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Justin Welby (foto), arcebispo de Cantebury, admitiu, nesta quinta-feira,22, que a Igreja Anglicana ajudou a esconder abusos sexuais cometidos por um de seus bispos contra meninos. A declaração foi dada após a divulgação de um relatório de revisão do caso.

De acordo com o religioso, o relatório sobre o tratamento dado pela Igreja às denúncias contra o ex-bispo Peter Ball, acusado de abusar de jovens, é "uma leitura angustiante".

" A Igreja encobriu e escondeu em vez de procurar ajudar aqueles que eram corajosos o suficiente para vir para linha de frente. Este é um comportamento imperdoável e chocante", disse o arcebispo, segundo o jornal britânico "The Guardian".

Peter Ball, ex-bispo de Lewes, foi preso em 2015 por exploração sexual e abuso de 18 jovens de 17 a 25 anos que procuraram ajuda espiritual entre 1977 e 1992. No entanto, o religioso deixou a prisão, após ficar em regime fechado por um ano e oito meses.

REVISÃO INDEPENDENTE
Com a intenção apurar como a Igreja tratou as denúncias de abuso contra o ex-bispo, o arcebispo de Canteburry determinou uma revisão independente do caso de Peter Ball. Após a análise, o relatório independente concluiu que a Igreja tratou o ex-bispo como uma vítima. Segundo o texto, Ball foi visto como "um homem com problemas que precisava ser ajudado".

O documento fruto da revisão do caso afirma ainda que "a Igreja parecia estar mais preocupada em se proteger". De acordo com o texto, os religiosos não tiveram compaixão com Neil Todd - uma das vítimas do ex-bispo e a primeira a apresentar as acusações-, ainda que desde o início das investigações tenha ficado claro sua condição vulnerável. Todd se suicidou em 2012.

O relatório afirma ainda que a conduta de Ball "causou danos graves e duradouros à vida de muitos homens" e que " a igreja, em seus níveis mais altos e durante muitos anos, o apoiou de forma imprudente."

Fonte: O Globo