1) A Deidade é composta de três Pessoas. O Deus Pai é uma Pessoa. O Deus Filho é uma Pessoa. O Deus Espírito Santo é uma Pessoa.
2) Trindade denota tripessoalidade, e não triteísmo, haja vista as três Pessoas formarem um único Deus, e não três Deuses.
3) Cada Pessoa da Trindade é Deus. O Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus.
4) Se a nossa mente limitada não consegue alcançar o que está escrito nos pontos 1 a 3, acima, isso é um problema exclusivamente nosso. Por quê? Porque, a rigor, não precisamos compreender as doutrinas bíblicas para que elas se tornem verdadeiras. Elas simplesmente são verdadeiras porque emanam do único Deus verdadeiro.
5) Como as doutrinas bíblicas são verdadeiras haja o que houver (Gl 1.8), mesmo quando não as entendemos, precisamos ter em mente que a fé na Palavra de Deus e a unção do Espírito Santo devem preceder a nossa limitada razão (1 Co 2.14-16; 1 Jo 2.20).
6) Segue-se, ainda, que o estudioso das doutrinas bíblicas precisa ter a Bíblia como a sua fonte primária de autoridade.
7) Outras fontes de autoridade, como a razão, a própria teologia, a tradição, as experiências, etc. são todas fontes importantes, mas secundárias.
8) Em abono a tudo o que está escrito acima, a respeito da doutrina da Trindade, não citarei muitas passagens bíblicas. Apenas uma é necessária: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16).
9) O Senhor Jesus rogou ao Pai, que é uma Pessoa, poisninguém roga à sua própria manifestação. Se as três Pessoas fossem três manifestações diferentes da Deidade, como deveríamos entender o texto citado? Se Jesus não se referiu ao Pai e ao Espírito como Pessoas, então deveríamos interpretar assim as suas palavras: “Eu rogarei ao Pai [que sou eu mesmo], para que Ele [que sou em mesmo] vos envie outro Consolador [que sou eu mesmo]”.
10) Por conseguinte, no estudo das doutrinas bíblicas, ter fé no que está escrito nas Escrituras é muito mais prioritário que o exercício da filosofia. O grande erro dos unicistas e de outros movimentos que não aceitam a doutrina da Trindade (e até zombam dela, blasfemando contra Deus) é priorizar as suas próprias elucubrações, em detrimento do que dizem as Sagradas Escrituras (cf. 1 Co 4.6; 15.1-4).
Que graça do Deus Filho, o amor do Deus Pai e a comunhão do Deus Espírito Santo seja com todos!
A paternidade é uma das mais sublimes missões da humanidade, e uma das mais complexas. Há muitos homens que ganharam notoriedade na sociedade e perderam seus filhos. Galgaram os degraus da fama e do sucesso e sofreram derrotas fragorosas dentro do lar. Há aqueles, também, que jamais subiram ao pódio da fama, mas construíram famílias sólidas e edificaram relacionamentos saudáveis dentro do lar.
A Bíblia aponta vários exemplos de homens que foram grandes líderes e tornaram seus nomes célebres, alcançaram vitórias retumbantes contra seus inimigos e figuram entre os nobres na constelação dos grandes deste mundo, mas fracassaram rotundamente no campo da família. Homens como Isaque, Davi e Josafá são enaltecidos ainda. Primeiro, os pais precisam cuidar da formação moral dos filhos. Hoje vivemos numa sociedade profundamente influenciada pelo pós-modernismo.
A hoje pelas suas virtudes e conquistas fora dos portões da família, mas sofreram derrotas amargas no contexto familiar.
Ser pai não é uma missão simples. A paternidade responsável exige preparo, análise, avaliação e inteira dependência de Deus. Temos não apenas o privilégio de gerar filhos, mas também a responsabilidade de educá-los. A educação dos filhos é um investimento que exige compromisso, coerência e muito trabalho. A Bíblia diz que devemos ensinar os filhos, sobretudo, com o exemplo. Devemos fazê-lo com perseverança e criatividade. Dentre várias áreas vitais na educação dos filhos, destacamos três indispensáveis.
A pós-modernidade traz, no seu bojo, três tendências perigosas: a pluralidade, a privacidade e a secularização. Vivemos num mundo onde há muitas idéias, conceitos e valores. O mundo cada vez mais rejeita a idéia de uma verdade absoluta. Os padrões morais graníticos e absolutos são considerados extremos fundamentalistas e radicais.
O mundo pós-moderno é uma grande arca que abriga toda sorte de pensamentos, religiões e filosofias. Acabou-se a idéia do conflito, da apologética, da discussão. Cada pessoa tem espaço para viver a sua crença, a sua filosofia de vida, o seu padrão moral. Neste contexto, os pais não interferem na vida dos filhos. Cada um tem uma vida autônoma. A ética pós-moderna é profundamente privativa. Cada um vive a sua vida sem ter que prestar contas a ninguém. Não existe um código de ética com valores absolutos. Cada um tem a sua verdade, os seus princípios e os seus valores. A ética é individual e privativa. Assim, no conceito pós-moderno, os pais não têm o direito de interferir na conduta dos filhos, não têm o direito de lhes impor um padrão de conduta. As pessoas passam a viver dentro da mesma casa, debaixo do mesmo teto, mas sem nenhum compromisso, aliança ou sentimento de pertencimento. Também prevalece na cultura pós-moderna a secularização. O homem é o centro de todas as coisas. Tudo deve girar em torno do homem, para agradá-lo e para promover o seu prazer imediato. Não há espaço para Deus nem para a sua verdade.
Nesse ambiente confuso, os pais cristãos precisam voltar-se para a Palavra de Deus, a verdade infalível, inerrante e suficiente, para forjar o caráter de seus filhos. Nossos filhos precisam ter caráter no meio de uma geração onde a corrupção trafega desde as mais altas cortes até as choupanas mais pobres. Precisam aprender a ser verdadeiros no meio de uma geração que tem vergonha de ser honesta. Precisam aprender a prática da justiça onde os escândalos de toda ordem são a principal atração dos meios de comunicação de massa. Precisam aprender a amar, mesmo num mundo marcado pelo ódio e pelas guerras. Construir o caráter dos nossos filhos é mais importante do que construir impérios. Nossos filhos precisam mais de ensino e sabedoria do que de fortunas. O bom nome vale mais do que riquezas.
Segundo, os pais precisam cuidar da vida espiritual dos filhos. Nossa sociedade está profundamente secularizada. O ter está se tornando mais importante do que o ser. Os pais investem muito na formação intelectual e profissional dos filhos, mas, via de regra, os deixam órfãos na área espiritual.
"Em vez de ser um lugar onde a fragrância do amor e o perfume da harmonia prevalecem, o lar, muitas vezes, é uma arena de agressões veladas, verbais e até físicas”.
"Três coisas são essenciais na formação espiritual dos filhos.” Primeiro, os pais precisam ensiná-los a amar e temer a Deus de todo o coração. O único antídoto que pode proteger os jovens da sedução do mundo e das paixões da mocidade é o amor a Deus. José do Egito resistiu à sedução da mulher de Potifar porque entendeu que a infidelidade é um pecado contra Deus. A consciência de que a maior malignidade do pecado é atentar contra a santidade de Deus é o que nos livra dos laços do pecado.
Em terceiro lugar, os pais precisam ser modelos para os seus filhos. Não ensinamos apenas com palavras, mas, sobretudo, com exemplo. Um exemplo vale mais do que mil palavras. O exemplo não é apenas uma forma de ensinar, mas a única forma eficaz de fazê-lo. Os pais precisam ser coerentes. Eles precisam viver o que ensinam e ensinar o que vivem. Eles precisam ser o espelho de seus filhos. O espelho é mudo, mas é eloqüente.
Quarto, os pais precisam orar pelos seus filhos. Os pais são sacerdotes do lar. Eles devem não apenas falar de Deus para os seus filhos, mas, principalmente, falar de seus filhos para Deus.
Eles devem constantemente apresentá-los no trono da graça. Eles devem interceder por eles, chorar por eles, jejuar por eles e jamais abrir mão de vê-los como coroa de glória nas mãos do Senhor. De nada adianta os pais ganharem o mundo inteiro e perderem os seus filhos. A herança de Deus na vida dos pais não é dinheiro, riqueza ou fama, mas os filhos. Precisamos criá-los para a glória de Deus. Eles devem ser mais filhos de Deus do que nossos. Nenhum sucesso compensa o fracasso dos filhos.
Terceiro, os pais precisam cuidar da vida relacional dos filhos. É triste constatar que há conflitos de geração dentro da família. Os pais não conseguem falar a linguagem dos filhos. Os filhos não conseguem compreender os seus pais. Há intransigência, indiferença e distância nos relacionamentos dentro do lar. Em vez de ser um lugar onde a fragrância do amor e o perfume da harmonia prevalecem, o lar tem sido, muitas vezes, uma arena de brigas e um picadeiro de agressões veladas, verbais e até físicas.
A comunicação precisa ser restabelecida no relacionamento entre os pais e os filhos. O coração dos pais precisa ser convertido ao coração dos filhos e o coração dos filhos, a seus pais. Os pais precisam ser sensíveis às necessidades emocionais dos filhos. Precisam aprender a ouvi-los. Precisam construir pontes de amizades a fim de que os filhos encontrem neles apoio, encorajamento e compreensão. O lar precisa ser um lugar de refúgio, e não um campo de batalhas e contendas.
Os pais precisam a aprender a falar com seus filhos. Falar a verdade em amor. Falar na hora certa, com a motivação certa, com o tom de voz certo. Os pais precisam disciplinar os seus filhos com brandura, com coerência e com espírito de amor e mansidão. Não devem provocá-los à ira, mas encorajá-los, ensiná-los e abençoá-los. Os pais precisam ser presentes e participativos na vida dos filhos. Eles precisam ser seus melhores amigos, ajudando-os a chegar à maturidade física, emocional, moral e espiritual. Deus está procurando pais segundo o seu coração, pais que amem seus filhos, que vivam para os seus filhos e os ensinem a viver uma vida digna de Deus no meio em que vivem.