O conhecido televangelista Benny Hinn vem enfrentando uma série de dificuldades desde que anunciou uma série de cruzadas na Índia. Embora tenha uma das igrejas mais antigas do mundo, a nação indiana é um grande desafio para o cristianismo. Com uma população de 1,2 bilhão de pessoas, a grande maioria da população é hindu (80,5%). Os muçulmanos são 13,4% e cristãos apenas 2,3%.
Na última vez que Hinn visitou o país, em 2005, já ocorreram pressões de grupos extremistas por conta das reuniões conduzidas por ele. Quase dez anos depois ele vem anunciando na TV uma série de cultos abertos entre os dias 15 e 17 de janeiro, no aeródromo de Jakkur, onde promete “curas e milagres”.
Cerca de 2.000 hindus se reuniram com as autoridades de Bangalore, no Estado de Karnataka, para exigir que o evento fosse proibido. A Igreja Betel, que pertence a Assembleia de Deus indiana, é quem levou Hinn para fazer as cruzadas. Na última vez que fez uma cruzada na Índia, Hinn foi assistido por mais de 7 milhões de pessoas.
A Índia tem leis bastante complicada no tocante à religião. Existem as chamadas leis anticonversão, que proíbe as pessoas de mudarem de religião sem autorização do governo. Em nota, os líderes da Assembleia de Deus afirmam que os extremistas não podem acusar Hinn de querer converter hindus ao cristianismo. O que ele fará será apenas orar pelas pessoas presentes, afirmam. Não haverá convites para mudança de religião.
Mesmo assim, membros de uma organização radical hindu está fazendo uma série de protestos em frente ao local onde o evento será realizado. Um de seus líderes, Pranavananda Swami tentou se imolar no sábado, jogando querosene sobre seu corpo.
Na parte da manhã, Swami anunciara que faria uma greve de fome. Contudo, à noite foi flagrado pela polícia com um galão de querosene que usou para se encharcar do combustível. Agindo rápido, os policiais conseguiram evitar que ele acendesse o fósforo.
Ele estava acompanhado por cerca de 20 pessoas. Todos foram levados para a delegacia local para prestar depoimento. Swami foi levado para o hospital Instituto de Ciências Médicas Karnataka e não correr risco de morte.
Em declaração à imprensa, Swami afirmou que havia escrito uma carta para o governo na semana passada, dizendo que ele iria cometer suicídio se Benny Hinn recebesse permissão para sua cruzada na cidade. Para ele e seus companheiros, existe uma ordem natural das coisas. Quem nasce em uma religião deve morrer nela. Eles acreditam que Hinn é uma “fraude” e que usa falsas promessas para atrair pessoas. Também não aceitam que ele critique os ídolos (deuses) adorados pelos hindus.
Apesar da perseguição, o número de convertidos ao cristianismo tem aumentado nos últimos anos. O missionário T.V. Joy, que planta igrejas no norte da Índia, diz que as mudanças econômicas e sociais que estão acontecendo na Índia nos últimos anos contribuem para quebrar as tradições religiosas. “O hinduísmo é uma ferramenta para nos oprimir. E o Evangelho é uma mensagem de libertação, não apenas para o céu. Ele tem palavras de liberdade. A verdade é que Deus fez o homem à sua imagem”, explica. Com informações de India Every Day e Times of India.