois capítulos. Nos primeiros versículos, encontramos o que parece ser uma discrepância: “A ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel, e ele incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá” - (2 Samuel 24:1). Se Davi estava obedecendo a uma ordem do SENHOR, como poderia estar pecando?
No entanto, lemos em 1 Crônicas 21:1: “Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou Davi a numerar a Israel.” Combinando os dois, descobrimos que “A ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel, “e com a Sua permissão” Satanás se levantou contra Israel e incitou Davi a numerar a Israel” (que incluía Judá naquele tempo). Compreendemos assim que:
  1. A ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel: não nos é dito o motivo, nem quando, mas é certo que o povo de Israel como um todo estava seriamente em falta e precisava de um corretivo.
  2. Para punir Israel, o SENHOR usou Satanás para tentar o seu rei. Satanás não podia tocar em Israel sem ter a permissão de Deus, mas teve a perspicácia de ver que através do seu rei Davi ele poderia subverter o povo. Então Satanás instigou Davi, não sabemos como, para numerar o povo.
Davi foi tentado e Satanás deve ter observado que, naquela altura dos acontecimentos, Davi aparentemente tinha dois pontos fracos: auto-satisfação e falta de confiança em Deus. Houve grande sutileza na tentação, pois o ato de numerar o povo não era pecaminoso, desde que fosse de acordo com a vontade de Deus.
Tudo indica que o recenseamento foi motivado pelo desejo de Davi em conhecer o efetivo do seu exército, para aquilatar o seu poder de combate, esquecendo-se que as vitórias foram obtidas unicamente mediante a graça e o poder de Deus.
Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR” (Jeremias 9:23-24). O SENHOR não Se agradou quando Davi mandou contar o povo, porque Davi não estava se gloriando no SENHOR, mas em sua força. O que o motivou foi então o pecado de descrença. Davi estava confiando em números ao invés de confiar em Deus. O SENHOR havia dado instruções a Moisés sobre o recenseamento do povo: quando fosse feito, cada um dos recenseados tinha que pagar o resgate de meio siclo como oferta ao SENHOR, para que não houvesse praga entre o povo (Êxodo 30:11-15). Não vemos menção disto aqui e é possível que tenha sido esquecido.
Tantas vezes Davi havia consultado o SENHOR sobre importantes medidas que devia tomar e o SENHOR lhe dera a resposta. Desta vez ele não consultou o SENHOR, mesmo quando Joabe procurou demovê-lo, percebendo o motivo pecaminoso de Davi.
Não tendo conseguido dissuadir Davi, Joabe levou avante o recenseamento, mas não o fez por completo porque “a palavra do rei foi abominável a Joabe”, ele só contou os homens hábeis para a guerra e omitiu os das tribos de Levi e Benjamim.
Deus mostrou Seu desagrado ferindo a Israel. Davi então percebeu o alcance do seu pecado, e pediu que Deus tirasse a iniqüidade dele, pois procedera loucamente. Mas já era tarde! Entre os três castigos que o SENHOR lhe propôs, Davi optou por cair ele próprio “nas mãos do SENHOR, pois são grandes as Suas misericórdias”. Porém o SENHOR mandou uma peste a Israel, mas a deteve em Jerusalém, onde Davi ofereceu um holocausto e ofertas pacíficas a mandado do SENHOR.
Concluindo, vemos que tudo surgiu porque Deus Se desagradou com o povo, e o povo foi castigado quando as causas foram descobertas: a auto-satisfação e a falta de confiança para com Deus, demonstradas pelo seu rei. Davi, embora não tivesse sofrido fisicamente, ficou angustiado por causa do sofrimento do povo, por um pecado que ele atribuiu a si próprio: “Não sou eu o que disse que se contasse o povo? E eu mesmo sou o que pequei e fiz muito mal; mas estas ovelhas que fizeram? Ah! SENHOR, meu Deus, seja a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai e não para castigo de teu povo”. Era o bom pastor agoniado sentindo-se responsável pelo sofrimento das suas ovelhas.
Nunca confiemos em estatísticas para verificarmos a “nossa” vitória espiritual, os “nossos” recursos materiais e espirituais, o número das “nossas” igrejas, para então nos regozijarmos em “nossos” esforços. Isto depõe contra nossa dependência no Senhor da seara e nos faz confiar em nossas próprias forças. “Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Salmo 127:1). Como é perigoso fazer do ministério um ídolo, e tornar a obra mais importante do que o Senhor da seara.
Quantas vezes, nas reuniões administrativas de nossas igrejas locais, deixamos de mencionar as bênçãos materiais e espirituais recebidas para nos envolver inteiramente em contar os fundos disponíveis, o número de batismos durante o período e quantos membros a mais foram adquiridos. Se os algarismos nos contentam, achamos que foi uma grande vitória espiritual de nossa parte, enquanto que, ao invés disso, poderia se constituir na pior coisa possível de acontecer: deixar de ser uma igreja espiritual para se tornar num clube carnal.
Davi sabia que estaria bem nas mãos de Deus. Confiemos também nEle quando passamos por provações. “O Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho” (Hebreus 12:6).

FIRMEZA NOS TEMPOS DE LUTAS .


“Receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal?”
Jó 2:10

Jó “era homem íntegro e reto, que temia a Deus e se desviava do mal”. O profeta Ezequiel (contemporâneo de Daniel) colocou Jó com outros dois homens notáveis, Noé e Daniel, para destacar a sua justiça (Ezequiel 14:14 e 20). Tiago usou Jó como exemplo de homem bem-aventurado, gozando da misericórdia e compaixão de Deus porque teve paciência em suportar aflições (Ezequiel 5:11).
Jó foi talvez o homem que sofreu a maior variedade de catástrofes em um único dia do que qualquer outra pessoa que já viveu (Jó capítulo 1). O Senhor declarou que Jó não havia dado qualquer motivo para isso, ou seja, nem Jó nem seus filhos haviam feito algo que merecesse tal punição. Temos aí a confirmação que, embora nossas ações possam trazer boas ou más consequências para nós, o sofrimento não é necessariamente um castigo por algo mau que tenhamos feito. Como no caso de Jó, poderá ser uma prova de caráter.
O Senhor não executou as catástrofes, mas deu permissão e poder a Satanás para desencadeá-las sobre Jó a fim de provar que a sua piedade era genuína e não dependia das bênçãos que recebia de Deus. Jó passou nessa primeira prova de maneira brilhante, enunciando suas célebres palavras: “Nu saí do ventre de minha mãe, e nu partirei. O Senhor deu, e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor” (v. 21).
Satanás não se deu por satisfeito, mas pediu, e recebeu, permissão e poder para mexer na saúde de Jó, até chegar ao limite da sua resistência, sem matá-lo. É a prova final do homem de Deus, para que demonstre que não ama tanto a sua vida neste mundo ao ponto de deixar a sua fé em Deus quando sua vida for ameaçada.
Lembremos as palavras do Senhor Jesus: “Quem ama a sua vida, perdê-la-á; e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna” (João 12:25). Nosso comprometimento com o Senhor Jesus deve ser tal, a ponto de estarmos prontos a viver em pobreza ou enfermidade, ou mesmo a morrer, se com isso lhe pudermos glorificar. Viver para Ele ao invés de vivermos para nós próprios nos garante a vida eterna.
O Senhor sabia a extensão da fidelidade do Seu servo Jó melhor do que Satanás, e por isso permitiu que ele passasse pela prova final. Satanás fazia seu julgamento de Jó baseado em sua experiência da resistência da maioria das pessoas. Todos têm seus pontos fracos, e ao chegar aos extremos a maioria tende a fraquejar. Mas Deus nos prometeu: “Fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar” (1 Coríntios 10:13). Deus nunca permitirá que sejamos tentados além do que podemos suportar e Ele pode nos suster, mesmo se nossa experiência for das mais trágicas. Deus sabe que nossa armadura aguentará.
Muitos cristãos tiveram que provar sua fé no passado, de uma maneira similar a Jó. Sob as mãos de seus perseguidores, dos quais a inquisição por séculos pela instituição católico-romana foi um exemplo proeminente, os santos foram roubados das suas possessões e de suas famílias e sujeitados a torturas diabólicas para tentar forçá-los a negar a sua fé. Ao serem finalmente assassinados, era frequentemente por meios cruéis como serem queimados vivos na estaca, contudo eles se mantiveram firmes em sua lealdade ao Senhor Jesus.
Às vezes somos inclinados a pensar que algum irmão está sendo disciplinado pelo Senhor (Hebreus 12:6-8) por causa de coisas más que fez (como pensavam os amigos de Jó), contudo pode não ser verdade. Talvez o Senhor esteja permitindo que ele seja provado até mesmo de uma forma que não serviria para nós, porque sabe que não poderíamos aguentar como aquele irmão.
Com carta branca para fazer com a saúde do íntegro e reto Jó o que quisesse, Satanás o submeteu ao teste supremo: golpeou Jó com úlceras malignas, desde a planta do pé até o alto da cabeça. Tentado pela sua mulher a blasfemar contra Deus, Jó a repreendeu dizendo que falava como uma doida, e arguiu: “receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal?”.
Seria difícil encontrar explicação para os males terríveis que sobrevieram a Jó, de um ponto de vista humano. Se não era punição por seus pecados, não se pode imaginar qualquer utilidade. Parece ter sido um sofrimento cruel e injusto. Os seus amigos entenderam que só podia ser punição por algum pecado sério que Jó não queria revelar a eles. Jó estava certo que não tinha cometido qualquer pecado assim e não tinha ideia da razão. Mas sua fé na justiça de Deus continuou inabalada.
Deus tinha o motivo, que nos é revelado no início, mas não o revelou a Jó (poderia ter prejudicado a prova). Deus pode nos salvar do sofrimento, mas pode igualmente permitir que nos venha sofrimento por razões que desconhecemos no presente. É a estratégia de Satanás para nos fazer duvidar de Deus exatamente naquele momento. Se sempre soubéssemos o motivo do sofrimento, não haveria crescimento da nossa fé.
A fé em Deus não garante a prosperidade pessoal, e a falta de fé não garante problemas nesta vida. Há hoje pregadores do “evangelho da prosperidade” que pedem ao povo para crer em Deus simplesmente para ficarem ricos. Como estão errados!
Muitos crentes pensam que crer em Deus os protege dos males, e por isso quando sofrem uma calamidade, questionam a bondade e a justiça de Deus. Mas a mensagem de Jó é que não devemos perder nossa fé em Deus quando Ele permite que tenhamos más experiências.
O que estava acontecendo com Jó tinha uma finalidade elevada e digna. Havia uma razão boa e suficiente nos propósitos eternos de Deus. Agora que todos os fatos estão consumados e podemos considerar todas as suas facetas, descobrimos que Deus teve uma finalidade nobre. Foi bom para Jó, mesmo que terrível enquanto durou, e uma lição extraordinária para os leitores da Bíblia durante os milênios que se seguiram, mesmo até nossos dias.
O dia veio quando Jó percebeu que algo bom resultava da sua experiência, embora no início não compreendesse nada, como vemos pelos seus discursos. Descobriu que não era somente para o seu próprio bem, pois recebeu como recompensa sete vezes mais do que possuía antes, mas também era para a glória de Deus.
Mais importante ainda: somos informados logo no início do singular livro de Jó, que, no âmbito celestial, Satanás tinha preparado uma calúnia séria sobre o caráter de Deus, ao sugerir que não era digno de ser amado, e que tinha que pagar Jó com boa saúde, família e riquezas para que fosse amado e servido por ele. Todos os filhos de Deus devem ter tremido ao ouvir tal coisa. Mas Jó provou que Deus era digno de honra e glória mesmo depois que tudo, inclusive a saúde, lhe foi tirado.
Que a firmeza de Jó nos sirva de exemplo quando passarmos pelas provações, pois elas nos dão a oportunidade de evidenciar que a nossa fé não depende da nossa saúde ou prosperidade, e que o nosso Deus e Senhor é digno da nossa lealdade, honra e louvor simplesmente por ser Quem Ele é.