“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” . (Isaías 9:6-7).
O nascimento de Jesus Cristo, embora não se possa afirmar com exatidão a data certa, é um fato histórico, irrefutável e inegável, que trouxe profundas implicações para todos os homens. A importância da vida e obra de Jesus é tão marcante que a história humana foi dividida em duas partes bem definidas: antes e depois dele.
Como disse Oscar Cullmann “a ação de Cristo se estende ao longo de toda a História. Ela é orientada, centralizada e conduzida. Cristo não é apenas um ponto cronológico do tempo; é ele quem dá sentido a cada uma das grandes divisões da história da salvação”. O grande pregador Charles H. Spurgeon disse que“Cristo é o grande fato central da história. A partir dele olha-se para frente ou para trás".
O Antigo Testamento – primeira parte da Bíblia – traz em seu bojo diversas profecias que diziam: - Ele virá! Há, inclusive, indicação do local do nascimento do Messias: ”E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”.
O Novo Testamento nos alerta: - Jesus Cristo veio, nasceu em Belém, viveu entre nós, morreu crucificado por causa de nossos pecados, ressuscitou ao terceiro dia e breve voltará! Maranata!
Muitos querem celebrar no Natal o nascimento de Cristo. Mas, teria ele nascido em 25 de dezembro?
Se ele não nasceu nessa data, quem nasceu e a quem as pessoas estão celebrando sem o saber?
O termo Natal quer dizer nascimento – daí outros vocábulos como natividade, natalício, etc. O dia 25 de dezembro é uma data simbólica.
O que se sabe é que o referido dia era dedicado no calendário romano à celebração do Natal do Sol invicto - festa dos adoradores do sol.
Como o Cristianismo prevaleceu em Roma, a data foi escolhida para celebrar o nascimento de Cristo. Este tema tem merecido a atenção de muitos teólogos ao longo da história e gerado muita controvérsia. Os ortodoxos comemoram o natal em 06 de janeiro e os armênios no dia 19 do mesmo mês.
O dia 25 de dezembro foi escolhido porque coincidia com festivais pagãos que celebravam o solstício de inverno, em adoração ao deus-sol. Também neste dia, segundo a Enciclopédia Britânica, comemora-se o nascimento de Tamuz.
Seus sacerdotes faziam sacrifícios, ouseja, cortavam as cabeças de bebês e penduravam em pinheiros e outras árvores.
Alguns dizem que o natal é a mais linda festa. Mas que tipo de festa - pagã, idolátra, católica, mística? Muitos símbolos foram acrescidos à festa natalina ao longo dos anos, tais como: - a árvore de Natal, Papai Noel, troca de presentes e de cartões, presépio, dentre outros.
Todos estes símbolos muitas vezes desviam o verdadeiro sentido do natal e ainda são exacerbados pela cantilena capitalista. Nos grandes shoppings e no comércio em geral abusa-se do chamado “espírito natalino” e pouco se fala do Cristo – suposto aniversariante.
Num momento em que as pessoas querem comemorar o nascimento de Cristo, é importante lembrarmos que mais do que uma festa com bastante comida, bebida e presentes, o nascimento de Jesus é a manifestação da misericórdia e do amor de Deus que nunca desistiu dos homens.
Nossa postura, então, deveria ser como a dos reis magos que vieram de longe para adorá-lo e ainda trouxeram seus presentes (Mt 2.1-12).
É perigoso dar-se o fato de, no meio de tantas luzes, ficarmos no escuro sem aquele que é a luz do mundo ; em meio a tanta comida, ficarmos com fome daquele que é o pão da vida ; no meio de tanta bebida, ficarmos sedentos daquele que é a água da vida.
Precisamos, pois, aceitar a humanidade de Cristo ( um menino nos nasceu...), reconhecê-lo como o Filho amado de Deus (um filho se nos deu ...) e o verdadeiro Deus que se fez homem para resgatar a humanidade perdida, como escreveu o Apóstolo Paulo aos crentes de Filipos: “ De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.5-11).
Se Jesus Cristo nos “visitasse” hoje, com certeza ficaria indignado com tudo o que se tem feito em seu nome, mas sem nada de seu Espírito e daquilo que ele ensinou. Tanta corrupção, violência, criminalidade, injustiça, miséria, imoralidade e incredulidade – ao lado de uma igreja omissa e alienada, outras vezes triunfalista, causariam nele a mesma indignação que teve contra os religiosos de seu tempo.
Por outro lado, o mesmo Jesus hoje, também, choraria de compaixão por tantas ovelhas que não têm pastor.
Para muitos homens, chamados de mestres e doutores, Jesus é mais um mito; outros o vêem como um líder carismático, um iluminado ou até um rebelde e louco visionário. Alguns dizem que foi um homem perfeito e dotado de uma sabedoria singular. Grande parte quer apenas contato com o Jesus histórico.
Para Thomas Brooks “o chocalho sem o seio materno não satisfará a criança; a casa sem o marido não satisfará a esposa; o mundo sem Cristo não satisfará a alma” .
Para o reformador Martinho Lutero “Cristo, em sua vida é um exemplo que nos mostra como viver; em sua morte, um sacrifício satisfatório por nossos pecados; em sua ressureição, um vencedor; em sua ascenção, um rei; em sua intercessão, um sumo sacerdote".
Para J. Blanchard “quando Jesus desceu à terra não deixou de ser Deus. Quando voltou ao céu, não deixou de ser homem”. No dizer de A F. Hughes “Cristo, como homem, dormiu no barco. Como Deus, acalmou a tempestade. Como homem, chorou. Como Deus, disse a lázaro: - vem para fora! – como homem foi posto no sepulcro. Como Deus, se levantou".
João Batista o viu como o cordeiro sem mancha e sem defeito, perfeito para o sacrifício – o agnus dei – o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29).
Pôncio Pilatos o apresentou – Ecce-homo – “Eis aqui vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele crime algum” (João 19.4).
A Bíblia Sagrada apresenta Jesus como o logos – o verbo - o único caminho para Deus, a verdade, a vida, a porta, o sumo Pastor, o agnus dei – o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo - a primícia dos que dormem, o Leão da tribo de Judá, o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores, o alfa e o ômega, aquele que salva o pecador, que cura os enfermos, que liberta dos oprimidos, que consola os tristes, e que nos fez mais do que vencedores. A Ele, nosso único Senhor e suficiente Salvador, toda honra, glória, louvor e adoração para sempre.
Porque veio Jesus ao mundo? Podemos enumerar diversos motivos:
- Para ser a luz dos gentios e trazer salvação : “também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra” (Isaías 49:6);
- Para anunciar o ano aceitável do Senhor: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor. liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do Senhor” ( Lc 4.18,19).
- Para anunciar o evangelho do Reino de Deus : “Ele, porém, lhes disse: Também é necessário que eu anuncie a outras cidades o evangelho do reino de Deus; porque para isso fui enviado” (Lc 4.43);
- Para trazer vida eterna aos que nele crêem: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16);
- Para salvar o mundo: “porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (João 3:17);
- Para desfazer as obras do diabo: “Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (1 João 3:8);
- Para aniquilar o diabo, que tinha o império da morte: “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo” ( Hebreus 2:14);
- Para tirar os nossos pecados:
”E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado” (1 João 3:5).
Portanto, quer comemoremos ou não o Natal , o importante não é a data e nem a festa, e sim o fato singular: - Jesus nasceu! Ouçamos, então, a sua doce voz:
”Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Apocalipse 3:20).
Celebre, então, o Filho de Deus, que nasceu, cresceu, operou milagres, morreu em nosso lugar e ressuscitou para nos dar um lugar no céu. A ele, Jesus Cristo, seja a honra, glória e louvor para todo o sempre.
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