O governo pretende realizar mudanças táticas depois dos atentados contra igrejas que deixaram 40 mortos no domingo (25), dia de Natal.
O governo da Nigéria irá mudar sua estratégia para controlar a violência no país, com o principal objetivo de parar os atentados do grupo radical islâmico Boko Haram, informou o ministro do Interior nigeriano, citado nesta terça-feira pela emissora de TV Al Jazeera, com sede no Qatar.
O ministro da pasta, Abba Moro, afirmou que o governo pretende realizar mudanças táticas na forma como lida com a seita islâmica, após seus membros reivindicarem os atentados coordenados contra igrejas que deixaram 40 mortos no domingo (25), dia de Natal.
"Acredito que montar uma estratégia para conter os excessos deste grupo sectário não é necessariamente uma questão de negociações. O governo vai mudar de tática para garantir a segurança da vida dos nigerianos", garantiu Moro.
Muhammadu Buhari, um nortista que perdeu a última eleição presidencial, em abril, para o presidente Goodluck Jonathan, disse em um comunicado publicado em um jornal nigeriano que a resposta do governo às bombas foi lenta e indiferente.
Na segunda-feira, mulheres moradoras da cidade de Madalla, que teve uma igreja alvo dos atentados, retornaram ao local para limpar e organizar os estragos causados pela explosão.
Multidões se reuniram entre os carros incendiados no estacionamento de terra da igreja, irritadas com o ataque e com medo de que o grupo atinja mais lugares de culto católico.
Centenas de moradores tentaram sair da cidade de Damaturu, que também foi devastada pela violência, temendo novos atentados e confrontos entre islamitas e forças policiais, enquanto cerca de 30 lojas de cristãos foram queimadas na cidade vizinha de Potiskum na noite de domingo.
ATAQUES
O porta-voz da Nema (sigla em inglês para Agência de Gerenciamento de Emergências Nacional, em tradução livre), Yushau Shuaib, e o porta-voz da polícia local, Richard Oguche, afirmaram que a primeira explosão aconteceu na igreja de Saint Theresa, na cidade de Madalla, próxima à capital, Abuja.
Pouco tempo depois, uma segunda explosão foi relatada perto de uma igreja na cidade central de Jos. Mais três novas explosões foram registradas no nordeste da Nigéria: duas na cidade de Damaturu e uma terceira, no sábado à noite, contra uma igreja em Gadaka, segundo testemunhas.
Os ataques do Natal apontam o crescimento da ambição nacional da seita islâmica, que é responsável por mais de 500 mortes em 2011, de acordo com um levantamento feito pela agência de notícias Associated Press.
O Boko Haram, cujo nome significa "a educação não islâmica é um pecado", luta para impor a Lei Islâmica (Sharia) na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e cristã no sul. O grupo, que já admitiu vínculos com a rede terrorista Al Qaeda, assumiu a autoria de vários ataques recentes no norte do país.
Os ataques, que aconteceram alguns dias depois de confrontos entre as forças de segurança e a Boko Haram, que mataram pelo menos 68 pessoas, deram provas de uma coordenação crescente e de estratégia do grupo, o que pode fazer soar o alarme na Nigéria e nas capitais ocidentais.
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