sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O crime do aborto

O crime do aborto(um artigo que narra as penas para o crime do aborto no decorrer dos séculos)
D. João Evangelista Martins Terra, SJ(O Lutador, 7 a 13 de janeiro de 1996, p. 8)
O direito à vida é o fundamento de todos os demais direitos. O primeiro pecado histórico foi o de Caim. Todo pecado se reduz a homicídio. Mata-se biologicamente, economicamente, socialmente, moralmente, psicologicamente. Mas o analogado principal é sempre o assassinato. O Diálogo de Cristo com o jovem rico diz tudo: “Se queres entrar para a vida eterna, guarda os mandamentos. Quais? perguntou o jovem. Jesus respondeu: Não matarás” (Mt 19,17-18). A vida humana é sagrada, inviolável. Procede, desde a origem, de um ato criador de Deus. A morte deliberada de um ser humano inocente é crime monstruoso. Não há autoridade alguma que possa legitimamente permiti-la.
Ora, o aborto provocado é a morte deliberada e direta de um ser humano inocente na faz inicial de sua existência, que vai da concepção ao nascimento. O Concílio Vaticano II classifica o aborto de “crime abominável” (nefandum crimen, GS, 51).
A ciência genética moderna demonstrou que, a partir do momento em que o óvulo é fecundado, inaugura-se uma nova vida, que não é a do pai nem a da mãe, mas sim a de um novo ser humano que se desenvolve por conta própria. Nunca poderia tornar-se humana, se não o fosse já desde então. Não há mais dúvida possível sobre o surgimento da vida humana na concepção. Todo o patrimônio genético do novo ser já se encontra determinado no óvulo fecundado. Após a concepção nada ocorre de novo que possa alterar a natureza do novo ser surgido com a união das duas células. A partir daí, só há desenvolvimento do feto humano. Desde o primeiro instante já está programado aquilo que será o novo ser vivo, uma pessoa individual, com características já bem determinadas. Todos os aspectos biológicos, psicossomáticos e até o temperamento do novo ser humano já estão definidos, inclusive a cor dos cabelos. Desde a fecundação, tem início a aventura de uma vida humana com as imensas potencialidades que caracterizam a pessoa humana. O ser humano deve ser respeitado e tratado como uma pessoa desde a sua concepção e, por isso, desde esse mesmo momento, devem-lhe ser reconhecidos os direitos da pessoa, entre os quais o primeiro de todos, o direito inviolável de cada ser humano inocente à vida.
A encíclica Evangelium Vitae, de João Paulo II, ensina que, mesmo na hipótese da probabilidade, hoje já descartada pela ciência, de que o embrião humano ainda não fosse uma pessoa humana, a simples probabilidade contrária de se encontrar em presença de uma pessoa humana já exige a proibição categórica de interromper a vida do embrião humano. Pois, como diz o jurista José C. G. Wagner, o direito à vida é inviolável. Havendo a dúvida sobre a possibilidade de existir vida humana no embrião, há pelo menos ameaça de violação pois a dúvida sobre se há ou não vida humana é a admissão de que pode haver.
Ora, o que é inviolável não pode estar sujeito à ameaça de violação. Se há a menor possibilidade de vida humana no embrião, então uma lei permitindo interromper seu desenvolvimento é uma violação evidente do direito à vida. Diante do direito à vida, não existem privilégios nem exceções para ninguém. Perante as exigências morais, todos somos absolutamente iguais. Não há vida mais importante ou menos importante. Dentro da ordem natural, é a mãe que renuncia à vida em favor do filho. O filho no seio da mãe não é um injusto agressor. Ele está no seu devido lugar, mesmo se a vida da mãe corre perigo. O feto, além de inocente, é indefeso e não deve responder sequer pelo risco de vida da mãe.
Se a vida é um direito inviolável, eliminar a vida pelo aborto é sempre um crime de violação do fundamento dos direitos humanos, que é a vida. Esse direito não permite qualquer exceção. Nem o estupro, nem o risco de vida podem violar um direito inviolável. Nem mesmo o Código Penal pode prever qualquer exceção. O Código pode despenalizar, mas não pode descriminalizar o aborto. Eliminar a vida é sempre crime.
“Como o direito inviolável à vida é cláusula constitucional pétrea, ou seja, não pode ser alterada nem mesmo por emenda constitucional, para se adotar o aborto será necessária uma revolução que derrogue a atual Constituição (J. C. G. Wagner, FSP, 27-11-95)).
A pior crise do mundo moderno é a “cultura da morte” (denunciada incansavelmente pelo Papa) que, usando todos os meios de comunicação, está apostada na difusão do permissivismo sexual, do menosprezo pela maternidade e na fundação de instituições internacionais que se batem sistematicamente pela legalização e difusão do aborto no mundo.
Uma das mais belas conquistas de nossos dias é a emergência do feminismo que reivindica os direitos da mulher sistematicamente violados em todo o mundo.
Mas ao lado dessa magnífica revolução cultural, surgiu um arremedo degenerado de feminismo, verdadeira excrescência teratológica no organismo social, fruto de lavagem cerebral operada pela televisão. Essa “feminismomania” apesar de ser um quisto microscópico, tem uma virulência arrasadora, procurando suplantar, pelo grito, a voz da razão e do bom senso. Todos os meios de pressão são usados para impor a legalização do aborto. Apelando para o pluralismo da sociedade moderna e para a democracia, se reivindica para cada pessoa a total autonomia para dispor da própria vida e da vida de quem ainda não nasceu. Segundo essas “feministas”, feto é mera matéria biológica e só é vida após sua “libertação” do útero. Desprezando a convicção e a consciência da quase totalidade das mulheres do mundo, essas feministas desvairadas, autocredenciando-se como profetas da democracia, gritam que a lei deve ser expressão da vontade da maioria que é favorável ao aborto. Estamos perante o relativismo ético que faz da maioria parlamentar o árbitro supremo do direito, numa tirania contra o ser humano mais débil e indefeso, quando pretende coagir a maioria parlamentar a decretar a legitimação do aborto. Essa é a fraqueza da democracia na qual a regulação dos interesses é feita a favor de parcelas mais fortes e mais industriadas para manobrar não apenas o poder, mas também a formação dos consensos. A democracia se torna então uma palavra vazia.
A tradição cristã, desde suas origens, sempre considerou o aborto como desordem moral gravíssima. Já no tempo dos Apóstolos, a Didaké (ca. 70) prescrevia: “Não matarás o embrião por meio do aborto”. Atenágoras (160) diz que as mulheres que praticam aborto são homicidas. Tertuliano (197) afirma: “É um homicídio premeditado interromper ou impedir o nascimento. Já é um ser humano aquilo que o será” (CSEL 69,24).
Todos os códigos jurídicos, já há mais de quatro mil anos, condenavam o aborto como homicídio. O Código de Hamurabi (1748-1729 a.C.) castiga o aborto, mesmo involuntário ou acidental (§ 209-214). A coletânea das Leis Assírias (séc. XIX-XVIII a.C.) prevê pena terrível para o aborto intencional: a empalação. Entre os persas o aborto era punido com a pena de morte. Entre os hebreus, o historiador Flávio Josefo relata que o aborto é punido com a morte (Hist. dos Ant. Jud. 1, IV, C. VIII).
Na Grécia, as leis de Licurgo e de Solom, e a legislação de Tebas e Mileto consideravam o aborto, crime que devia ser punido.
Na Idade Média. A lei dos visigodos edita penas severas contra o aborto.
A repressão se agrava à medida que os séculos avançam. No séc. XIII, na Inglaterra, todo aborto era punido com a morte. Mesmo rigor no tempo de Carlos V (1553). Na Suíça a mulher que abortava era enterrada viva. No Brabante (1230), a mulher que abortava era queimada viva. Na França a pena de morte reunia todos os cúmplices de um aborto. O rei Henrique II da França decretou a pena de morte para a mulher que abortasse. A mesma pena foi renovada por Henrique III (1580), Luís XIV (1701) e Luís XV (1731). O Código penal francês, 1791, determina que todos os cúmplices de aborto fossem flagelados e condenados a 20 anos de prisão. O Código penal francês de 1810 prevê a pena de morte para o aborto e o infanticídio. Depois, a pena de morte foi substituída pela prisão perpétua, além disso os médicos, farmacêuticos e cirurgiões erma condenados a trabalhos forçados.
Na Igreja, os Concílios do século III decretaram que a mulher que praticasse o aborto ficasse excomungada até o fim da vida. Depois todos os Concílios mantiveram a pena de excomunhão.
(Nota: Atualmente, segundo o cânon 1398 do Código de Direito Canônico, "quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae {automática]". Segundo o canonista Pe. Jesus Hortal, a excomunhão "atinge por igual a todos os que, a ciência e consciência, intervêm no processo abortivo, quer com a cooperação material (médico, enfermeiras, parteiras etc.), quer com a cooperação moral verdadeiramente eficaz (como o marido, o amante ou o pai que ameaçam a mulher, obrigando-a a submeter-se ao procedimento abortivo. A mulher, não raramente, não incorrerá na excomunhão por encontrar-se dentro das circunstâncias atenuantes do cân. 1324 § 1º, 3º e 5º". Tais circunstâncias podem ser: a posse apenas parcial do uso da razão, o forte ímpeto da paixão ou a coação por medo grave. - Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz)

Dilma resiste a assinar manifesto antiaborto

Dilma resiste a assinar manifesto antiaborto


A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, resiste a assinar uma carta assumindo o compromisso de não enviar ao Congresso projetos de lei que permitam a legalização do aborto e o casamento entre homossexuais. Evangélicos que se encontraram com ela e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira, porém, cobram a promessa por escrito. O comando da campanha petista avaliou ontem que, além de já ter divulgado um manifesto intitulado Carta ao Povo de Deus, em agosto, Dilma pode perder mais votos do que ganhar, ao se posicionar, por exemplo, contra o casamento gay.
Na Carta ao Povo de Deus, distribuída em templos e igrejas no primeiro turno, Dilma tentou se aproximar dos cristãos. "Cabe ao Congresso a função básica de encontrar o ponto de equilíbrio nas posições que envolvam valores éticos e fundamentais, muitas vezes contraditórios, como aborto, formação familiar, uniões estáveis (...)", escreveu ela. Além disso, Dilma já se comprometeu verbalmente a não mudar a lei que prevê o aborto em caso de estupro e risco de morte para a mãe.
A saída para o impasse, agora, será um documento de apoio à candidata escrito por pastores e políticos que integram a Frente Parlamentar Evangélica. Os signatários deixarão claro no texto que Dilma não vai interferir em questões religiosas, caso seja eleita para o Palácio do Planalto.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Confira como ficou a “bancada evangélica” nas eleições 2010

A Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional encolheu para o período 2011-2014. Se eram mais de 40 parlamentares até a atual legislatura, o número para começar a nova legislatura ano que vem não deve ultrapassar a casa dos 30 parlamentares. Apenas a “Bancada Assembleiana”, por assim dizer, teve aumento.
Na legislatura de 2003-2006, ocorreu o recorde de deputados federais assembleianos eleitos: 22. Na legislatura seguinte (2007-2010), esse número caiu drasticamente para 5 deputados federais. Agora, após o pleito de ontem, houve um significativo aumento: haverá 12 deputados federais assembleianos na próxima legislatura.
Abaixo, veja a lista dos deputados federais evangélicos com eleição confirmada até às 7h da manhã de hoje, segundo dados do TSE. Entre parênteses, a posição de cada um entre os mais votados em cada Estado. Os deputados da “Bancada Assembleiana” aparecem com seus nomes em destaque e respectivos números de votos. Na lista, não constam os candidatos eleitos ligados à Igreja Universal, e que divergem em algumas questões defendidas pela Frente Parlamentar Evangélica. O destaque da Universal, mais uma vez, foi o senador Marcelo Crivella, reeleito senador como segundo mais votado no Rio de Janeiro, com 3.332.886 votos.
Evangélicos com eleição confirmada para deputados federais para legislatura 2011-2014:
São Paulo – Marco Feliciano (12º – 211.803 votos); Paulo Freire (24º, 161.083 votos); Missionário José Olimpo (26º) Newton Lima (55º, 110.205 votos); Marcelo Aguiar (57º).
Rio de Janeiro – Garotinho (1º); Eduardo Cunha (5º); Arolde de Oliveira (13º); Filipe Pereira (14º); Benedita (30º); Washington Reis (9º), 138.811 votos); Liliam Sá (43º).
Espírito Santo – Lauriete (8º, com 69.918 votos)
Distrito Federal – Ronaldo Fonseca (7º, 67.920)
Goiás – João Campos (7º, 135.968 votos)
Pará – Zequinha Marinho (7º, 147.429 votos)
Pernambuco – Pastor Francisco Eurico (5º, 185.870 votos)
Paraná – Takayama (14º, 109.895 votos); André Zacharow (20º)
Amazonas – Silas Câmara (4º, 126.688 votos)
Sergipe – Pastor Heleno (6º)
Rondônia – Nilton Capixaba (3º, 32.016 votos)

Eleições 2010: Dilma e o verbo tergiversar no debate da Band - estratégia neurolinguística para conquistar evangélicos assembleianos?

Tergiversar: fazer rodeios usando comentários que não são a resposta de uma pergunta ou explicação esperada.

No debate realizado pela Band, em 10 de outubro, penso que a candidata Dilma usou esse verbo, exagerada e propositalmente, como ferramenta da neurolinguistica. Fez isso por sugestão dos marqueteiros políticos que a assessoram.



Explicando: o pessoal da Assembleia de Deus (mais precisamente vinculados com a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil - CGADB - , ala muito grande de assembleianos que não dá apoio ao Partido dos Trabalhadores nessas eleições) usa-o com certa frequência. Os marqueteiros, objetivando construir elo com esses evangélicos não alinhados ao PT, devem ter solicitado a ela falar "tergiversar" repetidamente, em cada um dos blocos daquele programa,  para assim tentar construir um vínculo de aproximação/afinidade, que não há. O verbo seria uma ponte para a falsa simbiose entre a candidata e o eleitorado não conquistado. O verbo seria uma tentativa de promover osmose entre Dilma e os assembleianos que preferem o candidato tucano.

A CGADB, cuja liderança é representada pelo Pr. José Wellington Bezerra da Costa, declara apoio ao PSDB, de José Serra.

Fiquei surpreso com a perspicácia desse marketing petista. É um golpe de publicidade bem  eleborado, feito de maneira sutil, muito inteligente. O PT  usa de todos os meios e níveis de comunicação para evitar sair perdedor nessa eleição!

Quem, entre os líderes assembleianos usa esse verbo na Internet? Podemos ler nos blogs dos pastores Geremias do Couto e Esdras Costa Bentho, dois teólogos protestantes que gozam posições de respeito na Blogosfera Evangélica e perante os membros da Assembleia de Deus em todo o Brasil. Eles revelam
suas preferências nesta campanha eleitoral à presidência. Ambos são contra a candidatura de Dilma Rousseff. Um com mais e outro com menos veemência, porém, claramente com posicionamentos definidos.

Então, poderia surgir a pergunta: qual o motivo de fazer um elo, se os assembleianos que têm este verbo incorporado em seus vocabulários não apoiam o PT. Ora, é sabido que o nosso Brasil continental ainda não está plenamente informatizado, a maioria dos cidadãos não têm acesso à Internet com facilidade. Portanto, neste espaço curto de campanha, podemos considerar que o eleitor mais humilde não encontrará informações virtuais em tempo hábil. Embora as mensagens dos blogs se propaguem e sejam formadoras de opinião, a comunicação feita usando os televisoes chega com velocidade maior e em muito mais lugares do que a mensagem que utiliza o computador como veículo, em se tratando do público-alvo de classe mais baixa.

Em tempo: aos que não conhecem a estrutura organizacional da Assembleia de Deus. Apenas parte dos pastores assembleianos, os que são filiados à Convenção Nacional Madureira (CONAMAD), cujo presidente é o Bispo Manoel Ferreira, dá apoio oficial para Dilma Rousseff.  O Bispo Ferreira não é líder máximo na Assembleia de Deus, ele representa apenas uma parte pequena dessa denominação.

Em se tratando de lideranças, a Assembleia de Deus possui muitas vertentes com ideologias políticas distintas.

Evangélicos fazem campanha contra Dilma no Espírito Santo

VITÓRIA - O Fórum Político Evangélico do Espírito Santo e a Associação dos Pastores Evangélicos da Grande Vitória (APEGV), anunciaram que vão fazer campanha contra a candidata petista, Dilma Roussef, no Espírito Santo. Hoje, estima-se que um terço da população capixaba seja evangélica, o que significa cerca de 1,2 milhão de pessoas.
Segundo o pastor Enock de Castro, presidente da APEGV, a posição foi tomada depois de uma consulta às diversas igrejas associadas às duas entidades. "Entre 80% e 90% dos evangélicos tendem a votar em José Serra. O risco é grande de vermos alguns princípios religiosos serem afetados. Há uma posição da Dilma em defesa do aborto, da união civil entre pessoas do mesmo sexo e proibição de proferir religião em órgãos públicos, que são coisas que não podemos aceitar", disse ao justificar a posição.

Um dos mineiros chilenos é pastor evangélico e foi o líder espiritual do grupo.

José Henríquez González, 54 anos, foi o 24º dos 33 mineradores soterrados desde o dia 5 de agosto a deixar a mina San José, em Copiapó (Chile), a bordo da cápsula Fênix 2 e chegar à superfície.
Visite: Gospel, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica Gospel O mineiro é casado e tem duas filhas. Pastor evangélico, ele era considerado o guia espiritual do grupo.

Pesquisa Ibope comprova: os cristãos tiraram a vitória de Dilma Roussef no primeiro turno

A pesquisa Ibope confirma que o voto religioso teve papel decisivo para evitar a vitória de Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno, mas o efeito religião parece ser limitado nesta nova fase da campanha. A maioria dos eleitores sensíveis a essas questões já trocou de candidato.
Visite: Gospel, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica Gospel Segundo o Ibope, Dilma teve o voto de metade dos católicos, mas de pouco mais de um terço dos evangélicos. Nesse segmento, ela empatou com José Serra (PSDB). Entre eles, Marina Silva (PV) foi melhor, chegando a um quarto dos votos.
A queda de Dilma na véspera do primeiro turno começou entre os evangélicos e depois se estendeu aos católicos. O principal motivo foi a campanha, em templos e igrejas, contra o voto nela por causa da legalização do aborto, defendida pelo PT. Segundo o Ibope, 80% dos eleitores são contra a mudança da lei.
Agora, a intenção de voto em Dilma se estabilizou tanto entre evangélicos quanto entre católicos, quando se compara com a pesquisa feita na véspera do primeiro turno: ela continua com 41% entre os primeiros, e foi de 50% para 52% entre os outros.
Mas há uma diferença fundamental: agora só restam dois candidatos. Para onde foram os eleitores religiosos de Marina Silva (PV)? Migraram, na proporção de dois para um, para Serra. Como consequência, ele cresceu em todos os segmentos religiosos, mas principalmente entre os evangélicos.
O tucano tem hoje 41% dos eleitores católicos, contra os 29% de antes do primeiro turno. Nesse segmento, que representa 61% do eleitorado nacional, ele ainda tem 11 pontos porcentuais a menos do que Dilma.
Entre os evangélicos, Serra dobrou e virou: tem agora 52% (tinha 25%), ou seja, 11 pontos porcentuais a mais do que a petista. Esse segmento é responsável por 1 em cada 5 eleitores.
Mas nem todos os eleitores de Marina são evangélicos ou católicos. Há 22% de ateus, agnósticos e de eleitores que professam outra religião. Esses racharam: partes iguais migraram para Serra e Dilma, mas ainda restam 20% de sem-candidato (indecisos e os que pretendem anular ou votar em branco).
A disputa pelo voto desses eleitores agnósticos, ateus e adeptos do espiritismo e outras religiões é a mais apertada. Dilma recuperou-se e chegou agora a 47%, contra 41% de Serra.
Para a conta da intenção de voto total fechar, é preciso levar em conta os eleitores que dizem ter votado em Dilma e Serra no primeiro turno e que, pelo menos por enquanto, trocaram de candidato. O saldo é ligeiramente favorável ao tucano.
Dos eleitores da petista no primeiro turno, 7% pularam agora para Serra. E, dos eleitores do tucano, 5% saltaram para o barco de Dilma. Isso ajuda a explicar a diminuição da diferença entre os dois candidatos.
Só eleitores evangélicos afirmam ter acatado orientação de um líder religioso para não votar em um dos candidatos (no caso, em Dilma). Dos que seguem a orientação dos pastores, não sobrou nenhum que ainda pretenda votar na petista.