sábado, 11 de abril de 2015

O TABERNÁCULO E SUAS CERIMÔNIAS 1ª PARTE

Foi comunicada a Moisés, enquanto se achava no monte com Deus, esta ordem: “E Me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êxo. 25:8), e foram dadas instruções completas para a construção do tabernáculo. Em virtude de sua apostasia, os israelitas ficaram despojados da bênção da presença divina, e por algum tempo impossibilitaram a construção de um santuário para Deus, entre eles. Mas, depois de novamente haverem sido recebidos no favor do Céu, o grande líder procedeu à execução da ordem divina.
Homens escolhidos foram especialmente dotados por Deus de habilidade e sabedoria para a construção do sagrado edifício. O próprio Deus deu a Moisés o plano daquela estrutura, com instruções específicas quanto ao seu tamanho e forma, materiais a serem empregados, e cada peça que fazia parte do aparelhamento que deveria a mesma conter… Deus expôs perante Moisés, no monte, uma visão do santuário celestial, e mandou-lhe fazer todas as coisas de acordo com o modelo a ele mostrado. Todas estas instruções foram cuidadosamente registradas por Moisés, que as comunicou aos chefes do povo.
Para a edificação do santuário, grandes e dispendiosos preparativos eram necessários; grande quantidade dos materiais mais preciosos e caros era exigida; todavia o Senhor apenas aceitava ofertas voluntárias. “De todo o homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a Minha oferta” (Êxo. 25:2), foi a ordem divina repetida por Moisés à congregação. A devoção a Deus e o espírito de sacrifício eram os primeiros requisitos ao preparar-se uma morada para o Altíssimo.
Todo o povo correspondeu unanimemente. “E veio todo o homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo espírito voluntariamente o excitou, e trouxeram a oferta alçada ao Senhor para a obra da tenda da congregação; e para todo o seu serviço, e para os vestidos santos. E assim vieram homens e mulheres, todos dispostos de coração: trouxeram fivelas, e pendentes, e anéis, e braceletes, todo o vaso de ouro; e todo o homem oferecia oferta de ouro ao Senhor.” Êxo. 35:21 e 22.
“E todo o homem que se achou com azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pêlos de cabra, e peles de carneiro tintas de vermelho, e peles de teixugos, os trazia; todo aquele que oferecia oferta alçada de prata ou de metal, a trazia por oferta alçada ao Senhor; e todo aquele que se achava com madeira de setim, a trazia para toda a obra do serviço.
“E todas as mulheres sábias de coração fiavam com as suas mãos, e traziam o fiado, o azul e a púrpura, o carmesim, e o linho fino. E todas as mulheres, cujo coração as moveu em sabedoria, fiavam os pêlos das cabras. E os príncipes traziam pedras sardônicas, e pedras de engastes para o éfode e para o peitoral, e especiarias, e azeite para a luminária, e para o óleo da unção, e para o incenso aromático.” Êxo. 35:23-28.
Enquanto a construção do santuário estava em andamento, o povo, velhos e jovens – homens, mulheres e crianças – continuou a trazer suas ofertas até que aqueles que tinham a seu cargo o trabalho acharam que tinham o suficiente, e mesmo mais do que se poderia usar. E Moisés fez com que se proclamasse por todo o acampamento: “Nenhum homem nem mulher faça mais obra alguma para a oferta alçada do santuário. Assim o povo foi proibido de trazer mais.” Êxo. 36:6. As murmurações dos israelitas e as visitações dos juízos de Deus por causa de seus pecados, estão registradas como advertência às gerações posteriores. E sua devoção, zelo e liberalidade, são um exemplo digno de imitação. Todos os que amam o culto a Deus, e prezam as bênçãos de Sua santa presença, manifestarão o mesmo espírito de sacrifício ao preparar-se uma casa onde Ele possa encontrar-Se com eles. Desejarão trazer ao Senhor uma oferta do melhor que possuem. Uma casa construída para Deus não deve ser deixada em dívida, pois desta maneira Ele é desonrado. Uma porção suficiente para realizar o trabalho deve ser dada livremente, a fimde que os operários digam, como fizeram os construtores do tabernáculo: “Não tragais mais ofertas.”
CONTINÚA…


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O TABERNÁCULO E SUAS CERIMÔNIAS 2ª PARTE

O tabernáculo foi construído de tal maneira que podia ser todo desmontado e levado com os israelitas em todas as suas jornadas. Era, portanto, pequeno, não tendo mais de vinte metros de comprimento, e seis de largura e altura. Contudo, era uma estrutura magnificente. A madeira empregada para a edificação e seu aparelhamento era a acácia, menos sujeita a arruinar-se do que qualquer outra que se podia obter no Sinai. As paredes consistiam em tábuas verticais colocadas em encaixes de prata, e mantidas firmemente por colunas e barras que as ligavam; e todas estavam cobertas de ouro, dando ao edifício a aparência de ouro maciço. O teto era formado de quatro jogos de cortinas, sendo a mais interior de “linho fino torcido, e azul, púrpura, e carmesim; com querubins as farás de obra esmerada” (Êxo. 26:1); as outras três eram respectivamente de pêlo de cabras, pele de carneiro tingida de vermelho, e pele de teixugo, dispostas de tal maneira que proporcionassem proteção completa.

O edifício era dividido em dois compartimentos por uma rica e linda cortina, ou véu, suspensa de colunas chapeadas de ouro; e um véu semelhante fechava a entrada ao primeiro compartimento. Estes véus, como a cobertura interior que formava o teto, eram das mais belas cores, azul, púrpura e escarlata, lindamente dispostas, ao mesmo tempo que trabalhados a fios de ouro e prata havia neles querubins para representarem a hoste angélica, que se acha em conexão com o trabalho do santuário celestial, e são espíritos ministradores ao povo de Deus na Terra…
A tenda sagrada ficava encerrada em um espaço descoberto chamado o pátio, que estava rodeado de cortinas ou anteparos, de linho fino, suspensos de colunas de cobre. A entrada para este recinto ficava na extremidade oriental. Era fechado com cortinas de custoso material e bela confecção, se bem que inferiores às do santuário. Sendo os anteparos do pátio apenas da metade da altura das paredes do tabernáculo aproximadamente, o edifício podia ser perfeitamente visto pelo povo do lado de fora. No pátio, e bem perto da entrada, achava-se o altar de cobre para as ofertas queimadas, ou holocaustos. Sobre este altar eram consumidos todos os sacrifícios feitos com fogo ao Senhor, e as suas pontas eram aspergidas com o sangue expiatório. Entre o altar e a porta do tabernáculo, estava a pia, que também era de cobre, feita dos espelhos que tinham sido ofertas voluntárias das mulheres de Israel. Na pia os sacerdotes deveriam lavar as mãos e os pés sempre que entravam nos compartimentos sagrados ou se aproximavam do altar para oferecerem uma oferta queimada ao Senhor.
No primeiro compartimento, ou lugar santo, estavam a mesa dos pães da proposição, o castiçal ou candelabro, e o altar de incenso. A mesa com os pães da proposição ficava do lado do norte. Com a sua coroa ornamental era ela coberta de ouro puro. Sobre esta mesa os sacerdotes deviam cada sábado colocar doze pães, dispostos em duas colunas, e aspergidos com incenso. Os pães que eram removidos, sendo considerados santos, deviam ser comidos pelos sacerdotes. Do lado do sul estava o castiçal de sete ramos, com as suas sete lâmpadas. Seus ramos eram ornamentados com flores artisticamente trabalhadas, semelhantes a lírios, e o todo era feito de uma peça de ouro maciço. Não havendo janelas no tabernáculo, nunca ficavam apagadas todas as lâmpadas a um tempo, mas espargiam sua luz dia e noite. Precisamente diante do véu que separava o lugar santo do santíssimo e da presença imediata de Deus, achava-se o áureo altar de incenso. Sobre este altar o sacerdote devia queimar incenso todas as manhãs e tardes; suas pontas eram tocadas com o sangue da oferta para o pecado, e era aspergido com sangue no grande dia de expiação. O fogo neste altar fora aceso pelo próprio Deus, e conservado de maneira sagrada. Dia e noite o santo incenso difundia sua fragrância pelos compartimentos sagrados, e fora, longe, em redor do tabernáculo.
Além do véu interior estava o santo dos santos, onde se centralizava a cerimônia simbólica da expiação e intercessão, e que formava o elo de ligação entre o Céu e a Terra. Nesse compartimento estava a arca, uma caixa feita de acácia, coberta de ouro por dentro e por fora, e tendo uma coroa de ouro em redor de sua parte superior. Fora feita para ser o receptáculo das tábuas de pedra, sobre as quais o próprio Deus escrevera os Dez Mandamentos. Daí o ser ela chamada a arca do testemunho de Deus, ou a arca do concerto, visto que os Dez Mandamentos foram a base do concerto feito entre Deus e Israel.
A cobertura da caixa sagrada chamava-se propiciatório. Este era feito de uma peça inteiriça de ouro, e encimado por querubins do mesmo metal, ficando um de cada lado. Uma asa de cada anjo estendia-se ao alto, enquanto a outra estava fechada sobre o corpo em sinal de reverência e humildade. Ezeq. 1:11.
Continua…
Fonte: Patriarcas e Profetas, Ellen Gold White, págs. 347 e 348

O TABERNÁCULO DE MOISÉS E SUAS CERIMÔNIAS 3ª PARTE

A posição dos querubins, tendo o rosto voltado um para o outro, e olhando reverentemente abaixo para a arca, representava a reverência com que a hoste celestial considera a lei de Deus, e seu interesse no plano da redenção.
Acima do propiciatório estava o shekinah, manifestação da presença divina; e dentre os querubins Deus tornava conhecida a Sua vontade. Mensagens divinas às vezes eram comunicadas ao sumo sacerdote por uma voz da nuvem. Algumas vezes uma luz caía sobre o anjo à direita, para significar aprovação ou aceitação; ou uma sombra ou nuvem repousava sobre o que ficava ao lado esquerdo, para revelar reprovação ou rejeição.
A lei de Deus, encerrada na arca, era a grande regra de justiça e juízo. Aquela lei sentenciava a morte ao transgressor; mas acima da lei estava o propiciatório, sobre o qual se revelava a presença de Deus, e do qual, em virtude da obra expiatória, se concedia o perdão ao pecador arrependido. Assim …”a misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram”. Sal. 85:10.
Nenhuma linguagem pode descrever a glória do cenário apresentado dentro do santuário – as paredes chapeadas de ouro que refletiam a luz do áureo castiçal, os brilhantes matizes das cortinas ricamente bordadas com seus resplendentes anjos, a mesa e o altar de incenso, brilhante pelo ouro; além do segundo véu a arca sagrada, com os seus querubins, e acima dela o santo shekinah, manifestação visível da presença de Jeová; tudo não era senão um pálido reflexo dos esplendores do templo de Deus no Céu, o grande centro da obra pela redenção do homem.
Aproximadamente meio ano foi ocupado na construção do tabernáculo. Quando este se completou, Moisés examinou toda a obra dos construtores, comparando-a com o modelo a ele mostrado no monte, e com as instruções que de Deus recebera. “Como o Senhor a ordenara, assim a fizeram; então Moisés os abençoou.” Êxo. 39:43. Com ávido interesse as multidões de Israel juntaram-se em redor para ver a estrutura sagrada. Enquanto estavam a contemplar aquela cena com satisfação reverente, a coluna de nuvem pairou sobre o santuário e, descendo, envolveu-o. “E a glória do Senhor encheu o tabernáculo.” Êxo. 40:34. Houve uma revelação da majestade divina, e por algum tempo mesmo Moisés não pôde entrar ali. Com profunda emoção o povo viu a indicação de que a obra de suas mãos fora aceita. Não houve ruidosas manifestações de regozijo. Temor solene repousava sobre todos. Mas sua alegria de coração transbordou em lágrimas de regozijo, e murmuravam em voz baixa ardorosas palavras de gratidão de que Deus houvesse condescendido em habitar com eles.
Por determinação divina a tribo de Levi foi separada para o serviço do santuário. Nos tempos primitivos cada homem era o sacerdote de sua própria casa. Nos dias de Abraão, o sacerdócio era considerado direito de primogenitura do filho mais velho. Agora, em lugar dos primogênitos de todo o Israel, o Senhor aceitou a tribo de Levi para a obra do santuário.
Por meio desta honra distinta manifestou Ele Sua aprovação à fidelidade da mesma, tanto por aderir ao Seu serviço como por executar Seus juízos quando Israel apostatou com o culto ao bezerro de ouro. O sacerdócio, todavia, ficou restrito à família de Arão. A este e seus filhos, somente, permitia-se ministrar perante o Senhor; o resto da tribo estava encarregada do cuidado do tabernáculo e de seu aparelhamento, e deveria auxiliar os sacerdotes em seu ministério, mas não deveria sacrificar, queimar incenso, ou ver as coisas sagradas antes que estivessem cobertas.
De acordo com as suas funções, foi indicada ao sacerdote uma veste especial. “Farás vestidos santos a Arão teu irmão, para glória e ornamento” (Êxo. 28:2) – foi a instrução divina a Moisés. A veste do sacerdote comum era de linho alvo, e tecida em uma só peça. Estendia-se até quase aos pés, e prendia-se à cintura por um cinto branco de linho, bordado de azul, púrpura e vermelho. Um turbante de linho, ou mitra, completava seu traje exterior. A Moisés, perante a sarça ardente, foi determinado que tirasse as sandálias, porque a terra em que estava era santa. Semelhantemente os sacerdotes não deveriam entrar no santuário com sapatos nos pés. Partículas de pó que a eles se apegavam, profanariam o lugar santo. Deviam deixar os sapatos no pátio, antes de entrarem no santuário, e também lavar tanto as mãos como os pés, antes de ministrarem no tabernáculo, ou no altar dos holocaustos. Desta maneira ensinava-se constantemente a lição de que toda a contaminação devia ser removida daqueles que se aproximavam da presença de Deus.
As vestes do sumo sacerdote eram de custoso material e de bela confecção, em conformidade com a sua elevada posição. Em acréscimo ao traje de linho do sacerdote comum, usava uma vestimenta de azul, também tecida em uma única peça. Ao longo das fímbrias era ornamentada com campainhas de ouro, e romãs de azul, púrpura e escarlate. Por sobre isto estava o éfode, uma vestidura mais curta, de ouro, azul, púrpura, escarlate e branco. Era preso por um cinto das mesmas cores, belamente trabalhado. O éfode não tinha mangas, e em suas ombreiras bordadas de ouro achavam-se colocadas duas pedras de ônix, que traziam os nomes das doze tribos de Israel.
Sobre o éfode estava o peitoral, a mais sagrada das vestimentas sacerdotais. Este era do mesmo material que o éfode. Era de forma quadrada, media um palmo, e estava suspenso dos ombros por um cordão de azul, por meio de argolas de ouro. As bordas eram formadas de uma variedade de pedras preciosas, as mesmas que formam os doze fundamentos da cidade de Deus. Dentro das bordas havia doze pedras engastadas de ouro, dispostas em fileiras de quatro, e como as das ombreiras, tendo gravados os nomes das tribos. As instruções do Senhor foram: “Arão levará os nomes dos filhos de Israel no peitoral do juízo sobre o seu coração, quando entrar no santuário, para memória diante do Senhor continuamente.” Êxo. 28:29. Assim ” o Mashiach”, o grande Sumo Sacerdote, pleiteando com Seu sangue diante do Pai, em prol do pecador, traz sobre o coração o nome de toda alma arrependida e crente. Diz o salmista: “Eu sou pobre e necessitado; mas o Senhor cuida de mim.” Sal. 40:17.
À direita e à esquerda do peitoral havia duas grandes pedras de grande brilho. Estas eram conhecidas por Urim e Tumim. Por meio delas fazia-se saber a vontade de Deus pelo sumo sacerdote. Quando se traziam perante o Senhor questões para serem decididas, uma auréola de luz que rodeava a pedra preciosa à direita, era sinal do consentimento ou aprovação divina, ao passo que uma nuvem que ensombrava a pedra à esquerda, era prova de negação ou reprovação.
A mitra do sumo sacerdote consistia no turbante de alvo linho, tendo presa ao mesmo, por um laço de azul, uma lâmina de ouro que trazia a inscrição: “Santidade ao Senhor.” Êxo. 28:36. Todas as coisas ligadas ao vestuário e conduta dos sacerdotes deviam ser de molde a impressionar aquele que as via, dando-lhe uma intuição da santidade de Deus, santidade de Seu culto, e pureza exigida daqueles que iam à Sua presença…
Nenhum olho mortal a não ser o do sumo sacerdote devia ver o compartimento interno do santuário. Apenas uma vez ao ano podia o sacerdote entrar ali, e isto depois da mais cuidadosa e solene preparação. Com tremor entrava perante Deus, e o povo, com reverente silêncio, aguardava a sua volta, tendo erguido o espírito em oração fervorosa pela bênção divina. Diante do propiciatório o sumo sacerdote fazia expiação por Israel; e na nuvem de glória Deus Se encontrava com ele. Sua demora ali, além do tempo costumeiro, enchia-os de receio de que, por causa de seus pecados ou dos dele, houvesse sido morto pela glória do Senhor.
O culto cotidiano consistia no holocausto da manhã e da tarde, na oferta de incenso suave no altar de ouro, e nas ofertas especiais pelos pecados individuais. E também havia ofertas para os sábados, luas novas e solenidades especiais.

Toda manhã e tarde, um cordeiro de um ano era queimado sobre o altar, com sua apropriada oferta de manjares, simbolizando assim a consagração diária da nação a Jeová, e sua constante necessidade do sangue expiatório… Deus ordenara expressamente que toda oferta apresentada para o ritual do santuário fosse “sem mácula”. Êxo. 12:5. Os sacerdotes deviam examinar todos os animais levados para sacrifício, e rejeitar todo aquele em que se descobrisse algum defeito. Apenas uma oferta “sem mácula” poderia ser um símbolo da perfeita pureza dAquele que Se ofereceria como “um cordeiro imaculado e incontaminado”…

Ellen Gold White, Patriarcas e Profetas, págs. 348 a 352.

O TABERNÁCULO DE MOISÉS E SUAS CERIMÔNIAS – QUARTA PARTE

Aqueles que O amam de todo o coração, desejarão dar-Lhe o melhor serviço de sua vida, e estarão constantemente procurando pôr toda a faculdade de seu ser em harmonia com as leis que promoverão sua habilidade para fazerem a Sua vontade.
Na oferta do incenso o sacerdote era levado mais diretamente à presença de Deus do que em qualquer outro ato do ministério diário. Como o véu interno do santuário não se estendia até ao alto do edifício, a glória de Deus, manifestada por cima do propiciatório, era parcialmente visível no primeiro compartimento. Quando o sacerdote oferecia incenso perante o Senhor, olhava em direção à arca; e, subindo a nuvem de incenso, a glória divina descia sobre o propiciatório e enchia o lugar santíssimo, e muitas vezes ambos os compartimentos, de tal maneira que o sacerdote era obrigado a afastar-se para a porta do santuário. Como naquele cerimonial típico o sacerdote olhava pela fé ao propiciatório que não podia ver, assim o povo de Deus deve hoje dirigir suas orações a … seu grande Sumo Sacerdote que, invisível aos olhares humanos, pleiteia em seu favor no santuário celestial.
O incenso que subia com as orações de Israel, representa os méritos e intercessão de Mashiadh. Sua perfeita justiça, que pela fé é atribuída ao Seu povo, e que unicamente pode tornar aceitável a Deus o culto de seres pecadores. Diante do véu do lugar santíssimo, estava um altar de intercessão perpétua; diante do lugar santo, um altar de expiação contínua. Pelo sangue e pelo incenso deveriam aproximar-se de Deus – símbolos aqueles que apontam para o grande Mediador, por intermédio de quem os pecadores podem aproximar-se de Jeová, e por meio de quem unicamente, a misericórdia e a salvação podem ser concedidas à alma arrependida e crente.
Quando os sacerdotes, pela manhã e à tardinha, entravam no lugar santo à hora do incenso, o sacrifício diário estava pronto para ser oferecido sobre o altar, fora, no pátio. Esta era uma ocasião de intenso interesse para os adoradores que se reuniam junto ao tabernáculo. Antes de entrarem à presença de Deus pelo ministério do sacerdote, deviam empenhar-se em ardoroso exame de coração e confissão de pecado. Uniam-se em oração silenciosa, com o rosto voltado para o lugar santo. Assim ascendiam suas petições com a nuvem de incenso, enquanto a fé se apoderava dos méritos do Salvador prometido prefigurado pelo sacrifício expiatório. As horas designadas para o sacrifício da manhã e da tardinha eram consideradas sagradas, e, por toda a nação judaica, vieram a ser observadas como um tempo reservado para a adoração. E, quando, em tempos posteriores, os judeus foram espalhados como cativos em países distantes, ainda naquela hora designada voltavam o rosto para Jerusalém e proferiam suas petições ao Deus de Israel. Neste costume têm os cristãos um exemplo para a oração da manhã e da noite. Conquanto Deus condene um mero ciclo de cerimônias, sem o espírito de adoração, olha com grande prazer àqueles que O amam, prostrando-se de manhã e à noite, a fim de buscar o perdão dos pecados cometidos e apresentar seus pedidos de bênçãos necessitadas.
Os pães da proposição eram conservados sempre perante o Senhor como uma oferta perpétua. Assim, era isto uma parte do sacrifício cotidiano. Era chamado o pão da proposição, ou “pão da presença”, porque estava sempre diante da face do Senhor. Êxo. 25:30. Era um reconhecimento de que o homem depende de Deus, tanto para o pão temporal como o espiritual, e de que este é recebido apenas pela mediação de Cristo. Deus alimentara Israel no deserto com pão do Céu e ainda dependiam eles de Sua generosidade tanto para o pão temporal como para as bênçãos espirituais… O incenso era posto sobre os pães. Quando o pão era retirado cada sábado, para ser substituído por outro, fresco, o incenso era queimado sobre o altar, em memória, perante Deus.
A parte mais importante do ministério diário era a oferta efetuada em prol do indivíduo. O pecador arrependido trazia a sua oferta à porta do tabernáculo e, colocando a mão sobre a cabeça da vítima, confessava seus pecados, transferindo-os assim, figuradamente, de si para o sacrifício inocente. Pela sua própria mão era então morto o animal, e o sangue era levado pelo sacerdote ao lugar santo e aspergido diante do véu, atrás do qual estava a arca que continha a lei que o pecador transgredira. Por esta cerimônia, mediante o sangue, o pecado era figuradamente transferido para o santuário. Nalguns casos o sangue não era levado ao lugar santo; mas a carne deveria então ser comida pelo sacerdote, conforme instruiu Moisés aos filhos de Arão, dizendo: “O Senhor a deu a vós, para que levásseis a iniqüidade da congregação.” Lev. 10:17. Ambas as cerimônias simbolizavam semelhantemente a transferência do pecado, do penitente para o santuário.
Tal era a obra que dia após dia continuava, durante o ano todo. Os pecados de Israel, sendo assim transferidos para o santuário, ficavam contaminados os lugares santos, e uma obra especial se tornava necessária para sua remoção. Deus ordenara que se fizesse expiação por cada um dos compartimentos sagrados, assim como pelo altar, para o purificar “das imundícias dos filhos de Israel”, e o santificar. Lev. 16:19.
Uma vez ao ano, no grande dia da expiação, o sacerdote entrava no lugar santíssimo para a purificação do santuário. O cerimonial ali efetuado completava o ciclo anual do ministério.
No dia da expiação dois bodes eram trazidos à porta do tabernáculo, e lançavam-se sortes sobre eles, “uma sorte pelo Senhor, e a outra sorte pelo bode emissário”. O bode sobre o qual caía a primeira sorte deveria ser morto como oferta pelos pecados do povo. E o sacerdote deveria levar seu sangue para dentro do véu, e aspergi-lo sobre o propiciatório. “Assim fará expiação pelo santuário por causa das imundícias dos filhos de Israel e das suas transgressões, segundo todos os seus pecados; e assim fará para a tenda da congregação que mora com eles no meio das suas imundícias.” Lev. 16:16.
“E Arão porá ambas as suas mãos sobre a cabeça do bode vivo, e sobre ele confessará todas as iniqüidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do bode, e enviá-lo-á ao deserto, pela mão de um homem designado para isso. Assim aquele bode levará sobre si todas as iniqüidades deles à terra solitária.” Lev. 16:21 e 22. Antes que o bode tivesse desta maneira sido enviado não se considerava o povo livre do fardo de seus pecados. Cada homem deveria afligir sua alma, enquanto prosseguia a obra da expiação. Toda ocupação era posta de lado, e toda a congregação de Israel passava o dia em humilhação solene perante Deus, com oração, jejum e profundo exame de coração.
Importantes verdades concernentes à obra expiatória eram ensinadas ao povo por meio deste serviço anual. Nas ofertas para o pecado apresentadas durante o ano, havia sido aceito um substituto em lugar do pecador; mas o sangue da vítima não fizera completa expiação pelo pecado. Apenas provera o meio pelo qual este fora transferido para o santuário. Pela oferta do sangue, o pecador reconhecia a autoridade da lei, confessava a culpa de sua transgressão, e exprimia sua fé nAquele que tiraria o pecado do mundo; mas não estava inteiramente livre da condenação da lei. No dia da expiação, o sumo sacerdote, havendo tomado uma oferta para a congregação, ia ao lugar santíssimo com o sangue e o aspergia sobre o propiciatório, em cima das tábuas da lei. Assim se satisfaziam os reclamos da lei, que exigia a vida do pecador. Então, em seu caráter de mediador, o sacerdote tomava sobre si os pecados e, saindo do santuário, levava consigo o fardo das culpas de Israel. À porta do tabernáculo colocava as mãos sobre a cabeça do bode emissário e confessava sobre ele “todas as iniqüidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados”, pondo-as sobre a cabeça do bode. E, assim como o bode que levava esses pecados era enviado dali; tais pecados, juntamente com o bode, eram considerados separados do povo para sempre. Este era o cerimonial efetuado como “exemplar e sombra das coisas celestiais”…
Ellen Gold White, Patriarcas e Profetas, páginas 353 a 356

JESUS (YESHUA) E A TRADIÇÃO JUDAICA

(Yeshua, diminutivo de Yehoshua, que significa o ‘Eterno’ salvará. O mesmo nome foi transcrito, ao mesmo tempo, como Josué, sucessor de Moshe (Moisés), e como Jesus. Como os chiados e os guturais não existem em grego, Yeshua tornou-se, Iesou, de onde deriva Jesus. André Chouraqui)


Verso para Memorizar:
“Um dos mestres da Torah se aproximou e ouviu o debate. Notando que Yeshua lhes dera uma boa resposta, perguntou-lhe: “Qual é a mitzvah mais importante?”. Yeshua respondeu: “A mais importante é: ‘Sh’ma Yisra’el, Adonai Eloheinu, Adonai echad (Ouve, ó Yisra’el, o Senhor, nosso Deus, o Senhor é um), e você deve amar Adonai, seu Deus, de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento e com toda a força, a segunda é esta: ‘Ame o próximo como a si mesmo’. Marcos 12:28 a 31 (BJC-Bíblia Judaica Completa).shema_b112%20pc
JOHN WESLEY opinava que a teologia de qualquer pessoa era influenciada por quatro fatores:
1º a razão.
2º as Escrituras.
3º a tradição.
4º a opinião pessoal.
Não queria dizer, porém, que todos estes aspectos têm, de igual modo, o mesmo grau de autoridade. Ele reconhecia que a Bíblia era o fundamental, mas também reconhecia que a fé individual da pessoa, bem como a sua capacidade de raciocínio e a sua tradição religiosa influenciavam a maneira como a Bíblia é interpretada. Se Wesley voltasse a vida hoje, ficaria chocado ao descobrir que muitos dos teólogos modernos na tradição wesleyana (e igualmente noutras tradições) valorizam a razão, a tradição e a opinião pessoal acima de um claro ensino das Escrituras.
No Judaísmo o chacham, sábio em hebraico, é o erudito da tradição judaica. Este termo é usado principalmente em referência aos sábios que compuseram o Talmude e que foram os herdeiros da tradição oral. O chacham na compreensão do judaísmo dos rabinos é o estudioso ideal, tendo precedência até mesmo sobre os profetas, é um “talmid chacham”, um “estudante sábio”.
A lição desta semana investiga as tradições religiosas sobre as quais os escribas e os Fariseus baseavam muitos dos respetivos ensinos. Os rabis que primeiramente redigiram essas tradições respeitavam grandemente as Escrituras e não tinham qualquer intenção de que essas tradições fossem colocadas acima do estatuto da Palavra de Deus. Contudo, alguns dos seus zelosos discípulos confundiam o método com a mensagem e, ao fazê-lo, deslocaram o foco da divina revelação escrita para a tradição humana.
Domingo
A CADEIRA DE MOSHÉ
Embora os escribas, soferim, e Fariseus, perushim, parecessem dois grupos distintos que, por casualidade, foram postos lado a lado, o mais provável que os escribas fossem uma classe dos Fariseus (ver Atos 23:9). Os Fariseus tornaram-se num grupo conhecido durante o período do Império Grego. Crê-se que era o remanescente de um piedoso grupo judaico, conhecido como os Hasidim, os piedosos, que participaram na luta durante a revolução dos Macabeus contra o reino helenístico de Antíoco Epifânio.
O termo “Fariseu” deriva da palavra hebraica paras, a qual significa “separar”. Numa época em que muitos Judeus se tinham deixado influenciar grandemente pelas culturas pagãs, os Fariseus consideravam ser sua obrigação garantir que fosse ensinada a Torah a todo o homem judeu. Para a realização desta tarefa, criaram a função de rabino, que, literalmente, significa “o meu grande”, “o meu mestre” ou “o meu professor”.
Ao dizer que “na cadeira de Moisés” estavam assentados os escribas e Fariseus, Jesus reconhecia as posições que eles ocupavam como mestres do povo (Mat. 23:2 e 3). Afinal, estes tinham, pelo menos, assumido a responsabilidade de garantir que as pessoas fossem instruídas nos caminhos da Torah.
Jesus e os ricos I
Leia Mattityahu/Mateus 23:1-7. Com base no que é afirmado nestes versículos, qual foi um dos maiores problemas que Yeshua/Jesus teve com os escribas e os Fariseus?
Os fariseus/perushim ao interpretar as Escrituras não a entendiam literalmente como os saduceus e não eram ascetas como os essênios. O ensinamento dos fariseus influenciou fortemente o grupo dos rabinos que começou a tomar a dianteira do Judaísmo a partir da destruição do segundo templo no ano 70 d.C.
Os fariseus/perushim eram extremamente preocupados com regras de pureza ritual ou alimentar e devoção derivada do Templo e seus ritos aplicando-as ao judeu comum, isto esta presente até hoje no Judaísmo rabínico, e procuraram manter preservadas as tradições populares que os judeus foram adquirindo pelas terras onde moravam.
Leia de novo o que Yeshua/Jesus disse acerca dos escribas e Fariseus. Como podemos assegurar-nos de que também nós não nos tornamos culpados de atitudes semelhantes?
Segunda-feira
A Tradição Oral – Torah Oral – Torah she-beal-pé
Embora os escribas e os Fariseus estivessem “na cadeira de Moisés”, a sua fonte de autoridade para a instrução religiosa ultrapassava a Bíblia Hebraica. A ‘Torah’ que os Fariseus utilizavam consistia em interpretações bíblicas dos principais rabis. Tais interpretações não se destinavam a substituir as Escrituras, mas a complementá-las. De início, as interpretações circulavam oralmente; mais tarde os escribas começaram a compila-las em livros.
A primeira publicação oficial das leis rabínicas— surgiram no final do século dois da Era comum, quando o rabi Yehua Ha-Nasi (Judá, o Príncipe) publicou a Mishná. As leis registadas na Mishná refletem cerca de quatro séculos de interpretação rabínica. Entre os rabis que contribuíram para essa compilação incluem-se muitos dos que viveram no tempo de Yeshua/Jesus, sendo os mais notáveis Hillel e Shammai. Havia também Gamaliel, neto de Hillel e professor de Saulo de Tarso, mais tarde chamado Paulo.
Talmude Babilônico
Leia Mattityahu/Mateus 15:1-6. Que questão controversa surge nesta passagem? Que interpretação tentou Yeshua/Jesus corrigir?
Aprendemos na Lição 1 que as leis rabínicas eram chamadas halakah, termo que significa “caminhar”. Os rabis achavam que, se uma pessoa andasse nos caminhos das leis menores, ela andaria também no caminho das maiores. Contudo, algures ao longo do percurso, as leis menores começaram a adquirir um status maior e, depois de algum tempo, começou a ser difícil distinguir o que era tradicional do que era bíblico.
O Judaísmo rabínico justifica a crença na autoridade da tradição dos sábios baseado na ideia de que paralelo ao que o Eterno revelou a Moshé e foi escrito na Torah, Ele também revelou outro “conhecimento” que foi transmitido aos sábios e profetas de forma não escrita, isto é, de forma oral e que foi desenvolvido e acrescentado através dos séculos pelas discussões e debates de mestres e alunos Inteligentes.
Ensinam que a tradição oral é a alma da Torah escrita, e sem ela e suas interpretações a Bíblia ficaria sem explicação compreensível.
Não parece que fosse um problema para Yeshua/Jesus os Fariseus terem as suas próprias regras. Contudo, Ele considerou problemática a elevação dessas regras ao estatuto de “doutrina”. Nenhum ser humano tem a autoridade para criar restrições religiosas e elevá-las ao nível de Mandamento Divino. Isto, porém, não quer dizer que grupos de crentes estejam proibidos de criar regulamentos que contribuam para a orientação do comportamento em comunidade. A instrução prática poderia ajudar, em grande medida, as pessoas a guardarem a Torah. No entanto, não se deve consentir nunca que a instrução ocupe o lugar da própria Torah escrita.
Terça-feira
Tradição dos Sábios
Como vimos, alguns dos rabis prestavam tanta atenção às regras e as tradições criadas para promover a guarda da Torah escrita que deixaram de ser capazes de distinguir entre os dois conjuntos de regras.
Passado algum tempo, as palavras dos rabis adquiriram estatuto de “Palavra do Deus vivo”; as pessoas pensavam que eram tão vinculativas como as palavras das Escrituras. Foi muitíssimo provável que, quando os rabis escreveram de início os seus comentários, não tivessem nenhuma intenção de fazer acréscimos as páginas das Escrituras. Contudo, os dedicados discípulos desses rabis consideraram ser seu dever divulgar essas singulares interpretações junto da população judaica.
caneca Netilat Iadaim1
Leia de novo Mattityahu/Mateus 15:1 e 2. Em que texto dos primeiros cinco livros de Moisés se baseia a tradição?                          Que importância tem a resposta que você deu? Veja também Marcos 7:3 e 4; Mat. 15:11.
Somos levados a procurar um texto bíblico que ordene: “Tu deves lavar as mãos antes de comer”. Contudo, esta regra de procedimento não teria surpreendido os escribas e os Fariseus quando confrontaram Jesus, pois tornaram bem claro que não era uma questão de os discípulos estarem a violar a Torah escrita, mas, sim, a “tradição dos anciãos”. A veemência com que eles apresentaram a pergunta faz parecer que, para os Fariseus, aquilo se tratava de uma séria violação religiosa.
Os profissionais de saúde e os pais provavelmente gostariam de ter uma razoável justificativa higiênica ou psicológica para a aparente compulsão obsessiva dos Fariseus em lavar as mãos. No entanto, os acadêmicos creem que a questão tinha realmente a ver com a impureza cerimonial. Ao que parece, os Fariseus preocupavam-se muito que as pessoas, ao andarem na sua rotina da vida, tocassem em coisas que as pudessem tornar impuras ou imundas. Consequentemente, se as pessoas comessem sem se lavarem, iriam contaminar-se cerimonialmente ao tocarem nos alimentos.
Considerando o fato de que fundamentaram a sua acusação contra os discípulos de Jesus, podemos chegar a conclusão de que o próprio Yeshua/Jesus não estava em transgressão dessa bem conhecida tradição (Marcos 7:3). Não obstante, Ele estava bem ciente de que os Fariseus estavam a atribuir grande importância a coisas menores.
Leia no Tanach Yesha’yahu/Isaias 29:13. Que princípios bíblicos cruciais são aqui revelados? Que razão torna tão importante que nos lembremos deles?
Quarta-feira
Mitzvah (Mandamento) de Origem Humana
Desde tempos remotos não era permitido colocar por escrito os ensinamentos da tradição oral, devendo ser memorizadas pelos mestres tanaíticos, e transmitidos para seus alunos e assim sucessivamente através das gerações.
A consideração era e ainda é grande, mesmo quando os ensinamentos dos sábios entram em contradição entre si.                          Ainda assim devem ser levados em conta como revelação divina.
Após a destruição do segundo Templo, ano 70 d.C. essa proibição começou a ser revogada devido a ameaça romana de extinção dos mestres tanaíticos, os repetidores, o que colocaria em risco o acervo de conhecimento tradicional adquirido através dos séculos, surgem o Talmude e a Mishná.
O lar judaico passou a ser considerado uma extensão do Templo que fora destruído, o marido representa o kohen/sacerdote e as refeições um tipo de sacrifício apresentado diante do Eterno, tome, por exemplo, o ato de salpicar com sal o pão, chalá, ao por do sol de sexta-feira ao modo como se fazia com o sacrifício em Jerusalém.
Conforme ensina a tradição antes de comer pão, é costume realizar o ritual de lavar as mãos. Não é somente uma mediada higiênica, pois as mãos já devem estar previamente limpas, mas implica em um símbolo de purificação espiritual, para isso usa-se uma jarra de lavagem ritual das mãos: Netilat Iadaim.
“Pode-se fazer isso ao acordar pela manhã para que se remova o espírito impuro residente na ponta dos dedos, antes de orar, antes de comer pão, antes de proferir a bênção sacerdotal e depois de visitar um cemitério ou ter contato com um morto.” (Unterman)
O procedimento é o seguinte: pega-se um recipiente cheio de água e verte-se líquido suficiente (até o punho) sobre a mão direita três vezes e se repete o processo sobre a esquerda. Assim, lavam-se ambas as mãos e se recita a bênção da seguinte maneira, enquanto as mãos vão se secando:
BARUCH ATÁ ADONAI ELOHEINU MELECH HAOLAM, ASHER KIDESHANU BEMITZVOTAV VETZIVANU AL NETILAT IADAIM.
Bendito sejas Tu, Eterno, nosso Deus, Rei do Universo, que nos santificaste com Teus preceitos e nos ordenaste o ritual de lavar as mãos.
lavar as mãos
A questão mais profunda que deveria incomodar a quem busca a D’us é, onde na Torah escrita ou nos profetas e escritos, o Tanach em geral encontra-se tal mitzvah?
Leia Mateus 15:3-6 no contexto de Shemot/Êxodo 20:12; D’varim/Deuteronômio 5:16; Mattityahu/Mateus 19:19; Efésios 6:2. O que estava envolvido na reprovação de Yeshua/Jesus?
Quando os Fariseus confrontaram Yeshua/Jesus acerca do incidente da lavagem das mãos, estavam esperavam que Ele respondesse diretamente sua acusação. Contudo, no Seu estilo singular, Jesus confrontou-os com uma questão que atingiu bem o centro da disputa. Yeshua quis que eles soubessem que o problema não tinha a ver com a lavagem das mãos ou com a devolução do dízimo, mas com a elevação de normas humanas acima de normas divinas. Os Fariseus conseguiam apresentar explicações lógicas para a sua posição sobre a lavagem das mãos. Sem dúvida que, provavelmente, também raciocinavam que canalizar recursos para a causa de D’us, em vez de fazê-lo para o sustento dos respetivos progenitores, era uma expressão sem paralelo do seu amor por Deus.
Embora os Fariseus pudessem ter tido motivos lógicos para os seus atos, D’us não estava esperando que os seres humanos O amassem nos seus próprios termos. Era bom que eles se mostrassem interessados na disciplina e no viver em santidade, mas esse interesse não deveria nunca eclipsar a vontade de D’us.
Os Fariseus deviam ter-se recordado de que as 613 regras registadas na lei de Moisés eram harmoniosas e não contraditórias. Nenhuma dessas leis devia suplantar qualquer outra. Contudo, a sua insistência em seguir a “tradição dos anciãos” invalidava a Palavra de D’us (Mat. 15:6), pelo menos no que a eles próprios dizia respeito. Vendo a si mesmos como os protetores da Torah, eles devem ter ficado chocados, e até escandalizados, pela afirmação de que estavam, de fato, a violar essa                      Lei, tornando até “nulo o seu efeito”, mediante as mesmas tradições com que pensavam estarem a ajudar as pessoas a observar melhor a Torah!
Quinta-feira
JUSTIÇA EXCESSIVA (Mattityahu/Mateus 5:20)
Leia Mattityahu/Mateus 5:17-20. No contexto da lição desta semana, quais são algumas das maneiras como deve ser entendida a admoestação de Jesus em Mattityahu/Mateus 5:20? Veja também Romanos 10:3.
Lido isoladamente, Mattityahu/Mateus 5:20 poderia ser visto como um convite a exceder os Fariseus; isto é, faz o que eles fazem, mas de um modo mais intenso.
Seria, porém, isso o que Yeshua estava a dizer? Felizmente, a resposta a esta interrogação está ao nosso alcance. A lição de ontem salientou que não era invulgar os escribas e Fariseus elevarem a tradição dos sábios acima da Lei de D’us. Jesus teve de lhes dizer que os seus atos invalidavam, de fato, a simples Palavra de D’us. A lição de segunda-feira também mencionava que, embora os escribas e os Fariseus tivessem boas intenções quanto ao que ensinavam, muitos viviam uma vida hipócrita.
Atendendo a este antecedente, não é difícil perceber o verdadeiro sentimento por detrás da afirmação de Jesus. Ele poderia muito bem estar a referir-Se aquilo a que, noutro momento, já tinha feito referência:
“Qualquer, pois, que violar um destes mais pequenos mandamentos, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus” (Mat. 5:19). Os Fariseus estavam tão fixados na “Torah” oral baseada em conclusões humanas que abertamente violavam a Lei de D’us. A sua justiça tinha por base os seus próprios esforços e, como tal, era defeituosa. Isaias tinha há muito declarado que a justiça humana nada mais é do que trapos de imundícia (Yesha’yahu/Isa. 64:6).
O tipo de justiça que Yeshua promovia era o que tem início no coração. No incidente da lavagem das mãos, Jesus salientou o erro dos Fariseus, citando de Yesha’yahu/Isaias 29:13: “Este povo… com os seus lábios Me honra, mas o seu coração está longe de Mim”, A justiça que Deus pretende penetra mais profundamente do que os atos visíveis.
Jesus apela a uma justiça que exceda aquilo que os Fariseus pensavam que eles próprios possuíam. A justiça que tem valor não se obtém preenchendo todos os itens de uma lista de deveres; aquela só pode ser obtida mediante a fé na obra do Mashiach de Israel e reclamando para nós mesmos a Sua justiça. É uma justiça que resulta de uma total entrega do eu e de uma compreensão veemente de que precisamos dEle como nosso Substituto e exemplo.
Judaísmo V
Leia em sua Bíblia Judaica Completa, Romanos 10:3. De que modo este texto nos ajuda a ver o que está envolvido na verdadeira justiça?
Sexta-feira
ESTUDO ADICIONAL:
“Na cadeira de Moisés”, disse ele, “estão assentados os escribas e fariseus. Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam.” Mat. 23:2 e 3. Os escribas e fariseus pretendiam achar-se investidos de divina autoridade idêntica à de Moisés. Arrogavam-se seu lugar como expositores da lei e juízes do povo. Como tais, exigiam do mesmo a mais completa deferência e submissão. Yeshua mandou que Seus ouvintes fizessem aquilo que os rabis ensinassem de acordo com a lei, mas não lhes seguissem o exemplo. Eles próprios não praticavam o que ensinavam.
E ensinavam muito que era contrário às Escrituras. Disse Jesus: “Atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los.” Mat. 23:4. Os fariseus impunham uma multidão de regulamentos, com base na tradição, os quais restringiam irrazoavelmente a liberdade pessoal. E certas porções da lei explicavam de maneira a impor ao povo observância que eles próprios, secretamente, passavam por alto, e das quais, quando convinha aos seus desígnios, pretendiam na verdade estar isentos.
Fazer ostentação de sua piedade, eis seu constante objetivo. Coisa alguma era considerada demasiado sagrada para servir a esse fim. D’us dissera a Moisés com referência a Suas ordenanças: “Também as atarás por sinal na tua mão e te serão por testeira entre os teus olhos.” Deut. 6:8. Essas palavras têm profunda significação. À medida que a Palavra de D’us é meditada e posta em prática, o homem todo é enobrecido. Num trato justo e misericordioso, as mãos revelarão, como um selo, os princípios da lei divina. Conservar-se-ão limpas de suborno, e de tudo quanto é corrompido e enganoso. Serão ativas em obras de amor e compaixão. Os olhos, dirigidos para um nobre fito, serão limpos e leais. O semblante expressivo, o eloquente olhar, testificarão do irrepreensível caráter daquele que ama e honra a Palavra divina. Pelos judeus dos dias de Yeshua, porém, todas estas coisas não eram discernidas.
O mandamento dado a Moisés fora interpretado no sentido de que os preceitos da Escritura deviam ser usados sobre o corpo. Eram, portanto, escritos em tiras de pergaminho e presos, muito ostensivamente, em torno da cabeça e dos punhos. Isso, porém, não fazia com que a lei de D’us se firmasse mais na mente e no coração. Esses pergaminhos eram usados meramente como insígnias, para chamar a atenção. Supunha-se que davam aos que os usavam um ar de devoção que imporia reverência ao povo. Jesus desferiu um golpe nessa vã pretensão:Judaismo.wmf I
“Fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas de seus vestidos, e amam os primeiros lugares nas ceias, e as primeiras cadeiras nas sinagogas, e as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens – Rabi, Rabi.
Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Mashiach, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na Terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos Céus. Nem vos chameis mestres, porque só um é o vosso Mestre, que é o Mashiach.” Mat. 23:5-10.
Em palavras assim positivas revelou o Salvador as ambições egoístas que sempre buscavam lugar e poder, exibindo uma fictícia humildade, enquanto o coração estava cheio de avareza e inveja. Ao serem as pessoas convidadas a um banquete, colocavam-se os convivas segundo sua posição, e aqueles a quem se concedia o mais honroso lugar, eram objeto de maiores atenções e favores especiais. Os fariseus sempre estavam manejando para assegurar-se essas honras. Esse costume Jesus censurou. Ellen Gould White, DTN 611 a 613

herancajudaica.wordpress.com

JUDEUS INDIANOS. TRIBO PERDIDA DE MANASSÉS?

PRÉ-SEDER REALIZADO NA INDIA: Eles ainda não mudaram-se para Israel, mas mais de 550 membros da comunidade de Bnei Menashe na Índia realizou um “modelo de Seder” para comemorar o Pessach, esta semana. Facilitada pela organização Shavei Israel, a comunidade que acredita que é descendente da tribo israelita há muito perdida de Manassés, dispersos durante a conquista assíria do norte de Israel nos tempos bíblicos, marcou o feriado da Páscoa próximo com a refeição tradicional do Seder e uma lição sobre costumes e significado do feriado. O evento teve lugar no Shavei Israel Center em Churachandpur, no estado indiano de Manipur. Cerca de 7.000 Bnei Menashe vivem na Índia, de acordo com Shavei Israel. Cerca de 3000 já se mudaram para Israel, um movimento que continua a ser o objetivo do resto da comunidade, de acordo com a líder comunitária local, TK Avihu Singsit.
Fonte Rua Judaica: 02/04/2015

Minha Vida tem alguma importância para Deus?




Deus se preocupa comigo? Deus esqueceu o mundo? abandonou seu povo, seus filhos ?

Em algumas manhãs, o mundo parece um paraíso. Você acorda, abre a janela, inspira profundamente o ar puro e observa os raios dourados de sol refletindo sobre as árvores. Alguns momentos fazem a vida parecer muito preciosa: o rosto de um amigo querido quando se despede de você, uma peça musical bem executada e que combina com seu estado de espírito, um carinho inesperado de uma criança pequena.
Mas noutras manhãs, o mundo parece ser um lugar de horror. Você acorda com as manchetes do jornal anunciando sobre outro atentado à bomba terrorista que aleijou ou cegou uma criança, outro matador em série que acabou de exterminar sua décima vítima, ou quem sabe fome, enchentes, guerras, terremotos. Esses são momentos nos quais nada faz sentido, nada parece justo.
Qual o significado de tudo isso? Será que temos como descobrir algum sentido no nosso maravilhoso e terrível mundo? Por que estamos aqui? Será que minha vida realmente importa para Deus, ou será que sou apenas uma peça secundária em alguma imensa engrenagem cósmica?
1. DEUS CRIOU UM MUNDO PERFEITO
Deus é o Criador, o arquiteto e o projetista de tudo, desde as estrelas até as asas da borboleta.
"Mediante a palavra do Senhor foram feitos os céus, e os corpos celestes, pelo sopro de Sua boca... Pois Ele falou, e tudo se fez; Ele ordenou, e tudo surgiu". Salmos 33:6, 9
Deus tem apenas que falar e os elementos obedecem a Sua vontade.
2. SEIS DIAS PARA FAZER O MUNDO
"Pois em seis dias o Senhor fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles existe, mas no sétimo dia descansou. Portanto, o Senhor abençoou o sétimo dia e o santificou". Êxodo 20:11
O Criador eterno e todo poderoso poderia ter formado o mundo num momento "pelo sopro de Sua boca". Mas Deus escolheu usar seis dias para fazer - seis minutos, ou até seis segundos, teriam sido suficientes. O primeiro capítulo da Bíblia, Gênesis 1, descreve o que Deus criou em cada dia da semana da criação. Que obra prima para coroar a criação Deus criou no sexto dia?
"CRIOU DEUS O HOMEM À SUA IMAGEM, à imagem de Deus o criou; HOMEM E MULHER OS CRIOU". Gênesis 1:27
Deus decidiu criar indivíduos semelhantes a Si, que poderiam conversar, sentir e amar. Cada pessoa é feita à "imagem" de Deus.
Por volta do sexto dia, o mundo estava cheio de plantas e animais, e então Deus introduziu Sua obra prima da criação. De acordo com Gênesis 2:7, o Todo Poderoso formou o corpo de Adão a partir do pó da terra. Então, quando Deus soprou em suas narinas o "fôlego de vida", o homem se tornou "alma vivente", isso é, ele viveu. Deus chamou o primeiro homem criado à Sua imagem, Adão, uma palavra que simplesmente significa "homem". A primeira mulher chamou Eva, que significa "viva" (2:20; 3:20). Um amorável Criador viu a necessidade do ser humano de ter companhia.
Recém saído das mãos de Deus, tanto Adão quanto Eva refletiam Sua imagem. Deus poderia ter programado os seres humanos como se fossem robôs para que admirassem constantemente o Jardim do Éden e sempre erguessem a voz em adoração a Ele. Mas Deus queria mais: um relacionamento verdadeiro. Robôs podem sorrir, falar, e até mesmo fazer as tarefas domésticas, mas eles não podem amar.
Deus nos criou à Sua imagem, com a capacidade de pensar e escolher, de lembrar, entender e amar. Adão e Eva eram filhos de Deus, e inexplicavelmente amados por Ele.
SEMANA DA CRIAÇÃO:
Primeiro Dia: luz; ciclo dia e noite
Segundo Dia: atmosfera da terra
Terceiro Dia: terra seca e vegetação
Quarto Dia: aparecem o sol e a lua
Quinto Dia: pássaros e peixes
Sexto Dia: animais terrestres e homem
Sétimo Dia: o Sábado
3. O MAL CHEGA A UM MUNDO PERFEITO
Adão e Eva tinham tudo para que fossem felizes. Eles usufruíam perfeita saúde física e mental, viviam num jardim maravilhoso num mundo sem defeito. (Gênesis 2:8; 1:28-31). Deus lhes prometeu filhos e a capacidade de pensar criativamente, e de encontrar satisfação no trabalho de suas mãos (Gênesis 1:28; 2:15). Eles experimentavam um relacionamento face a face com Seu Criador. Nenhum traço de preocupação, medo ou doença manchavam seus dias felizes.
Como o mundo se transformou tão drasticamente para um lugar de sofrimento e tragédia? O segundo e terceiro capítulos de Gênesis contam toda a história sobre como o pecado entrou em nosso mundo. Leia-os quando tiver algum tempo livre. Aqui está um breve sumário do que aconteceu.
Algum tempo depois de Deus estabelecer um mundo perfeito, o Diabo veio ao Jardim do Éden para tentar Adão e Eva a desobedecerem a Deus. Deus limitou a esfera de influência do diabo a uma árvore no jardim, a "árvore do conhecimento do bem e do mal". Ele alertou ao primeiro casal humano que deveriam evitar essa árvore e nunca comer de seu fruto, caso contrário, eles morreriam.
No entanto, certo dia Eva estava vagueando por perto da árvore proibida. O Diabo rapidamente apresentou suas audaciosas tentações. Ele argumentou que Deus havia mentido para ela, e que se comesse do fruto da árvore ela não iria morrer, mas se tornaria sábia como o próprio Deus, conhecendo o bem e o mal. Tragicamente, Eva, e depois Adão, que conheciam apenas o bem, permitiram que o Diabo os convencesse, e eles provaram do fruto proibido, quebrando, como isso, sua ligação de confiança e obediência a Deus.
Deus planejou que Adão e Eva "governassem" nosso mundo como mordomos das coisas criadas de Deus (Gênesis 1:26). Mas, por terem quebrado a ligação de fé com Deus e terem escolhido o Diabo como seu novo líder, o casal perdeu sua jurisdição. Hoje, o Diabo clama o mundo como seu, e tenta ao máximo escravizar as pessoas.
Muitas vezes nos pegamos fazendo algo egoísta ou até mesmo cruel quando na verdade gostaríamos de estar agindo de maneira oposta. Por quê? Porque o inimigo invisível, o Diabo, trabalha para fazer com que as pessoas falhem moralmente.
Ao ler o capítulo 3 de Gênesis, você irá descobrir que o pecado fez com que Adão e Eva se escondessem de Deus com medo. O pecado afetou toda a criação. Os espinhos apareceram juntamente com as flores. O solo começou a sofrer com a seca, e o trabalho ficou mais pesado. A doença começou a afetar a todos, sem exceção. Ciúme, animosidade, e orgulho multiplicaram as misérias humanas. E o mais terrível de tudo, com o pecado veio a morte!
4. QUEM É ESSE DIABO QUE INFETOU NOSSO MUNDO COM O PECADO?
"Ele foi HOMICIDA DESDE O PRINCÍPIO,... não há verdade nele. Quando mente, fala sua própria língua, pois é mentiroso e PAI DA MENTIRA". João 8:44
De acordo com Jesus, o Diabo é o precursor do mal no universo, o "pai" do pecado e, por conseqüência, do assassinato e da mentira também.
Tomas Carlyle, o grande filósofo inglês, uma vez conduziu Ralf Waldo Emerson através de algumas das piores ruas de Londres. Enquanto caminhavam, observavam silenciosamente a miséria e o mal ao redor deles. Carlyle finalmente perguntou: "Você acredita no Diabo agora?".
5. FOI DEUS QUEM CRIOU O DIABO?
Não! Um Deus bondoso não criaria um diabo. Além disso, a Bíblia afirma que o Diabo, juntamente com os anjos que enganou, perderam seu lugar no céu e vieram ao nosso mundo.
"Houve então uma GUERRA NOS CÉUS. Miguel e seus anjos lutaram contra o dragão, e o DRAGÃO E SEUS ANJOS revidaram. Mas estes não foram suficientemente fortes, e assim PERDERAM O SEU LUGAR NOS CÉUS. O grande dragão foi lançado fora. Ele é a antiga serpente chamada Diabo ou Satanás, que engana o mundo todo. Ele e os seus anjos foram lançados à terra". Apocalipse 12:7-9.
Como o Diabo chegou ao céu?
"Você foi ungido como um QUERUBIM GUARDIÃO, pois para isso eu o designei. Você estava no monte santo de Deus... VOCÊ ERA INCULPÁVEL EM SEUS CAMINHOS desde o dia em que FOI CRIADO até que SE ACHOU MALDADE EM VOCÊ". Ezequiel 28:14, 15.
Deus não criou o Diabo. Ele criou Lúcifer, um anjo perfeito, um dos anjos de mais destaque no céu, que ficava ao lado do trono de Deus. Mas, quando Lúcifer pecou, "se achou maldade" nele. Expulso do céu, e se apresentando como amigo de Adão e Eva, ele se tornou o mais mortal inimigo da humanidade.
6. POR QUE LÚCIFER, ESSE ANJO PERFEITO, PECOU?
"Como VOCÊ CAIU DOS CÉUS, ó estrela da manhã, filho da alvorada! COMO FOI ATIRADO À TERRA... Você, que dizia em seu coração 'Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus;... SEREI COMO O ALTÍSSIMO'". Isaías 14:12-14.
O ser que se tornou o Diabo era originalmente chamado de Lúcifer, que significa "estrela da manhã" ou "estrela de luz". No se coração angélico, vaidade e ambição começaram a tomar lugar da devoção. A semente do orgulho cresceu e ele ficou obcecado a tomar o lugar de Deus.
Lúcifer deve ter tentado persistentemente persuadir os outros seres celestiais. Dá até para imaginar Satanás argumentando que Deus estava escondendo algo deles, que a lei divina era muito restritiva e que Deus era um soberano despreocupado com os outros. Ele caluniou Aquele cujo caráter define o que é o amor.

Como esse conflito no céu se resolveu?
"Seu coração tornou-se orgulhoso,... por isso eu o atirei à terra". Ezequiel 28:17
O orgulho transformou o chefe dos anjos em Diabo ou Satanás. E, a fim de preservar a paz e a harmonia do céu, ele e um terço dos anjos celestiais que se uniram a ele em rebelião tiveram que ser expulsos. (Apocalipse 12:4, 7-9)
7. QUEM É RESPONSÁVEL PELO PECADO?
Por que Deus não criou seres incapazes de pecar? Se Ele tivesse feito isso, não haveria problema de pecado em nosso mundo. Mas, Deus desejava pessoas que pudessem ter relacionamentos significativos com Ele. Por isso, "Deus criou o homem à Sua própria imagem" (Gênesis 1:27). Isso significa que somos livres e responsáveis. Podemos decidir amar a Deus ou virarmos as costas para Ele.
Deus deu aos anjos e aos seres humanos de cada geração uma natureza espiritual e uma real capacidade de fazer escolhas.
"Escolham hoje a quem irão servir". Josué 24:15
Deus desafia os seres que Ele criou à Sua imagem a escolherem fazer o que é correto, pois seu poder de raciocinar lhes diz que o "jeito de Deus é o melhor". Eles também podem evitar o que é errado, pois sua capacidade de raciocinar lhes alerta contra os resultados da desobediência e do pecado.
Apenas seres com o poder de raciocínio e escolha podem experimentar amor verdadeiro. Deus ansiava criar indivíduos que pudessem compreender e apreciar Seu caráter, respondendo livremente a Ele em amor, e ser cheios de compaixão para com os outros. Deus desejava tanto partilhar Seu amor que estava disposto a assumir um grande risco de criar anjos e pessoas com o poder de escolha. Ele sabia que era possível que qualquer dia algum desses seres criados poderiam escolher não Lhe servir. O Diabo foi o primeiro ser no universo a fazer essa terrível escolha. A tragédia do pecado começou com ele (João 8:44, I João 3:8).

8. A CRUZ POSSIBILITA A DESTRUIÇÃO DO PECADO
Por que Deus não destruiu Lúcifer antes que a doença do pecado pudesse se espalhar? Lúcifer tinha desafiado a justiça do governo de Deus. Ele havia dito mentiras sobre Deus. Se Deus tivesse destruído Lúcifer imediatamente, os anjos teriam começado a servir-Lhe por medo ao invés de por amor. Isso teria destruído o propósito inicial de Deus de criar seres com o poder de escolha.
Como alguém poderia realmente saber se a vontade de Deus é a melhor? Deus deu a Satanás uma chance de demonstrar seu sistema alternativo de governo. Foi por isso que ele teve oportunidade de tentar Adão e Eva.
Esse planeta se tornou um campo de provas onde o caráter de Satanás e a natureza de seu reino é contrastada com o caráter de Deus e a natureza de Seu reino. Que está certo? Em quem podemos finalmente confiar? Lúcifer foi tão enganoso que se tornou necessário dar tempo para que seres do universo se convencessem completamente sobre quão desastrosa realmente é a alternativa de Satanás. Com o tempo, todos reconhecerão que "o salário do pecado é a morte" e que "o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Romanos 6:23).
Todo o universo enfim concordará que:
"Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus todo-poderoso. Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações... Todas as nações virão à tua presença e te adorarão, pois os teus atos de justiça se tornaram manifestos". Apocalipse 15:3, 4
Depois que todos compreenderem a natureza mortal do pecado e a natureza destrutiva da filosofia de Satanás, Deus poderá destruir Satanás e o pecado. Ele também destruirá aqueles que obstinadamente resistirem à Sua graça e se apegarem à alternativa de Satanás.
Deus está tão ansioso para resolver o problema do pecado e o sofrimento como nós. No entanto, Ele está esperando até que possa fazer isso de maneira definitiva, e até que possa tanto preservar nosso livre arbítrio quanto prevenir que o pecado apareça novamente.
Deus prometeu destruir o pecado para sempre quando purificar os céus e esta terra com fogo. "De acordo com Sua promessa", podemos olhar o futuro e esperarmos "novos céus e nova terra, onde habita a justiça" (II Pedro 3:10, 13). O pecado nunca mais infetará o universo. Os resultados trágicos do pecado ficarão tão claros para todos que a desobediência a Deus será repugnante por toda a eternidade.
Quem possibilita a destruição final do Diabo e do pecado?
"Portanto, visto que os filhos são pessoas de carne e sangue, Ele [Cristo] também participou dessa condição humana, para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o Diabo, e libertasse aqueles que durante toda a vida estivessem escravizados pelo medo da morte". Hebreus 2:14, 15.
Na cruz, os anjos e os mundos não caídos viram como Satanás realmente é: um enganador, um mentiroso e um assassino. Ali, ele revelou seu verdadeiro caráter ao incitar homens a assassinarem o inocente Filho de Deus. Os habitantes de todo o universo viram quão insensível e cruel realmente é o pecado. A cruz desmascarou completamente os motivos de Satanás, e quando Deus destruir o Diabo e aqueles que persistirem em pecado, todos irão reconhecer que Deus é justo.

A morte de Jesus na cruz expôs as verdadeiras intenções de Satanás diante de todos os seres criados (João 12:31, 32). A cruz também revelou a Cristo e o que Ele é: o Salvador do mundo. No Gólgota, o poder do amor ficou num profundo contraste com o amor ao poder. A cruz eliminou qualquer dúvida que ainda poderia existir de que o amor que leva ao sacrifício é o mesmo que motiva Deus a lidar com Satanás, com o pecado, e com homens e mulheres pecadoras.
Na cruz, a demonstração eloqüente de Cristo do amor incondicional de Deus derrotou decisivamente o Diabo. A batalha tinha sido sobre quem deveria governar o mundo, Cristo ou Satanás. A cruz colocou um ponto final nessa disputa para sempre. Essa função pertence a Cristo!
Você já descobriu o relacionamento pessoal com o Salvador que morreu para revelar seu amor incomparável e imutável? Como você se sente sobre Aquele que veio ao mundo como ser humano e morreu em seu lugar para salvar você das conseqüências do pecado? Por que você não inclina sua cabeça agora mesmo e agradece a Jesus, pedindo para Ele entrar e tomar posse de sua vida?