quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Presidente de Câmara de Vereadores é morto na Bahia

O presidente da Câmara de Vereadores da cidade de Caém, no norte da Bahia, João Souza Reis (PTB), conhecido como João de Quinho, foi morto nesta quarta-feira, na região de Capim Grosso, também no norte do Estado.
Segundo pessoas próximas à vítima, o parlamentar teria recebido um telefonema para se encontrar com um suposto vendedor de gado em um local próximo ao ponto do crime. Reis teria sido surpreendido em uma estrada com pouco movimento por dois homens em uma moto. De acordo com testemunhas, os criminosos teriam se aproximado do veículo do vereador e atirado.
Policiais Civis e Militares das cidades de Capim Grosso, Caém e Jacobina investigam o caso. Por enquanto, os oficiais trabalham com todas as hipóteses, inclusive a de que houve um crime com motivação política. João de Quinho fazia oposição à atual gestão de Caém.
O corpo do parlamentar foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Jacobina e para ser velado ainda nesta quarta na Câmara de Vereadores de Caém.

Igreja Quadrangular lança sua Bíblia da Mulher

Em outubro último, a Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ) lançou uma edição personalizada da consagrada Bíblia da Mulher. A iniciativa foi possível graças ao projeto Bíblia de Afinidade da SBB.
Igreja Quadrangular lança sua Bíblia da Mulher 142x250 Igreja Quadrangular lança sua Bíblia da Mulher
Intitulada de Bíblia da Mulher Quadrangular e com tiragem inicial de 1,5 mil exemplares, a obra foi concebida para angariar recursos na construção de novos templos da denominação em lugares carentes do estado paulista. Com texto bíblico na tradução Almeida Revista e Atualizada (ARA), possui encarte especial de 20 páginas com o histórico da igreja.
“Foi um grande sonho realizado publicar uma obra dessa importância em parceria com a SBB”, afirma a pastora Soraya Jabur Madureira, coordenadora estadual de mulheres da IEQ.
Segundo ela, a Bíblia nasceu do desejo antigo de abençoar o estado de São Paulo com templos em comunidades necessitadas. “Nossa mulheres abraçaram essa causa com muito amor e empenho. A Bíblia agradou de forma unânime e nos uniu ainda mais em torno de um projeto. Tem sido uma experiência maravilhosa”, testemunha a pastora.
Os interessados (as) em adquirir a Bíblia da Mulher Quadrangular devem entrar em contato por meio do coordgmmsp@hotmail.com ou pelo tel. (19) 3861-2378.

Congresso de Mulheres

A Bíblia da Mulher Quadrangular foi especialmente lançada durante o Congresso Estadual das Mulheres de São Paulo, realizado em Serra Negra (SP), entre 22 e 24 de outubro. Promovido pela Coordenadoria Estadual das Mulheres da Igreja do Evangelho Quadrangular, o evento reuniu mais de cinco mil cristãs e contou com a participação especial da SBB, que também fez no local a divulgação da campanha do Dia da Bíblia 2010.

Fonte: SBB

O sacrifício que estimula a fé; bispo Macedo explica que levará fio de cabelo dos fiéis até o Monte Sinai

O sacrifício que estimula a fé 250x193 O sacrifício que estimula a fé; bispo Macedo explica que levará fio de cabelo dos fiéis até o Monte SinaiNo Templo Maior de Santo Amaro, em São Paulo (SP), no último domingo (29), o bispo Edir Macedo ministrou a reunião do Encontro com Deus e ensinou a todos sobre o sacrifício que estimula a fé.
O bispo explicou que Deus não usa a emoção para sensibilizar as pessoas, mas faz uso da razão e quando a voz Dele encontra eco no coração de quem o ouve, essa pessoa recebe os benefícios da Palavra Dele. “Se não tiver receptividade da voz Dele, então de nada adianta. Jesus falou com a figueira e ela ouviu. O sol se fez quando Deus falou. Por isso, quando o ser humano ouve a voz de Deus tem de haver resultado. Essa é a minha fé, eu creio então eu tomo atitude, obedeço, sigo em frente e Deus tem que honrar essa fé”, declarou.
Ele também fez questão de alertar que conquistar bênçãos é algo fácil, o difícil é mantê-las. Para que isso aconteça é necessário que o cristão esteja firme com Deus, pois as provações aparecem a todos, mas quando a pessoa tem a estrutura para suportá-la, consegue permanecer firme na fé. “Se você não esta fundamentado na rocha, que é Jesus, a sua casa cai e é grande a sua ruína. Por esse motivo que fazemos as campanhas de fé para despertar a sua fé, para que você conquiste o que determinar. Não importa quem você é, o que importa é que dentro de você há um poder chamado fé e quando você usa essa força, então você alcança os benefícios que Deus prometeu na Palavra Dele”, afirmou.
Falando sobre o sacrifício, o bispo usou o exemplo bíblico em que Jesus ungiu a vista do cego com lama e pediu para que ele se lavasse no taque de Siloé, mostrando que cada pessoa precisa de um estímulo para agir a fé (João 9.7). “O estimulo da fé é o sacrifício, você não consegue conquistar nada pela fé sem ele, pois é ele que desperta a força que está dentro de você. Foi com o cajado que Moisés fez os milagres no Egito. Hoje, nós temos o Monte Sinai e temos o Deus que falou com Moisés. Hoje, esse Deus fala conosco, porque Deus falou com ele na época dele.
Quem acreditar e manifestar a fé vai conquistar, pois o Egito está aí. E muitos têm vivido no deserto, na situação de escravo semelhante à situação dos filhos de Israel, que não tinham direito a nada. Outros dizem que saíram do Egito, mas ainda estão sob o domínio da doença, miséria, casamento fracassado, depressão, família destruída e outros diversos problemas. Deus quer libertá-lo dessa vida, mas é preciso que você creia. Por isso vamos levar a sua vida até o monte Sinai, cobrar de Deus uma transformação de vida. Vamos levar sua vida representada por um fio de cabelo”, finalizou convidando as pessoas para participarem da Fogueira Santa de Israel.

Fonte: Arca Universal

Wikileaks promete documentos sobre Vaticano





Religiões também se encontram na mira da organização especializada em divulgar documentação secreta.

Um jornalista empregado pelo Wikileaks para ajudar a divulgar a documentação que tem estado a ser revelada ao longo destes dias garante que nas próximas semanas surgirão telegramas relativos ao Vaticano.

Segundo James Ball, entrevistado pelo jornal britânico Daily Telegraph, alguns dos telegramas diplomáticos americanos fazem referência à Santa Sé. O jornalista não especifica, mas alguns órgãos de comunicação avançam que se trata de comentários entre diplomatas sobre o escândalo de abusos sexuais que afectou a Igreja Católica este ano.

Há dois dias o jornali italiano La Stampa dava conta de uma série de telegramas da altura do conclave, em 2005, com especulações sobre o perfil de um futuro Papa e as suas prioridades. Após a eleição de Bento XVI trocaram-se uma série de impressões sobre a sua personalidade. Após algumas primeiras reacções mais preconceituosas, um diplomata descreveu-o como "admiravelmente humilde, espiritual e de fácil relação", quando finalmente o conheceu pessoalmente.

Eventuais referências ao Papa e ao Vaticano não serão as únicas de tom religioso neste lote de telegramas publicados. Uma série de comunicações sobre a Turquia revelam um grande interesse da parte dos EUA na importância do Islão na política externa daquele país, e no Partido que chefia o Governo nesta altura.

De acordo com a Wikileaks a delegação americana em Ankara é a maior fonte de comunicações publicadas pelo site, com 7918, depois do Gabinete do Secretariado de Estado americano com 8017.

“Isto quer dizer que o país está a focar-se mais no mundo muçulmano e na tradição islâmica na sua política externa? Sem dúvida”, pode ler-se num dos telegramas.

Saudades de Al-Andaluz
Outro, que é citado pela Reuters, analisa as facções dentro do Partido AK, explicando as tendências religiosas dos diferentes deputados, afirmando que os altos quadros do partido pertencem na sua maioria a irmandades islâmicas oficialmente proibidas.

Numa das revelações mais interessantes cita-se o comentário de um membro influente do AK que terá expressado a crença de que o papel da Turquia no mundo é de espalhar o Islão na Europa “para recuperar a Andaluzia e vingar a derrota às portas de Viena em 1683”.

Finalmente, numa análise ao Islão praticado no país nesta altura, descobre-se que na visão dos diplomatas norte-americanos a religião encontra-se: “estupidificada, cheia de hipocrisia, ignorante e intolerante quanto à presença de outras religiões na sociedade, e incapaz de expulsar aqueles que a politizam num sentido radical e anti-ocidental.”

Os clérigos, esses, são na sua maior parte “pouco educados e sempre dispostos a inserir sentimentos anti-cristãos ou anti-judaicos nos seus sermões”. Os muçulmanos dispostos a desafiar as leituras radicais e violentas do alcorão e da tradição islâmica são “excepcionalmente poucos”, lê-se ainda.

Embora o lote de documentos que estão a ser divulgados agora seja essencialmente político, no passado algumas religiões e seitas já viram material seu a ser divulgado pelo Wikileaks. Foi o caso da Igreja dos Santos dos Últimos Dias, conhecidos como Mórmones, e ainda da Igreja da Cientologia. Ambas as instituições processaram o Wikileaks quando esta publicou material seu que deveria ser reservado a um grupo restrito de fiéis, incluindo uma gravação áudio de uma cerimónia num templo Mórmon.


Filipe d'Avillez

Polícia prende líder de seita russa que promovia orgias

O grupo tinha mais de 100 seguidores.
Seitas de todos os tipos têm aparecido na Rússia nos últimos anos, dando bastante trabalho para a polícia anti-extremismo. Mas nenhuma delas incomodou tanto quanto a "Fundação Pelo Auto-Desenvolvimento". Investigadores acabam de prender o líder do grupo, com mais de 100 seguidores, que os encorajava a fazer sexo “sem controle” e na frente das crianças.
O psiquiatra Vyacheslav Vesnin, de Orenburg, no sul da Rússia, não deixava os seguidores beberem álcool ou comerem carne, mas os estimulava a transarem uns com os outros. Muitos vídeos foram confiscados pela polícia, mostrando os crentes fazendo strip tease e sexo comunal, mas um vídeo chamou bastante atenção: o de crianças contando piadas extremamente obscenas, enquanto os adultos riam delas. Também foram vistas cenas de sexo grupal entre adultos assistidas por crianças e adolescentes. 108 extremistas foram presos no meio de uma orgia. Doze deles eram menores de idade.
Ainda da série "bizarrices russas", recentemente a polícia descobriu um grupo de cristãos ortodoxos que passou oito meses sem sair de dentro de um abrigo nuclear subterrâneo, esperando pelo fim do mundo, que parece ainda não ter chegado. Eles garantem que está muito próximo.

Pop/Notícias Cristãs

Arquidiocese mexicana condena homossexualidade, feminismo e ideologia de gênero

México é um dos países com a maior população católica do mundo.
A homossexualidade, o feminismo e a chamada ideologia de gênero são "aberrações" e "desvios" que ameaçam a estrutura básica da sociedade, diz um artigo a ser publicado pela arquidiocese de Guadalajara, uma das principais cidades do México.
O texto — escrito pelo sacerdote Antonio Gutiérrez — será publicado na seção editorial da revista El Semanário, do órgão eclesiástico da capital do estado de Jalisco, no oeste do México, adiantou a imprensa mexicana. A publicação é chefiada pelo cardeal Juan Sandoval Íñiguez.
Para Gutiérrez, que abordou em seu artigo o recém ocorrido ciclo de palestras "Caminho à castidade", existem dois tipos de homossexualidade. Uma seria originada por "maus exemplos" e "outras causas análogas", que "ao menos não é incurável", e a outra seria derivada de "uma espécie de instinto inato ou de constituição patológica que se tem por incurável".
Os atos homossexuais são "intrinsecamente desordenados e não podem receber aprovação em nenhum caso", assinalou o sacerdote, citando as Sagradas Escrituras.
Ele também incluiu o feminismo entre os principais "desvios" e "frequentes aberrações" que tem ocorrido recentemente. A origem deste pensamento, segundo o padre, vem de manifestações opressivas de homens que, "por desgraça, se dão ao luxo de maltratar, humilhar e golpear a mulher".
O texto ainda aponta que a chamada ideologia de gênero é também um desvio que "conseguiu permear diversas instituições políticas, sociais e religiosas".
Gutiérrez entende que esta ideologia prega que a diferença de sexos "não é fundamental, estrutural", mas "cada um tem a liberdade de escolher o gênero que mais lhe agrade, segundo seus próprios gostos sexuais", sentenciou.
A capital do México aprovou, em dezembro de 2009, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, em uma das primeiras iniciativas locais da América Latina. Em março deste ano, a Cidade do México também foi o cenário do primeiro casamento homossexual da região .
Ainda de acordo com dados locais, a discriminação por causa de orientação sexual fez com que a média de assassinatos homofóbicos no país passasse de 28 em 1995 e 2000 para 59 nos últimos anos.

  informações da ANSA

‘Alguns choravam’, diz pastor que negociou rendição de traficantes

Evangélico que acompanhou líder do AfroReggae no Complexo do Alemão defende anistia como forma de resolver confrontos no Rio.
Na véspera da invasão da polícia ao Complexo do Alemão, um grupo de cinco pessoas da ONG AfroReggae decidiu subir o conjunto de 14 favelas na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, e tentar convencer os traficantes a se entregarem. Liderados pelo diretor-executivo da organização, José Junior, eles argumentaram que a polícia venceria um possível confronto e que inocentes seriam as maiores vítimas. Ao lado de Junior estava um dos coordenadores da área social da entidade, Rogério Menezes, respeitado por traficantes, viciados e detentos do sistema penitenciário do Estado.

José Junior e o pastor Rogério Menezes (de azul) a caminho da favela da Grota, no Complexo do Alemão

Evangelizador da Assembleia de Deus, Rogério é chamado de pastor. Em meio à negociação com os criminosos, no sábado (27), José Junior recorria ao Twitter para mandar informações em tempo real. "Pastor Rogério é o cara que mais salvou vidas que eu conheço. Muitas, inclusive, na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão. Homem de Deus", escreveu o líder do AfroReggae na ocasião.
Ex-viciado, pastor Rogério admite que já traficou drogas, pegou em armas e cometeu crimes. Foi preso. Sobreviveu a duas overdoses de cocaína, até receber um "sinal" e "ser salvo por Jesus”. Hoje, ele diz que sua vida pregressa o permite compreender o que passa pela cabeça de criminosos e apresentar argumentos para tirar muitos da marginalidade. “Já salvei uns 300 que estavam amarrados para morrer”, garante.
Sobre a ação de retomada do Complexo do Alemão pelo Estado, o pastor diz acreditar “que a intenção foi uma das melhores”. Segundo ele, “o governador tem feito um trabalho muito bom”. Contudo, o religioso defende que somente uma anistia aos traficantes será capaz de pôr fim à ameaça de guerra no Rio. “Proponho que essa decisão seja avaliada pelo governo, pelos parlamentares e pela Justiça.”

A seguir, leia mais sobre o que pensa o pastor.

iG: Às vésperas da polícia invadir a favela, no sábado (27), o senhor e o José Junior entraram no Complexo do Alemão para conversar com os traficantes. Na sua avaliação, esse gesto ajudou a evitar derramamento de sangue?
Rogério Menezes – Sim. Eu e o José Junior estávamos todo o tempo juntos. Ele virava para mim e falava “pô, Rogério, o que a gente pode fazer para ajudar?”. Eu respondia: “Junior, eu sei que é perigoso e arriscado, mas imagina se a polícia entrar? Vai morrer muita gente. Temos de ir lá”. Expliquei que o máximo que poderia acontecer era a gente ser tomado como refém. Falei: “Deus está nos mandando ir”.

iG: O que o senhor pensava naquele momento?
Rogério Menezes - Pelas informações divulgadas pelas autoridades, havia ali mais de mil pessoas com algum envolvimento com o crime. Se houvesse confronto, eles iriam enfrentar, como foi noticiado, 2.600 policiais civis, militares, homens do Exército e da Marinha. Sem contar os inocentes, os jornalistas, imagina o derramamento de sangue que poderia existir... Eu só pensava nisso.

iG: Como vocês chegaram até os traficantes?
Rogério Menezes – Entramos na favela e perguntamos onde eles estavam. Nos orientaram a chegar até a parte mais alta. Encontramos um grupo de cerca de 60 homens, os mais perigosos. Conversamos olho no olho.

iG: E como foi a conversa?
Rogério Menezes – Eles vieram até a gente. Estavam cansados, sem forças até para falar. Nós argumentamos que não dava para eles encararem. E muitos diziam “pastor, me ajuda. Pelo amor de Deus. O que o senhor pode fazer por mim?” O José Junior respondeu que não havia nada que a gente pudesse fazer e que o melhor seria se renderem à polícia; que a única garantia que a gente podia dar era a de que ninguém seria assassinado se aceitasse a rendição.

iG: E eles estavam inclinados a aceitar a proposta?
Rogério Menezes – Um dos chefões virou para mim e falou: “Pastor, o senhor me conhece. Sabe que a minha vida todinha eu tirei dentro da cadeia. O senhor quer que eu volte?” Respondi: “Rapaz, é melhor você se entregar do que ser morto. Você tem uma vida, tem família. Pensa muito bem no que você vai fazer.”

iG: E qual foi a reação?
Rogério Menezes – Muitos deles estavam desesperados, amedrontados. Alguns tremiam, estavam com os olhos arregalados. Outros olhavam para a gente como se fôssemos uma saída, um porto seguro. E a gente foi tentando acalmá-los. Mas eles diziam que era complicado se entregar. Em determinadas facções, se entregar é complicado. Eu sei disso. Hoje sou pastor, mas já fui do crime. Entendo a posição deles. Mas é aquele negócio, para o homem é impossível, mas para Deus tudo é possível.

iG: Quer dizer que alguns queriam se render, mas tinham medo de ser assassinados na cadeia por retaliação da facção criminosa a que pertencem?

Rogério Menezes – É por aí. Cada caso é um caso. Depois dessa conversa que tivemos com eles, 37 se entregaram. Um se apresentou na delegacia com a mãe, a imprensa acompanhou. É o Mister M. Teve um pai que foi entregar o filho por acreditar que isso era melhor do que vê-lo morto pelo Bope. Acredito que eles não viam saída. Eu e o José Junior os motivamos a não irem para o confronto. Ninguém imaginava que o Alemão poderia ser ocupado da forma como foi. O maior mérito foi de Deus. Mas há também o mérito do AfroReggae, do José Junior, que foi muito corajoso.

iG: Qual foi o diálogo com os traficantes que mais marcou o senhor?

Rogério Menezes – Vi homens de alta periculosidade me chamarem no canto e se abrirem para mim e para o José Junior. Teve gente que chorou na nossa frente. Não de medo. Chorou porque não queria o confronto, porque tinha família. Ele estava se sentindo traído por amigos que o deixaram na mão. Foi o momento que mais me compadeceu. Eu ficaria o tempo todo ao lado daquelas pessoas, ainda que a polícia entrasse.

iG: Nesse grupo havia chefes do tráfico?

Rogério Menezes – Positivo. Mas não vou falar disso em detalhes. Meu trabalho é religioso e eles confiam em mim. Quero apenas afirmar que eles não queriam guerra.

iG: Quem falou mais, os senhores ou os traficantes?

Rogério Menezes – Eles ficaram mais tempo calados. Queriam ouvir a gente, queriam uma luz. Eles não estavam conversando com traficantes, mas com pessoas que simbolizavam a paz, a vida. Tem pessoas ali que me conhecem desde 1993, quando comecei a pregar. Muitos eu vi ir para a cadeia, sair da cadeia, visitei na favela. Havia homens com armas nas mãos, mas os que conversavam com a gente não estavam armados. Em momento algum eles diziam que iriam meter bala ou que optariam pelo confronto. Isso eu não vi.

iG: O senhor diz que muitos traficantes não querem se render porque temem retaliações de colegas de facção dentro da cadeia; outros que já ficaram muito tempo presos e não aceitam voltar. A polícia afirma que vai permanecer na favela até realizar as prisões e recuperar as armas. O senhor defende alguma proposta para que não aconteçam novos conflitos?

Rogério Menezes – Sou a favor da anistia. Converso muito com traficantes e com viciados, visito muita boca de fumo. Eu evangelizo muito. Faço um trabalho de Deus, um trabalho do bem, espiritual. Já tirei muitos dessa vida e encaminhei para um emprego. E já vi caso também de pessoas que largaram o crime, se mudaram para outro estado, mas não conseguiram emprego porque devem à Justiça. Tiveram de voltar e retornar para o crime, tinham família. Mas eles me diziam “pastor, o senhor viu que tentei. Voltei para o tráfico, mas não bebo, não me drogo mais, nem a baile funk eu vou. Vai acabar meu plantão na boca e vou para casa ficar com meus filhos”.

iG: O senhor não acha difícil propor para a sociedade que essas pessoas sejam anistiadas sem pagar pelos crimes que cometeram?

Rogério Menezes – É muito difícil responder sobre isso. Como religioso, acho que o culpado disso tudo são as forças espirituais do mal. Vou dar um testemunho da minha vida. Eu trabalhava, ganhava bem, três salários mínimos. Não era de uma vida errada. Mas em um determinado momento me senti sem chão. Tudo começou quando perdi meu pai. Minha mãe arrumou outro homem logo em seguida e eu não aceitei. Ela então me expulsou de casa. Eu tinha 16 anos. Bateu uma depressão tão grande, que perdi meu emprego, não conseguia trabalhar. Era morador da Baixada Fluminense, morava numa comunidade carente, conhecia bandido, conhecia traficante, mas eu era trabalhador. Nem todo mundo que mora dentro de uma comunidade é bandido. Minha família me deu estudo, o melhor que pôde dar. Mas eu caí na vida do crime, me entreguei à bebida, às drogas, fui preso. Houve momentos em que me vi sentado, chorando, querendo sair dessa. Eu despertei, procurei uma casa de recuperação. Tive apoio.

iG: Apesar da visão religiosa do senhor, a anistia não é uma proposta polêmica?

Rogério Menezes – Cada caso é um caso. Proponho que essa decisão seja avaliada pelo governo, pelos parlamentares, pela Justiça. Caso a caso, insisto. Mas, particularmente, eu acredito que num universo com 100% de criminosos, se você oferecer uma oportunidade pelo menos 40% aceitam largar essa vida. É preciso considerar que muitos temem por suas famílias. Se forem presos, quem vai sustentar suas mulheres, seus filhos? Tem que haver um projeto social também.

iG: Muitos bandidos fugiram e a polícia diz que vai capturá-los. O senhor acredita que esses traficantes vão voltar para o Complexo do Alemão futuramente? Ainda pode haver enfrentamento?

Rogério Menezes – Acredito que muitos homens que estavam ali no meio, inclusive os que fugiram, não têm antecedentes criminais. Às vezes até segura uma arma, mas é só um viciado. A polícia tem feito seu trabalho. E cabe à polícia e ao governo continuarem a fazer o seu trabalho. Contudo, também acredito que aquilo ali foi a mão de Deus a fim de despertar esses jovens. Acredito que muitos vão analisar e ver que não vale a pena se envolver com o crime. É a resposta que posso dar para essa pergunta.


iG: O senhor está certo da recuperação dessas pessoas?

Rogério Menezes – Vou dar um exemplo. Trabalha com a gente lá no AfroReggae o Gaúcho. Durante muitos anos ele foi o chefe do Alemão, era um dos mais temidos na área. Ele tirou 28 anos de cadeia e hoje está aí, fora do crime, trabalhando com carteira assinada. Isso é a prova de que enquanto há vida, há esperança. O Bem-te-vi, aquele que morreu na Rocinha, ele vivia me dizendo que queria sair do crime. Eu ia para lá pregar umas sete da noite e ele não me deixava ir embora antes das três, quatro horas da manhã. Ele tinha o prazer de estar do meu lado. Muitas vezes o vi chorar. Ele me dizia “pastor, me ajuda. Quero sair dessa vida, mas não tenho forças. A sociedade me marginaliza, não acredita em mim”. Eu dizia, “rapaz, o mais importante é Deus estar olhando para você. Deus tem um plano para sua vida. Você não pode se entregar à criminalidade”.

iG: Por que evangélicos são tão respeitados pelos criminosos?

Rogério Menezes – No sábado, na hora em que a polícia se posicionou para invadir o Complexo do Alemão, tinha um pastor na entrada da favela de terno e com a Bíblia na mão. Estava ele e a mulher dele. Aliás, havia mais de um, eram muitos. Eles ficaram entre os militares da polícia, do Exército e da Marinha, e os jovens. E eles procuravam esses jovens e diziam para que saíssem dessa vida. Ofereciam apoio: “quer se entregar comigo?”, perguntavam. No momento mais difícil, havendo risco de vida, eles estavam ali. E tem os testemunhos daqueles que saíram do crime e hoje estão aí, vivendo com dignidade. Isso mostra para eles que é possível.

Notícias Cristãs com informações do Último Segundo

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