O presidente Barack Obama descreveu descreveu neste domingo (12), o pior tiroteio em massa da história dos EUA, como "um ato de terror" e "um ato de ódio", dizendo que o massacre de 50 pessoas em uma boate gay 'Pulse' (Orlando), realizado pelo atirador Omar Mateen, de Ft. Pierce, Flórida, foi um ataque "contra todos os americanos".
A agência de notícias do Estado Islâmico,'Amaq', disse neste domingo que o grupo terrorista realmente foi o responsável pelo massacre, concordando com as suspeitas que policiais já tinham citado anteriormente sobre o caso.
"O ataque armado que tinha como alvo uma boate gay na cidade de Orlando, no estado americano da Flórida, que deixou mais de 100 mortas e feridas foi levado a cabo por um lutador Estado Islâmico", disse a Amaq.
O prefeito de Orlando, Buddy Dyer disse que o ataque foi o mais mortífero incidente com tiroteio nos EUA, superando as 32 pessoas mortas, no massacre de 2007, na universidade Virginia Tech.
"Hoje estamos lidando com algo que nunca imaginamos", disse Dyer.
Um policial que trabalha como segurança dentro da boate - que fuciona no centro de Orlando desde 2004 - trocou tiros com o suspeito por volta de 2h da manhã (horário local), segundo as autoridades policiais.
A situação que envolveu reféns se desenvolveu rapidamente e três horas mais tarde, os oficiais da SWAT usaram carros blindados para atacar o clube, antes de fotografar matar o atirador. Ainda não foi descoberto o momento exato em que o terrorista matou / feriu as vítimas.
Um policial ficou ferido depois que ele foi atingido em seu capacete durante a troca de tiros com o Omar, disse a polícia.
"Consideramos isso um ato de terrorismo? Com certeza", disse Danny Banks, agente especial encarregado do Departamento Legal da Flórida. "Se isso é atividade terrorista doméstica ou um internacional, é algo que certamente vamos descobrir com as investigações".
Questionado se o FBI suspeita que o atirador pode ter tido envolvimento com o Estado Islâmico - ou alguma outra organização muçulmana extremista - Ronald Hopper, um agente assistente encarregado do FBI, disse aos repórteres: "Nós temos suspeitas de que o indivíduo possa ter envolvimento com essa ideologia em particular. Mas agora não podemos dizer definitivamente".
O FBI disse que ainda estava tentando descobrir se o tiroteio em massa foi um crime de ódio contra gays ou um realmente um ato terrorista.
O Senador da Flórida e ex-candidato à presidência dos Estados Unidos, Marco Rubio disse à CNN que ele acredita que o atirador chegou a trabalhar para uma empresa de segurança e assim teria passado por algumas verificações.
"Durante os próximo dois dias eles vão investigar para ver em quê essa pessoa se inspirou para realizar este ato horrível de terrorismo", disse Rubio. "Eu acho que nós vamos falar de um tipo muito diferente de caso aqui em breve".
O presidente Barack Obama ordenou que o governo federal preste toda a assistência necessária para a polícia da Flórida, investigando o tiroteio, segundo informou a Casa Branca em um comunicado.
Massacre
O atirador estava carregando um rifle de assalto e uma pistola, segundo informou o xerife do Condado de Orange, Jerry Deming. Ele também carregava um "dispositivo" não identificado, conforme o chefe da polícia de Orlando, John Mina.
Javer Antonetti, de 53 anos, disse ao jornal 'Orlando Sentinel', que ele estava perto da parte traseira do clube de dança quando ouviu tiros.
"Houve tantos [tiros], pelo menos 40 ... eram constantes", disse ele.
Um vídeo mostrou policiais e civis que ajudavam algumas pessoas feridas e as levavam para longe do clube, além de outras já deitadas no chão, do lado de fora. Dezenas de viaturas policiais, ambulâncias e outros veículos de emergência também podiam ser vistos na área.
A Pulse, que na ocasião estava lotada para uma noite de música latina, se descreve em seu site oficial como mais que "apenas um clube gay". Uma das fundadoras e proprietárias, Barbara Poma, abriu o local mais de uma década atrás, em um esforço para manter vivo o espírito de seu irmão, que morreu após lutar contra o HIV.
A cidade de Orlando tem uma população de 270.930 pessoas e é conhecida por ter os parques de diversões, como a Disneylândia e muitas outras atrações turísticas, que chegaram a atrair 62 milhões de visitantes em 2014.
Este foi o segundo atentado mortal em uma casa noturna de Orlando. Na última sexta-feira (10), um homem - possivelmente um fã descontrolado - matou a tiros, a cantora cristã, Christina Grimmie, uma ex-participante do "The Voice USA", enquanto ela estava dando autógrafos, após um show.