O Papa reconheceu a dificuldade da reforma da Cúria
Romana e a existência de um "fluxo de corrupção" e de um "lobby gay" em
uma recente reunião com religiosos latino-americanos, informou a agência
de notícias I.Media nesta terça-feira.
A reforma da Cúria (governo da Igreja), citada por
"quase todos os cardeais" nas reuniões preparatórias do último conclave,
é uma tarefa "difícil", admitiu em uma audiência concedida em 6 de
junho aos líderes da Conferência Latino-americana de Religiosos (CLAR).
De acordo com um resumo da reunião que durou cerca de
uma hora, publicado pelo site católico Reflexão e Libertação, o Papa
acrescentou: "Na Cúria, há pessoas santas, mas também existe uma
corrente da corrupção". "Fala-se de 'lobby gay', e é verdade, ele
existe", reconheceu.
"Eu não posso conduzir esta reforma", disse, admitindo
ser muito "desorganizado". Este será o trabalho, segundo ele, da
comissão de oito cardeais nomeados por ele, que se reunirão pela
primeira vez oficialmente em Roma, em outubro.
São Pedro não tinha conta em banco
Nesta terça-feira, durante a homilia de missa na paróquia de Santa Marta, Francisco afirmou que com uma Igreja rica, "a Igreja envelhece" e "não tem vida". O papa argentino, assim como já havia afirmado em outras ocasiões, voltou a falar sobre a necessidade da Igreja "assumir um testemunho de pobreza", acrescentando que "São Pedro não tinha uma conta no banco".
Nesta terça-feira, durante a homilia de missa na paróquia de Santa Marta, Francisco afirmou que com uma Igreja rica, "a Igreja envelhece" e "não tem vida". O papa argentino, assim como já havia afirmado em outras ocasiões, voltou a falar sobre a necessidade da Igreja "assumir um testemunho de pobreza", acrescentando que "São Pedro não tinha uma conta no banco".
Em referência à passagem da Bíblia na qual Jesus pede a
seus apóstolos não "procurarem ouro, prata e cobre em vossos cintos", o
Francisco insistiu que "a pregação do Evangelho é algo gratuito". Além
disso, o pontífice afirmou que a Igreja sempre caiu "nesta tentação" e
"isto criou um pouco de confusão", um fato que fez com que "o anúncio
(do Evangelho) se parecesse proselitismo".
"O anúncio do Evangelho tem que ir pelo caminho da
pobreza (...) Esta pobreza nos salva de converter organizadores em
empresários. Temos que continuar realizando os trabalhos da Igreja, mas
com um coração de pobreza, não com o coração do investimento ou do
empresário", disse Bergoglio.
Com informações das agências AFP e EFE