sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Para EUA, Brasil nunca cobrou Cuba por violações, revela WikiLeaks

Ricardo Stuckert-Reuters-24/2/2010Jamil Chade - O Estado de S.Paulo
Apesar das afirmações do Itamaraty de que trata a portas fechadas com Cuba a situação dos direitos humanos na ilha, um telegrama da diplomacia americana publicado pelo site WikiLeaks revela uma realidade diferente. Segundo os EUA, um diplomata brasileiro em Havana admitiu que a estratégia do governo de Luiz Inácio Lula da Silva foi o de não levantar a questão nem em público nem em conversas privadas com autoridades cubanas.
Ricardo Stuckert-Reuters-24/2/2010
Lula conversa com Fidel e Raúl Castro (D) em Havana: um modelo de amizade
O documento foi enviado pela Escritório de Interesses dos EUA em Havana, em 24 de novembro de 2009, para o Departamento de Estado. Ele relata como diversos países tratam Cuba em suas relações diplomáticas.
No caso do Brasil, o País estaria classificado como aqueles que adotam a posição de "melhores amigos para sempre". Esse grupo, do qual o Brasil seria um "modelo", é o dos que "não fazem nada e não dizem nada" sobre violações de liberdades básicas. "Um conselheiro político em Havana resumiu bem esse estilo: "Nós não levantamos assuntos relacionados a direitos humanos nem em público e nem de forma privada (com o governo de Havana)"", afirmou o telegrama. Segundo a diplomacia americana, os países desse grupo não tratariam de "temas de direitos humanos nem mesmo se o governo de Cuba não fizesse objeções a isso".
Em fevereiro de 2010, uma visita de Lula à Havana confirmaria esse padrão de comportamento. A viagem ocorreu exatamente no momento da morte do dissidente Orlando Zapata, após uma greve de fome de mais de dois meses. Lula evitou se pronunciar sobre o tema e coube a Raúl Castro acabar falando do assunto aos jornalistas, em companhia do brasileiro.
"Lamentamos muitíssimo (a morte). Isso é resultado dessa relação com os EUA", disse Raúl. Lula recusou-se a fazer comentários sobre o episódio. Diante da situação e das promessas de investimentos por parte de Lula na ilha, a diplomacia americana não deixa de apontar que de fato Cuba esperaria que todos os demais países do mundo a tratassem como faz o Brasil.
Além do Brasil, outros países que fariam parte dessa linha de ação estariam a China, Rússia, africanos, latino-americanos e mesmo alguns europeus.
Num outro telegrama, emitido pela embaixada americana em Brasília em 2008, o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, já dava sinais de que essa seria a posição do Brasil. Numa conversa com o embaixador americano Clifford Sobel, em 25 de junho, Garcia alertou os americanos que "não via Raúl fazendo nenhum tipo de concessão à pressão externa".
Em relação à decisão da UE de suspender suas sanções contra Cuba, Garcia apontou que essa seria "um sinal de que a percepção é de que Cuba estaria mudando". O assessor ainda revelou como, no Brasil, o setor empresarial e mesmo a imprensa estariam supostamente começando a entender a política brasileira para Havana. "Ele (Garcia) indicou que, no Brasil, tanto empresários quanto a imprensa que têm sido críticos da política brasileira para Cuba agora mudam seu tom", disse. "Os empresários estão agora mais interessados em investir."
Para Washington, porém, o "prêmio" de países que adotam o silêncio em relação às violações aos direitos humanos em Cuba são "risíveis". A compensação por esse comportamento seriam "jantares de pompa e encontros e fotos com os irmãos Castro".

Conheça Jesus . único, incomparável, maravilhoso – em Seu amor



Lemos em 1 João 3.16 sobre Jesus Cristo: "Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós..." A morte de Jesus na cruz do Calvário é a prova do eterno, imutável e inescrutável amor de Deus por um mundo perdido – por cada um de nós! O sangue derramado de Jesus é a garantia do amor de Deus para com as pessoas sobrecarregadas de culpa e distantes dEle: "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5.8).

“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5.8). Na foto: o Calvário em Jerusalém.
Jesus, como Filho de Deus, era o único que podia morrer pelos pecados da humanidade. Ele o fez também por você! Em todas as outras religiões procuramos em vão por algo que seja comparável à morte de Jesus por nós. O Senhor é amor em Si mesmo; amor é uma característica do Seu ser. Por isso Ele não pode separar-se do Seu amor. Esse amor começou quando Deus começou – e Ele não tem começo nem fim. Alguém o formulou desta maneira: "Deus é o que é, principalmente por Seu amor." E Friedrich Bodelschwingh cunhou a frase: "Por esta terra não passa ninguém que não seja amado por Deus." O próprio Senhor diz: "Com amor eterno eu te amei" (Jeremias 31.3). Portanto, não há uma só pessoa vivendo sobre a face da terra que não seja amada por Deus.
Deus ama a cada pessoa da mesma maneira. Isso significa que Ele não ama a ninguém mais do que a outro. Agostinho definiu esse amor de Deus de maneira muito apropriada: "Deus ama tanto a cada um de nós como se não existisse ninguém mais a quem Ele pudesse dar Seu amor."
Jamais alguém poderá apresentar-se diante de Deus e afirmar que não foi amado por Ele. Estou profundamente convicto de que, quando os perdidos chegarem diante do trono de Deus e virem o Cordeiro de Deus, ficarão perplexos por não terem aceitado o amor que Jesus lhes ofereceu. Se existisse apenas um único pecador perdido nesta terra, Deus em Seu amor ilimitado teria feito por ele o que fez por todas as pessoas do mundo, através de Jesus Cristo.
É justamente isso que o Senhor Jesus quer expressar com a parábola da ovelha perdida: "Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo. E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que, assim haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento" (Lucas 15.4-7).
Martim Lutero, com sua linguagem forte, descreveu certa vez o amor de Deus com as seguintes palavras: "Deus é um forno ardente, tão cheio de amor que todo o céu e toda a terra estão envolvidos pelo seu calor."

OS DOZE APÓSTOLOS DE JESUS - Aprendendo um pouco mais sobre a vida dos apóstolos

O Novo Testamento só registra a morte de um dos apóstolos: Tiago, filho de Zebedeu, que foi executado por Herodes pelo ano 44 d.C. (Atos 12:2).
Judas Iscariotes, que traiu Jesus o Cristo, fazia parte dos 12, mas perdeu sua designação de apóstolo após trair Jesus, e se enforcou após o fato.
Informações acerca dos apóstolos são abundantes, e nem sempre meritórias de crédito. Mas é seguro dizer que os apóstolos foram bem longe e em muitas direções, como anunciadores da mensagem de Cristo ressuscitado.
Uma antiga tradição informa que eles separaram o mundo em partes e lançaram sortes. Assim, eles teriam decidido para onde ir; e todos iriam ouvir acerca de Jesus.
Eles sofreram muito por causa da fé e por amor ao Cristo e, na maioria dos casos, é-lhes atribuída nas Escrituras morte violenta por causa do testemunho que deram.
  • Pedro (Simão Pedro) – É tido pelos católicos como o primeiro papa. Foi mártir na cidade de Roma em cerca de 66 d.C., durante a perseguição do imperador Nero. Pedro foi crucificado de cabeça para baixo a seu próprio pedido, por não se sentir de valor suficiente para morrer da mesma forma que o seu Senhor havia morrido.
  • André – Foi para a “terra dos canibais“, que hoje são os países que compuseram a ex-União Soviética, região identificada por Cítia, por Eusébio de Cesaréia. Os cristãos daquela região atestam que ele foi o primeiro a levar o Evangelho para lá. Ele também pregou na Ásia Menor, hoje conhecida como Turquia, e na Grécia, onde se diz ele ter sido crucificado. É considerado o fundador da igreja em Bizâncio (Constatinopla e, atualmente, Istambul), motivo pelo qual é considerado o primeiro Patriarca de Constantinopla.
  • Tomé – Foi provavelmente o mais ativo do apóstolos ao leste da Síria. Uma tradição informa que ele pregou até à Índia. Os cristãos indianos chamados Martoma, uma denominação muito antiga dentro do Cristianismo, o reverenciam como o fundador dela. Eles também atestam que Tomé foi morto lá pelas lanças de quatro soldados.
  • Filipe – Possivelmente teve um ministério muito poderoso em Cartago, no Norte da África, e então na Ásia Menor, onde a mulher de um pró-cônsul romano se converteu. Em retaliação, esse pro-cônsul mandou prendê-lo e matá-lo com muita crueldade.
  • Mateus – O coletor de impostos e escritor de um dos Evangelhos, ministrou na Pérsia (atual Irã) e na Etiópia. Um dos mais antigos comentários diz que ele não foi martirizado, enquanto outros dizem que ele foi apunhalado até morrer na Etiópia.
  • Bartolomeu – Fez viagens missionárias para muitas partes. Porém tal informação é passada através de uma tradição. Ele teria ido a Índia com Tomé, voltou à Armênia, e foi também à Etiópia e ao sul da Arábia. Existem várias informações de como ele teria encontrado a sua morte como mártir do Evangelho.
  • Tiago, filho de Alfeu, dito Tiago Menor – É um dos pelo menos três outros Tiagos referido no Novo Testamento. Existe alguma confusão sobre quem seria quem, mas este Tiago é considerado como sendo o que ministrou na Síria.
  • Simão, o Zelote – Teria ministrado na Pérsia e morto depois de negar sacrificar ao deus Sol.
  • Judas Tadeu ou Lebeu – um dos três Judas relacionados com o ministério terreno de Jesus Cristo, foi chamado para ser um dos doze, não podendo ser confundido com o traidor Judas Iscariotes (cfr. Jo.14:22), nem com o irmão (ou meio irmão) de Jesus, mencionado em Mc.6:3 e que foi o autor da Epístola de Judas. Diz a tradição que se dedicou à pregação do Evangelho na Judéia, Samaria, Mesopotâmia (hoje região do Iraque) e na Pérsia, aonde viria a ser martirizado juntamente com o Simão, o Zelote.
  • João – é o único dos apóstolos que se pensa ter morrido de morte natural em idade avançada. Ele era o líder da Igreja na região da cidade de Éfeso, e é-se dito de que tinha Maria, a mãe de Jesus, em sua casa, de quem cuidava. Durante a perseguição do imperador romano Domiciano, pelo meio da década de 90 d.C., ele foi exilado na Ilha de Pátmos. Foi ali, segundo se crê, que ele teria escrito o último livro do Novo Testamento: o Livro do Apocalipse. Uma tradição latina muito antiga informa que ele escapou sem se queimar, depois de ter sido jogado num caldeirão de óleo fervente. Isso teria acontecido na cidade de Roma.
  • Judas IscariotesJudas de Kerioth, localidade da Judéia.  este apóstolo era designado para cuidar do dinheiro recebido das ofertas , por ser um dos poucos instruídos.
    Tendo o diabo entrado em seu coação , foi enganado pelos sacerdotes que o induziram a mostrar onde estava Jesus a troco de 30 moedas de prata, prometendo que só o prenderiam durante as festividades da Páscoa Judaica.
    Depois que viu a crucificação de Jesus, Judas,  jogou as 30 moedas aos pés dos sacerdotes, indo se enforcar. Estes pegaram o dinheiro e compraram um terreno para servir de cemitério aos estrangeiros, sendo posteriormente chamado de Campo do Sangue.
  • Paulo (Paulo de Tarso), convertido após a Ascensão de Cristo, pelo que nunca chegou a conhecer pessoalmente o seu mestre. Embora não tenha convivido com Jesus, era considerado um apóstolo pelos outros, tendo recebido a missão apostólica a partir do próprio Jesus. Dedicou a sua missão especialmente aos não-judeus. Feito prisioneiro em Roma, foi acusado de crimes de falta de lealdade a Roma, e uma vez que era cidadão romano, foi executado por decapitação e não por crucificação.
  • Matias, escolhido para ficar no lugar de Judas Iscariotes. Uma tradição diz que São Matias foi para a Síria com André, e foi morto na fogueira.

Jornal dinamarquês seria alvo de plano terrorista devido à publicação de caricaturas de Maomé

O jornal dinamarquês "Jyllands-Posten" ficou mundialmente famoso depois de publicar, em 2005, caricaturas do profeta Maomé que provocaram intensos protestos de muçulmanos.

Na última quarta-feira (29) a polícia dinamarquesa deteve quatro pessoas suspeitas de planejar um ataque contra o jornal. Um quinto suspeito foi preso na Suécia.

A polícia de segurança PET da Dinamarca disse que os suspeitos pretendiam entrar em um prédio de escritórios em Copenhague que abriga vários jornais, incluindo o diário "Jyllands-Posten", e "matar o maior número possível de pessoas".

"Com base na investigação, a avaliação da PET é de que os detidos preparavam um ataque terrorista contra um jornal, que segundo a informação da PET era o 'Jyllands-Posten'", disse o órgão. "É igualmente a opinião da PET que o ataque deveria se realizar nos próximos dias."

O ministro da Justiça da Dinamarca disse que os suspeitos tinham um "passado de militância islâmica" e que a tentativa de ataque é o complô terrorista mais sério já ocorrido na Dinamarca.

Ligações com redes terroristas internacionais
Os homens presos na Dinamarca são um tunisiano de 44 anos, um libanês de 29 anos, um iraquiano de 26 anos que busca asilo e um homem de 30 anos cuja identidade ainda não foi estabelecida, segundo o diretor da PET, Jakob Scharf. O homem detido em Estocolmo era um sueco de origem tunisiana de 37 anos.

As quatro detenções na Dinamarca foram feitas nos subúrbios de Herlev e Greve, em Copenhague, e os artigos confiscados pela polícia incluem uma submetralhadora com silenciador, além de munição. Os detidos tinham ligações com redes terroristas internacionais, disse Scharf.

A polícia sueca disse que os suspeitos não têm ligação com um atentado a bomba praticado em Estocolmo duas semanas atrás, no qual somente o homem-bomba morreu. Nesse caso, um e-mail - que se considera vindo do atacante - foi enviado pouco antes do atentado, em protesto contra um artista sueco que também desenhou charges do profeta Maomé, assim como contra a presença militar da Suécia no Afeganistão.

História de ataques
Em 2005, o "Jyllands-Posten" publicou 12 caricaturas mostrando o profeta Maomé que os devotos muçulmanos consideraram uma blasfêmia. O caso provocou demonstrações em países muçulmanos, nos quais mais de 150 pessoas foram mortas. Um dos desenhistas, Kurt Westergaard, continua enfrentando ameaças de morte e já foi atacado várias vezes.

Segundo informações obtidas por SPIEGEL ONLINE, a célula de cinco homens estava sob vigilância da polícia, e as forças de segurança só entraram em ação quando viram o perigo de um ataque iminente.

Não está claro se a célula operava independentemente ou era dirigida por um grupo terrorista fora da Dinamarca. Vários dos homens presos pertenceriam ao cenário islâmico radical na Suécia.

"O 'Jyllands-Posten' é um alvo importante para terroristas jihadistas", disse a SPIEGEL ONLINE o analista sueco de terrorismo Magnus Ranstorp. "Qualquer um que o ataque se tornará imediatamente um astro nesse cenário."

A Al Qaeda fez diversos apelos a seus simpatizantes para que atacassem o jornal.

Fonte: Der Spiegel

Líderes religiosos da Nigéria condenam políticos por violência

Confrontos entre cristãos e muçulmanos desde a véspera do Natal deixaram 80 mortos no centro do país.Em coletiva de imprensa conjunta, líderes cristãos e muçulmanos da Nigéria acusaram os políticos de estimular a violência religiosa no país.O presidente da Associação Cristã, Ayo Oritsjafor, disse que alguns políticos tentavam tornar a Nigéria ingovernável.

Os líderes religiosos se encontraram após pelo menos 80 pessoas morrerem numa série de bombardeios e ataques no centro do país.Segundo a agência nigeriana de gerenciamento emergencial, que diz se basear em informações de hospitais locais, 190 pessoas se feriram nos atentados.Os ataques começaram na noite anterior ao Natal, com explosões próximas à cidade de Jos, que tem sofrido episódios de violência étnica e religiosa nos últimos anos.

Nas horas seguintes, jovens cristãos e muçulmanos passaram a se enfrentar.Na segunda-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou os "atos deploráveis de violência".

Ele enviou condolências às famílias das vítimas e apoiou os esforços do governo para levar os responsáveis à Justiça. O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, afirmou que o governo investigaria o ocorrido.O presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping, também expressou choque e tristeza com a violência.

Bombardeios

Os ataques ocorreram nas cercanias de Jos e na cidade de Maiduguri e sucederam explosões na noite de Natal em vilarejos perto de Jos.Os primeiros bombardeios mataram 32 pessoas e feriram cerca de 70.

Relatos dão conta de que duas bombas explodiram perto de um grande mercado. Um terceiro explosivo atingiu uma área majoritariamente cristã, ao passo que o quarto foi detonado próximo a uma estrada que conduz a uma mesquita.Em seguida, cerca de 30 pessoas atacaram uma igreja em Maiduguri, matando o pastor, fiéis e ateando fogo ao edifício. Outra igreja na cidade foi atacada, e um segurança morreu.Nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques.

No domingo, novos confrontos entre grupos armados ocorreram em Jos.

Testemunhas dizem que edifícios foram incendiados e pessoas fugiam enquanto policiais e soldados chegavam.

Ressentimento

Jos tem vivenciado episódios de violência na última década, com confrontos bastante mortíferos em 2001 e 2008.

As tensões advêm de décadas de ressentimento entre camponeses cristãos e muçulmanos que migraram do norte do país há muitas gerações.

Correspondentes afirmam que, embora os confrontos sejam frequentemente atribuídos a divisões religiosas e étnicas, a pobreza e o acesso à terra e a outros recursos são as suas causas principais.

Fonte: Estadão

Ministério da Educação já credenciou 43 seminários evangélicos

Das pregações campais de Jesus, passando pelas reuniões subterrâneas dos primeiros cristãos até os nossos dias, a forma de instruir os fiéis a respeito dos assuntos relacionados ao Reino de Deus mudou, institucionalizou-se e chegou às portas do Estado. Do didaqué às modernas salas de aula dos seminários, o que antes era motivo de perseguição e alvo de sussurros agora virou pauta de discussões e leis governamentais. Durante muito tempo menosprezado pela academia secular, o ensino teológico cristão ganhou no Brasil tônus oficial, com o reconhecimento, pelo governo federal, de dezenas de cursos de educação religiosa que se submeteram às exigências estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC) e ganharam status de instituições de nível superior. Antiga reivindicação dos estudantes de teologia, que se sentiam discriminados pelo poder público, essa oficialização, que acaba de completar dez anos, tem promovido profundas mudanças, mas ainda não eliminou alguns temores – como o de que a validação dos diplomas poderia prejudicar o caráter espiritual da transmissão do saber teológico.
Em meio aos debates sobre as vantagens desse reconhecimento, boa parte dos teólogos, professores, líderes denominacionais, representantes de instituições religiosas e alunos ainda não têm opinião consolidada. Agênese da questão foi a adoção do Parecer 241/99. Ali, o Conselho Nacional de Educação (CNE) estabeleceu o caráter universitário do curso teológico e a possibilidade de sua aceitação como tal. Na última década, muitas instituições buscaram o aval junto ao MEC. Atualmente, há 102 cursos de teologia, de diferentes linhas religiosas, com o selo oficial, segundo o site do Ministério (a lista completa está em http://emec.mec.gov.br/, digitando-se teologia). Desses, 43 são evangélicos. A quantidade oscila devido ao constante acréscimo ou descredenciamento de instituições, uma vez que as exigências são renovadas anualmente.
Como a conquista é ainda recente, a maioria dos especialistas prefere um discurso mais ponderado em lugar do entusiasmo. Mas é notório que a oficialização dos cursos conquista bem mais simpatia do que repúdio nos círculos acadêmicos evangélicos. “Hoje não há mais opção – a necessidade de credenciamento das faculdades e cursos de teologia é uma realidade não apenas inevitável, mas obrigatória por lei”, sentencia o diretor geral da Faculdade Teológica Batista de São Paulo (SP), Lourenço Stelio Rega. “O governo atendeu uma demanda que existia no nosso meio há muito tempo”. O professor, que também é pastor batista, destaca os benefícios disso para o corpo discente: “O aluno que se forma num curso oficializado tem a prerrogativa de ser reconhecido para continuar seus estudos em outros níveis, trazendo melhores condições para servir no ministério”. Na mesma direção vai Carlos Osvaldo Pinto, reitor do Seminário Bíblico Palavra da Vida, em Atibaia (SP): “A ideia do reconhecimento é boa, pois permite às escolas evangélicas a busca da excelência na formação de seus alunos”, opina.
Aperfeiçoamento técnico– O papel de avaliador para cursos de teologia do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), somado ao de diretor da Faculdade Teológica Sul-Americana de Londrina (PR), dá ao pastor presbiteriano Jorge Henrique Barro uma visão privilegiada sobre o assunto. Com a experiência de quem já avaliou muitas escolas teológicas por meio do Inep, autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação, Barro tem opinião favorável ao reconhecimento governamental. “Esse processo traz muitos benefícios para a escola. Melhora as condições técnicas do curso, como o projeto pedagógico e o plano de desenvolvimento institucional, bem como a biblioteca, o corpo técnico-administrativo e o próprio alunado”, avalia.
No entender do educador, uma escola que passa por esse teste cresce e se desenvolve com mais consciência educacional. “Torna-se uma instituição dirigida por gente melhor preparada para inseri-la no contexto federativo de ensino”, pontua. É justamente na questão da inserção da Igreja e de suas instituições de ensino no mundo que a cerca que o presidente da Associação de Seminários Teológicos Evangélicos (Aste), pastor Manoel Bernardino Filho, vê os maiores avanços com as novas legislações. Além do aperfeiçoamento técnico de escolas e alunos, ele também enxerga benefícios sociais no processo: “Por que buscar o reconhecimento? Porque a Igreja não é um gueto; é uma comunidade que precisa viver a cidadania, cujos membros devem estar inseridos de modo sadio na sociedade”, defende.
A questão do reconhecimento dos cursos de teologia segue uma tendência mundial, embora por meio de modelos diferentes. Nos Estados Unidos, são agências de cunho evangélico autorizadas pelo governo – como a Association of Theological School (ATS) e a Association of Biblical High Education (ABHE) – que dão a chancela aos seminários, mediante exigências severas. Em grande parte da Europa ocidental, como na Alemanha, a teologia é curso superior reconhecido, sempre ligado a uma universidade. Já no restante da América Latina, acontece o mesmo processo de oficialização que ocorre atualmente no Brasil. “Pode-se dizer que o movimento iniciado no final dos anos 1990 é irreversível e atinge todo o continente”, afirma Bernardino.
Por aqui, as primeiras escolas teológicas reconhecidas foram as católicas, especialmente as Pontifícias Universidades (PUCs). Além delas, já há cursos oficializados entre presbiterianos, metodistas, luteranos e assembleianos. Sendo a teologia uma área do conhecimento já reconhecida pelo MEC, os direitos e as regras advindas da oficialização são iguais para estabelecimentos de ensino ligados a todos os credos. E a diversidade religiosa do país faz com que outras confissões também estejam buscando seu lugar ao sol no panorama acadêmico nacional – caso de um curso de bacharelado em teologia espírita kardecista, em Curitiba (PR), e da Faculdade de Teologia Umbandista, em São Paulo. Nesta última, disciplinas como liturgia afro, botânica umbandista e administração de terreiros compõem a grade, que está sendo avaliada pelo MEC.
Confessionalidade– A sedução oferecida pelo status de nível superior derruba até mesmo um aspecto que, historicamente, causa calafrios em qualquer cristão: a influência do Estado sobre assuntos da Igreja. Afinal, desde Constantino I, o imperador romano que inseriu o cristianismo na esfera de poder a partir de 313 a.D., a miscigenação de governo religioso e eclesiástico tem provocado desastres teológicos, contaminação da fé e esfriamento espiritual. Porém, a possível ingerência do Ministério da Educação sobre os currículos dos cursos religiosos não parece incomodar tanto o pessoal da área. “Não vejo conflito de interesse nisso, porque eles passam pela avaliação de uma equipe de especialistas altamente credenciados para tanto”, endossa o pastor presidente da Igreja Evangélica Luterana do Brasil, Paulo Moisés Nerbas. Ele fala com conhecimento de causa, já que foi coordenador do primeiro curso de teologia protestante a ser reconhecido oficialmente no Brasil, o da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), sediado na cidade gaúcha de Canoas.
No entender de Nerbas, o reconhecimento vai ao encontro dos desejos das igrejas que mantêm instituições de ensino sérias e idôneas. “Essa legitimação oficial divulga a teologia no mundo acadêmico e atesta a seriedade, a integridade e a confiabilidade de um curso”, enumera. “Além disso, confere aos ministros religiosos um diploma que lhes abre portas de acesso muito interessantes, profissionalmente falando”. Por essa razão, o professor vê com bons olhos as exigências do governo para a adequação das escolas. “É um processo sadio”, afirma.
“O MEC não está preocupado com a questão da confessionalidade, mas com a qualidade das escolas e dos cursos oferecidos”, faz coro Manoel Bernardino. “É preciso dizer que o governo não reconhece um seminário, e sim o curso de teologia. Para isso, o seminário precisa criar uma faculdade dentro de sua estrutura”. Até o momento, de fato, não há interferência direta do governo no conteúdo do que tem sido ministrado nas salas de aula dos seminários. O Parecer 241/1999 é taxativo: “Os cursos de bacharelado em teologia sejam de composição curricular livre, a critério de cada instituição, podendo obedecer a diferentes tradições religiosas”. Noutras palavras, quem define de fato os critérios a serem seguidos são as próprias instituições de ensino, salvaguardando assim sua visão institucional e denominacional (ver abaixo).
“Se uma escola é de linha pentecostal, continuará sendo pentecostal. E nenhum seminário batista, por exemplo, precisa temer ter de se tornar presbiteriano”, continua o pastor Jorge Barro. Implantado ano passado, o Parecer CNE-CES 118/09 – elaborado por pessoal externo à área teológica, e que ainda não foi homologado – diz apenas que um currículo teológico deve atender a seis eixos: filosófico, metodológico, histórico, sócio-político, linguístico e interdisciplinar. Mas representantes evangélicos, como o professor Lourenço Rega, estão justamente no meio de um diálogo sobre ajustes e aperfeiçoamentos nesse Parecer com o ministro da Educação, Fernando Haddad – e, segundo ele, as autoridades do setor têm se mostrado receptivas.
“Febre descontrolada"
Em artigo publicado na revista católica Ciberteologia (Paulinas), o professor de teologia e ex-vice-reitor comunitário da PUC-SP João Décio Passos afirma que o Parecer 118/09significa um “avanço técnico” em relação aos anteriores. Segundo o especialista, a norma fornece parâmetros objetivos, que superam os de natureza unicamente formal até agora em vigor. Um deles, explica, é a exigência de um “perfil científico” dos bacharelados, de maneira análoga ao que já se observava nas graduações em ciências humanas. “A sua natureza normativa mantém, contudo, sob suas orientações, um senso comum em relação à teologia – ao que parece, ainda dominante no Conselho Nacional de Educação – de que ela é uma ‘coisa de Igreja’, constituída, portanto, por um universo de significados de fé sobre o qual o Estado não pode emitir nenhum parecer”, explica. Passos defende que cabe ao Ministério da Educação a função de legislar, mas sem entrar no mérito das opções de fé a que se relacionam.

Mas onde fica, nessa nova ordem, o caráter ministerial do ensino teológico? Para o presidente da Associação Evangélica de Educação Teológica na América Latina (Aetal), Márcio Matta, o credenciamento traz algumas desvantagens. Entre os problemas, estaria a desvirtuação da função histórica das escolas cristãs – “Afinal”, lembra, “elas foram criadas a fim de formar obreiros exclusivamente para ajudar a Igreja a cumprir sua missão”. Ele insiste na tese da separação entre Igreja e Estado: “Num primeiro momento, não há por que buscar o reconhecimento oficial para nossos cursos teológicos”, sustenta.
Para o presidente da Aetal, no entanto, é o próprio desenvolvimento técnico e acadêmico dos seminários que desencadeia essa aproximação. “À medida que inserimos matérias como psicologia, sociologia e filosofia em nossas grades, gera-se uma demanda natural para o reconhecimento do governo para este novo currículo”, observa. Esse fenômeno provocaria o que Matta classifica de uma “febre descontrolada” pela busca do reconhecimento, motivada pelos benefícios materiais que ele proporcionaria aos formandos – entre eles, a habilitação para o magistério de nível superior e a possibilidade de acesso a cargos públicos com exigência de graduação em terceiro grau.
O professor Neander Kraul, reitor do Seminário Bíblico Betel, no Rio de Janeiro, mostra-se bastante cético com relação aos benefícios do reconhecimento pelo sistema educacional nacional. “As evidências dão conta de que a Igreja praticamente nada ganhou com o reconhecimento, se o objetivo último dos seminários ao ofertar cursos de teologia for o de servir a Igreja”, ressalta. “Ao nivelarmos pura e simplesmente essa área de formação com as demais, passamos a admitir a teologia como campo profissional e derrubamos nosso antigo discurso de que pastores não são profissionais”, alerta. Ele vai além, e enxerga como “algo maligno” o que considera uma inquestionável ingerência do governo sobre as atividades educacionais cristãs. “O Estado passa a ditar o que é ‘religiosamente correto’. Ganhamos terreno numericamente, mas perdemos voz e influência quando se trata da verdade.”
Neander, que também é pastor, critica o nivelamento da verdade bíblica com todas as expressões religiosas. “Neste sentido, padronizar uma estrutura na qual se encaixe uma pretensa liberdade curricular é um detalhe sintomático”. Segundo ele, o segmento protestante é capaz, por si só, de desenvolver indicadores de qualidade e desempenho para nortear o trabalho dos seminários. “Sempre tivemos instituições sérias, que lutam na promoção de uma educação teológica de excelência”, lembra, acrescentando que esse ensino não pode ser visto como mais um nicho de mercado. Sobre a oficialização dos cursos teológicos, o reitor prefere lembrar o que já aconteceu no passado: “Algumas dessas iniciativas naufragaram”, aponta, “e outras estão fazendo muitos seminários que não querem ou não podem aderir ao novo modelo pecar, recorrendo a mecanismos moralmente escusos. Se tirarmos Deus do processo, como estão fazendo, tudo perde o sentido. A questão fundamental que levanto é de cunho ideológico, considerando nossa realidade histórica”, conclui.
Qualificação
A bem da verdade, ao longo destes dez anos, os seminários que já conquistaram o reconhecimento têm servido de laboratório. Por um lado, atender às exigências oficiais é custoso e exige muito investimento. Por outro, não se verificou uma corrida de novos alunos. Os dirigentes não detectaram aumento no número de matrículas por conta da novidade, e nem houve redução. Todavia, um efeito é notório: em muitas instituições, houve um sensível incremento na qualidade do ensino e na qualificação do corpo docente – o que é positivo para os alunos e, por tabela, para as igrejas, que receberão, em tese, obreiros melhor preparados.

O problema é que a necessária qualificação dos professores para atender às novas normas custou a alguns deles seus cargos. “Se muitos dos antigos mestres não acompanharem a evolução do ensino, não há como mantê-los”, reconhece o presidente da Aste. O que não significa, no entanto, que eles precisam ser necessariamente dispensados. “A instituição também pode investir nesse pessoal em outras áreas funcionais”, argumenta Márcio Matta. “Se você pleiteia uma função, precisa se preparar para ela, atender aos requisitos estabelecidos. Nenhum professor precisa ser dispensado, a não ser que ele próprio se desligue por julgar que não precisa de titulação”, concorda Manoel Bernardino.
No Seminário Teológico Escola de Pastores o assunto suscita bem menos polêmica. Alunos e professores saúdam o reconhecimento oficial dos cursos teológicos como um avanço. “Acredito que tem havido rumores infundados, visto que a intervenção do MEC não se dá em dimensões confessionais, mas em aspectos estruturais, acadêmicos ou pedagógicos, o que é um ganho para as instituições”, explica o diretor geral Luiz Vanderley Vasconcelos de Lima. Ela e a diretora acadêmica Maria Cristina Vidal entendem que a preocupação do Conselho Nacional de Educação é a de assegurar que o ensino da teologia tenha as características próprias de um curso de nível superior. “Teologia se faz com reflexão crítica e interdisciplinar”, aponta Lima, “mas sem abrir mãos dos joelhos que se dobram em oração. E nem o Ministério, e nem ninguém, pode nos tirar isso”, vaticina.
O caminho da oficialização
O processo de obtenção do reconhecimento começa com a entrada da documentação da instituição junto ao Ministério da Educação (MEC), o que pode ser feito pela internet. Uma vez vencida a fase documental, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) envia uma comissão verificadora, que procede a uma investigação com visitas às instalações e a análise de uma lista com mais de cem itens. O MEC examina, por exemplo, a estrutura física da instituição, a existência e tamanho de biblioteca, a  qualificação dos docentes e a funcionalidade – uma verificação estritamente técnica, e não confessional. As comissões que vão às escolas solicitantes são compostas por professores protestantes e católicos, ligados necessariamente a instituições que já tiveram seus cursos teológicos oficializados.

A legislação também já abre portas para que mesmo os alunos formados em teologia por cursos não reconhecidos pelo MEC obtenham a validação de seu diploma. Isso é possível caso o seminário onde tenham efetuado seus estudos possua requisitos mínimos de disciplinas e horas-aula. É preciso, para isso, que o interessado preste prova de ingresso junto a uma instituição que tenha o reconhecimento oficial e, uma vez aprovado, frequente um curso chamado validação em teologia (já oferecido pela Universidade Presbiteriana Mackenzie de S. Paulo, pala Faculdade Sulamericana de Teologia em Londrina, pelo Instituto Metodista Bennett do Rio de Janeiro, além de outros). Em geral, essa extensão tem duração de um ano e pode ser feita de maneira presencial ou à distância, com uma frequência mínima à instituição. Em ambos os casos são exigidos trabalhos, provas, avaliações, estágios e outros requisitos, sempre com notas e médias mínimas iguais às estabelecidas para os cursos oficializados. Na prática, o que esse processo de validação promove é uma adequação do curso não-reconhecido, segundo os padrões exigidos pelo Ministério da Educação.
 “O MEC não determina currículos”
ENTREVISTA
A posição oficial do Ministério da Educação (MEC) é a favor da equidade entre as diversas confissões religiosas. O diretor de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC, professor Paulo Roberto Wollinger, nega que haja privilégios para uma ou outra instituição em função de sua fé. “As regras são as mesmas para todas as instituições, independente da linha religiosa”, afirma. Ele também repudia a ideia de que o MEC determine os currículos dos cursos de graduação. Wollinger conversou com CRISTIANISMO HOJE:

CRISTIANISMO HOJE – Existem diferenças de critérios para credenciamento entre cursos católicos e evangélicos?
PAULO ROBERTO WOLLINGER – As regras para credenciamento e recredenciamento de instituições, bem como de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos de graduação são definidas pela Lei do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e demais instrumentos de regulação da educação superior. Essas regras são as mesmas para todas as instituições, independente da linha religiosa. A avaliação do curso é feita pela visita de uma comissão de especialistas à instituição. Esses especialistas analisam o projeto pedagógico, a composição e formação do corpo docente e a infraestrutura da faculdade, utilizando instrumentos de avaliação específicos. Dependendo da avaliação o curso pode ou não ser autorizado.
Até que ponto o Estado deve interferir na formação de um currículo de cunho religioso?
O Ministério da Educação é responsável pelo sistema federal de ensino, o que abrange as instituições públicas federais e as criadas e mantidas pela iniciativa privada. É importante destacar que o MEC não determina os currículos dos cursos de graduação; isso é uma atribuição das próprias instituições de ensino. O que existe são as Diretrizes Curriculares Nacionais, aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) que apresentam as características gerais dos cursos, com as competências e habilidades que os estudantes devem adquirir ao longo da graduação. Essas diretrizes servem como parâmetro para a formulação dos currículos pelas instituições.
Por Mauricio Zágari
Fonte: Cristianismo Hoje

Assédio Moral é desrespeito à Declaração Universal dos Direitos Humanos

Em razão da recente publicação em veículos de imprensa de artigo que questiona a atuação do Ministério Público do Trabalho no combate ao assédio moral praticado por patrões contra seus empregados, a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT)  divulgou hoje a seguinte nota:
A dignidade da pessoa humana está no artigo 1º da Constituição como um dos fundamentos da República brasileira. A dignidade é um valor, mas não é uma abstração. Tem um conteúdo materializado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, e na própria Constituição, em especial no artigo 5º.
O artigo VI da Declaração Universal dos Direitos Humanos diz que  toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida perante a lei.   Um desses lugares é o ambiente de trabalho, onde se passa grande parte da vida. É preciso cuidar em especial do reconhecimento da dignidade no ambiente de trabalho, porque neste há uma relação de poder entre empregador e empregado, que precisa ser delimitada por regras, para não se degenerar em abuso e exploração.
A violência praticada no ambiente de trabalho como ameaça à dignidade do ser humano é denominada assédio moral. O assédio moral é um conjunto de condutas abusivas, de qualquer natureza, exercido de forma sistemática durante certo tempo, em decorrência de uma relação de trabalho, e que resulta em vexame, humilhação ou constrangimento de uma ou mais vítimas. Tem a finalidade de se obter o engajamento subjetivo de todo o grupo às políticas e metas da administração, por meio da ofensa aos direitos fundamentais. Pode, mas não necessariamente, resultar em danos morais, físicos e psíquicos.
Se o assédio moral ameaça a dignidade do ser humano, precisa ser combatido. O Ministério Público do Trabalho (MPT) é um dos instrumentos que a sociedade brasileira criou para defender a dignidade no ambiente de trabalho e, em especial, os direitos sociais dos trabalhadores. Os membros do MPT têm se esforçado para cumprir esta obrigação constitucional. Foram, assim, propostas inúmeras ações civis públicas visando concretizar o direito de todo trabalhador de ser tratado dignamente e reconhecido como pessoa. Mas a atuação ministerial não se esgota na esfera judicial.
O Ministério Público do Trabalho também participa ativamente de iniciativas de esclarecimento de empregadores e empregados sobre os limites a serem observados para manter intacta a dignidade do ser humano no ambiente de trabalho. Apesar dos recursos extremamente escassos, têm sido viabilizadas campanhas de conscientização, que se somam ao esforço pessoal dos membros do Ministério Público, frequentemente convidados para proferir palestras sobre o tema e para escrever artigos doutrinários, o que fazem voluntariamente.
Contudo, alguns não se conformam com esta atuação, pois ainda possuem uma mentalidade arcaica que não reconhece o valor do ser humano. Não percebem que o trabalho existe para o benefício de todos e não somente para aferição do lucro.  Não se dão conta de que a produção pode ser alcançada sem desumanizar o trabalhador, sem tratá-lo como uma máquina ou como uma mera peça de engrenagem.
Exemplo deste pensamento ultrapassado pode ser encontrado em artigo que tem sido publicado em diversos veículos de comunicação, assinado pelo senhor Édison Freitas de Siqueira. Para atacar o Ministério Público do Trabalho, o senhor Siqueira maldosamente extrai frases do contexto a que elas pertenciam numa cartilha educativa e as utiliza para contestar o direito constitucionalmente assegurado aos trabalhadores de denunciarem quando estiverem sendo vítimas de assédio moral.
No entanto, nas modernas relações de trabalho, pautadas pela ética e responsabilidade social, essa cultura não tem mais lugar. Os que ainda pensam de forma contrária logo perceberão que o lucro é possível sem afrontar a dignidade do ser humano e que a produção é maior se o trabalhador estiver num ambiente de trabalho sadio e equilibrado, em que ele é tratado como uma pessoa.  A missão de um verdadeiro empreendedor vai muito além do enriquecimento.   Sua responsabilidade é ajudar na construção de um mundo mais humano.

Extraído de: Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho  

O BODE E O JEGUE E A POMBA .

É engraçado quando em meio as ministrações usamos figuras de aminais para ilustrações . Nos deparamos com as vidas sentadas na cade...