[- Jer 18:1-4 Tem a Ver com Criação, não com Salvação a Força]
"A PALAVRA do SENHOR, que veio a Jeremias, dizendo:
Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras. E
desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas,
como o vaso, que ele fazia de barro, quebrou-se na mão do oleiro, tornou a
fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos olhos do oleiro
fazer" (Jeremias 18: 1- 4).
Após escutar a voz de Deus, Jeremias desceu à casa do oleiro e passou a
observar o oleiro trabalhando o barro.
O profeta observou que o oleiro em questão fazia a sua obra sobre as rodas.
Perceba que o ato de trabalhar o barro até formar os vasos é uma obra
específica do oleiro. Em determinado momento, o vaso que estava sendo moldado
quebrou-se, e o oleiro tornou a fazer do vaso quebrado outro vaso. Tudo que foi
realizado pelo oleiro era conforme o seu parecer.
De tudo que o profeta Jeremias observou podemos destacar o seguinte:
- A matéria
prima que o oleiro utiliza sobre as rodas é o barro;
- O produto
final da obra do oleiro é o vaso;
- Quando um
vaso, que esta sendo moldado, se quebra o oleiro pode utilizar a mesma
massa, porém, o resultado final é outro vaso;
- O oleiro
tem autonomia para fazer o vaso segundo o seu parecer.
O Profeta Isaias complementa
o exposto por Jeremias: "Ai daquele que contende com o
seu Criador! O caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que
o formou: Que fazes? Ou a tua obra: Não tens mãos?" (Isaías
45: 9).
- Para os que
contendem com o Criador não há salvação;
- A obra
soberana de Deus é formar vasos a partir do barro;
- O caco de
barro que contende com o Oleiro Eterno questiona as ações como se as mãos
do Criador não pudessem salvar.
Após o profeta observar o
oleiro exercendo o seu ofício, Deus falou com Jeremias:
"Então
veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Não poderei eu fazer de vós como fez
este oleiro, ó casa de Israel? Diz o SENHOR. Eis que, como o barro na mão do
oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel"
(Jeremias 18: 6- 7)
A palavra de Deus teve
inicio com uma pergunta: "Não poderei eu fazer de vós como
fez este oleiro, ó casa de Israel?". A pergunta é respondida
com um sonoro 'Sim'! Assim como o barro inerte depende do oleiro para tomar
forma, o povo de Israel precisava descansar (confiar) nas mãos do Oleiro
Eterno, que tem poder para fazer novamente todas as coisas.
Para os calvinistas a soberania de Deus se estabelece quando Deus salva ou
condena o homem, porém, o que se depreende da palavra de Deus anunciada pelo
profeta Jeremias é que a soberania de Deus é exercida na criação do homem.
O apóstolo Paulo ciente desta verdade escreveu aos cristãos em Roma e alertou
aqueles que achavam que a palavra de Deus havia falhado para com o povo de
Israel (Romanos 9: 6).
Princípios
"Ou
não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para
honra e outro para desonra?" (Romanos 9: 21)
Para rebater os judeus
contradizentes e enfatizar que a palavra de Deus não falhou (Romanos 9: 6), o
apóstolo Paulo ao escrever aos cristãos em Roma introduziu as mesmas figuras
que Deus apresentou ao profeta Jeremias: o oleiro, o barro e o vaso.
É assente entre os cristãos que Deus é o oleiro, visto que, através de algumas
referências bíblicas é possível aos leitores das Escrituras chegarem a esta
conclusão "Mas agora, ó SENHOR, tu és nosso Pai; nós o barro e tu o
nosso oleiro; e todos nós a obra das tuas mãos" (Isaías
64: 8).
Seguindo o exposto no versículo anterior é fácil concluir que os homens são
'feitos' a partir do barro. Não importa se salvos ou não, todos os homens são
provenientes do 'barro', como é demonstrado no Gênesis (Gênesis 2: 7). Do mesmo
modo que se conclui que todos os homens são vasos 'confeccionados' (formados) a
partir do barro, conclui-se também que todos os homens (salvos e perdidos) são
obras da mão de Deus"... da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para
desonra?" (Romanos 9: 21).
O apóstolo Paulo apresenta duas categoriais de vasos: vasos para honra e vasos
para desonra. Daí surgem outras perguntas: Quem são os vasos para honra e os
vasos para desonra? Quando são 'modelados'? No que diferem os vasos para honra
dos vasos para desonra?
Analisemos a argumentação paulina:
- Deus é o
oleiro – "...
não tem o oleiro poder sobre o barro...?" – a figura
do oleiro foi utilizada por vários escritores do Antigo Testamento e Paulo
utilizou a mesma figura de modo singular, visto que é da alçada de quem
exerce o ofício de oleiro modelar o barro segundo a sua livre vontade,
decisão e agência;
- Deus é Todo
Poder – "Ou não
tem o oleiro poder sobre o barro...?" – é
incontestável o poder criativo de Deus. Ele é todo poder (soberano)
"Porque toda a casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas
as coisas é Deus" (Hebreus 3: 4). Soberanamente Deus cria (forma) os
homens tendo por matéria prima o barro;
- O Oleiro e
o barro -
Deus exerce o seu poder sobre o barro, ou seja, o poder do
Oleiro Eterno é exercido especificamente sobre o barro, diferente da idéia
difundida de que o poder de Deus ou a sua soberania é a imposição da sua
vontade sobre alguns vasos. O 'barro' é a matéria prima onde o
'oleiro' exerce soberanamente o seu oficio. O comparativo
estabelecido por Paulo demonstra que Deus exerce o seu eterno poder
criativo (soberania) sobre o barro (massa), para trazer a existência os
homens (vasos) "... ou não tem o oleiro poder sobre o barro,
para da mesma massa fazer um vaso...". Este verso demonstra que
Deus exerce poder quanto à criação dos homens (poder sobre o barro para
fazer vasos), porém, como é próprio à sua santidade, Deus a ninguém
oprime, ou seja, Ele não exerce o seu poder criativo com o fito de obrigar
as suas criaturas (vasos) a submeterem-se ao seu senhorio. O
oleiro não exerce o seu poder sobre os vasos, antes o seu poder é exercido
sobre o barro, podendo fazê-los (criar) conforme o estabelecido pelo
seu propósito eterno: vasos para honra e vasos para desonra.
- O homem é
feito do barro - "Ou não
tem o oleiro poder sobre o barro...?" – utilizaremos Isaias
64: 8 para compreender melhor a atuação de Deus sobre o barro. Em Isaias
64: 5, o profeta indaga sobre como é possível ao homem alcançar salvação; no
verso 6 ele demonstra que todos os homens são comparados ao que é imundo;
os atos de justiça dos homens são comparáveis a trapos de imundície; todos
os homens estão sujeitos a morte (folha que cai) devido ao pecado (salário
do pecado). Devido à condição da humanidade não há quem esteja vivo
(acordado), que invoque a Deus e detenha a sua ira; Porém, mesmo diante
deste quadro horrível, o profeta clama a Deus invocando-o como Pai, pois
ele sabia que, para ser salvo é necessário a filiação divina, e este milagre
só é operado por Deus quando o homem reconhece a sua condição de miséria
herdada de Adão e descansa (fé) em Deus. A massa (barro) utilizada para
fazer os vasos para honra e desonra é a mesma. Isaias profetizou neste
texto, por figura, a idéia da doutrina do novo nascimento;
- A massa
utilizada é única – "... para
da mesma massa..." - a matéria prima utilizada para moldar
os vasos para honra e desonra é a mesma: o barro! Da mesma massa Deus faz
vasos para honra e desonra. Como isto é possível? Os homens (vasos para
desonra) são gerados através da semente corruptível de Adão (barro), e por
serem gerados de novo através da semente incorruptível, que é a palavra de
Deus (evangelho), Deus usa a mesma 'massa' para fazer vasos para honra em
Cristo.
Através da análise anterior
foi possível determinar que:
- Deus é o
oleiro;
- Os homens
são vasos (para honra ou desonra);
- Ambos os
vasos são feitos de uma mesma massa: o barro;
- Deus exerce
o seu poder sobre o barro para fazer vasos (homens), diferente da idéia de
que Deus exerce poder sobre os vasos; Obs.: o senhorio do pecado ou da
obediência sobre os homens vincula-se respectivamente a Adão e Cristo,
visto que, a quem o homem se oferecer por servo para obedecer, será servo
de quem obedecer: ou do pecado ou da obediência (Romanos 6: 16);
- Adão
vendeu-se ao pecado, e com ele todos os seus descendentes (humanidade).
Honra
Resta determinar quem são os vasos para honra. Ora, o apóstolo Paulo demonstra
que 'nós', ou seja, os cristãos (aqueles que são chamados através do evangelho
dentre judeus e gentios) são os vasos de honra "...
a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nosvasos de
misericórdia, que para a glória já dantes preparou, os quais somos
nós..." (Romanos 9: 23- 24).
"Vasos de misericórdia" é o mesmo que "vasos de honra", de
acordo com o que se depreende da argumentação paulina. Todos que crêem em
Cristo, conforme diz as Escrituras, são vasos para honra, visto que, em Cristo
todos são feitos participantes da natureza divina, contados como filhos de
Deus.
Os vasos para honra são os cristãos. Todos os que creram foram de novo
modelados (criados) segundo o evangelho que é poder de Deus (João 1: 12- 13;
Romanos 1: 16). Deixam a condição de filhos da ira para serem vasos de
misericórdia. Deixaram a condição de pecado proveniente da desobediência de
Adão, e passaram a condição de filhos de Deus proveniente da obediência do
último Adão (Cristo).
Desonra
Ora, se os vasos para honra são provenientes da obediência do último Adão, que
é Cristo, segue-se que os vasos para desonra são provenientes da desobediência
do primeiro Adão. Todos os homens sem Cristo são vasos para desonra, visto que
são nascidos segundo a vontade do varão, da vontade da carne e do sangue, e por
isso todos os homens nascem sob o senhorio (jugo) do pecado (João 1: 13 – 13).
Em Adão os vasos para desonra são 'criados'.
Ora, o poder de Deus trás à existência tanto os 'vasos' para desonra quanto os
'vasos para honra. O barro utilizado para fazer os vasos para a honra e desonra
é o mesmo. Porém, não podemos esquecer que, primeiro são feitos os vasos para
desonra, para depois vir à existência os vasos para honra (I Coríntios 15: 46- 48).
Primeiro o homem natural, depois o espiritual.
Através da análise anterior chega-se a conclusão que:
- Todos os
homens são vasos;
- Os homens
sem Cristo são vasos para desonra;
- Os que
crêem em Cristo são vasos para honra;
- Os 'vasos'
para desonra passam somente uma vez pela 'olaria' de Deus, e isto se dá
quando do nascimento natural; já os vasos para honra passam pela segunda
vez na mão do Oleiro, visto que, é necessário que o vaso para desonra seja
quebrado, e novamente modelado, ou seja, o homem necessita nascer de novo
para ser feito vaso para honra.
O Barro nas Mãos do Oleiro e a Teologia da Reforma
A teologia reformada ou calvinista considera que o homem sem Deus é semelhante
a uma porção de barro, desprovido de vida e de poder.
Com base nos versos analisados anteriormente, podemos demonstrar que o homem
sem Deus não é uma porção de barro, antes é um vaso "E
que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder,
suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a
perdição" (Romanos 9: 22).
O Oleiro Eterno exerceu o seu ofício quando criou o primeiro homem a partir do
pó da terra, utilizando o barro como massa "Formou o
Senhor Deus o homem do pó da terra..." (Gênesis 2: 7),
porém, esta obra não parou, visto que, ao conceder aos homens a dádiva de
trazerem a existência os seus semelhantes, Deus continua a exercer o ofício de
oleiro.
A bíblia demonstra que o caminho dos ventos e a formação da criança no útero da
mãe é obra exclusiva d'Ele "Deus os abençoou e
lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos..." (Gênesis 1:
28). Porém, devemos lembrar que, foi Adão quem gerou filhos segundo a sua
espécie, e não Deus. Deus gera filhos para si através da sua palavra, e Adão
segundo a carne. A carne gera homens carnais e o Espírito gera homens
espirituais (João 3: 6). Para o homem nascer de Deus é necessário nascer da
água, ou seja, da palavra de Deus (João 3: 5).
Nicodemos ficou perplexo diante do ensinamento de Jesus e perguntou: "Como
pode ser isso?" (João 3: 4). Jesus respondeu com uma citação de Eclesiastes: "Assim
como não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre
da que está grávida, também não sabes as obras de Deus, que faz todas
as coisas" (Eclesiastes 11: 5).
Ora, todos os homens descendem de Adão, e, portanto, são obras da mão de Deus.
Todos os homens passaram pela olaria de Deus na condição de barro e foram
modelados assumindo a condição de vasos.
Porém, por causa da queda de Adão, todos os vasos (descendentes de Adão) que
são moldados são vasos para desonra. São destituídos da vida que há em Deus.
(Sobre
a origem da parte imaterial do homem será feito uma exposição em outra ocasião)
Outra afirmativa dos reformadores dá
conta que não há diferença intrínseca entre os eleitos de Deus e os não
eleitos. Ambos são feitos do mesmo barro. Concordo com este posicionamento, de
que não há diferença entre salvo e perdidos quanto à substância da qual foram
formados: ambos são formados do barro "Ou
não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer
um vaso para honra, e outro para desonra?" (Romanos
9: 21).
No entanto, vale salientar que, como não há diferença intrínseca entre os
salvos e os não salvos, é possível demonstrar uma falha na declaração de que o
homem sem Deus é uma porção de barro. Ora, tanto os salvos quanto os não salvos
são feitos e uma mesma massa, porém, após saírem da olaria de Deus são vasos.
Os vasos para honra, embora feitos da mesma massa utilizada para fazer os vasos
de ira, foram refeitos participantes da vida que há em Deus, enquanto os vasos
para desonra, aqueles que permanecem na condição oriunda do primeiro
nascimento, permanecem divorciados da vida que há em Deus.
A idéia calvinista também dá conta que o destino final dos homens é decidido
(soberanamente) por Deus, porém, o que se depreende das figuras do oleiro, do
barro e do vaso não coaduna com este posicionamento.
Observe que soberanamente Deus disse: "Façamos
o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança" (Gêneses 1: 26), e, segundo o que propôs na eternidade, o
Oleiro Eterno formou o homem do pó da terra. Quem era Adão para se
queixar do Criador? Ora, acaso a coisa formada poderia queixar-se do Criador,
dizendo: "Por que me fizeste assim?" Não! Embora alguém possa
questionar a soberania de Deus, o homem na condição de vaso jamais poderia
fazê-lo, pois o Oleiro é detentor de todo poder.
O que se observa na leitura do Gênesis, Jeremias e Romanos é que o poder de
Deus e a sua soberania se estabelecem sobre o barro, ou seja, quando Ele cria o
homem. A soberania de Deus não se dá sobre os vasos, visto que, Adão como vaso
perfeito, recém saído da olaria de Deus, rebelou-se contra o Criador. De vaso
para honra Adão passou a condição de vaso para desonra. De filho de Deus passou
a condição de filho da desobediência. De agradável a Deus passou à condição de
filho da ira.
Ora, se a soberania de Deus se dá sobre os vasos, como dizem os calvinistas,
era da vontade de Deus a queda de Adão? Adão não conseguiu resistir à sugestão
da serpente ou a queda foi da vontade de Deus? Se um calvinista responder que
Adão não conseguiu resistir à vontade da serpente, conclui-se que a soberania
de Deus não engessa a vontade do homem. Se responder que a vontade de Deus não
era a queda de Adão, como ele conseguiu resistir à vontade de Deus?
O que se verifica nos textos que fazem referência ao poder e soberania de Deus
é que ambos, poder e soberania, se demonstram quando o Oleiro Eterno trabalha o
barro, e não quando os vasos estão formados "...
tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem
aos olhos do oleiro fazer" (Jeremias
18: 4).
Todos os homens são obras das mãos de Deus, visto que ele os faz conforme o que
parece bem aos seus olhos: vasos para honra e vasos para desonra "Mas agora, ó SENHOR, tu és nosso Pai; nós o barro e
tu o nosso oleiro; e todos nós a obra das tuas mãos" (Isaías 64: 8).
Paulo destaca que Deus tem poder sobre o barro para fazer vasos conforme bem
parece aos seus olhos "Ou não tem o
oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e
outro para desonra?" (Romanos 9: 21). Observe
que o poder do Oleiro se manifesta sobre a massa para tão somente fazer vasos,
ou seja, em momento algum temos a idéia de que Deus intervém ou influência o
destino final dos vasos.
O que determinou o destino dos vasos para desonra foi a desobediência de Adão e
não Deus, como dizem os seguidores da reforma.
Através de Adão Deus faz do barro vasos para desonra, e através do último Adão,
que é Cristo, Deus faz vasos para honra. A desobediência de Adão fez surgir os
vasos para desonra, e a obediência de Cristo os vasos para honra. Ora, o que se
percebe é que Deus não decidiu o destino da humanidade, antes todos os homens
podem decidir-se por Cristo para se verem livres da condenação estabelecida em
Adão.
Como é possível Deus ter determinado o destino final das pessoas segundo a sua
vontade, se são muitos os que entram pela porta larga? Ora, se a vontade
expressa de Deus é que ninguém pereça e que muitos venham ao conhecimento da
verdade, como conciliar a parábola dos dois caminhos com a idéia de que o
destino final das pessoas é segundo a vontade de Deus?
Jesus demonstrou que são muitos os que entram pela porta larga e seguem o
caminho que conduz à perdição (Mateus 7: 13), porém, o apóstolo Paulo demonstra
que a vontade de Deus é que nenhum homem se perca, antes que todos venham ao
conhecimento da verdade (I Timóteo 2: 4).
Ora, se são muitos os que seguem pelo caminho de perdição, isto demonstra
claramente que Deus não impõe a sua vontade sobre os homens, pois ela é clara:
Ele deseja que todos venham ao conhecimento da verdade. Embora soberano, Ele
não é ditador, visto que não oprime as suas criaturas para que façam ou se
submetam a sua vontade.
Como é possível Deus decidir o destino final dos homens se a desobediência de
Adão deu origem à porta larga por onde todos os homens entram? Como é possível
Deus estipular o destino final das pessoas se elas entraram pelo caminho que as
conduz à perdição? É Deus que conduz os homens à perdição ou à salvação, ou é o
caminho que trilham que os conduz? "Entrai
pela porta estreita. Pois larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição,
e muitos são os que entram por ela" (Mateus 7: 13)
Jesus demonstrou que é o caminho em que os homens estão que os conduz à
perdição ou à salvação. Embora muitos homens não desejem conscientemente a
perdição, esta vontade não muda e nem influência o destinou final deles. Caso
continuem sem se decidirem pelo caminho estreito, seguirão inexoravelmente para
a perdição.
Sabemos que a porta estreita é Cristo e que Ele é o caminho que conduz os
homens a Deus. Também sabemos que Adão é a porta larga, por onde os homens
entram ao nascer, e que a porta larga dá acesso ao caminho largo que conduz à
perdição.
Para os calvinistas, Deus molda os vasos segundo o seu propósito e
consentimento. É o que denominam de eleição incondicional, ou seja, para eles
Deus decidiu unilateralmente onde cada um dos homens passará a eternidade. O
que se observa através da leitura da bíblia é que o pensamento que teve origem
na reforma não é conforme a verdade do evangelho!
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CLAUDIO CRISPIM