Um grupo de estudantes cristãos não está mais sendo reconhecido pela Universidade do Estado da Califórnia, no condado de Stanislaus. A instituição considera que a exigência de que os líderes do grupo sejam cristãos é discriminatória.
A organização estudantil Christian Chi Alpha, que leva o nome Sociedade Cristã de Stanislaus, atua no campus há mais de 40 anos. O grupo foi desativado depois que a universidade descobriu que só podem ser colocados em posições de liderança aqueles que vivem a fé cristã, o que é considerado violação no sistema universitário que defende a não discriminação.
"Eu não sabia que fazer parte de uma faculdade custaria a minha fé", disse Bianca Travis, presidente do grupo Chi Alpha Stanislaus.
"Tivemos reuniões após reuniões com eles, que se recusaram a colocar algo por escrito. Em certo ponto, eles nos disseram que estão apenas brincando com a gente e não querem mais levar isso adiante", continuou Travis. "E assim, eu sinto que nós fizemos tudo o que pudemos. Eu realmente quero ser uma comunidade que é parte do campus de novo."
Embora faça sentido que o líder de uma organização cristã seja realmente um cristão, o vice-presidente da universidade Tim Lynch proclamou que nenhum grupo de estudantes pode tecnicamente ser ‘baseado na fé’, nem podem colocar exigências religiosas sobre posições de liderança.
Travis refutou a declaração de Lynch e explicou que não faria sentido fazer um descrente assumir o papel da liderança de um grupo de oração e adoração a Jesus. "Nós conduzimos estudos bíblicos. Lideramos cultos de adoração e oração, e eu não sei como alguém poderia conduzir o grupo se não segue a crença. Por exemplo, como ele poderia conduzir uma oração a um Deus que nem sequer acredita?", questionou.
Embora a Sociedade Cristã de Stanislaus não tenha sido ‘banida’ do campus, seu não reconhecimento irá impedir que o grupo receba benefícios como o financiamento da escola, a reserva de instalações do campus para eventos, a uma caixa de correios do campus e utilização de determinados serviços de contabilidade.
"As organizações estudantis não-reconhecidas são bem-vindas no campus para se envolver na vida do estudante", Lynch explicou. "O que eles não podem fazer é aproveitar os privilégios que as organizações estudantis reconhecidas têm."