Pastor e mulher são presos
suspeitos de estuprar menina para tirar 'maldição do sexo', em Edeia
Segundo relato da vítima à polícia, casal alegava
que os parentes dela poderiam morrer se não fizesse o 'sacrifício'. Eles negam
abusos.
Um pastor e a
mulher dele foram presos na sexta-feira (22) por suspeita de estupro em Edeia,
na região sul de Goiás. Segundo a Polícia Civil, ele abusou de uma menina da
igreja que ele pregava, com a conivência da esposa, alegando combater a
“maldição do sexo”. O casal nega as acusações.
O mandado de
prisão temporária foi expedido após a denúncia da vítima, de 16 anos. O
delegado responsável pelo caso, Quéops Barreto, explicou que os abusos
começaram quando ela tinha 13 anos e duraram cerca de 2 anos.
“O pastor disse que ela deveria fazer o ‘Sacrifício de Abraão’ porque
ela tinha a maldição de sexo e só quebrava com sexo. Ele falava que, se não
fizesse, a mãe e os irmãos iam morrer, usava a fé e o medo”, explicou Barreto
ao G1.
De acordo com o
delegado, a mulher do pastor tinha conhecimento dos abusos. “As tratativas eram
feitas com a esposa. Ela dizia que a vítima precisava fazer aquilo, ensinava a
fazer o ritual”, relatou.
Barretos
explica que o pastor abusou da menina em quase 20 ocasiões. A menina ia para a
igreja, e ele a levava para a casa dele, que fica nas proximidades.
“Primeiro, ele
disse que era preciso de três relações, depois mais sete e depois mais sete.
Ele disse que mesmo se ela fizesse, ia permanecer virgem”, relatou.
A mãe da vítima
não tinha conhecimento dos abusos. Na época, segundo a polícia, o pastor chegou
a fazer a mesma proposta para ela, mas não obteve êxito. Assim, a mãe deixou a
igreja.
Denúncia
De acordo com
Barretos, a caso só foi descoberto agora porque a mãe da vítima estranhou o
comportamento da filha relacionado à questão de virgindade no namoro. Ao
questioná-la, a adolescente revelou o que aconteceu.
O casal está
detido na unidade prisional de Edeia. Eles devem responder por estupro de
vulnerável, já que ela era uma criança quando o crime ocorreu.
O delegado
acredita que o casal pode ter feito outras vítimas. Com a divulgação do caso,
Barretos espera que elas também os denunciem . Caso comprove as relações com
fiéis com mais de 18 anos, eles podem ser indiciados por violação sexual
mediante fraude.
Quer saber mais
notícias de todo o estado? Acesse o G1 Goiás.