sábado, 3 de fevereiro de 2018

Esposa de pastor é condenada a cinco anos de prisão, no Irã

Cadeia
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A esposa de um pastor iraniano que foi condenado a dez anos de prisão também recebeu uma sentença de cinco anos.
Shamiram Isavi Khabizeh, esposa de Victor Bet-Tamraz, foi acusada de “agir contra a segurança nacional e contra o regime ao organizar pequenos grupos, participar de seminários no exterior e treinar líderes da igreja e pastores para ser espiões”, de acordo com o grupo cristão de advocacia Middle East Concern (MEC).
Ela vai apelar da sentença, que foi dada no Tribunal Revolucionário de Teerã, capital do país, no dia 6 de janeiro.
Shamiram já foi detida em junho do ano passado, mas libertada após pagar fiança no valor equivalente a 30 mil dólares (cerca de 96 mil reais). Seu marido, condenado em julho do ano passado por “agir contra a segurança nacional ao organizar e liderar igrejas domésticas”, atualmente aguarda o resultado de seu apelo. O filho do casal, Ramil, também enfrenta as mesmas acusações do pai.
O país ocupa a 10ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2018, que acaba de ser lançada.
Na República Islâmica do Irã, clérigos detém o poder sob controle do supremo líder Ayatollah Khomeini. Líderes atuais veem a expansão da influência do islamismo xiita no Oriente Médio como meio de continuar a revolução. Logo, o cristianismo é considerado uma influência ocidental e uma ameaça à identidade islâmica da República.
A situação geral de perseguição no Irã é causada por um governo islâmico estrito que tem o objetivo de erradicar ou restringir qualquer influência – incluindo o cristianismo – que possa ameaçar sua posição de poder. Cristãos ex-muçulmanos são os que vivenciam maior perseguição. Além dos cristãos, direitos de outras minorias religiosas como judeus, bahá’ís e zoroastrianos, bem como muçulmanos dervixes e sunitas também são perseguidos.
Devido à pressão do governo, quase todas as igrejas que fizeram cultos na língua persa foram fechadas nos últimos cinco anos e seus líderes foram presos. O alto nível de violência é expresso no aumento do número de cristãos presos no país.
A Igreja Perseguida no Irã precisa das orações.
Fonte: Missão Portas Abertas

Pai de santo é preso suspeito de esquartejamento em rituais satânicos

Terreiro no município de Moreno, na Região Metropolitana do Recife
Terreiro no município de Moreno, na Região Metropolitana do Recife
Um pai de santo foi preso, na noite desta quinta-feira (1°), suspeito de assassinato e esquartejamento durante rituais satânicos no município de Moreno, na Região Metropolitana do Recife, capital de Pernambuco.
Durante a prisão, o suspeito confessou à impressa o crime e afirmou ter cometido em ritual de magia negra para a entidade ‘Oxum’ com o objetivo de ficar rico.
Segundo a Polícia Militar, o pai de santo Diego José Minervino dos Anjos, de 26 anos, teria assassinado um homem há 20 dias.
A suposta vítima seria Marcos Ferreira da Silva, de 33 anos, conhecido como “Mal”, que estava desaparecido e cujos restos mortais foram encontrados no dia 13 de janeiro deste ano no Rio Jaboatão, em Jaboatão dos Guararapes, também no Grande Recife.
A família da vítima foi ao Instituto de Medicina Legal (IML) para tentar fazer o reconhecimento dos restos mortais, mas não conseguiu pois faltavam algumas partes, como cabeça, pés e mãos. A família também afirmou que Marcos tinha os pés e as mãos atrofiados por causa de uma doença e que, se esses membros estivessem lá, o reconhecimento do corpo seria possível.
Na casa do suspeito, a PM encontrou um balde com um crânio, duas mãos e dois pés em avançado estado de decomposição, o que não permite saber se os membros são realmente de Marcos.
Os membros encontrados na casa serão levado ao IML onde passarão por exames.
Ainda segundo a PM, uma Força-Tarefa do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi acionada e o pai de santo foi levado para o DHPP. O Instituto de Criminalística (IC) fará a perícia no terreiro.
Fonte: JC Online

Samuel Mariano é ameaçado por criticar Pablo Vittar

Pastor e cantor Samuel Mariano
Pastor e cantor Samuel Mariano
O pastor Samuel Mariano fez um desabafo em suas redes sociais nesta semana. Ele afirmou estar sendo vítima de ameaças de grupos de ativistas homossexuais após ter feito críticas a Pablo Vittar. Além disso, o pastor explicou que montagens dele começaram a circular por grupos na internet.
Segundo Samuel, os ativistas prometeram “denegrir” sua honra e “destruir” sua família. Ele disse que já registrou um boletim de ocorrência na delegacia e que a polícia está localizando os responsáveis pelas imagens adulteradas. O religioso explicou que as ameaças já acontecem há 30 dias, mas que ele não vai desistir.
“Tenho plena convicção do meu chamado e fico feliz em sofrer perseguição por amor ao nome de Cristo. Nada disso irá nos fazer parar, só servirá como combustível para aumentar a nossa fé”, ressaltou.
Recentemente Samuel Mariano participou de uma cruzada evangelística em Cedro, sertão de Pernambuco. Durante o evento, o músico falou que o cantor Pablo Vittar tem sido usado como um objeto de propagação da ideologia de gênero na mídia, para inverter valores bíblicos e familiares.
De acordo com o pastor Samuel Mariano, Pabllo tem sido usado para acostumar a sociedade brasileira a aceitar como normal a agenda LGBT. Em seguida, Samuel Mariano não poupou críticas a Pabllo Vittar.
“O mundo está querendo empurrar em nós uma inversão de valores. Tem um cara aí que nasceu homem, e agora virou mulher e cantora. Não canta nada que preste”. O pastor ainda afirmou que se ele (Pabllo) fosse viver de música, passaria fome.
“Existe uma força demoníaca querendo empurrar que aquilo ali é o certo. Resultado: ele ganhou o prêmio de melhor música e melhor cantor do ano. E a gente fica olhando e percebe que existe por trás um trabalho para empurrar em nós uma inversão de valores, porque essa é a forma da igreja ficar na terra. Porque se a igreja deixar de protestar e pregar o evangelho puro, a gente vira mais uma turma. E quer saber? Esquece salvação”, afirmou Samuel.
Após a publicação do desabafo, Samuel Mariano recebeu o apoio e compartilhamento de seus seguidores. Ele também fez um pedido de orações por sua família.
– Antes de qualquer coisa lembrem-se da minha família, dos meus filhos. Eles não merecem. Vamos sim chegar a um ponto de saber tudo. Não sou perfeito, mas preciso, neste momento, que todos me ajudem a não compartilhar esse tipo de coisa – solicitou.
Fonte: JM Notícia e Pleno News

Cristãos marcham para protestar contra a estátua de “Lucifer” na Grécia

"Phylax" estátua em Paleo Faliro município de subúrbio de Atenas, Grécia, tem sido alvo de protestos cristãos
Mais de 100 cristãos liderados por um padre em Atenas marcharam para o local de uma escultura controversa, que muitos pensam descreve Lúcifer, e exigiu sua remoção.
Os manifestantes mantinham bandeiras gregas, ícones e cantaram hinos onde a escultura Phylax está de pé, de acordo com Greek Reporter.
A escultura, uma imagem de um homem vermelho desnudo com asas, feita pelo artista Kostis Georgiou, foi instalada perto da marina Palaio Faliro em Trokadero, sul de Atenas, no mês passado, de acordo com Neos Kosmos .
O padre polvilhou “água benta” na estátua para “exorcizar seus demônios”.
A estátua sofreu dois ataques de vandalismo desde a sua instalação em 5 de dezembro. O que pode ter causado preocupação entre os cristãos é que o município de Palaio Faliro nomeou a estátua “anjo-guardião” do subúrbio de Atenas do Sul.
O prefeito Dionysis Hatzidakis, no entanto, afirmou que o Phylax não se refere ao anjo da guarda como descrito na fé cristã.
O pároco local Patapios Argyros diz que isso não é verdade.
“A escultura é um demônio e um soldado de Satanás que, em vez de serem honrados, devem ser desprezados como blasfemos para a santa trindade”, escreveu ele em uma carta aberta ao prefeito. “É uma afronta à ortodoxia e à fé cristã”, continuou ele.
O artista não concorda
“Quem diz que a cor de Satanás é vermelha?” – perguntou Georgiou. “Há anjos com asas vermelhas e cabelos vermelhos”, disse ao canal grego Skai TV que a crítica é liderada por “um pregador de ódio”, afirmou. “Supõe-se que os adversários são cristãos, mas sua alma é anti-cristã”, disse o artista.
“O trabalho é independente de qualquer abordagem de símbolos e emblemas religiosos”, acrescentou. “Se eles querem demolir, deixe-os fazê-lo. Se eles quiserem queimá-lo, deixe-os queimá-lo assim como queimavam livros no passado”.
Os moradores do subúrbio começaram a colecionar assinaturas para pressionar o município a remover a escultura.
Fonte: The Christian Post

Pastor é criticado e denunciado ao MP após fotos de batismo de índios

Uma fotografia compartilhada pelo pastor evangélico Isac Santos, no Facebook, reacendeu uma discussão que perdura por séculos. Na publicação, feita em 22 de agosto, o religioso aparece acompanhado de diversos xavantes no município de Água Boa, em Mato Grosso, e comemora o fato de ter batizado 38 integrantes da aldeia, entre eles o cacique do grupo.
Na imagem publicada na rede social há homens, mulheres e uma criança, todos integrantes da terra indígena de Areões. Eles usam roupas brancas. Ao fundo, o pastor abre os braços e sorri.
A publicação viralizou – eram mais de 16 mil reações e 10 mil compartilhamentos até a manhã desta segunda-feira – e teve repercussão, em grande parte, negativa. A maioria dos usuários utilizou o emoji que expressa raiva para classificar a fotografia. A segunda reação mais popular foi a de tristeza.
Nos comentários, há diversas críticas ao batismo dos indígenas. “Eu peço que Deus ilumine sua cabeça e mostre como é irracional e até pecado o desrespeito à cultura indígena. Jesus não é isso”, escreveu uma mulher, em meio a muitas outras pessoas que também reprovaram a atitude do pastor. Poucos comentários apoiaram a ação do religioso.
Além dos missionários, o batismo dos indígenas também teve a presença da vereadora Aninha Carvalho (SD), do município de Trindade, em Goiás. Em suas redes sociais, a parlamentar publicou imagens dos xavantes e um vídeo no qual aparece ao lado do pastor cantando músicas religiosas para crianças indígenas. Ela também recebeu diversas críticas nos comentários.
O debate sobre a inserção de religiões à cultura dos indígenas é antigo. O assunto existe desde o Brasil Colônia, quando os jesuítas vieram ao país, em 1549, para evangelizar, catequizar e tornar cristãos os indígenas que habitavam as terras brasileiras.
Quase cinco séculos depois, o impacto cultural da religião do homem branco nos indígenas ainda gera debates e causa polêmica. Apesar disso, grupos de diversas religiões continuam frequentando tribos indígenas e conquistando novos fiéis dentro das aldeias.
Para o antropólogo Roque Lara, que há décadas estuda a cultura indígena, as incursões religiosas trazem prejuízo histórico para os indígenas.
“A Constituição brasileira garante aos indígenas o direito de continuar com suas crenças e religiões. Como antropólogo, há muito tempo tenho me manifestado contra missões. É um absurdo que uma pessoa que venha de fora, que não fala a língua do grupo, queira mudar a cabeça deles e as crenças de centenas de anos.”

O batismo de Água Boa

O pastor Isac Santos, da Igreja Tempo de Semear, contou que há mais de um ano conhece o cacique da aldeia onde ocorreu o batismo. Segundo o religioso, os xavantes da região sempre ficam em sua casa quando vão à cidade. Ele argumentou que antes de se converterem à sua religião, os indígenas já haviam adquirido costumes brancos.
“Eles eram convertidos ao cristianismo. Ao contrário do que os ignorantes pensam, na aldeia deles possui energia e televisão. Além disso, os indígenas daquela região têm conta no banco, título de eleitor, Bolsa Família, falam português e fazem faculdade. Eles não ficam dançando ao redor do fogo o dia todo”, disse.
Santos comentou que o batizado foi presenciado por todos os membros da aldeia, incluindo os que não participaram do ato.
A cerimônia ocorreu no Rio Borecaia, em Água Boa. Os indígenas foram ao local com os missionários. Utilizando roupas brancas, eles entraram na água junto com os religiosos. Entoavam canto de sua cultura, em linguagem própria, enquanto os pastores bradavam “aleluia, Jesus” e “glória a Deus”.
Durante o batismo, havia duas duplas de pastores e cada uma delas convidava um indígena por vez. Ao ser chamado, cada um era posicionado pelos religiosos. De costas, eles juntavam as palmas das mãos em sinal de oração e eram colocados durante segundos nas águas do rio. Posteriormente, eram levantados e recebiam aplausos de quem acompanhava a cerimônia.
De acordo com Santos, o batizado é essencial para os indígenas que queiram seguir a religião evangélica. “Se de fato são cristãos, essa decisão precisa ser selada no batismo. Segundo João Batista, isso é feito por imersão nas águas. É preciso crer para ser batizado. Só dei continuidade ao batismo quando pude testificar, de fato, que eles tinham Jesus como salvador. Caso contrário, o procedimento deles seria inválido.”
Ele frisou que os indígenas de Areões foram os únicos batizados pela equipe missionária da qual faz parte. O religioso também salientou que as roupas utilizadas durante a cerimônia não foram exigências e pertenciam a eles, que teriam comprado as vestes para utilizá-las em dias festivos.
Em relação às diversas críticas que recebeu, o religioso as classificou como infundadas. Para ele, os comentários contrários ao batismo foram feitos por “ativistas de teclado”.
“Fazer dos indígenas uma bandeira de ativismo é muito bizarro. Os tratam como bichos, como se fossem incapazes. Os indígenas dizem que podem tomar suas próprias decisões. Eles escolheram a nossa fé. Parece que é crime o fato de eles terem escolhido o cristianismo.”
Santos comentou que reagiu com naturalidade aos comentários negativos feitos em sua publicação.
“No meu Facebook, comenta quem quer. Na minha caixa de mensagem há todo tipo de ameaça. Mas não é disso que se trata a democracia? Eles xingam quem eles querem, eu batizo quem quiser ser batizado”, afirmou.
Sobre a presença da vereadora Aninha Carvalho na cerimônia, o líder religioso explicou que a parlamentar estava a passeio. “Ela foi para pescar com a gente no rio das Mortes. Como descemos para a aldeia, ela nos acompanhou e ainda comprou pães para o lanche e docinhos para as crianças indígenas. Acabou sendo uma bênção.”
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da vereadora e com a própria parlamentar, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.

Contato entre tribos e religiosos

O controle de acesso de grupos religiosos a tribos indígenas é feito pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
Por meio de comunicado, a instituição explicou que a entrada de missões em terras indígenas só pode ocorrer com autorização da presidência do órgão ou em caso de as lideranças das aldeias autorizarem a entrada dos grupos.
A Funai informou ainda que não recebeu nenhum tipo de denúncia sobre o caso em Água Boa.
Já no Ministério Público Federal (MPF) existe uma representação contra o batismo que ocorreu na terra indígena de Areões. Em 28 de agosto, a pedagoga Juliani Caldeira protocolou denúncia sobre o caso após ver a publicação feita pelo pastor Isac Santos. O procedimento ainda não entrou em fase de tramitação.
Na denúncia, Caldeira questionou a presença da vereadora Aninha Araújo e dos missionários na aldeia. Ela pediu a abertura de investigação sobre o caso.

“Sendo o Estado Laico e sendo a vereadora representante do povo no seu mandato, teria ela o consentimento para entrar em aldeias, levando a sua cultura para um grupo que já possui a sua própria?”, questionou a pedagoga, em trecho do documento protocolado no Procuradoria.

Cultura

Os xavantes compõem o maior grupo indígena de Mato Grosso. Há cerca de 20 mil deles em diversas regiões mato-grossenses. Eles possuem dez terras no Estado.
Entre as características culturais deles estão rituais que envolvem os processos da vida como nascimento e casamento. Os indígenas desse grupo são ligados a questões de espiritualidade e cultivam segredos sobrenaturais. A língua deles é denominada acuen, do tronco linguístico macro-jê.
Entre os rituais deles, destaca-se o wai’a, no qual apenas os homens participam e repassam conhecimentos tidos como sobrenaturais, relacionados a questões como a vida e a morte, o bem e o mal, a doença e a cura.
Uma das particularidades dos xavantes é a permissão para que os homens possam exercer a poligamia.
Nas últimas décadas, assim como relatado em outras aldeias do país, parte da cultura deles foi suplantada pela religião evangélica ou católica, trazida aos grupos por meio de missionários.
Diversas terras de xavantes deixaram de permitir a poligamia e outros ritos, mantiveram alguns costumes de seus ancestrais e passaram a ser predominantemente católicas ou evangélicas.
O xavante Lúcio Waane Terowaa, de 39 anos, que vive na terra indígena de São Marcos, teme pela perda cultural de seu povo. Filho de pais que decidiram seguir o catolicismo, ele nunca quis ser batizado e optou por preservar a cultura de seus antepassados.
“Nós acreditamos na espiritualidade indígena. Os xavantes creem que existe o mundo espiritual, que nos protege, nos leva a ser pessoas mais tranquilas e faz com que tenhamos convivência harmônica. Só que essas pessoas que estão mais avançadas em outras religiões estão falando mal da nossa. Dizem que a deles está certa. Isso é muito triste”, disse.
“As nossas crenças foram atacadas pela Igreja Católica e pela evangélica. Começaram a falar que não é certo dar continuidade à nossa religião. Isso vem trazendo um grande impacto sociocultural”, completou.
Segundo ele, apesar de diversos grupos terem adotado religiões diferentes, há outros que nunca aceitaram a presença de nenhum tipo de igreja.
“Ao longo dos anos, algumas aldeias foram convencidas, mas nem todas. Algumas delas não aceitam nenhum missionário e mantêm a tradição antiga”, relatou.
Terowaa contou que quase chegou a ser batizado, mas desistiu. “Comecei a pesquisar sobre religião, procurei na internet e percebi que havia algo errado que está dominando meu povo.”
“Na minha opinião, acho que todas as religiões merecem respeito. É triste ver que a igreja invadiu nosso território para evangelizar os indígenas e agora fala mal da nossa cultura. Para mim, não há fundamento para justificar a existência dessas religiões nas aldeias.”

Incursões religiosas

As ações religiosas em terras indígenas de Mato Grosso possuem diversas passagens marcantes. Entre elas está a missão jesuítica de Utiariti, feita por membros da Igreja Católica no município de Diamantino entre os anos de 1930 a 1970. O trabalho envolveu os Nambikwara, Irantxe, Paresi, Rikbáktsa, Apiaká e os Kayabi.
A Utiariti tinha o objetivo de catequizar crianças indígenas por acreditar que elas seriam o meio mais fácil de doutrinação em um período em que havia disputa de terras entre indígenas e seringueiros. Na época, ocorria a reativação de seringais de Mato Grosso, após a Segunda Guerra Mundial.
A missão foi alvo de duras críticas de indígenas, pois no internato onde as crianças ficavam havia distanciamento da cultura nativa delas. No local, os responsáveis somente conversavam em português, passavam apenas ensinamentos católicos e eram raras as permissões para que os pequenos indígenas pudessem visitar suas famílias.
O indigenista Ivar Busatto, coordenador da Operação Amazônia Nativa (Opan), comentou que a postura de alguns religiosos assusta pessoas que trabalham com a cultura indígena.
“A gente tem visto na Amazônia, no Sul do País e em outros lugares, que há uma ‘busca’ por essas almas dos nativos, que é um pouco estranha e agressiva. Isso tem nos preocupado. Esse ufanismo por conquista de almas é estranho e causa perplexidade.”
Ele relatou que cada indígena tem permissão para seguir a religião que preferir, conforme determina a Constituição Federal de 1988. Porém, frisou que é importante manter o apreço à cultura de cada povo.
“Todo cidadão, de qualquer etnia, de qualquer lugar do mundo, tem o direito de fazer suas escolhas de linha religiosa. Mas é importante ter respeito às crenças de cada um”, observou.
O antropólogo Roque Lara pontuou que o modo como os missionários agem pode ofender a cultura das aldeias.
“A Constituição diz que a crença dos indígenas deve ser respeitada. O indígena, individualmente, pode mudar de crença, caso queira. Mas o problema é a maneira como as coisas são feitas. Depende do modo como missionário está agindo. Ele pode começar a oferecer bens materiais e o indivíduo acha que é vantagem.”
“Mas, por princípio, os antropólogos defendem as crenças indígenas, da mesma forma que defende que cada um tenha a sua crença e também o direito de não ter nenhuma”, completou.
Lara defendeu que os grupos religiosos que comparecem às aldeias realizem trabalhos sociais, sem coagir os indígenas a seguir determinada crença.
“Há muitos casos de religiosos que desistiram da catequese e passaram a fazer serviço de assistência. Conheci missionário muito bem intencionado, que trabalhava bem e cuidou da população indígena. Mas acho que é importante saber o momento em que ele pode entrar e respeitar”, destacou.
Uma das entidades religiosas que atua em aldeias indígenas do Brasil é o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), fundado em 1972. A instituição é ligada à igreja católica por meio da Conferencia Nacional Dos Bispos do Brasil (CNBB) e afirma não impor nenhuma crença ao grupo.
O secretário-executivo do Cimi, Cleber Buzzato, esclareceu que o conselho tem o objetivo de auxiliar causas relacionadas aos indígenas.
“Embora sejamos uma entidade de caráter religioso, nossa atuação junto aos povos não tem perfil proselitista. Defendemos termos constitucionais, segundo os quais os povos têm direito aos seus usos, costumes, tradições e terras que ocupam. A gente apoia esses povos nas demandas que eles apresentam ao Estado brasileiro, para que possam ter condições mais adequadas de vida”, disse.
Ele comentou que ações religiosas do Cimi são realizadas apenas nas aldeias em caso de os próprios indígenas solicitarem.
“Há casos específicos em que os povos passaram por processo de cristianização e que demandam alguns serviços eclesiais. Se há solicitação dos povos e alguns de nossos voluntários têm a possibilidade de responder a esses pedidos, então essas demandas são atendidas.”
Apesar de acreditar que existam entidades religiosas que possam trazer benefícios aos indígenas e não imponham suas crenças ao grupo, o xavante Lúcio Waane Terowaa fez um apelo.
“Para que a gente possa viver neste mundo, cada um deve respeitar o outro. Cada raiz é diferente. Cada cor é diferente. Mas somos todos iguais, somos feitos à imagem única dos seres sábios. Eu preciso que as pessoas ao menos respeitem a gente.”
Fonte: BBC Brasil

Jornalista da Rede Globo chama a fé dos cristãos de “maluquice”

Jorge Pontual, jornalista da Rede GloboJorge Pontual, jornalista da Rede Globo
Durante o programa Em Pauta, da Globo News, o jornalista Jorge Pontual deixou transparecer o que pensa sobre os cristãos que creem na segunda vinda de Jesus. Ele e os colegas debatiam as possíveis consequências da decisão de Trump a respeito de Jerusalém quando se referiu à fé cristão como “maluquice”.
“Há profecias de que Israel, recuperando Jerusalém, vai reconstruir o Templo de Salomão, e isso é a condição necessária para a volta de Jesus Cristo e para o fim dos tempos. Ou seja, é uma visão apocalíptica, eles estão caminhando para o Apocalipse, achando que eles – esses cristãos mais fundamentalistas – vão ser salvos, enquanto nós, que não somos assim, tão radicais, vamos ficar para trás. É uma maluquice”, afirmou.
“É uma questão teológica, só que está alimentando a política externa americana e é uma decisão que o Trump tomou completamente absurda, porque ele entregou de bandeja para os israelenses algo que os Estados Unidos seguravam há 70 anos, que era o status final de Jerusalém, como uma arma de negociação para forçar os israelenses a cederem em alguma coisa”, acrescentou.
Na sequência, ele volta a criticar a iniciativa do presidente norte-americano: “É uma decisão que o Trump tomou completamente absurda, porque ele entregou de bandeja para os israelenses uma coisa que os Estados Unidos seguravam há 70 anos, que era o status final de Jerusalém, como uma arma de negociação para forçar os israelenses a ceder alguma coisa. Ele entregou de bandeja”, disse.
“Está todo mundo, aqui nos Estados Unidos, muito preocupado com o que vai acontecer. Pode ser que não haja mais violência…”, concluiu, sem aprofundar seus comentários a respeito da importância de tais profecias para judeus e cristãos, uma postura oposta ao que se adota quando se falam das mesquitas islâmicas em Jerusalém, sempre ressaltadas como o terceiro lugar mais sagrado da religião.

 Com informações de Gospel +

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