Com cerca de 210 milhões de habitantes, a Indonésia é o país com maior população de muçulmanos do mundo. A província de Aceh, região próspera localizada na ilha de Sumatra, foi o local onde o islamismo começou a se espalhar no país, tendo 99% da população defendendo a fé em Maomé. O local também é famoso por ter sido atingido pelo tsunami em 2004.
Os extremistas islâmicos conseguiram que as autoridades fechassem nove igrejas, dizendo que elas são “ilegais”. Segundo o site Morning Star News, Illiza Sa’aduddin Djamal, vice-prefeito de Banda Aceh, capital da província de Aceh, convocou todos os pastores e padres, mas apenas representantes de cinco igrejas compareceram. Acabaram sendo forçados a assinar um acordo em que aceitam parar todas as atividades, pois não tinham “autorização oficial”. As quatro igrejas que não enviaram representantes também já foram informadas que fecharão suas portas em breve.
Sitohang ressalta que o argumento do governo é que essa era uma medida protetiva, pois não podia garantir sua segurança. Para funcionar, um templo precisa ser registrado no Departamento de Religião da Indonésia, contudo em Aceh foi criado um licenciamento local, que acaba sendo um pretexto para os islâmicos locais fecharem as igrejas.
Atualmente estava em vigor um acordo de 2001, segundo o qual os cristãos podiam ter apenas uma igreja funcionando em cada distrito. A partir do próximo mês não haverá mais cultos nos templos das denominações Igreja Pentecostal Surabaya, Igreja Betel; Igreja Pentecostal da Indonésia; Congregação Cristã da Indonésia; Santa Igreja Cristã da Indonésia, Igreja Vitória da Fé e Igreja Cristã Tabernáculo de Davi.
O influente clérigo muçulmano Abu Kuta Krueng vem defendendo que o prefeito de Banda Aceh impeça o culto de todos os templos não muçulmanos, incluindo igrejas cristãs “ilegais” e mosteiros budistas. Ele fala em nome do grupo extremista Frente de Defensores Islâmicos (FDI), o qual já avisou que irá fiscalizar se todas as igrejas estão cumprindo o “acordo”.
Desde 2007, a região de Aceh é parcialmente governada pela sharia (lei islâmica). Entre sua população de 4,4 milhões de pessoas, apenas 50.000 são evangélicos e 3.300 católicos, afirma a Agência de Estatística Central da Indonésia. Existe um movimento crescente no país, que tem um histórico de perseguição e massacre de cristãos.
Somente em 2014, a FDI já conseguiu fechar 17 igrejas na região. Na região da capital Jacarta, foram fechadas a Igreja Kristen da Indonésia e a Igreja Cristã Protestante Filadélfia Batak. Elas lutam na justiça para sua reabertura.
Para analistas, isso é reflexo da radicalização de alguns grupos extremistas, influenciados pelas ações do Estado Islâmico, no Oriente Médio, que já conta com dezenas de jihadistas vindos da Indonésia. A nova onda de perseguições contra cristãos parece ser parte de um movimento internacional que afeta diferentes países com maioria islâmica.
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