domingo, 12 de novembro de 2017

A REVOLTA DE ABSALÃO


2 SAMUEL 15, 16 e 18

ABSALÃO CONQUISTA A SIMPATIA DO POVO

Absalão, tendo assassinado seu irmão mais velho, Amnom, era agora o provável herdeiro do trono: entende-se que Quileabe, filho de Abigail, havia morrido na infância. Talvez mesmo Davi o aprovasse, pois já o havia perdoado pelo assassínio. Fisicamente era um homem atraente, decerto semelhante ao pai em muitos aspectos.
Mas ele era ambicioso, e não estava disposto a aguardar os acontecimentos e colocar o seu futuro nas mãos do SENHOR, como o seu pai fazia. Ele queria assumir o reino logo, não lhe importando se fosse necessário até mesmo derrubar o seu pai do trono. Com esse objetivo, ele começou uma campanha sutil e secreta para ganhar a simpatia do povo, e afastar o povo do rei Davi.
Todos os que vinham a Jerusalém tinham que entrar pela porta da cidade, portanto os comerciantes colocavam em volta as suas tendas de mercadorias, fazendo dela um "shopping centre" em linguagem moderna. Além disso, as pessoas mais importantes se dirigiam para lá para se encontrar e tratar dos seus assuntos, e mesmo resolver problemas de ordem legal.
Com alguma pompa, Absalão instalou-se na porta de Jerusalém com seus homens e chamava à sua presença todos aqueles que vinham a Jerusalém em procura de justiça da parte do rei, pois Davi era o juiz supremo da nação. Absalão fingia ter uma grande pena e simpatia por eles, declarava que eles não tinham quem os ouvisse da parte do rei, e lamentava não ser ele próprio juiz na terra, para que viessem a ele todos os que tivessem demanda ou questão, para que lhes fizesse justiça! Com isso ele foi se tornando muito popular.
Muitos se deixaram impressionar por esse estratagema de Absalão e transferiram sua lealdade para ele. Mais tarde descobriram como haviam sido enganados.
Ao fim de quatro anos, sob o pretexto de que tinha que cumprir um voto, Absalão foi até Hebrom, onde havia nascido (capítulo 3:2, 3), levando com ele duzentos homens convidados, que não sabiam das suas verdadeiras intenções. Hebrom foi a primeira capital do reino de Davi, durante sete anos, e Absalão teria ali muitos velhos amigos para lhe dar apoio ao rebelar-se contra o pai.
Também foi com ele um velho conselheiro de Davi, chamado Aitofel, que tipifica Judas Iscariotes (Salmo 41:9). Provavelmente avô de Bateseba (2 Samuel 11:3 e 23:34) talvez guardasse algum ressentimento contra Davi por causa da maneira com que tratou Urias.
Secretamente, Absalão mandou avisar todas as tribos que, ao ouvirem o som das trombetas, elas saberiam que ele era rei em Hebrom.

DAVI DEIXA JERUSALÉM

Finalmente Davi foi notificado que todo o povo de Israel seguia decididamente a Absalão. É notável que durante todo aquele tempo Davi nada havia feito para impedir a revolta de Absalão, pois sem dúvida ele estava bem informado.
Ao ouvir que o povo preferia Absalão, Davi decidiu fugir levando consigo os homens que lhe eram fiéis em Jerusalém. Davi estava cônscio que tudo isso era conseqüência do seu próprio pecado, e estava disposto a colocar o seu futuro nas mãos do SENHOR (vs. 25-26), sem procurar se defender pelas armas.
Ele não queria que os seus homens, ou a sua cidade de Jerusalém, que ele amava, sofressem as terríveis conseqüências de uma guerra civil. Ele também amava o seu filho Absalão, apesar da sua rebelião, e não queria que algum mal lhe acontecesse.
Em Jerusalém Davi havia cometido um grande crime contra Urias, marido de Bateseba. Davi sofreu quando seu filho primogênito Amnom cometeu incesto e depois foi assassinado por Absalão, mas a profecia sobre os males que lhe viriam por causa do seu crime ainda não estava cumprida por completo (capítulo 12:11).
Deixar a cidade fortificada de Jerusalém colocaria a vida de Davi em perigo, mas ele estava acostumado com isso. Ele estava mais preocupado com a segurança dos outros, e a do seu filho rebelde, e em fazer a vontade de Deus, do que consigo próprio.
Davi deixou dez das suas concubinas em Jerusalém, para cuidarem da sua casa.

Os amigos e os inimigos de Davi

Na saída, ele parou e fez todos os seus acompanhantes passarem à sua frente, pois ele queria saber quem eram. Entre eles estava Itai, originário de Gate, que comandava seiscentos geteus (filisteus) da guarda pessoal de Davi. Eles se haviam juntado a Davi desde os tempos quando ele vivia com os filisteus (1 Samuel 23:13;27:2;30:9, 10). Israel teve ordens do SENHOR para destruir os habitantes da terra de Canaã, mas também foi instruído a não oprimir o forasteiro, e a amar o estrangeiro (Êxodo 23:9, Deuteronômio 10:19).
Davi recomendou que voltassem e aguardassem os acontecimentos, mas Itai disse "no lugar em que estiver o rei, meu senhor, seja para morte seja para vida, lá estará também o teu servo". Ele, os seus homens e as suas famílias, então seguiram com Davi. A sua devoção ao seu rei é um exemplo a ser seguido pelos crentes em Jesus Cristo, o rejeitado Rei dos Reis. Mais tarde ele foi nomeado comandante do exército de Davi em igualdade com Joabe e Abisai (capítulo 18:2,5,12).
Em seguida Davi e todo o seu cortejo, passaram o ribeiro de Cedrom, saindo de Jerusalém e seguindo o caminho do deserto. Cerca de mil anos mais tarde, seu descendente o Senhor Jesus atravessou o mesmo ribeiro de Cedrom, também um Rei rejeitado (João 18:1). Davi o fez para salvar sua própria vida, mas o Senhor Jesus atravessou o vale e orou no jardim de Getsêmani, a caminho da cruz onde daria a Sua vida como preço de redenção por muitos.
Os sacerdotes Zadoque, que era vidente (profeta) e Abiatar, o que Davi havia salvo da perseguição do rei Saul (1 Samuel 22:20), e todos os levitas responsáveis pela arca, levaram a arca de Deus até ali, até que todos saíram da cidade.
Davi então ordenou que voltassem para Jerusalém, que era o seu lugar. Ele sabia que estava sofrendo o juízo de Deus, e esperava que Deus lhe concedesse a graça de voltar para lá a fim de que pudesse outra vez ver a arca e o tabernáculo. Também eles seriam úteis ali, mandando-lhe notícias a respeito do que acontecia em Jerusalém.
Descalço, com a cabeça coberta e chorando, Davi subiu pela encosta das Oliveiras, com todo o povo que ia com ele. Vemos aqui a tristeza, humildade e submissão de Davi diante de Deus: "faça de mim como melhor lhe parecer". Ele não se amargurou com a sua situação. Ainda escreveu o Salmo 3, onde descreve a sua confiança no SENHOR.
No caminho, ao saber da traição de Aitofel, ele pediu ao SENHOR que transformasse em tolices o conselho de Aitofel. Logo ao chegar no cimo da colina, onde se costumava adorar a Deus, ele deu com Husai, talvez outro dos seus conselheiros. Davi o enviou para fingir-se de amigo e fazer-se também conselheiro de Absalão e assim opor-se a Aitofel, e obter informações para Davi.
Ziba, o servo de Mefibosete, apareceu a Davi com presentes, e mentindo sobre a falta de lealdade do seu patrão. Davi acreditou e transferiu para Ziba as propriedades de Mefibosete.
Surgiu a seguir um descendente de Saul, chamado Simei, atirando pedras e amaldiçoando Davi. Mas Davi não permitiu que o castigassem, pois seu filho Absalão era pior do que ele, e talvez isto fosse um castigo vindo do SENHOR. Ao suportá-lo, talvez o SENHOR se tornasse mais misericordioso.

Absalão usurpa o trono em Jerusalém

Absalão entrou com os seus homens em Jerusalém, que havia sido desocupada pelo seu pai, o rei Davi. Também estava com ele Aitofel, o conselheiro de Davi que se tornara traidor.
Em Jerusalém veio a ele Husai, amigo de Davi, saudando-o como se o aceitasse como novo rei. Absalão ficou surpreso, mas ficou satisfeito com a explicação que Husai ofereceu para sua mudança de lealdade, ou seja, que ele era fiel ao homem a quem Deus e o povo haviam escolhido (que era Davi, mas Absalão pensou que se referia a ele próprio). O resto da declaração de Husai também era ambígua mas Absalão não percebeu.
A primeira providência que Aitofel recomendou foi que Absalão coabitasse com as concubinas de Davi à vista de todo o povo. Esta torpeza já havia sido prevista pelo profeta Natã (2 Samuel 12:11), completando-se assim a profecia que ele havia feito sobre as conseqüências do pecado de Davi contra Urias.
Coabitar com uma concubina real podia ser interpretado como um insulto, uma declaração de igualdade ao rei, um ato de traição, ou mesmo uma reivindicação ao trono. Aqui Absalão publicava que tudo o que era do rei Davi agora pertencia a ele.
A confiança de Davi e agora de Absalão na sabedoria dos conselhos de Aitofel era tão grande que era como se Deus estivesse falando através dele - mas ele não era profeta de Deus. Davi havia orado a Deus para que o conselho de Aitofel fosse confundido (cap. 15:31), e foi isso o que aconteceu no seu próximo conselho a Absalão.
Aitofel aconselhou Absalão a permitir que ele reunisse um exército de doze mil homens para perseguir Davi naquela mesma noite, aproveitando-se da desvantagem em que ele se encontrava com o cansaço da retirada. Davi não teria tempo para organizar a sua defesa, seus homens debandariam, e ele seria facilmente apanhado e morto por Aitofel, deixando de ser um impecilho ao reinado de Absalão. Absalão e todos os anciãos de Israel gostaram da proposta, mas Absalão quis primeiro ter a confirmação de Husai.
Husai declarou que a estratégia de Aitofel seria desastrosa, porque Davi era um homem de guerra e não passaria a noite com o povo; sem dúvida já prevendo uma perseguição ele teria colocado emboscadas pelo caminho e estaria ele próprio de espreita escondido nalguma cova ou em qualquer outro lugar com seus homens. Ele dispunha de homens valorosos e hábeis na batalha que poderiam dizimar o exército de Aitofel, provocando uma derrota que seria o fim do reinado de Absalão.
O conselho de Husai foi que Absalão convocasse todo o povo (com isso ele significava os homens que podiam ir à batalha) para formar um exército poderoso, e que o próprio Absalão dirigisse esse exército formidável para esmagar Davi e todos os seus homens.
Absalão gostou da idéia, decerto porque apelava à sua vaidade: ele teria as honras da vitória do seu exército; os demais homens de Israel também gostaram, decerto porque iriam em número muito maior, o que lhes daria mais probabilidade de vencer. Mas foi o SENHOR que ordenara que fosse dissipado o bom conselho de Aitofel, para que o mal sobreviesse contra Absalão.
Husai contou aos sacerdotes Zadoque e a Abiatar o que havia acontecido, e mandou que avisassem a Davi que não permanecesse nos vaus do deserto, mas que passasse imediatamente para o outro lado do rio Jordão para que ele e todo o povo que com ele estava não fosse destruído. Davi provavelmente não imaginava que Absalão chegasse a promover uma guerra contra ele.
Zadoque e Abiatar enviaram essa mensagem a Davi usando seus filhos Jônatas e Aimaás, que quase foram apanhados por uma patrulha de Absalão, mas escaparam depois de serem escondidos em um poço por uma mulher.
Davi imediatamente durante a noite atravessou o Jordão com o povo que estava com ele, e continuou até a cidade de Maanaim.
Aitofel, humilhado porque o seu conselho não havia sido aceito, retirou-se para a sua cidade, acertou seus negócios e suicidou-se. Novamente foi como Judas Iscariote fez mais tarde.

Absalão persegue e entra em combate contra Davi

Reunindo o seu exército formidável, Absalão o pôs em marcha para destruir Davi e os seus homens, atravessou o rio Jordão e acampou na terra de Gileade. Ao que se saiba, Absalão não tinha experiência de guerra, portanto nomeou como general o seu primo Amasa (a mãe de Amasa, Abigail, era meio-irmã de Davi), filho de certo homem chamado Itra, um ismaelita.
Davi foi bem recebido, com o seu povo, em Maanaim, onde foi presenteado com provisões de trigo, cevada, farinha, grãos torrados, favas e lentilhas, mel, coalhada, ovelhas e queijos por Sobi, filho de Naás, de Rabá, dos filhos de Amom, e Maquir, filho de Amiel, de Lo-Debar, e Barzilai, o gileadita, de Rogelim. Maquir foi o mesmo que havia cuidado de Mefibosete, filho de Saul, antes do rei Davi acolhê-lo em sua própria casa (capítulo 9:4).
O adiamento do combate, conseguido mediante o conselho dado a Absalão por Husai, permitiu a Davi e aos seus homens descansarem e organizarem-se para a batalha. Davi os contou e nomeou capitães de mil e capitães de cem para os comandar, e dividiu o exército em três divisões iguais, comandados por seus generais: seus sobrinhos os irmãos Joabe e Abisai, e Itai o geteu (filisteu), assim recompensado por sua fidelidade. Eram militares veteranos, já bem provados junto com Davi em guerras anteriores.
Davi quis combater com eles, mas foi persuadido a ficar na cidade, porque o motivo da batalha era a sua pessoa, e se ele morresse toda a causa estaria perdida. Seria melhor que ele desse o seu apoio ao exército a partir da cidade.
A grande preocupação de Davi era a segurança do seu filho rebelde, e agora o seu maior inimigo, Absalão. Ele recomendou aos seus generais que, por amor dele próprio, tratassem com brandura esse seu filho. Todo o povo ouviu.

A batalha

Havia uma grande floresta ao leste do rio Jordão, da qual fazia parte o bosque de Efraim, nas proximidades de Maanaim. Para alcançar Maanaim, o exército de Absalão tinha que atravessar essa floresta, e foi ali que o exército de Davi foi enfrentá-lo.
Embora o exército de Absalão fosse muito superior em número, a pouca experiência dos seus combatentes e os obstáculos que a floresta apresentava fez com que fossem derrotados, com a perda de vinte mil homens. O bosque de Efraim, naquele dia, consumiu mais gente do que a espada.
Absalão deu de encontro com alguns dos soldados de Davi e num movimento precipitado ficou preso pela cabeça nos ramos espessos de um carvalho enquanto o mulo em que montava escapou de debaixo dele, deixando-o pendurado. Os soldados não tocaram nele, por causa das instruções que o rei havia dado, mas um deles foi avisar Joabe. Joabe se indignou porque eles não haviam matado Absalão, foi para lá ele próprio e o matou. Em seguida suspendeu a batalha e os homens de Absalão que haviam sobrevivido fugiram para suas casas.
O corpo de Absalão foi lançado em uma grande cova e levantaram sobre ele um grande montão de pedras. Mas Davi se lamentou amargamente pela morte de Absalão.

Características de Saul x Características de Davi




Avaliemos os dois primeiros reis de Israel, um aparentemente superior ao outro, porém um sucumbe no decorrer dos tempos, por seu interior ser contaminado, vejamos as características de Saul e de Davi:

Saul tinha aparência:
Tinha ele um filho cujo
nome era Saul, moço e tão belo, que entre os filhos de Israel não havia outro mais belo do que ele; desde os ombros para cima, sobressaía a todo o povo. (1 Samuel 9:1 )

Davi tinha essência:
Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração. ..Perguntou Samuel a Jessé: Acabaram-se os teus filhos? Ele respondeu: Ainda falta o mais moço, que está apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda chamá-lo, pois não nos assentaremos à mesa sem que ele venha. Então, mandou chamá-lo e fê-lo entrar. Era ele ruivo, de belos olhos e boa aparência. Disse o SENHOR: Levanta-te e unge-o, pois este é ele. ( I Sm.16)
Saul tinha riqueza material:
Havia um homem de Benjamim, cujo nome era Quis, filho de Abiel, filho de Zeror, filho de Becorate, filho de Afias, benjamita, homem de bens. Tinha ele um filho cujo nome era Saul...(1 Samuel 9:1-2 )

Davi tinha riqueza espiritual:

Ouvindo-o Eliabe, seu irmão mais velho, falar àqueles homens, acendeu-se-lhe a ira contra Davi, e disse: Por que desceste aqui? E a quem deixaste aquelas poucas ovelhas no deserto? Bem conheço a tua presunção e a tua maldade; desceste apenas para ver a peleja. (1 Samuel 17:28 )
Já agora não subsistirá o teu reino. O SENHOR buscou para si um homem que lhe agrada e já lhe ordenou que seja príncipe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o SENHOR te ordenou. (I Samuel 13:14)
Saul se colocava atrás de bagagens diante de desafios:
Então, tornaram a perguntar ao SENHOR se aquele homem viera ali. Respondeu o SENHOR: Está aí escondido entre a bagagem. (1 Samuel 10:22 )
Davi deixava todas as bagagens para viver desafios:
Davi, deixando o que trouxera aos cuidados do guarda da bagagem, correu à batalha; e, chegando, perguntou a seus irmãos se estavam bem. (1 Samuel 17:22 )
Saul buscava honra própria:
Então, disse Saul: Pequei; honra-me, porém, agora, diante dos anciãos do meu povo e diante de Israel; e volta comigo, para que adore o SENHOR, teu Deus. (1 Samuel 15:30 )
Davi buscava a honra ao nome de Deus:
Então, falou Davi aos homens que estavam consigo, dizendo: Que farão àquele homem que ferir a este filisteu e tirar a afronta de sobre Israel? Quem é, pois, esse incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo? (1 Samuel 17:26 )

Saul arrumava desculpas e buscava culpados diante dos seus erros:
Por que, pois, não atentaste à voz do SENHOR, mas te lançaste ao despojo e fizeste o que era mau aos olhos do SENHOR? Então, disse Saul a Samuel: Pelo contrário, dei ouvidos à voz do SENHOR e segui o caminho pelo qual o SENHOR me enviou; e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e os amalequitas, os destruí totalmente; mas o povo tomou do despojo ovelhas e bois, o melhor do designado à destruição para oferecer ao SENHOR, teu Deus, em Gilgal. (1 Samuel 15:19-21)

Davi se arrependia diante do pecado a assumia suas culpas:
Então disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. E disse Natã a Davi: Também o SENHOR perdoou o teu pecado; não morrerás.(2 Samuel 12:13) E pesou o coração de Davi, depois de haver numerado o povo: e disse ao Senhor: Muito pequei no que fiz; porém agora ó Senhor, peço-te que perdoes a iniquidade do teu servo; porque tenho procedido loucamente. (2 Samuel 24:10) E, vendo Davi ao anjo que feria o povo, falou ao SENHOR, dizendo: Eis que eu sou o que pequei, e eu que iniqüamente procedi; porém estas ovelhas que fizeram? Seja, pois, a tua mão contra mim, e contra a casa de meu pai. (2 Samuel 24:17) E disse Davi a Deus: Não sou eu o que disse que se contasse o povo? E eu mesmo sou o que pequei, e fiz muito mal; mas estas ovelhas que fizeram? Ah! SENHOR, meu Deus, seja a tua mão contra mim, e contra a casa de meu pai, e não para castigo de teu povo. (I Crônicas 21:17)
Saul agia influenciado por palavras de homens:
Então, disse Saul a Samuel: Pequei, pois transgredi o mandamento do SENHOR e as tuas palavras; porque temi o povo e dei ouvidos à sua voz.(1 Samuel 15:24 )

Disse Davi a Saul: Por que dás tu ouvidos às palavras dos homens que dizem: Davi procura fazer-te mal? (1 Samuel 24:9)
Davi agia influenciado pela palavra de Deus:
Os teus próprios olhos viram, hoje, que o SENHOR te pôs em minhas mãos nesta caverna, e alguns disseram que eu te matasse; porém a minha mão te poupou; porque disse: Não estenderei a mão contra o meu senhor, pois é o ungido de Deus. (1 Samuel 24:10)
Saul não tinha intimidade com Deus:
Respondeu Saul: De Amaleque os trouxeram; porque o povo poupou o melhor das ovelhas e dos bois, para os sacrificar ao SENHOR, teu Deus; o resto, porém, destruímos totalmente. (1 Samuel 15:15 )
Davi queria ser amigo de Deus:
Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! (Salmos 42:1)
Saul foi rejeitado por Deus:
Porém Samuel disse a Saul: Não tornarei contigo; visto que rejeitaste a palavra do SENHOR, já ele te rejeitou a ti, para que não sejas rei sobre Israel. (1 Samuel 15:26 )
Disse o SENHOR a Samuel: Até quando terás pena de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? (1 Samuel 16:1 )
Davi foi escolhido:
Agora, pois, assim dirás ao meu servo Davi: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eu te tomei da malhada, de detrás das ovelhas, para que fosses o soberano sobre o meu povo, sobre Israel.
E fui contigo, por onde quer que foste, e destruí a teus inimigos diante de ti; e fiz grande o teu nome, como o nome dos grandes que há na terra.
E prepararei lugar para o meu povo, para Israel, e o plantarei, para que habite no seu lugar, e não mais seja removido, e nunca mais os filhos da perversidade o aflijam, como dantes,
E desde o dia em que mandei que houvesse juízes sobre o meu povo Israel; a ti, porém, te dei descanso de todos os teus inimigos; também o SENHOR te faz saber que te fará casa.
Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti um dentre a tua descendência, o qual sairá das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino. ( II Samuel 17:8-21)

TRAIÇÃO MINISTÉRIAL , TRAZENDO BENÇÃO ONDE MORA A MORTE .




A dura experiência de ser traído por nossos amigos e amados deve ocorrer forçosamente na vida de cada crente. 
Baseio esta observação em muitas experiências sobre a vida cristã, além do claro e simples ensino da Palavra de Deus , bem como em experiencias que eu tenho vivido nos anos de meu trabalho ministerial .
 É um descobrimento interessante aprender que a palavra "traição" e suas formas só se usam com respeito à traição de Jesus por Judas, excetuando uma só menção em Lucas 21:16. 
Nesta passagem, que é profética, usa-se para representar o fim do tempo da graça e é indicada como uma das marcas de identificação, ou sinais, da vinda do Senhor Jesus Cristo. O versículo simplesmente diz: "Vocês serão traídos até por seus pais, irmãos, parentes e amigos; e a alguns de vós serão entregues à morte" .
Esta é uma coisa terrível de descobrir, mas é a promessa clara da palavra de Cristo.
 O tempo da graça será encerrado com um tempo de engano religioso mundial. 


Será a hora da grande apostasia - tempos perigosos nos quais a verdade será resistida pela falsidade e o engano (estudem as palavras de Paulo em 2ª Timóteo 3:1-17).


Eu creio que cada homem em quem Jesus habita, terão nestes terríveis últimos tempos o seu próprio Judas pessoal; porque na era da apostasia se destacará o irmão falso.
 Do mesmo modo, a traição é a experiência comum de cada homem a quem Deus usou alguma vez para a Sua glória.



Nosso versículo em Lucas 21:16 diz que a traição vem da parte de "pais, e irmãos, parentes e amigos". Espantoso, mas real, e por uma boa razão. Primeiro, os nossos inimigos não podem nos trair. 
Eles não estão próximos o bastante dos nossos corações. 
Não somos suficientemente íntimos com eles. É com os nossos irmãos e amigos que abrimos o nosso coração. 
Os nossos inimigos não podem nos ferir; são os nossos amigos que nos ferem.

 Assim, o salmista disse no Salmo 55:12-14: "Porque não me afrontou um inimigo, o qual teria suportado; nem se elevou contra mim o que me aborrecia, porque me teria escondido dele; mas tu, homem, meu íntimo, meu guia, e meu familiar; que juntos comunicávamos docemente os segredos, e andávamos em amizade na casa de Deus".
Assim que toda a história da Bíblia ecoa do fato da traição para as mãos dos nossos amigos. Abel foi traído por seu único irmão; Esaú por seu irmão gêmeo; Isaque por seu filho; Urías por seu rei em quem confiava e por sua esposa encantadora; Jesus por seu discípulo consagrado; Paulo por "falsos irmãos". 
Não precisamos seguir, porque esta solene verdade permanece: freqüentemente são os nossos amigos os que se levantam contra nós, e assim se multiplicam as nossas aflições na vida cristã. 
Em geral, eu fui tratado com muita mais bondade por inconversos do que por irmãos declarados; e tenho experimentado freqüentemente a ferida esmagadora da traição pelas mãos daqueles que professavam me amar.
 Este paradoxo pode nos perturbar e nos entristecer, mas a sabedoria e o amor de Deus se vêem em tudo isso, na serena verdade de que ele não libertou nem o seu próprio Filho a este respeito, mas o enviou para a morte por mão de um amigo. 
Que Deus instrua os nossos corações por meio desta preciosa lição!
O método da traição
O método sempre será o mesmo. Primeiro, os nossos traidores escolherão cuidadosamente a hora. 
No caso de Jesus, ele foi traído no momento exato da sua vida em que ele tinha a maior necessidade de companhia humana (Marcos 14:37); na hora da sua maior necessidade; e quando estava a um passo de sua maior obra (o Calvário). 
Anima-te, querido leitor, se a traição tiver sido a sua recente experiência.
 Deve haver grandes coisas diante para ti, de outro modo Satanás não o açoitaria neste momento.
Os nossos traidores também conhecem o lugar onde nos atacar. João 18:2 mostra que Judas sabia o lugar secreto onde Jesus se retirava. 
Eles nos observam e conhecem o nosso lugar de agonia e oração; e assim, tendo a vantagem da intimidade, nos golpeiam com violência no lugar oportuno.
A sua forma de traição sempre será o beijo. 
Eles respiram o nosso amor, de modo que podem nos golpear no momento mais inesperado. A palavra de Deus diz: "Até o homem da minha paz, em quem eu confiava, que do meu pão comia, levantou contra mim o calcanhar" (Sal. 41:9). Há uma figura preciosa neste verso. O significado original representa um cavalo conhecido e confiável que cruelmente dá coices em um amigo desprevenido e confiado.

O que aconteceu com Judas? A história registra o seu trágico final, mas encoberto na aparente vaguidade do breve relato de sua morte há um drama que tem permanecido por muito tempo sem revelação.
Para vê-lo em sua perspectiva real, devemos olhar brevemente para a relação entre Jesus e Judas. Jesus escolheu a Judas e orou por ele (Luc. 6:12-13), como o fez por Jerusalém que o rejeitou e por aqueles que o crucificaram. 
Jesus desejava que Judas comesse a última Páscoa com ele (Luc. 23: 14-15), amou-o e lhe ofereceu o lugar de amor e comunhão à mesa no aposento da Páscoa (João 13:26). Jesus lavou os seus pés (João 13:5) e, daí, expressou-lhe um amor que era indubitavelmente verdadeiro e digno do Filho de Deus.
 Jesus deu a Judas total reconhecimento e nunca o delatou como o seu futuro traidor, mas se referia a ele como o seu "amigo".
 A meditação cuidadosa sobre os eventos que levaram a traição revelará que Jesus ofereceu a Judas toda mostra de amor e não esteve disposto a repudiá-lo nem mesmo no momento do seu crime.
Jesus ensinou em Mateus 5:44 que devemos amar os nossos inimigos e ele praticou tudo o que pregou. 
Ainda que de antemão conhecesse perfeitamente o mal que Judas faria contra ele, mostrou-lhe o seu amor sincero em toda forma concebível.
Em Marcos 14:45 Judas acordou trair Jesus com um beijo. 

Há duas palavras no original para "beijo". Uma significa o beijo de amizade e outra significa beijar fervorosamente, ou o beijo do amor verdadeiro.

 Agora, vamos ao Getsemani e vejamos a cena final. Judas vem com a multidão armada com paus e espadas para fazer Jesus prisioneiro.

 Judas saúda o Senhor e o beija; mas, de acordo com o original, não é com o beijo de amizade como tinha acordado, mas com o beijo de amor genuíno! Só a eternidade revelará o que passou nesse momento pelo coração de Judas. 

Possivelmente, à luz flutuante das tochas, Judas viu no rosto de Jesus a assustadora verdade de que apesar da sua traição, Jesus ainda o amava, porque ele chamou a Judas, de "amigo".
Jesus foi aprisionado e Judas chorou por ter traído sangue inocente; tinha aprendido que o amor de Jesus para ele era real. 

O seu coração deve ter experimentado um golpe demolidor, e agora ele não pode racionalizar a sua loucura ou justificar o seu ato detestável.

 Tenta desfazer o que tinha feito devolvendo o dinheiro, mas é rejeitado com desprezo por seus ímpios amigos, pois nem mesmo eles querem relacionar-se agora com Judas. 
O seu ganho momentâneo se torna pó em suas mãos -o futuro é negro sem a fraternidade de Jesus e dos seus amigos- ele perdeu para sempre aquele ministério que Jesus lhe tinha dado (Atos 1:20); a sua habitação estará agora desolada, outro homem tomará a sua coroa, e Judas irá para o seu próprio lugar em uma morte solitária efetuada por sua própria mão.
Judas morreu por sua própria mão? Parece-me evidente que Judas morreu sob a força do irresistível amor de Cristo. Judas destruiu a si mesmo porque ele já não podia viver mais consigo próprio ou com outros, e tudo isto foi operado pelo verdadeiro amor do Senhor Jesus Cristo. Parece-me que as palavras de Romanos 12:20-21 são repentinamente claras:

 "Assim, se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber; pois fazendo isto, brasas de fogo amontoará sobre a sua cabeça. Não sejas vencido do mau, mas vence com o bem o mal".


Não se cumprem assim aquelas palavras que afirmam: "Porque as armas da nossa milícia não são carnais ..." (2ª Coríntios 10:4), e "o amor nunca acaba" (1ª Cor. 13:8)? Sem dúvida, precisamos afirmar desesperadamente em nossos corações que a Palavra de Deus é a verdade.
 Nós só damos mais razão ao ódio dos nossos inimigos e motivo para a traição dos nossos amigos quando lhes devolvemos mal por mal. O amor que é verdadeiro e não muda mesmo frente a uma má obra contra ele, finalmente conduzirá o seu traidor às solitárias ladeiras do Campo de Sangue (Acéldama - At. 1:19) para morrer.

Há outra consideração no ato da traição de Judas. Ele foi escolhido pelo Senhor Jesus Cristo, ainda que o Senhor soubesse de antemão que Judas o trairia (João 6:64). Em minha própria experiência pessoal de traição pelas mãos de um amigo, o amado Senhor me mostrou esta verdade preciosa. 

Enquanto estava no fogo desta provação, fui deitar em uma noite pensando naquele que pretendia me amar e tinha usado a sua profissão para me pôr nas mãos dos meus inimigos. De noite despertei em oração achando a resposta para este pensamento: O Senhor Jesus escolheu os seus próprios amigos, e sabendo de antemão a traição de Judas, escolheu-o de todos os modos! 

Disse-lhes que ele tinha escolhido aos doze, e que um deles era o diabo. 
Dava graças a Deus por esse diabo, pois ele era necessário para o ministério de Jesus, e por meu traidor, sendo que ele também era necessário em minha vida.
Que necessidade teria de um crente ser traído por seus amigos ou amados? Que bom propósito poderia ter a dor e a tristeza de um coração ferido? 
Eu fiz estas perguntas aquela noite e encontrei respostas que vieram ao encontro das necessidades do meu coração. Nós temos necessidade de reconhecer a fidelidade do Espírito Santo em nossas vidas.

 Consideremos o fato de que Jesus nunca foi enganado a respeito de Judas. "Porque Jesus sabia desde o princípio quem era os que não criam, e quem o havia de entregar" (João 6:64).
Eu estou seguro de que, em cada experiência de traição na vida do crente, ele pode olhar para trás e recordar a advertência fiel do Espírito Santo.

 Em um caso, me recordo que poderia estar ciente desde o começo se eu apenas tivesse ouvido o testemunho interior do Espírito.
Quem pode explicar a natureza da advertência de Deus na alma com respeito a um irmão falso? 
Não é fácil expressá-lo com palavras, mas todos os santos conhecem a inquietação que a razão não pode explicar sobre alguns que professam serem nossos amigos. 
Conhecemos e experimentamos esse muro real de restrição que procura impedir que déssemos os nossos corações para aqueles que nos trairiam em um tempo de necessidade. Não estaríamos tão freqüentemente afligidos e defraudados por outros se fôssemos mais sensíveis ao Fiel que mora em nós. 
Nós não cremos no "discernimento" pelo Espírito? Então, por que freqüentemente desprezamos aquele sentimento estranho em nosso coração por amigos declarados e nos aventuramos a "proclamar" comunhão por sobre todas as advertências do Senhor Jesus Cristo por Seu Espírito? 
Quando nós aprenderemos que "o Senhor conhece os que são seus"?
A nossa responsabilidade é ouvi-lo nas profundidades mais íntimas da nossa alma e depender Dele para esquadrinhar os corações de outros por Seu Espírito. A experiência da traição esclarece a verdade de que a aceitação pública no meio dos crentes, o emprego de vocabulário comum entre os santos, a realização de obras religiosas, a pregação da Palavra, ou qualquer outro sinal externo que normalmente constitui uma "provação" da salvação e fidelidade de um homem, nem sempre manifestam a situação verdadeira. "...pois o homem olha para o que está diante dos seus olhos, mas o Senhor olha para o coração" (1 Sam. 16:7).
Reconheçamos em cada homem a posição que ele declara ter diante de Deus, mas nunca nos permitamos ir além do testemunho do Espírito de Deus em nossos corações em nossa relação aos outros. Temos lido de muitos que vieram a Jesus e professaram fé nele, apoiados puramente nos milagres que realizou, e não sobre uma genuína fé nele como o Filho de Deus. Movidos só pela impressão das obras externas, eles se incluíram entre os seus seguidores... "Mas o próprio Jesus não se confiava neles, porque conhecia a todos, e não tinha necessidade de que ninguém lhe desse testemunho do homem, pois ele sabia o que havia no homem" (João 2:24-25).
A nossa obrigação não é abrir o coração para todo homem que procura entrada em nosso homem interior, mas permitir aos nossos corações serem afetados para outros pelo Espírito Santo, pois ele sempre nos advertirá daqueles que tentam nos enganar.

 Aprendamos que a "comunhão" é a obra do Espírito Santo e não do homem. Não tentemos estabelecê-la sem a sua ajuda, nem a rejeitemos quando ele tão obviamente a estabelece entre os nossos corações e outros no Corpo de Cristo.


Qual é a necessidade da traição? Talvez deva ser esclarecida através das palavras de Pedro em sua primeira epístola quando ele observa que os seus leitores terão que "ser afligidos em diversas provações... se for necessário".

 É necessário porque, como ele explica tão belamente, há um fruto tanto presente como futuro de tais experiências aflitivas. 
No futuro, esta prova da nossa fé, como o ouro provado no fogo, tirará do forno as nossas vidas em louvor, honra e glória para o Senhor Jesus Cristo em sua vinda. 

Se só pudéssemos nos agarrar neste tremendo potencial no meio das nossas provações, quão distinta seria a resposta dos nossos corações ao desafio dessa hora! 
Além disto (graça sobre graça), as duras provações da vida são usadas para fazer uma obra muito necessária em todos nós - a obra de aumentar o nosso amor e gozo nesta vida presente. 
Leia 1.a Pedro 1:6-8 e recordem que, depois de cada forno de aflição, saímos amando ao Senhor como nunca antes e nos regozijando na realidade da sua comunhão.
Necessitamos da experiência da traição para aprender a verdadeira submissão ao Senhor. 

Você sabia que a maior oração que um filho de Deus pode dizer é a oração do Filho perfeito: "Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado" (Luc. 10:21)? Quando pudermos clamar assim do íntimo dos nossos corações feridos, saberemos que o aguilhão já se foi e que triunfamos, porque a nossa submissão para o desejo do Pai em nossas vidas traz a vitória sobre todo ataque que venha contra nós (2ª Cor. 2:14).

2ª Coríntios 4:15-18 oferece mais razões para a aparente injustiça das grandes desilusões da vida. Paulo dá a perspectiva apropriada para as nossas aflições, nos dizendo que o ataque não é contra o homem exterior, mas sim contra o homem interior.
Freqüentemente estremecemos sob o temor das "conseqüências que isto poderia trazer para a nossa vida", e esquecemos que nos tempos angustiosos nada pode causar dano ao nosso homem interior se estivermos vestidos de toda a armadura de Deus. 
Estas coisas duram só um momento comparadas com a eternidade, e um dia trarão um eterno peso de glória. 
Estas águas profundas só serviram para tirar os nossos olhos dos laços e "coisas" terrestres, e pô-los nos valores eternos. 
O inimigo gostaria de nos angustiar e ofuscar a nossa razão, nos conduzindo a olhar os detalhes horríveis da experiência exterior; assim, enquanto nos ocupamos com preocupações inúteis sobre o exterior, somos às vezes golpeados com violência no homem interior, e derrotados. 
Muitos santos sobreviveram aos ataques exteriores só para cair mortalmente feridos por amarguras, ressentimentos, malícia, e um coração rancoroso.

 Em tempos de traição, os santos devem aprender primeiro a cingir os lombos do seu entendimento em Cristo e a apropriar-se de toda a armadura de Deus, o qual realmente significa vestir-se de Cristo em toda a Sua força e poder.


Consideremos a bênção que traz a traição quando, através dela, aprendemos a não reconhecer outra mão a não ser a mão fiel de nosso amado Pai no céu, em todas as coisas. Nós damos demasiada glória ao diabo, ao mundo e à carne nas circunstâncias das nossas vidas.
 Culpamos os nossos inimigos quando somos sacudidos; mas grande paz e quietude de coração se tornam nossos quando nos negamos a reconhecer segundo as causas em nossas vidas. 
Deus é soberano e ele é o nosso Pai.

 Agradou-lhe permitir que isto nos acontecesse, e nossa parte é crer que "...aos que amam a Deus, todas as coisas contribuem para o bem, isto é, aos que são chamados conforme o seu propósito" (Rom. 8:28).

Na bênção desta quietude, Davi suportou com um espírito paciente a maldição de Simei e proibiu que lhe devolvesse mal algum pelo mal que fez. Davi viu só uma mão detrás de tudo isso - a mão amorosa de Deus operando o bem através do mal de Simei.
José foi traído amargamente por seus irmãos, posto no poço e vendido como escravo, para depois ser concedido a Potifar, e, outra vez, ser maliciosamente traído por sua esposa. Posto na prisão, ele fez amizade com o copeiro do rei, e logo conheceu mais uma vez a agonia do beijo da traição, porque quando aquele homem foi restaurado a favor da corte do Egito, quebrou a sua promessa feita na prisão. A Palavra de Deus diz: "E o chefe dos copeiros não se lembrou de José, mas o esqueceu" (Gên. 40:23).

Tanta aflição para um só homem parece suficiente para feri-lo mortalmente em seu interior, até perecer debaixo da amargura da alma que freqüentemente resulta na rejeição pessoal; mas os anos passaram e José foi lembrado pelo Senhor e exaltado ao trono do Egito em vitória. E o bendito segredo da sua cura, sim, de sua paciência triunfante e vitoriosa, revela-se em suas palavras aos seus irmãos: "Vós pensastes mal contra mim, mas Deus o encaminhou para o bem..." (Gên. 50:20).

Pedro manifestou esta mesma verdade em sua perspectiva da cruz do Calvário. 
Ainda que ele acuse à nação de prender a Jesus por mãos de iníquos para crucificá-lo e matá-lo, Pedro não o vê como uma tragédia, não vê nisso uma vitória de Satanás, mas sim, triunfalmente anuncia que o Senhor Jesus Cristo foi "...entregue pelo determinado conselho e antecipado conhecimento de Deus..." (At. 2:23).

E assim, meus amados santos de Deus que neste momento se encontram perplexos por causa da traição de um amigo, reconheçam nesta hora que Deus bem pôde havê-lo evitado se o tivesse desejado, mas o permitiu para o seu bem. Regozijem-se nesta bênção, pois ele os está tomando como seus filhos e lhes preparando para consolar e abençoar outros. Ele agraciou as suas vidas com o privilégio glorioso de compartilhar com vocês os mais íntimos sofrimentos de Cristo (Flp. 3:10).


Esta comunhão é dada a um grupo seleto, porque nem todos têm o privilégio de conhecer a agonia da traição, de poder compartilhar em alguma medida a profundidade do amor de Cristo. O seu traidor tentou lhe fazer mal, mas Deus tornará tudo para bem; e como Jesus escolheu a Judas, pois Ele tinha necessidade da traição em Sua própria vida, assim Deus em Sua fidelidade escolheu os nossos traidores - Ele sabia perfeitamente que, se a escolha tivesse sido nossa, nunca teria sido feita.

Vocês dirão: "Escolher os nossos traidores? Que bem podem nos fazer eles?". Vocês se esqueceram que a traição de Judas levou a Jesus Cristo para a sua maior obra, e desencadeou os eventos que cumpriram os propósitos eternos de Deus em Cristo? 
A redenção eterna através do sangue de Cristo foi fruto do desprezível ato de Judas!
Segue sendo um fato que os nossos inimigos não farão esta obra por nós. 

Só nossos amigos nos entregarão à dor das circunstâncias além do nosso controle; e, portanto, realizarão um verdadeiro serviço aos santos de Deus.

Só posso falar a partir da minha experiência pessoal. 
Um traidor me levou às circunstâncias que mudaram o curso do meu ministério e lançaram a maior obra da minha vida. 

Um traidor trouxe para a minha vida penalidades que me levaram a ser tirados da dependência do homem e me fizeram um homem livre no Senhor!

Um traidor trouxe para a minha vida um sofrimento que produziu o presente ministério frutífero e jubiloso que recebi de Cristo para o Seu Corpo. 

Como todos os santos, a minha percepção do passado é melhor que a minha visão do futuro. Quando olho para trás, dou graças a Deus por cada "diabo" escolhido por um Pai fiel, pois é muito provável que eu tivesse perdido algumas das maiores benções da minha vida se não tivesse sido por eles!

A bênção da traição?


 Só Deus pode realizar tal milagre, mas tenho descoberto que a paradoxo destas palavras é uma realidade. 


A traição pelas mãos daqueles a quem tenho confiado o coração pode trazer benções impossíveis de conter. 


Através da traição aprendi o que o salmista quis dizer quando cantou: "Nisto conhecerei que tenho te agradado, por não triunfar de mim o meu inimigo" (Salmo 41:11). 


Também o que o profeta quis dizer quando escreveu: "Nenhuma arma forjada contra ti prosperará, e condenará toda a língua que se levante contra ti em juízo. 


Esta é a herança dos servos do Senhor, e a sua salvação que de mim virá, disse o Senhor" (Isaías 54:17).


Através da traição aprendi que o poder e a graça do Senhor Jesus Cristo em minha vida só podem ser operadas através da bênção da fraqueza, que é produzida pelas bofetadas de Satanás como um aguilhão na carne (2ª Cor. 12:7).




Através da traição somos preparados para a bênção de ser usados para encorajar a outros na mesma prova de fé, com a mesma consolação que nós recebemos de Deus (2ª Cor. 1:4).

 Através da traição pelas mãos de um "amigo", recebi a bênção de tocar nesta mensagem as verdades preciosas que aprendi na comunhão de Cristo Jesus, meu Senhor. As benções dos que lerão esta mensagem fluirão da fonte da traição e, daí, a maldade desse fato se transforma, através da graça, no bem de Deus.

Através da experiência da traição de amigos falsos, recebi uma das maiores benções da minha vida, aprendendo como amar a meus inimigos e abençoar os que me perseguem.
Durante anos, foi difícil entender estas palavras: "Abençoai aos que vos perseguem; abençoai, e não amaldiçoeis" (Rom. 12:14), e muito mais difícil praticá-las. 

O cumprimento delas se opõe diametralmente a todo o humano; e a sua compreensão delas foi aberta por meio das águas amargas do ataque selvagem dos meus falsos amigos. 

Somente a experiência as transformou em uma realidade bendita para mim. A palavra "bendizei" significa "elogiai" ou "falar bem de". A expressão "não maldiga" significa "não deseje nenhum mal".

Quando se concretiza a bênção da traição, olhamos para trás e vemos quanto temos segado em crescente gozo, amor, graça, força e comunhão com o amado Senhor Jesus; sentimo-nos abismados pela compreensão de quanto bem nos tem feito o nosso traidor.
 Não importam quais foram as suas intenções. O que importa é o fruto bendito que ele trouxe para as nossas vidas.

Quão gloriosamente fácil se torna em verdade "falar bem" dele e não lhe desejar nenhum mal! Sim, quando olhamos o nosso presente estado de bênção e compreendemos que fomos entregues por um inimigo à liberdade e magnitude da terra que agora possuímos, nós podemos dizer:

 "Não posso senão falar bem dele, porque foi uma bênção para mim!".

Deste modo, tal como a flor pisoteada cujo perfume sobe para abençoar o pé que a esmagou, assim os nossos corações não encontram amargura, não procuram nenhuma vingança, não desejam nenhum mal.
 A plenitude dos nossos vasos precisa transbordar e abençoar as mãos que nos afligiram.

EU ABENÇÔO OS QUE ME TRAÍRAM EM NOME DE JESUS , POIS ACHARAM QUE ESTARIAM ME MATANDO , MAS LEVANTARAM UM LEÃO QUE ESTAVA DORMINDO.


VIA GRITOS DE ALERTA .

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