Sei que ninguém gosta de falar em morte, especialmente na sua própria morte, mas quero pedir que hoje você faça uma exceção e pense no assunto. Mas não pense na morte como algo que vai acontecer daqui a muitos anos. Imagine que você foi ao médico ver os resultados dos seus exames e ele lhe disse: “Você só tem seis meses de vida”.
A pergunta que eu te faço é a seguinte: “Como você vai viver estes seus últimos meses?”.
Não sei quanto a você, mas eu iria querer passar o máximo de tempo com as pessoas que eu amo e fazer aqueles passeios que nunca fizemos, também procuraria acertar aquela pendência com meu irmão, me reconciliar com aquele meu vizinho e com aquele meu colega de trabalho, acertar aquela documentação, esclarecer aquele mal-entendido, enfim... Tentaria acabar com minhas pendências pessoais. Agora, sem tempo a perder, sem burocracia, sem rabugice, sem orgulho besta, sem confusão, sem complicação (não é impressionante como a idéia da morte nos ensina a viver?).
É exatamente isso que nós encontramos na Primeira Epístola do Apóstolo Pedro, Capítulo 4, versos 7 a 11. Leia com atenção:
“Ora, o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações. Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados. Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração. Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!”.
Quando o imperador Nero desencadeou uma perversa perseguição contra os cristãos, por volta de 66 d. C., muitos se viram obrigados a fugir para as mais remotas regiões do Império Romano. Porém, esta fuga não os livrou completamente do ódio do imperador e dos seus súditos.
O Apóstolo Pedro, prevendo que muitos iriam morrer, inclusive ele mesmo, alerta que “o fim de todas as coisas está próximo” e, num complemento absolutamente natural, passa a exortá-los a viverem suas vidas sob a perspectiva da morte eminente.
Certamente eu e você não estamos nas mesmas condições que os cristãos daquela época, nem seu médico disse-lhe que você tem apenas seis meses de vida, mas, com certeza você vai concordar comigo que nenhum de nós sabe exatamente quando vai morrer.
Crianças e jovens morrem. Pessoas saudáveis também morrem. Pessoas que raramente pensam na morte morrem também. A vida humana é tão breve, tão passageira, que não há exagero algum em afirmar que:
O FIM ESTÁ PRÓXIMO!
- Sabendo que o fim está próximo, como a Bíblia nos exorta a viver?
1. Sejamos criteriosos. A palavra aqui traduzida como criteriosos é o termo grego “sophorneo”, que significa mente sã.
Sejamos criteriosos no lar (no cumprimento das promessas que fizemos ao nosso cônjuge e aos nossos filhos; na honestidade e transparência nos relacionamentos; nas regras que criamos; na dedicação; no amor; etc.).
Criteriosos no trabalho (no cumprimento das normas da empresa; nos relacionamentos; na hora de promover ou rebaixar alguém; na hora de contratar ou despedir; na hora de pagar os salários; etc.).
Criteriosos nos negócios (na leitura dos documentos antes de os assinar; na hora de fazer ou quitar dívidas; na hora de ser fiador de alguém; etc.).
Criteriosos na fé (rejeitando ensinos antibíblicos, líderes, igrejas e religiões que se desviaram da verdade de Deus revelada em Sua Palavra, a Bíblia; denunciando os falsos profetas; não dando dinheiro para os ‘mercenários da fé’; apegando-nos com coragem à verdade; seguindo e servindo ao Nosso Senhor Jesus, etc.).
O FIM ESTÁ PRÓXIMO, portanto, sejamos criteriosos.
2. Sejamos sóbrios, a bem das nossas orações. A palavra aqui traduzida como sóbrios é o termo grego “nepho”, que significa bem equilibrado, autocontrolado.
Não comamos, bebamos, nem durmamos demais. Não sejamos preguiçosos, nem trabalhemos demais. Se alguém pisar no seu calo, conte até 10. Se a raiva não passar, conte outra vez. Não se deixe levar por vícios e pelas fraquezas da carne. Não gaste mais do que ganha.
Alguém poderia pensar: “Bom, já que o fim está próximo, deixe-me aproveitar a vida (ou o resto dela, pelo menos)”. Mas, este raciocínio, apesar de aparentemente lógico, é um completo engano. Ao menos que você tenha certeza de que irá direto para o sofrimento do inferno, lembre-se: Deus é Santo, e requer santidade dos seus filhos. Dizer que o fim está próximo é o mesmo que dizer que, em breve, eu e você iremos nos apresentar diante d’Ele.
Além disso, o Apóstolo nos exorta a sermos sóbrios “a bem das nossas orações”. Deus não ouve as orações das pessoas que vivem de forma desequilibrada. Não porque Ele não queira atendê-lo, mas porque não adianta nada. Mesmo que Deus desse um milhão para aquele que se endividou por não saber se controlar, dentro de alguns dias Deus teria que lhe dar mais um milhão, pois, certamente, o seu problema não é a falta de dinheiro, e, sim, sua impulsividade.
O FIM ESTÁ PRÓXIMO, portanto, sejamos sóbrios em nosso viver.
3. Acima de tudo, porém, tenhamos intenso amor uns para com os outros: - No perdão irrestrito. - Na hospitalidade (sem murmuração). - No serviço uns aos outros (partilha dos bens e talentos).
Acima de tudo, porém, o amor.
Se você fosse mesmo morrer daqui a seis meses, iria se negar a perdoar alguém que lhe tenha ofendido? Deixaria de receber seus parentes e amigos somente para não sujar sua casa? E, caso os recebesse, depois iria ficar reclamando disto e daquilo, ou deste e daquele? Deixaria de dar uma cesta básica a uma viúva pobre que batesse à sua porta ou de dar abrigo a um viajante que ficou sem dinheiro no meio da viagem? Iria se negar a aconselhar ou a confortar alguém que lhe pedisse um minuto da sua atenção e da sua compaixão?
O FIM ESTÁ PRÓXIMO, tenhamos, portanto, amor intenso.
4. Glorifiquemos a Cristo em nosso viver (no falar e no fazer) Falar é um dom maravilhoso. Muito se pode construir através da fala, no entanto, nenhum outro atributo humano é mais miseravelmente utilizado quando a nossa capacidade de falar, nenhum outro é mais utilizado para destruir e corromper.
Falamos à toa o dia inteiro: piadas sujas, palavrões, maldições, fofocas, intrigas, malícia, mentiras, infâmias e toda sorte de inutilidades.
Se você fosse mesmo morrer daqui a seis meses, como seria seu falar?
A Bíblia nos ensina a falar “de acordo com os oráculos de Deus”. Isto é coisa séria. Para você ter uma idéia do que é isto, convém você saber que os Dez Mandamentos são oráculos de Deus. Não são os únicos, mas, certamente, são os mais conhecidos.
É um padrão muitíssimo alto. Através do nosso falar devemos glorificar a Cristo, isto é, quando alguém ouvir nossas palavras irá dizer: “Graças a Deus por estas palavras”.
O FIM ESTÁ PRÓXIMO, portanto, cuidemos do nosso falar.
Porém, apenas falar de nada adianta. Estamos cansados de ver a sociedade sendo enganada por políticos e oradores que muito falam, mas pouco ou quase nada fazem.
O Apóstolo Pedro complementa: “Sirva na força que Deus supre”. Diga para o aflito: “Deus te abençoe”, mas, ajude-o naquilo que você puder.
Alivie o peso do cansado. Esprema a ferida purulenta. Estenda a mão ao desesperado. Varra a casa do doente acamado. Cuide dos filhos da mulher que está internada. Dê banho no idoso incapaz.
Também é um padrão muitíssimo alto. Através do nosso serviço ao próximo devemos glorificar a Cristo, isto é, quando alguém for beneficiado pelo nosso serviço, irá dizer: “Graças a Deus por você existir”.
O FIM ESTÁ PRÓXIMO, portanto, sirvamos na força que Deus nos dá.
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