terça-feira, 25 de outubro de 2011

MEDITAÇÃO DO DIA

Nas Pegadas de Jesus

O Rei responderá: “Digo-lhes a verdade: O que vocês fizeram a algum dos Meus menores irmãos, a Mim o fizeram.” Mateus 25:40


Por que no julgamento final alguns serão colocados à direita, em posição de honra, e outros à esquerda? Quem são esses “meus menores irmãos” aos quais Jesus Se referiu? Os que estavam do lado direito não passaram por alto pequenas oportunidades de fazer o bem. Usaram seus recursos para ser uma bênção para outros; responderam às necessidades humanas e demonstraram compaixão.


Diante do trono, naquele dia, os justos se mostrarão surpresos. Sua demonstração de cuidado e amor tinha sido feita de maneira tão espontânea que nem tinham lembrança do que fizeram. Não foram notados porque diziam: “Senhor! Senhor!”, mas pelos atos de sacrifício e serviço. Deram de beber, de comer, vestiram e visitaram. Coisas simples, feitas por amor. E a explicação de serem colocados do lado direito está em Mateus 25:40: “O que vocês fizeram a algum dos Meus menores irmãos, a Mim o fizeram.”


Os que estavam do lado esquerdo começaram a se desculpar dizendo: “Se nós soubéssemos! Não tivemos oportunidade.” E perguntaram em tom de inocência: “Senhor, quando Te vimos com fome ou com sede ou estrangeiro ou necessitado de roupas ou enfermo ou preso, e não Te ajudamos?” (Mt 25:44). A condenação veio não pelo fato de fazerem o mal, mas por não terem feito o bem. O pecado da omissão é visto de maneira mais séria do que o pecado da ação.


O faminto não só precisa de palavras, precisa de alimento. O que padece de frio não precisa de simpatia, precisa de roupa. O sedento não precisa de oração, precisa de água. O doente e o encarcerado precisam de nossa presença. Temos que servir ao homem todo, ao seu estômago, corpo e à sua solidão.


O termo “Meus pequeninos” pode se referir àqueles que não podem retribuir o favor que estão recebendo. Aqueles que são ignorados e passados por alto, aos quais a sociedade menospreza. Podem ser o lixeiro ou o catador de papelão nas ruas; aqueles que moram debaixo de pontes; o presidiário, as crianças desamparadas, os desempregados.


“Não necessitamos ir a Nazaré, a Cafarnaum ou a Betânia para andar nos passos de Jesus. Encontraremos Suas pegadas junto ao leito dos doentes, nas choças da pobreza, nos apinhados becos das grandes cidades, e em qualquer lugar onde há corações humanos necessitados de consolação. Fazendo como Jesus fazia quando na Terra, andaremos em Seus passos”

FINAL DOS TEMPOS - Pela 1ª vez, STJ autoriza casamento homoafetivo



Com voto favorável do quinto e último ministro, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) autorizou nesta terça-feira, pela primeira vez na história do tribunal, um casamento civil entre duas pessoas do mesmo sexo.
O julgamento, iniciado na quinta-feira da semana passada, foi concluído na tarde desta terça. Por 4 votos favoráveis a 1, os ministros da 4ª Turma rejeitaram decisão anterior do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e entenderam que o casal de mulheres autoras da ação pode se habilitar para o casamento --de forma mais simples, que elas podem se casar no civil.
Ao ser interrompido na semana passada por um pedido de vista, o julgamento estava 4 a 0. O ministro Raul Araújo, um dos quatro primeiros votos favoráveis, mudou seu voto nesta terça sob o argumento de que a constitucionalidade da questão deveria ser debatida pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
O último ministro a se pronunciar, Marco Buzzi, autor do pedido de vista, votou a favor do casamento. "Não existe um único argumento jurídico contrário à união entre casais do mesmo sexo. Trata-se unicamente de restrições ideológicas e discriminatórias, o que não mais se admite no moderno Estado de direito."
O caso em questão é o de duas gaúchas, juntas há 5 anos. Antes da decisão do STF de maio deste ano que chancelou as uniões homoafetivas, as duas ingressaram com uma ação na Justiça gaúcha pedindo a habilitação para o casamento, o que foi negado em 1ª e 2ª instâncias.
As autoras da ação assistiram ao julgamento no tribunal e saíram emocionadas.
A decisão desta terça segue a linha do entendimento de maio do STF, mas vai além. Apesar de não ser "vinculante", ou seja, não obriga juízes e tribunais estaduais a seguirem a mesma linha, a decisão passa a representar a jurisprudência do STJ e uma orientação importante para magistrados.
Essa chancela do STJ pode diminuir o número de decisões desencontradas pelo país. Como o STF não se posicionou especificamente sobre o casamento --e, sim, sobre a união estável-- e como não há lei específica no país, juízes vêm divergindo sobre a aplicação do casamento para casais do mesmo sexo.
REAÇÃO NEGATIVA
Desde a semana passada, circulam pelas redes sociais apelos de lideranças religiosas contrárias à autorização para casais do mesmo sexo.
O pastor Silas Malafaia, do Rio de Janeiro, lançou campanha na internet em que repudiava a ideia do casamento homoafetivo e orientava os fiéis a enviar e-mails aos ministros do STJ protestando contra a eventual decisão.

DECISÕES DESENCONTRADAS
Após o STF reconhecer as uniões homoafetivas em maio, e na ausência de legislação específica, juízes têm dado decisões desencontradas sobre o casamento civil.
Antes, os casais pediam a declaração de união estável e só depois tentavam converter para o casamento, com base no artigo da Constituição, que obriga a facilitar a conversão. No casamento, as pessoas mudam de estado civil, enquanto na união estável não há essa mudança.
Apesar da decisão de hoje do STJ, nos últimos meses, decisões nas Justiças estaduais autorizaram o casamento direto de homossexuais, nos moldes do heterossexual. Outros foram negados.

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Cristianismo se tornou obsoleto na Europa ?

Foram removidos das suas raízes conceitos poderosos como eternidade, criação, providência, destino escatológico. Darwin subverteu a imagem do Deus Criador.

Crise de fé é uma expressão otimista, no fundo. Parece a crise dos bancos. Algo que, com oportunas recapitalizações, pode ser posta nos eixos. Mas o fenômeno em curso no Velho Continente, casa e coluna do catolicismo, vai muito além. A Europa entrou em uma era de descristianização.

A primeira década de 2000 viu a afirmação de uma geração que, no seu conjunto, perdeu a memória viva, o vínculo real com o patrimônio cristão. Armando Matteo, assistente eclesiástico dos universitários católicos (Fuci), fala de "primeira geração incrédula" e não tem medo de afirmar que o cristianismo está se tornando estranho aos homens e às mulheres do nosso tempo.

As massas não devem se enganar com os grandes encontros ou as declarações de "pertencimento" ao cristianismo que se verificam nas pesquisas. É uma pertença sem crença. Meramente sociológica. Mas se a diferença entre identidade formal e fé substancial é típica de outras épocas, muitas vezes caracterizada por flutuações no curso da existência, o sinal da atual geração incrédula se revela (para a grande massa, sem se deter nas pequenas minorias motivadas) por meio de uma "surdez geral quando se fala de Deus, de fé, de oração, de comunidade". Uma atitude que supera em muito a escassa participação na missa e nos sacramentos.

É uma perda sistêmica dos fundamentos culturais do cristianismo, dos ensinamentos, dos símbolos derivados do Antigo e do Novo Testamento. O fenômeno se manifesta ainda na infância, a partir do momento em que a família não exerce mais um lugar de transmissão primária da fé.

Foram removidos das suas raízes conceitos poderosos como eternidade, criação, providência, destino escatológico. Paraíso e inferno não são mais representáveis. Darwin subverteu a imagem do Deus Criador. Auschwitz tornou impossível a ideia de que o mal, embora grande, possa ter uma função voltada para o bem. O próprio Bento XVI em seu livro-entrevista Luz do Mundo (Ed. Planeta), por exemplo, reconhece que hoje a ideia do sangue de Cristo como "resgate" dos pecados do homem corre o risco de não chegar mais aos contemporâneos. Por outro lado, da sua pregação contra o relativismo, surge a dificuldade de propor o conceito de verdade absoluta.

Declinados os conflitos ideológicos do século XX, quando ainda se contrapunham visões de mundo fortes, a novidade radical não consiste no aumento do ateísmo. Matteo defende com justiça que a nova geração não se coloca contra Deus e a Igreja, mas "está aprendendo a viver sem Deus e sem a Igreja".

A presença de Deus não é mais um axioma individual e social. Acreditar em Deus é uma "possibilidade".

Alessandro Castegnaro, que dirige o Observatório Sociorreligioso do Triveneto, não por acaso intitula uma recente pesquisa sua sobre o mundo juvenil de C'è campo? [Há espaço?]. O ponto de interrogação expressa a intermitência com que são captados os temas da espiritualidade, da religião, da Igreja.

As novas levas respeitam expoentes eclesiais individuais e apreciam a Igreja quando indica horizontes de valores. Mas a separação da instituição é enorme, e a individualização das escolhas é máxima.

Regras e crenças são submetidas a um mecanismo de seleção e de redução sobre os quais a Igreja não tem nenhum poder. Dogmas fundamentais – como a pessoa de Deus, a filiação divina de Cristo, a ressurreição, o além – assumiram uma fisionomia indeterminada.

Grande parte dos conceitos teológicos são percebidos como imagens velhas. A Igreja como um todo é percebida como antiquada. "Eles não acertam as contas com o que vivemos. Contam-nos uma história que não existe", resume Castegnaro.

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Fonte: Paulopes

Participe do 14º Encontro para a Consciência Cristã.

DEPOIS DAS BABOSEIRAS , APOSENTADORIA - Harold Camping Exclusivo: Fundador da Family Radio se Aposenta

Harod Camping OfficeHarold Camping, que previu que 21 de outubro seria o dia em que os Cristãos seriam arrebatados para o céu e que Deus iria julgar o mundo, disse em 16 de outubro que ele não é mais capaz de liderar Emissoras de Rádio da Família, Inc. ou de seu ministério. Sua esposa confirmou que o evangelista de rádio de 90 anos, se aposentou, um documentarista próximo à Camping disse ao The Christian Post, em entrevista exclusiva.
 
Camping também disse em uma conversa particular naquele dia que ninguém podia saber exatamente quando o tempo do apocalipse viria, de acordo com seu interlocutor. Esta declaração constitui uma mudança radical em seus ensinamentos, dos quais Camping usou para reivindicar que a data do fim do mundo está codificada na Bíblia, e que ele tinha encontrado a maneira de lê-lo através do estudo por muitos anos.
Brandon Tauszik, um documentarista que tem estado a participar do Camping Oakland, Califórnia, igreja por oito meses disse ao The Christian Post domingo que ele falou com Camping pessoalmente em 16 de outubro, poucos dias antes da segunda vinda de Cristo estava prestes a ocorrer, como previsto pelo professor de Bíblia.
Tauszik disse que Camping parecia muito incerto sobre a data exata do fim do mundo enquanto falava. Quando perguntado se ele queria saber o que aconteceria sexta-feira (21 de outubro), Camping teria dito que Deus não deu a ninguém o poder de saber exatamente quando o arrebatamento viria - uma mudança radical a partir do que Camping disse no mês passado em uma mensagem de áudio. Nessa mensagem de Setembro, publicada na website da Family Radio, apesar de soar com menos certezas sobre os seus cálculos, ele disse: "O final vai vir muito, muito calmamente, provavelmente no próximo mês. Ela vai acontecer, ou seja, no dia 21 de outubro".
Tauszik foi uma das poucas pessoas que conseguiram falar com Camping recentemente nos dias seguintes à sua previsão do fim do mundo que falhou.
O apresentador de rádio não comentou sobre sua previsão desde que publicou uma transmissão gravada sobre 21 de outubro no site da Family Radio. Depois do apocalipse de sexta-feira que não ocorreu, Camping se recusou a falar com a imprensa. A esposa de Camping, Shirley Camping, estava muito desconfiada de Tauszik quando ele apareceu na sua porta, querendo ter certeza de que ele não estava trabalhando para qualquer jornal ou revista. Ela acrescentou que nenhum deles quis falar com a imprensa.
Camping esteve em casa desde que ele deixou o hospital depois de sofrer um derrame cerebral em junho. Em seu último discurso transmitido ele soava fraco, como fez ao falar com Tauszik. Ele não tem participado de cultos em sua igreja, enquanto outros pastores associados com a Rádio da Família foram entregar suas mensagens para a congregação, como Tom Evans e John Gomez.
Camping parecia ainda muito decepcionado que seus cálculos sobre o 21 de maio dia do juízo final estava errado, de acordo com Tauszik. O evangelista de rádio afirmou que ele foi muito cuidadoso em fazer os cálculos, e então disse em um tom reclamando que não importa o quão cuidadoso esteja em seus cálculos, Deus ainda pode reter informações dele.
Enquanto isso, desde sexta-feira, na igreja e no rádio, os seguidores de Camping foram ouvir outros pregadores dizerem que, apesar de todos terem se decepcionado que Cristo não veio, bons cristãos devem viver bem cada dia, estarem prontos para essa data, quando Cristo finalmente retorne à Terra.
Camping não falou publicamente com a imprensa desde quinta-feira, 20 de outubro, quando ele teria dito a um repórter da Reuters que bateu na porta de sua casa Alameda: "Nós não estamos tendo uma conversa. Não há nada para relatar aqui". A Reuters relatou que Camping estava vestido com um roupão de banho e usando um andador.
Em 22 de maio, Camping teria dito à Tauszik que ele estava em choque e totalmente desnorteado de que o grande terremoto, que ele antecipou não veio. Ele disse: "Eu não tenho respostas", de acordo com o documentarista.

O DIA E HORA SOMENTE DEUS SABE .

SE PREPARE PARA ESSE DIA .


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INF. CRISTIAN POST

Chamada para oração pelo novo governo da Líbia


Chamada para oração pelo novo governo da Líbia
Cristãos na Líbia estão pedindo à igreja para orar por eles durante este período de transição

Agência missionária convida cristãos de todo o mundo para um movimento de oração em massa para a Líbia após a morte do coronel Muammar Kaddafi.
Muitas igrejas aderiram e, desde esse domingo, levantam clamor pelo país.

Com o Conselho Nacional de Transição focado na final da missão da OTAN e a elaboração de uma nova Constituição, David Innes, do Ministério Mundo Árabe, disse que há uma necessidade real para a oração sacrificial. “Gostaríamos de ver um grande movimento de oração entre os cristãos", disse ele.

“O melhor que podemos fazer nesse momento é orar, buscar a Deus e pedir que o Seu Reino e Sua vontade sejam feitas na Líbia”, disse o integrante do Ministério.

Cristãos na Líbia estão pedindo à igreja ara orar por eles durante este período de transição. Irmão Innes pede que os cristãos orem para que o tipo de governo seja ideal para a Líbia e melhor ainda para o Reino.

Embora seja esperado que a nova constituição e governo defenda a liberdade religiosa, Innes disse que é importante orar para que a igreja na Líbia permaneça forte, independentemente do seu futuro político.

"Gastamos muito tempo debatendo e conversando e perguntando que tipo de governo irá surgir lá, mas nossas palavras seriam melhores se fossem dirigidas para o céu, na oração para que comece o tipo certo de governo e que os nossos irmãos e irmãs sejam fortes, independente do que aconteça”, adverte.

As estimativas quanto ao número de cristãos na Líbia não passam de 150 mil. A minoria comunidade cristã consiste principalmente de estrangeiros que vieram ao país para trabalhar, apesar de algumas agências de mídia reportar um êxodo de cristãos durante os últimos nove meses de conflito.

David Innes disse que, embora os grupos islâmicos tenham sido reforçados em outras nações árabes, o Ministério Mundo Árabe está esperançoso para o futuro da Igreja na Líbia.

Ele falou de uma "abertura" no período interino e disse que 6.000 cristãos tinham respondido a um artigo sobre a Líbia, em sua página no Facebook. Desses, 180 estão em contato direto com o Ministério para perguntar mais sobre a fé cristã.

"Quando você abre essa porta é difícil fechá-la. Nós ainda tivemos testemunhos de alguns que vieram para a fé na Líbia durante este tempo, já temos visto o crescimento e estamos orando para que, independentemente do que aconteça politicamente, a igreja seja fortalecida e ousada, e que esta porta que foi aberta dê frutos”, conclui ele.
Innes acrescentou que mesmo se a nova Constituição e do governo são boas para os cristãos, a necessidade de rezar para os crentes, há em curso uma vez que continuam a viver e crescer em um país de maioria muçulmana.
“Para as pessoas que vieram para a fé, ainda há a preocupação de" Posso compartilhar isto com a minha família? Posso compartilhar isto com as pessoas na minha comunidade? Isso não vai mudar não importa que tipo de governo que temos.
Ainda há essa preocupação porque muita pressão sobre os crentes no mundo árabe vem de suas famílias e não necessariamente do governo.


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INF: Christian Today/Redação CPADNews

Origem e custo da corrupção

No Brasil, é comum ver as pessoas atribuírem o problema da corrupção à “má índole do povo brasileiro” ou até mesmo à famosa “lei de Gerson”, segundo a qual deve-se sempre “levar vantagem em tudo”. O estudo "Corrupção na Política: Eleitor Vítima ou Cúmplice", apresentado pelo Ibope em março deste ano, fez descobertas interessantes em relação a isso. A pesquisa, que ouviu mais de 2 mil eleitores em diversas regiões do país, mostrou que dois terços dos entrevistados já cometeram ou cometeriam atos ilícitos, como comprar produtos piratas ou subornar um guarda para livrar-se de uma multa. Outro dado alarmante: a maioria das pessoas disse aceitar que seus representantes cometam algum tipo de irregularidade, como contratar familiares e transformar viagens de negócio em lazer.

É a confirmação do discurso “Se eles podem, eu também posso”. Falando sério: quantas pessoas você já ouviu dizer isso, no seu círculo de amigos, até mesmo entre parentes? É muito comum. Abramo, da Transparência Brasil, rebate com indignação: “Não pode não. Isso não é conversa de cidadão, mas sim de picareta. Quem sonega, suborna, enfim, comete atos corruptos, tem de ir pra cadeia”. Jorge Maranhão, do Instituto Millenium e idealizador do projeto “A Voz do Cidadão”, concorda, mas faz uma ressalva: “Se o senso comum pensa assim, acho que esses são crimes que, cometidos na esfera privada, têm atenuantes, mas, na esfera pública, devem ter sua pena agravada significativamente, pois, nesse caso, estão lesando toda a sociedade, ainda que de modo pulverizado”.

Como pudemos ver, pode até ser que atitude seja um dos fatores que faz alguém corromper ou ser corrompido. Os números do Ibope, no entanto, não dizem tudo. Um ato de corrupção, além de envolver dois sujeitos — o corrupto e o corruptor —, é favorecido por diversos outros fatores. Afinal, o que facilita a situação para aquele que tem interesse em roubar o dinheiro público?

A equipe do portal pesquisou em estudos sobre o tema, ouviu especialistas e descobriu várias respostas para essa pergunta. São inúmeras as manifestações e as causas da corrupção. Como já vimos, a corrupção é um mundo escondido, difícil de ser identificado e, portanto, combatido. Algumas opiniões são conflitantes, mas em um ponto todos concordam: a receita da corrupção no Brasil tem como ingrediente básico um Estado mal estruturado, emperrado pelo excesso de burocracia, cheio de falhas de gestão e brechas legais, que favorecem a prática do “favorzinho”, do “jeitinho”. Saiba mais sobre essa e outras questões a seguir.


Onde “começa” a corrupção

“Quando” será que a corrupção se transformou em algo tão comum em nosso país? Cavalcanti diz que não é possível responder à pergunta com exatidão, mas ousa afirmar que o problema se tornou mais intenso nos últimos 20 anos. “O fenômeno da globalização induziu a uma profissionalização não apenas de empresas e governos, mas também das atividades criminosas. Os esquemas se tornaram mais eficientes, enxutos e difíceis de serem descobertos. Basta ver as complexas tramas identificadas em escândalos como o do mensalão, e em organizações como o PCC”.

Foto: Rodrigo Souza / Positivo Informática
Toma lá, dá cá: o clientelismo entrega o poder pessoas e grupos econômicos que não estão nem aí para a população.

E será possível apontar “onde” e como a corrupção começa? “A origem da corrupção política no Brasil está diretamente ligada ao clientelismo”, afirma, referindo-se à prática de favorecimento exercida por políticos em troca de apoio para suas campanhas. Funciona mais ou menos assim: eu sou um candidato e preciso de apoio para me eleger. Você é um empresário ou um político e me oferece apoio (que pode ser em dinheiro, influência sobre forças políticas importantes, etc.), mas faz várias exigências em troca, como, por exemplo, a reserva de “x” cargos em meu gabinete para pessoas de sua confiança. Eu também posso ser clientelista lutando pela aprovação de leis que ajudem seu negócio a prosperar, em detrimento de leis que possam realmente ajudar a população. Não tem nada demais, não acha? Ou tem? “Estas são as duas características mais fortes do clientelismo: o nepotismo legitimado e o oligarquismo”, alerta o professor. Nesse joguinho de favores, aqueles que foram eleitos para serem nossos representantes acabam entregando de bandeja o poder a pessoas e grupos econômicos que não estão nem aí para a população. Outro exemplo de clientelismo é a edição de licitações viciadas, ou seja, que apresentam critérios que só uma empresa pode cumprir, o que já definiria o resultado antes mesmo do seu lançamento. E não apenas a classe política se compromete nesse caso. Aos poucos, as peças da máquina pública vão enferrujando, contaminando funcionários públicos de diversos setores e escalões, prestadores de serviço, enfim, comprometendo o funcionamento do Estado de forma geral.

Pois é, na atual conjuntura, compram-se e alugam-se cargos, contratos de prestação de serviços, leis e até partidos. É o caso das “legendas de aluguel”, como explica Marcos Fernandes, professor da FGV-EAESP e autor do livro Economia Política da Corrupção (Editora Senac, 2002): “Essa é uma perversidade que o sistema eleitoral gera ao permitir que existam no Brasil mais de 30 partidos. A maioria deles são organizações nanicas, cujo único objetivo é capturar renda, ‘vendendo’ suas legendas em coligações com partidos maiores, dando a estes mais espaço no horário eleitoral”.

Foto: Divulgação
Luiz Otavio Cavalcanti: “Os documentos de gastos de campanha entregues pelos candidatos à justiça eleitoral não condiziam com a superprodução das campanhas”.

Falando em campanha eleitoral, você deve estar se perguntando: será que essa “sujeirada” toda que vemos nos noticiários sobre empresas e partidos políticos que possuem um “caixa dois” (deixam de pagar impostos para acumular mais dinheiro) é exclusividade de algum grupo político ou algo generalizado? Abramo diz que é impossível saber. “Os indícios de que essa seja uma prática generalizada são conflitantes. É fato que há dinheiro sujo envolvido em campanhas, mas não se sabe o volume disso”. Para Cavalcanti, apesar da ausência de uma prova cabal, fica difícil não acreditar que essa seja uma prática comum. “Quando eu via a superprodução que eram as campanhas eleitorais antigamente, antes dessas mudanças que ocorreram (entenda as mudanças), e confrontava com os relatórios de gastos apresentados à justiça eleitoral, sempre me chamou a atenção uma absoluta desproporção.”


Vilão invisível

Se o problema está na dificuldade de identificar e alcançar a corrupção, o que falta então para que isso comece a acontecer? Para o economista Stephen Kanitz, o atual número de fiscais e auditores no Brasil é um dos fatores que, além de contribuir para o crescimento dessa bola de neve, dificultam o combate a ele. Em um artigo publicado recentemente em seu portal , Kanitz afirma que esse número é insuficiente para controlar o volume de transações comerciais realizadas diariamente no país. Segundo ele, na Holanda e na Dinamarca, existem 100 auditores para cada 100 mil habitantes, enquanto aqui a proporção é de 8 por 100 mil.

O professor Fernandes, ouvido pela nossa equipe, discorda: “Há setores em que sobram fiscais e mesmo assim há casos de corrupção”. Ele acredita que o que realmente pode fazer a diferença em relação à fiscalização é a informatização de processos como os de arrecadação tributária. Da mesma forma, não adiantaria contratar mais e mais auditores e inseri-los em um sistema que já se encontra apodrecido. “O ideal é que tivéssemos auditoria independente,” completa.

Não faltam propostas de medidas que podem contribuir para reduzir a ação de corruptos, como a diminuição dos cargos públicos comissionados (e a agilização do processo de contratações por concurso), uma reforma aprofundada da legislação sobre financiamento de campanhas, além de uma ação integrada entre forças policiais, judiciais, instituições reguladoras e fiscalizadoras, como Banco Central, Receita Federal e Receitas Estaduais.

Depois de ler isso, dá uma sensação engraçada. Não é a mesma coisa que ouvimos a cada dois anos, durante as campanhas eleitorais? Não é exatamente o que promete cada candidato a presidente, governador, prefeito, vereador e deputado: acabar com a corrupção? Pois é, já deu para perceber que depender apenas de nossos representantes não é suficiente para vencer essa batalha. Como você vai ver a seguir, só a sociedade unida poderá fazer a diferença.

Corrupção na polícia
Foto: David Prichard
O ator Wagner Moura em cena do filme Tropa de Elite: polícia ou bandido?
Todo mundo sabe que a polícia brasileira nem sempre desempenha adequadamente sua função de proteger o cidadão. Aliás, de uns tempos para cá, só se fala de policial envolvido em crimes. A situação é tão grave que, em algumas comunidades, as pessoas confiam mais nos bandidos que na força policial.
É disso que trata o filme Tropa de elite, lançado por José Padilha* em outubro deste ano. A película mostra a guerra entre o Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar) e os traficantes que dominam as favelas cariocas. A história é sobre as dificuldades enfrentadas por dois policiais novatos e bem-intencionados que fazem parte de um grupo consumido pelo estresse do dia-a-dia do trabalho policial, pelo descaso à vida do outro e pelo envolvimento de vários de seus membros em crimes que deveriam combater.
Para Marcos Bretas, historiador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que estuda o funcionamento da polícia no Brasil há mais de 20 anos, é preciso lembrar que há dois tipos de corrupção policial: um deles é a prática do suborno, feita por muita gente, que dá um "presentinho" ao policial quando comete uma infração de trânsito ou algo parecido. O outro modo de corromper é realizado quando alguém paga para poder continuar cometendo um crime, como nos casos em que os policiais recebem dinheiro para acobertar ou mesmo participar de esquemas envolvendo jogo ilegal, pirataria, tráfico de drogas, entre outros. O historiador avalia que "o primeiro tipo é muito ruim. Mas o segundo é terrível. Ambos vêm de muito tempo, e o triste é que as pessoas se acostumaram a isso. Tudo serve como desculpa para a prática da corrupção, inclusive o baixo salário dos policiais."
Afinal, como é possível combater a corrupção no meio policial? Há formas de controle externo, como nas ouvidorias, por exemplo. Mas segundo Bretas, o que mais tem funcionado é o controle interno, exercido pelos próprios policiais. "É preciso quebrar as cadeias de solidariedade que existem entre o bom e o mau policial. Percebo que isso está começando a acontecer. Hoje, o bom policial se preocupa muito mais com a boa imagem da corporação do que com o medo de denunciar o colega", constata o historiador.
* Curiosidade: Antes mesmo de Tropa de elite chegar aos cinemas, já era possível encontrar cópias piratas do filme à venda em barracas de camelôs do Rio de Janeiro. Ironicamente, as primeiras investigações indicaram que o principal intermediário no vazamento do filme foi um PM.


Corrupção nos municípios
“Pegue a relação dos PIBs estaduais: os estados que estão no fim da lista são os que não têm o mínimo controle das contas e ações de suas prefeituras”, afirma Abramo, da Transparência Brasil. “Em boa parte delas, os vereadores são cooptados pelo prefeito, quando deveriam agir para controlá-lo. As próprias prefeituras não têm controle interno, deixam suas contas a cargo de empresas de contabilidade. E, quanto aos tais conselhos de educação, saúde, etc., auditorias fiscais feitas pela Controladoria Geral da União atestam que, em 90% dos casos, eles não funcionam. Os tribunais de contas estaduais também são, em muitos lugares, uma brincadeira. Fazem apenas uma auditoria formal, ‘emitem documentos’ e ponto.”