O Rio Grande do Sul aparece em pesquisas realizadas pelo Datafolha com o menor índice de evangelização e maior índice de crescimento de religiões espiritas e de raiz africana. Os evangélicos na região sul do país tem o pior crescimento em comparação com outras regiões.
Mas é justamente neste ambiente hostil que Wagner de Moura Medina, pastor da Igreja Assembleia de Deus Ministério União, comanda a Associação Missionária e Evangelística Luz das Nações há pelo menos seis anos.
Medina é casado com a advogada Nadia Andrade Neves, diretora de um dos mais respeitados escritórios de advocacia do Rio Grande do Sul. O casal tem um filho chamado Lucas Andrade Neves Medina, vice presidente da AME Luz das Nações.
Com o objetivo de acabar com a desigualdade social no Estado Wagner Medina fundou a associação AME Luz das Nações há seis anos e passou a desenvolver diversos trabalhos de ajuda em comunidades carentes. Hoje com mais de 90 igrejas ligadas diretamente a associação, Medina alcançou cerca de 14 projetos missionários no Brasil e 35 em outros países.
Para divulgar o projeto e conscientizar os brasileiros sobre a importância dos trabalhos sociais desenvolvidos pelas igrejas evangélicas, Medina passou a organizar anualmente um congresso missionário com a participação dos principais nomes no senário gospel.
Entre os pregadores do evento está o deputado federal, Pastor Marco Feliciano, um dos nomes mais comentados nos últimos anos devido a sua atuação como parlamentar. O congresso também conta com a participação de muitos cantores, como Cassiane, Elaine de Jesus e Vanilda Bordieri.
Wagner Medina falou com exclusividade ao Gospel Prime sobre os trabalhos da Associação Missionária e Evangelística Luz das Nações. Leia a entrevista a seguir:
Gospel Prime – O Rio Grande do Sul é o Estado menos evangelizado da nação brasileira. Como a AME tem trabalhado para mudar este quadro?
Wagner Medina – A região Sul é a região com o menor índice de evangelização e maior índice de crescimento do espiritismo e secularismo. O Rio Grande do Sul se destaca como o estado com a menor taxa de crescimento (TCA) do país, 3,15%. Em toda a região Sul o crescimento dos evangélicos foi somente 4,32% comparado com um crescimento geral do país de 7,43%. Nos pampas gaúchos, o aumento da população não religiosa amplia-se quase duas vezes mais rapidamente do que aquele demonstrado pela igreja evangélica. Queremos mudar este quadro através de parcerias e alianças com varias denominações, apoiando nossos projetos de tendas evangelísticas, para isso estamos realizando cruzadas em muitas cidades do Rio Grande do Sul. A cada ano aumenta o numero de igrejas parceiras nestes projetos evangelísticos, porque acreditamos que a união de homens visionários e apaixonados por fazer a obra missionaria pode mudar a historia do nosso estado.
Por que o trabalho de evangelização é tão difícil no Rio Grande do Sul?
Wagner Medina – O povo gaúcho é muito carente espiritualmente e se apega muito as tradições. Esse tradicionalismo acaba endurecendo o coração do povo e dificultando o trabalho de evangelismo. A maior dificuldade é quebrar estes paradigmas de ser um estado gelado e frio.
Além disso, por ser um Estado de cultura extremamente inteligente, com índices de educação entre os mais altos do país e entre os menores índices de desigualdade social existe uma dificuldade ainda maior, pois há uma cultura anticristã promovida por muitos intelectuais.
A AME promove o maior congresso de missões do Rio Grande do Sul. Qual a importância deste evento para a associação?
Wagner Medina - Hoje já temos mais de 90 igrejas ligadas diretamente na AME. No ano de 2013 passaram pelo congresso da AME, cerca de 34 mil pessoas, este ano esperamos aproximadamente 40 mil pessoas. O congresso tem a importância de reunir muitas pessoas para uma conscientização evangelística e missionaria.
Como são desenvolvidos os trabalhos sociais da AME?
Wagner Medina – Realizamos projetos de evangelização em diversas partes do Brasil e do mundo. Nosso foco é principalmente realizando trabalhos de apoio social. Promovendo doações, apoio espiritual e físico, educação, etc.
A AME é uma associação de apoio aos governos e políticos, pois visamos principalmente o fim da desigualdade social e da pobreza extrema entre os povos.
Através de projetos e campanhas, em parceria com a população e entidades privadas, procuramos atender os cidadãos e levar a Palavra de Deus aos povos. Mas sempre com muito sacrifício, mudanças em uma cultura como a nossa sempre será uma tarefa desafiadora.
O senhor acredita que o trabalho social das igrejas evangélicas pode ajudar a melhorar a qualidade de vida dos cidadãos?
Wagner Medina – Se eu não acreditasse teria desistido no primeiro ano da AME. Se os governos entendessem que são as igrejas que fazem este trabalho social com excelência, muita coisa mudaria em nosso país. Mas ainda creio em governantes que Deus vai levantar com esta visão de priorizar a “família”. Os trabalhos feitos pelas igrejas são hoje modelos em muitas cidades do Brasil, pena que são pouco divulgados pela mídia.
A igreja pode mudar a história deste país. Nenhuma ONG consegue realizar um trabalho de inclusão social como as igrejas promovem. A igreja pode por fim na desigualdade social e tirar milhares de famílias da pobreza extrema.
Quantos missionários a AME tem ao redor do mundo e qual o tipo de trabalhos que eles desenvolvem?
Wagner Medina – Hoje a AME tem ajudado, em parcerias com outras entidades, 14 projetos missionários dentro do Brasil. Em outros países são 35 missionários trabalhando com aproximadamente 400 famílias. Ainda temos um trabalho sendo realizado dentro do presidio central de Porto Alegre que tem tido um grande avanço. São cerca de 90 famílias beneficiadas pelo trabalho da AME no presídio de Porto Alegre.
Os missionários realizam trabalhos diferentes, de acordo com suas localidades. Esses trabalhos são feitos através de atendimento a pessoas carentes, crianças e também pessoas idosas.
Procuramos em outros Países trabalhar com missionários nativos por conhecerem melhor a região, costumes e dialetos. Isso facilita muito para que o projeto se desenvolva mais rápido e de maneira eficiente. Eles levam alimentos, roupas, material escolar, serviço de enfermagem, além de apoio espiritual através da Palavra de Deus.
A AME recebe alguma ajuda do Governo em seus trabalhos sociais?
A AME é sustentada de maneira única e exclusiva através das contribuições de pessoas e parceiros. O Congresso promovido pela associação tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância de contribuírem para o sustento deste e de muitos outros trabalhos promovidos por diversas igrejas do Brasil.
Não recebemos ajuda do Governo. A AME recebe contribuições no congresso e os carnês, além das contribuições feitas diretamente nas contas bancárias da associação.
Como as pessoas podem contribuir com os trabalhos sociais da AME?
Wagner Medina – Através do carnê, disponibilizado no congresso e que também pode ser solicitado através do site da AME, depósitos nas contas bancarias da Ame Luz das Nações e doações de alimentos, roupas, brinquedos, etc.
As pessoas que são alcançadas pela AME são encaminhadas exclusivamente para o Ministério GP – União ou os missionários indicam uma igreja mais próxima?
Wagner Medina – A Assembleia de Deus Ministério União é somente a igreja ao qual eu congrego, é preciso fazer esta separação. A AME é uma associação que tem parcerias com diversos ministérios, por isso não podemos dar esta exclusividade ao Ministério União, pregamos para reino e trabalhamos com missões Portanto qualquer que for alcançado pela AME pode ser encaminhado a igreja mais perto da sua casa.
Por que o senhor decidiu investir neste projeto?
Wagner Medina – As igrejas precisam entender que nosso objetivo não é apenas pregar o evangelho. Claro que isso já é de grande valia. Mas as pessoas precisam ver um trabalho concreto e este trabalho só pode ser exercido através da ajuda comunitária.
Eu sempre tive o desejo de ajudar as pessoas e creio que Deus me escolheu para isso, por isso investi neste projeto. Claro que ninguém pode fazer nada sozinho e neste sentido tenho recebido a ajuda de muitos parceiros.
GP