![Joide e Édna estão casados há 14 anos. (Foto: Pollyana Araújo/ G1) Joide e Édna estão casados há 14 anos. (Foto: Pollyana Araújo/ G1)](https://lh3-testonly.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_s5wUO-s195ZaL6LB1qOqsvFzmKWKTTUI0kIpeKrH23_sEfAOSwSYira2PufqqomSKKIovbq9i6nHJjjjzvsnT4gnZlfDme5-WJdtG_Y7b_bzTNzXNTNztHmJdkC518YU9OryfeT5fVJR3S06eKB_h1WqXSfD3xtdU1wQLXDuCXFztgDMGK-Vg3N0aFUFEA9y9PBsRBSIhycNTSfJ7o6gal5GnD6L-rtT5_rMs7sS4mWReM_Adn0pI=s0-d)
Joide e Édna estão casados há 14 anos e tem Pedro,
de um ano e 11 meses. (Foto: Pollyana Araújo/ G1)
Acompanhado da mulher e do filho de 1 ano, o pastor evangélico Joide Miranda,
de 47 anos, que até os 26 era travesti, afirma que é possível deixar de ser
homossexual. A partir de sua experiência pessoal, ele decidiu ajudar quem quer
voltar a ser hétero, por meio da Associação Brasileira de ex-Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABexLGBTTs). "A homossexualidade é um vício
que, muitas vezes, vem desde a infância. Achava que era impossível mudar, mas é
uma conduta que pode ser desaprendida", diz o pastor.
O trabalho da associação vai contra a posição do Conselho Federal de
Psicologia (CFP), que orienta profissionais da área a não colaborar com serviços
que ofereçam tratamento e cura para homossexualidade e não reforçem preconceitos
sociais já existentes em relação ao tema.
Joide Miranda, que aos 14 anos assumiu a homossexualidade e agora se diz
"completamente restaurado", pontua que o trabalho que desenvolve busca a cura e
a mudança a partir da espiritualidade e da experiência de vida dele, embora
avalie que a psicologia seria importante nesse processo. "Aqueles que querem
deixar o estado da homossexualidade dizem que me veêm como referência", afirma o
pastor, que depois da mudança retirou as próteses de silicone dos seios e o
silicone industrializado dos quadris.
Ele explica que a entidade, que foi regulamentada em novembro do ano passado,
dá suporte emocional a pessoas de vários lugares, inclusive do Japão, Espanha e
França. Até hoje, segundo ele, mais de 500 homossexuais o procuraram. O pastor
diz que os maiores motivos alegados para querer deixar a homossexualidade são a
solidão e a insatisfação. "Fazemos acompanhamento por telefone, mas pretendemos
abrir uma casa de apoio, uma espécie de albergue, para podermos auxiliá-los
melhor", conta o pastor, que mora em Cuiabá com a família.
Um dos pilares da associação, segundo ele, é a estruturação familiar. Para o
pastor, a desordem familiar tem grande parcela de responsabilidade nos casos de
homossexualidade. Ele diz alertar os pais durante as palestras que ministra para
que se atentem sobre o comportamento dos filhos, de modo que atuem de forma
preventiva. "Um dos maiores fatores que contribuem para a homossexualidade são
os abusos sexuais e a ausência de limites para as crianças", enfatiza, ao
relatar que, aos 6 anos, foi abusado por um vizinho.
![Joide morou em vários países, entre eles na França. (Foto: Arquivo pessoal) Joide morou em vários países, entre eles na França. (Foto: Arquivo pessoal)](https://lh3-testonly.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_toIuNSCposTlBRhVyplWJ3Ns6X0epfpGoo5y0zVzJLHcNSeVZn6S_djWOmdrg-zJ3gEOHh312W4GGEMhrq656fQWGmcSZVW6hYb-CoSf5HpNTAry6GQGt2StZSG3th-ymQs7XoiigvvPat8An--bCyRLJPyqEziAt9DMgu2j6pDr61IhvOccs26VCYQUNBtcGLtuPBPkkOu7DnHLOiuYyKG9727Zvt2ptgOvUL7YAePRr1YVLsnknH8tShSg=s0-d)
Joide morou em vários países, entre eles na
França
(Foto: Arquivo pessoal)
Além dos próprios homossexuais, Joide diz receber inúmeros telefonemas de
mães que não concordam com a orientação sexual dos filhos. Ele diz que muitas
delas pedem para conversar com a mãe dele, que, após muita insistência,
conseguiu fazer com que ele fosse para a igreja. Antes disso, o ex-travesti
morou em vários países, entre eles Itália e França, onde se prostituía.
Ele cita dois casos de ex-gays que teriam se tornado heterossexuais depois de
receberem acompanhamento através da associação. Um deles na França, que morava
com outro homem e hoje já está casado com uma mulher.
Outro é o caso de um ex-travesti do Maranhão, que colocou silicone até nos
lábios e agora é missionário de uma igreja evangélica. "Quando a pessoa resolve
mudar, o interior está todo bagunçado e demora algum tempo para mudar
completamente, inclusive os trejeitos femininos", explica.
Joide se casou, mas diz que casamento não
pode
servir de fuga. (Foto: Arquivo pessoal)
CasamentoNo caso de Joide, a mulher Édna, que hoje o
acompanha nas palestras em que dá o seu testemunho, foi quem o ajudou. "Falava
para ele que não era para colocar a mão na cintura, nem cruzar as pernas como
mulher", disse. Ela, no entanto, faz questão de enfatizar que se casou com um
heterossexual e que nunca duvidou da mudança do marido. "Antes achava que gay
era sempre gay, mas depois que o conheci mudei esse conceito. Não me importo em
falar sobre o passado dele, pois falo de alguém que não existe mais",
afirma.
Casada há 14 anos com Joide, Édna conta que os dois eram empresários e
deixaram os negócios para ajudar as pessoas que pretendem deixar de ser
homossexuais. "Só fazemos isso para que a nossa história possa ajudar outras
pessoas". Ela conta que no início do relacionamento enfrentou certo preconceito
por parte daqueles que não acreditavam na mudança de Joide.
![Joide se casou, mas diz que casamento não pode servir de fuga. (Foto: Arquivo pessoal) Joide se casou, mas diz que casamento não pode servir de fuga. (Foto: Arquivo pessoal)](https://lh3-testonly.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_vVLfqjKXsNjaHCWLpcBJnPbeGZD-j2Hzd10giQ8VdN7mEj2gg0xBUv6GGtpyik2XuplUrCAC6zvw9Z27tJPF3ejau0f-otwaEtYLEMIUCgjP0G_w61VQZ2uhc929UxCRkVHvXAHEL9doS_M2ArJrXXnrLTjhgfN7UDk1E2Edt8ubK1sDyeBhg7LcmpDGFJ7sN6lzpot-3lSGxIEnfKh7X-2GMRmH4Oy6XxqvCrG4zIEDKGh_0SLmqaZemV=s0-d)
No entanto, os dois afirmaram que o casamento não pode servir como uma
"fuga". Antes de conhecer a mulher, o pastor disse não ter sentido atração por
nenhuma outra pessoa do sexo oposto. "Tive tudo que um travesti sonha, como
glamour e dinheiro, mas não era feliz. Sentia um vazio muito grande dentro de
mim. Era uma vida de hipocrisia", recorda Joide, ao se dizer realizado hoje com
a mulher e o filho, que foi adotado porque Édna não conseguia engravidar.
Na visão dele, a homossexualidade está na mente e, por isso, pode ser
restaurada."Depois que fui abusado sexualmente, tive a minha heterossexualidade
violada", afirma. Ele disse ainda que, quando foi molestado pelo vizinho, teve
medo de contar para a família, principalmente ao pai, que era alcoólatra.
FONTE .
http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2012/07/achava-impossivel-mudar-diz-ex-travesti-que-hoje-e-pastor-em-mt.html