O povo de Israel tinha vivido treze gerações no Egito. Deus os tirou de lá e fez com que eles fossem livres da escravidão egípcia. Eles atravessaram o Mar Vermelho a pés enxutos e viram a Faraó e o seu exército perecerem no mar (Êx 14.27-31).
Eles tinham contemplado a grandeza de Deus! Viram como milagrosamente foram libertos! Porém, eles enfrentariam algo até chegarem a Canaã (a terra que mana leite e mel). Eles enfrentariam o deserto.

 Até se fixarem em Canaã, eles teriam uma longa e dura viagem pela frente. Não seria fácil caminhar num local difícil como aquele.
Quem já viu, ao menos pela TV, um deserto sabe quais são as características de um: ausência de água, escassez de vegetação e de animais, tempestades de areia e oscilação entre altas e baixíssimas temperaturas.
 A escassez de animais e de vegetação se dá por causa da temperatura. Como durante o dia chega a ser verificadas temperaturas de cerca de 40º e a noite ela cai a quase 10º, não há como seres vivos resistirem a esse choque térmico.
Num deserto não há como ser verificada a direção em que se está seguindo, a não ser que o viajante possua em mãos uma bússola, por exemplo, que lhe indique para onde se está caminhando. Todo o povo de Israel tinha um alvo, no entanto, não sabiam se andavam na direção certa. E isso durou quarenta anos.
Já faz algum tempo que eu me encontro caminhando num deserto. Eu olho para os lados e não consigo ver nada a não ser areia. Caminho, caminho e sinto o sol, sinto as altas temperaturas durante o dia sobre mim e a noite o frio, as baixas temperaturas em minha vida. Como é triste está lá.

Como é duro caminhar sozinha sem ninguém por perto. Tenho muitas e muitas vezes desejado conversar com alguém, tenho desejado convidar alguém para fazer essa viajem comigo, mas quem se habilitaria?
Quem gostaria de passar por frio, calor, “fome” e até mesmo tempestades de “areia”?
Acho que essa não é uma viagem feita a dois ou a três.
 É uma viagem que se faz só. E quando eu penso que já está perto de chegar ao fim, quando eu penso que estou próxima de Canaã, das promessas que Deus tem para mim eu vejo que inda falta muito para caminhar.
Talvez você esteja também caminhando em um deserto.

São períodos de solidão, de silêncio. Parece que seus sonhos não mais vão se realizar; parece que tudo que Deus lhe prometeu não se cumprirá. Você também não consegue entender o que está acontecendo! Tudo está contrário ao que você pensou que iria acontecer.
Moisés e o povo de Israel viram os egípcios serem assolados com 10 pragas e nada lhes causar dano. Eles viram como o Senhor os tinha livrado das águas, fazendo o mar se abrir. Eles jamais iriam imaginar que essa viagem até a terra prometida seria tão longa.
Faz quase quatro meses que estou nessa viagem. Não sei até quando.

Não sei se durará quarenta anos. Também não sei se, assim como Moisés, não será me dado o direito de entrar em Canaã. Não sei mesmo o que irá acontecer comigo.

Mas em todo este tempo eu posso contemplar a mão de Deus sobre a minha vida, assim como foi com os hebreus. Quando estou caminhando sob o sol escaldante penso que não vou conseguir, mas depois eu vejo a nuvem de glória sobre mim: “E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho.” (Ex. 13.21a.) Essa nuvem me dá a sombra necessária para que o sol não me queime ainda mais. “E de noite, numa coluna de fogo, para alumiar, para que caminhassem de dia e de noite.” (Ex. 13.21b) Essa coluna de fogo fazia com que a temperatura se tornasse maior e o choque térmico, com a chegada da noite, não matasse o povo de Israel. Da mesma forma o Senhor tem me protegido.

Porém, muitas vezes, eu não consigo contemplar o cuidado de Deus, o amor que ele tem por mim, pois até no deserto o Senhor cuida de nós! Até no deserto ele não nos abandona! Ele não nos deixa caminhar sem direção. O povo de Israel não conseguia ver isso. Eles murmuravam! E mesmo murmurando, mesmo se preocupando, mesmo com grandes queixas, Deus mandava do céu o que eles pediam: “Queremos carne!” Deus mandava carne (Ex. 16:12). “Queremos pão! Deus mandava pão (Ex. 16.4) Quanto amor do Pai! E muitas vezes, nós que estamos no deserto, não conseguimos ver o cuidado do Senhor Jesus para com as nossas vidas.
A caminhada não é fácil no deserto. Mas eu tenho aprendido que não vai adiantar nada eu murmurar e nem me preocupar. Por mais que eu tente, por mais que eu me esforce, por mais força que eu faça não poderei fazer nada sem que Deus permita. Ele já exortava os seus discípulos quanto a isso: “Qual de vós poderá com todos os vossos cuidados acrescentar um côvado a vossa estatura? Olhai para os lírios dos campos, como eles crescem; não trabalham e nem fiam. E eu vos digo que nem Salomão ,em toda sua glória, se vestiu como qualquer deles. Não andeis pois inquietos (…) Decerto o vosso Pai do céu bem sabe que necessitam de todas essas coisas.” (Mt. 6.27-29; 31a-32b.) Se ele cuidou do povo no deserto, ele também cuidará de mim. Meu deserto se transformará em Canaã. Eu entrarei lá! Eu creio nisso, pois aquele que promete é fiel para cumprir. E se você que está lendo este devocional também está fazendo esta mesma viagem, não tema. Em Breve estaremos entrando em Canaã, em nome de Jesus!


Deus lhe abençoe,

VIA GRITOS DE ALERTA / LAGOINHA