Em meio ao impacto negativo provocado pela delação de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras que acusou políticos petistas e da base aliada de envolvimento em um suposto esquema de desvio de recursos da estatal, a presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu alterar o comando de sua campanha à reeleição. O ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) assume a partir de hoje a coordenação geral da campanha. A função vinha sendo dividida entre o presidente do PT, Rui Falcão, e Giles Azevedo, que foi chefe de gabinete de Dilma.
A entrada de Rossetto dilui o poder de Falcão, que integra o campo majoritário do PT, do qual faz parte também o tesoureiro nacional do partido, João Vaccari Neto, também envolvido por Paulo Roberto Costa no suposto esquema de recebimento de propina da Petrobras. A entrada de Rossetto, além de mudar o comando político e estratégico da campanha, tenta demarcar melhor a distância de Dilma em relação a Vaccari.
A mudança não retira totalmente o poder de Falcão, porque, como presidente nacional do PT, ele tem a prerrogativa estatutária de integrar a coordenação de todas as campanhas. Mas seu poder agora será compartilhado com um petista de ala mais à esquerda do partido e mais próximo a Dilma. Rossetto não integra o campo majoritário do PT, ala à qual também pertence o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Quanto a Giles, apesar de ser um nome ligado à presidente, ele sempre teve uma atuação mais burocrática e menos política no governo e na campanha. As mudanças ocorrem num momento em que o ex-diretor da Petrobras denuncia o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, Vaccari e parlamentares da base governista de terem recebido propina de contratos da estatal.
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