segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Direitos humanos: ONU reprova Irã; Brasil se abstém / Human rights: UN condemns Iran, Brazil abstains


Sob Lula, a diplomacia brasileira lida com a defesa dos direitos humanos com uma coragem de garganta.

No gogó, condena todas as violações. Na prática, fecha os olhos quando os abusos são cometidos por ditaduras companheiras.

A ONU levou a voto uma resolução contra os absurdos que vicejam no Irã. Uma proposta do Canadá, subscrita por 42 países.

O texto expressa “preocupação profunda com as recorrentes violações dos direitos humanos" no Irã. Condena "a tortura...”

“...A alta incidência de aplicação de pena de morte, inclusive contra pessoas menores de 18 anos, a violência contra a mulher e a perseguição contra minorias étnicas".

Ao fazer a defesa oral da proposta, o representante canadense, John McNee, rendeu homenagens ao óbvio. Disse:

“Apedrejamentos, chibatadas, amputações, execuções de adolescentes, execuções por estrangulamento e discriminação contra mulheres e minorias não podem ser ignorados".

Pois bem. A resolução foi aprovada por 80 votos contra 44. Anotaram-se 57 abstenções, entre elas –espanto (!), assombro (!!) estupefação (!!!)— a do Brasil.

A diplomacia patrícia sustentou na ONU que também se preocupa com os direitos humanos no Irã. De novo, a abstenção tortura a lógica do gogó.

Ao explicar o inexplicável, o Brasil levou à ata da sessão da ONU o seguinte lero-lero:

"[...] A maneira pela qual algumas situações de direitos humanos são destacadas, enquanto outras não são, serve apenas para reforçar o argumento de que questões de direitos humanos são tratadas de forma seletiva e politizada".

Eterno candidato a uma cadeira de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil não recomenda o Brasil.

A diplomacia brasileira adota uma covardia assassina. Coisa bem explicada nos versos que Shakespeare acomodou nos lábios de Lady Macbeth, no 1º ato da célebre peça:

“Queres ter aquilo
Que estimas como o ornato da existência,
E te mostras em tua mesma estima
Um covarde, dizendo ‘Não me atrevo’
Depois de ‘Quero’, como o pobre gato
Do provérbio, que quer comer o peixe
Mas sem sujar as patas?


Escrito por Josias de Souza 

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