domingo, 23 de janeiro de 2011

A difícil luta dos cristãos no Oriente - Parte 1


   
ORIENTE MÉDIO - A Rua Khalil Hamada tem 20 metros de largura. De um lado fica a “Igreja Copta dos Dois Santos”; do outro uma mesquita. A igreja foi construída primeiro, mas alguns anos depois foi erigida a mesquita. E quando os cristãos construíram um novo anexo, os muçulmanos seguiram-lhes o exemplo. Com o passar do tempo, o minarete da mesquita tornou-se significativamente mais alto do que a torre da igreja. Cinco vezes durante o dia a mesquita fica lotada depois que o muezim faz o seu chamado para as preces. Já os sinos da igreja só tocam duas vezes por semana.

“O céu e a terra estão repletos de paz celestial”, cantavam os membros da igreja na véspera do Ano Novo. Isso foi também a última coisa que Mariam Fakri ouviu quando deixou a igreja com a sua irmã Martina, a mãe e a tia. Elas foram umas das primeiras a sair. Após terem passado o dia inteiro cozinhando, elas queriam voltar para casa para quebrar o jejum com uma refeição comemorativa. Mariam tinha 21 anos de idade e pretendia ficar noiva dentro da alguns dias. Além dos seus estudos universitários, ela também dava aulas para jovens na igreja aos domingos.

Mariam era alegre e extrovertida, e tinha vários amigos muçulmanos. Antes de seguir para a igreja, ela havia escrito na sua página do Facebook: “2010 acabou. Eu gostei de experimentar este ano. Eu tenho tantos desejos. Por favor, Senhor, fique ao meu lado e me ajude a realizá-los”.

Foi então que houve a explosão. Mariam morreu na Rua Khalil Hamada sob uma imagem do apóstolo São Marcos segurando uma pequena igreja nas mãos. Os parafusos, porcas e esferas de aço que haviam sido colocados na bomba também penetraram nos corpos das outras três mulheres. O único membro da família a sobreviver foi o pai de Mariam, que vinha atrás delas. No dia seguinte, ele teve que identificar a filha. O corpo dela estava tão terrivelmente queimado que ele mal pôde reconhecê-la.

Pouco depois, as quatro mulheres foram sepultadas no Mosteiro São Minas, juntamente com outras 17 vítimas, onde em breve se juntariam a elas duas outras. O mosteiro fica a cerca de 60 quilômetros de Alexandria. Embora o sepultamento neste local seja uma honra especial, isso se constituiu também em uma indignidade final: por motivos de segurança, as autoridades teriam insistido em que os sepultamentos fossem feitos fora da cidade. Assim, mesmo na morte, a cristã copta Mariam Fakri teve que acatar as ordens de um Estado que mostrou-se incapaz de protegê-la.

O sorriso de um assassino

Três dias após o ataque em Alexandria, cerca de 4.000 quilômetros a leste, um homem elegantemente vestido saiu de um café em Islamabad. Após encontrar-se com um amigo, Salman Taseer, o governador muçulmano de 66 anos de idade da província paquistanesa do Punjab, seguia para a sua casa na zona nordeste da capital paquistanesa.
Mas antes que Taseer pudesse entrar no seu carro, um homem corpulento emergiu do grupo dos seus guarda-costas, sacou uma arma e começou a dispará-la contra o governador. Quando os outros guarda-costas – que inicialmente ficaram parados sem fazer nada – finalmente dominaram o atirador, este apenas distendeu a face em um sorriso.

No chão em frente ao Café Gloria Jean"s jazia um homem baleado mais de 20 vezes. Um homem que havia enfrentado alguns oponentes poderosos: o fanatismo, o incitamento e o islamismo militante. Assim como Mariam, ele também divulgou online uma mensagem de Ano Novo: “Eu fui altamente pressionado para recuar diante das pressões quanto a blasfêmia. Recusei. Ainda que eu seja o último homem a resistir”, escreveu ele na sua página do Twitter. E, alguns dias mais tarde, ele acrescentou: “Paz, prosperidade e felicidade para o ano novo...eu estou cheio de otimismo”.

O medo disseminado pelos inimigos de Taseer o perseguiram mesmo após a morte. Quando a sua família quis enterrá-lo no dia seguinte, segundo os costumes muçulmanos, até mesmo o líder de orações designado pelo governo recusou-se a proferir sequer o primeiro verso dos rituais fúnebres muçulmanos. Um clérigo do partido de Taseer acabou se prontificando a realizar a tarefa. E o seu suposto amigo, o presidente do Paquistão, não compareceu ao funeral – por motivos de segurança.

Uma realidade sangrenta

Por menores que sejam os fatores em comum entre a morte em Islamabad e o massacre em Alexandria, existe um vínculo entre os dois incidentes. Eles deixam claro que, no início da primeira década após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, o “choque de civilizações” - utilizado por cientistas políticos ocidentais como um paradigma teórico – tornou-se uma realidade sangrenta para os cristãos no Oriente. O islamismo é a religião majoritária em oito dos dez principais países nos quais os cristãos são perseguidos, segundo a “World Watch List”, uma lista compilada anualmente pela organização cristã Open Doors. Em sete desses países, a situação deteriorou-se para os cristãos em 2010.

E não são só o papa, os bispos e os patriarcas que estão fazendo apelos mais urgentes do que nunca para que esses cristãos sejam protegidos. Um número cada vez maior de políticos – desde o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, até Volker Kauder, o líder parlamentar do partido da chanceler Angela Merkel, a União Democrata Cristã (em alemão, Christlich Demokratische Union Deutschlands, ou CDU) – está intensificando as advertências.

“Nós já passamos daquele estágio no qual a única coisa que podemos fazer é manifestar o nosso desapontamento e a nossa tristeza”, reclamou recentemente a ministra das Relações Exteriores da França, Michèle Alliot-Marie. Ela exigiu um plano coordenado da União Europeia para a proteção dos cristãos no Oriente Médio. A questão deverá ser inserida na agenda da reunião dos ministros das Relações Exteriores dos países que integram a União Europeia, que deverá ocorrer no dia 31 de janeiro próximo.

No entanto, uma quantidade maior de apelos não será suficiente. A situação está muito mais séria do que se encontrava apenas alguns meses atrás. Os recentes ataques no Egito e no Paquistão constituíram-se em exemplos de como os regimes do mundo muçulmano se encontram fracos. Eles podem ter inserido a proteção às minorias religiosas nas suas constituições, mas há muito tempo eles perderam a capacidade de proteger os cristãos e outras minorias. Até mesmo as elites que desejam fazer algo perderam o poder para alterarem esta situação.

Uma promessa solene

“Vocês estão livres”, afirmou Mohammed Ali Jinnah, o fundador do Paquistão, em um discurso que proferiu em 1947 na convenção constitucional. “Vocês estão livres para irem aos seus templos, estão livres para comparecerem às suas mesquitas ou a qualquer outro local de culto religioso neste Estado do Paquistão. Vocês podem pertencer a qualquer religião, casta ou credo...”. O discurso traduziu uma visão de tolerância religiosa; e foi também uma promessa solene.

Quando o novo país instituiu o seu código penal, ele manteve quatro seções que os governantes coloniais britânicos tinham elaborado para a Índia em 1860. Elas ainda estão em vigor nos dias de hoje. Essas seções preveem penas de até dez anos de prisão para quem profanar locais sagrados, interromper reuniões religiosas, profanar cemitérios e insultar intencionalmente sentimentos religiosos.
De 1947 a 1986, houve apenas cinco condenações baseadas nessas seções. Mas na década de oitenta, o presidente islamita paquistanês Mohammad Zia-ul-Haq, o general que assumiu o cargo máximo do país após um golpe militar, fortaleceu as leis. Ele tornou ilegal manifestar desrespeito ao Alcorão e denigrir o profeta Maomé. As quatro seções dedicadas à proteção de todas as religiões foram substituídas por duas novas sobre a blasfêmia – focadas inteiramente no islamismo. Uma delas previa uma pena de prisão perpétua; a outra a morte. O Ocidente não fez nada quanto a isso. Enquanto o exército soviético, o rival comunista, permanecesse na porta ao lado, no Afeganistão, os norte-americanos não viam problema algum em um ditador islâmico no Paquistão.

O abuso da lei começou imediatamente. Para que alguém fosse condenado por blasfêmia, bastava que um muçulmano “confiável” testemunhasse perante um juiz muçulmano assegurando que a suposta violação da lei de fato ocorrera – sem sequer ter que dizer que palavras exatas teriam sido utilizadas no insulto. Mesmo que durante todos estes anos o Paquistão ainda não tenha aplicado nenhuma sentença de morte por blasfêmia, cerca de mil paquistaneses foram acusados de violar as duas novas seções do código penal. Em novembro passado, por exemplo, uma camponesa cristã analfabeta chamada Asia Bibi foi condenada por blasfêmia por ter supostamente denigrido o profeta Maomé durante uma briga com uma vizinha.

Fonte UOL

A difícil luta dos cristãos no Oriente - Parte Final


   
ORIENTE MÉDIO - Foi contra esse veredicto e essas seções penais relativas ao crime de blasfêmia que Salman Taseer, o governal liberal do Punjab, se voltou neste inverno do hemisfério norte. Ele invocou o nome de Jinnah, o fundador do Paquistão.

Taseer visitou na cadeia a mulher que havia sido condenada à morte e, na Internet, zombou dos mulás que o odiavam devido a essa visita. Na sua página no Twitter, Taseer escreveu que um dos seus rivais tinha “implantes de cabelos” e que um outro usava “uma peruca mofada”. Isso acabou se transformando na sua sentença de morte.

O fato de o seu assassino, Malik Mumtaz Qadri, um fanático conhecido pela polícia, ter conseguido fazer parte da segurança de Taseer revela até que ponto a elite secular do Paquistão se tornou isolada – e como o jihadismo ficou perigoso.

Após o assassinato, quando Qadri foi colocado diante de um juiz para um depoimento preliminar, advogados lançaram pétalas de rosas sobre ele e se ofereceram para defendê-lo gratuitamente. Uma associação de 500 estudantes religiosos – incluindo vários que anteriormente eram tidos como moderados – enalteceram o assassino e advertiram outros para que não participassem do funeral de Taseer, afirmando: “Quem apoiar aquele que pratica o mal é ele próprio um praticante do mal. Aquilo que Qadri fez encheu todos os muçulmanos de orgulho”.

Ahmed Rashid, o principal intelectual paquistanês, que participou da cerimônia apesar da advertência, reclamou em uma entrevista à rede de televisão CNN: “Além do assassino, ninguém mais foi preso. Não parece haver nenhuma ação repressiva, e tem-se a impressão de que o governo está recuando para não fazer nada”. Esta é uma situação que preocupa os liberais paquistaneses porque, embora o extremismo continue a se difundir, os problemas econômicos, políticos e sociais do país continuam se acumulando. “Existe uma polarização gravíssima no país”, alertou Rashid.

Grupos extremistas marginais

Rami Khouri, um respeitado comentarista árabe cristão do Líbano, chegou à mesma conclusão após o ataque a bomba em Alexandria. “Os ataques brutais contra cristãos no Iraque e no Egito refletem a ação de uma pequena minoria de criminosos fanáticos, e não representam a visão da maioria muçulmana no mundo árabe”, escreveu Khouri logo após o atentado.

“Porém, eles se encaixam em um padrão mais amplo contrário à pluralização e de polarização e compartimentação cada vez maiores da sociedade árabe, não importando se as populações em pauta sejam compostas de cristãos, curdos, palestinos, assírios, xiitas, sunitas ou outros grupos distintos que vivem cada vez mais em meio a pessoas de orientação semelhante, em vez de coexistirem em comunidades mistas”. Ele acrescentou que, no mundo árabe, três gerações mostraram-se incapazes de criar Estados estáveis e integrados e, sobretudo, de “conter a devastação” provocada por grupos extremistas marginais.

O mais grave desses ataques foi executado pela Al Qaeda no Iraque. Durante anos, esse grupo terrorista sunita tentou cindir grupos sociais e fomentar a guerra civil entre pessoas de fés diferentes no Oriente Médio – e não apenas no Iraque. Durante os últimos meses a organização vem ameaçando os cooptas do Egito e outros cristãos da região.

Incitados pela retórica que o governo norte-americano utilizou quando lançou a sua primeira “guerra contra o terrorismo” há alguns anos, os terroristas retrataram os cristãos do Oriente como aliados dos “cruzados” em uma conspiração de âmbito global contra o islamismo. Na semana passada, eles divulgaram uma fita de áudio repetindo uma das suas antigas alegações: de que os coptas egípcios aprisionam nos seus mosteiros mulheres cristãos que se converteram ao islamismo. “Quando vocês transformarem as suas igrejas em prisões, nós as transformaremos nas suas sepulturas”, ameaça o narrador.

A estratégia é ao mesmo tempo simples e insidiosa. Ao contrário dos xiitas no Iraque, por exemplo, os cristãos no mundo muçulmano não possuem milícias fortes, um fato que os torna particularmente vulneráveis. Para a Al Qaeda e o Taleban Paquistanês, que assumiu a responsabilidade pelo ataque contra Taseer, o sucesso consistiria em desencadear um conflito que ameaçasse não só os cristãos, mas também todos os governos.

De fato, existem vários países que poderiam ter esse destino: o Iraque, que teve 2.000 dos seus cristãos assassinados nos últimos anos, além das centenas de milhares que fugiram do país; a Síria, onde três milhões de cristãos até o momento têm vivido sem serem molestados; o Líbano; a Jordânia e até mesmo os países do Golfo Pérsico, que têm milhões de trabalhadores imigrantes cristãos, especialmente da Ásia. No entanto, no topo da lista está o Egito, cujos sete milhões de coptas fazem deste o país do Oriente Médio que abriga a maior população cristã.

“O governo fracassou”

Mohammed Awad é um intelectual muçulmano de Alexandria bastante conhecido, e que que tem um escritório na Bibliotheca Alexandrina, uma nova e arrojada estrutura de concreto e vidro na área portuária antiga da cidade histórica. Segundo ele, o verdadeiro alvo do recente ataque foi o Estado secular, e não os coptas.

“Na década de noventa, eles atacaram turistas e reformistas muçulmanos liberais, e agora foram os coptas”, diz Awad. Mas ele acrescenta que o princípio é o mesmo: qualquer prejuízo do Estado se constitui em lucro para os fundamentalistas. “O governo fracassou no que se refere à democracia, aos direitos humanos, ao fornecimento de moradia e serviços. O sistema de saúde não funciona e as condições de higiene são péssimas. Apesar de todo o seu poder, o Egito ainda não foi capaz de atender às necessidades básicas dos seus cidadãos”.

Agora, continua ele, após 30 anos no poder, Hosni Mubarak se vê incapaz de proteger os seus próprios cidadãos. “Isto não se trata de um conflito entre muçulmanos e cristãos”, conclui Awad. “O que estamos presenciando é um conflito entre o Estado e os fundamentalistas”.

Girgis al-Makar, um copta de 33 anos de idade que prefere usar um pseudônimo na reportagem, discorda. “O Egito possui uma longa história de perseguição contra os cristãos”, diz ele, acrescentando que a comunidade copta não foi batizada por acaso de “Igreja dos Mártires”. Al-Makar ainda se recorda dos seus anos de escola, quando era insultado pelas outras crianças e recebia notas baixas, apesar do seu bom desempenho.

Ele acabou estudando egiptologia, arqueologia islâmica e história, incluindo um período de seis anos passados na Universidade de Heidelberg, na Alemanha. Mas ele até hoje não conseguiu um emprego em Alexandria. “Como cristão, eu não possuo nenhum contato influente”, diz ele. Aliás, quando ele se inscreveu para empregos, uma das pessoas que o recusou foi Mohammed Awad. Atualmente esse egiptólogo de alto nível educacional ganha a vida dando aulas de alemão.

Após o ataque, al-Makar não acreditava que fossem haver quaisquer pedidos de desculpas. Mas ele esperava talvez presenciar alguma manifestação de pesar ou ouvir umas poucas palavras de simpatia. No entanto, no trabalho ninguém sequer mencionou o ataque para ele. Al-Makar ficou indignado por este silêncio.

Uma mesquita na porta ao lado

Os coptas se constituem em mais ou menos 10% da população do Egito. Mas existem quase 95 mil mesquitas no país, contra apenas 2.000 igrejas. O ministro da Religião, Mahmoud Hamdy Zakzouk, que defende o Estado secular, afirma: “Em breve, entrará em vigor uma lei para regulamentar a construção de igrejas também. Isso ajudará os coptas”. No momento, reclama al-Makar, são necessários vários anos para que os coptas recebam autorização para construir uma igreja. “E quando eles finalmente a recebem, os muçulmanos são indenizados com uma permissão para construírem uma mesquita na porta ao lado”.

O ataque a bomba se constitui no episódio mais negativo de uma antiga disputa. Desde a década de setenta, cerca de 200 coptas foram assassinados, especialmente no sul do país. Os muçulmanos atacaram mosteiros, vilas e empresas de cristãos, e monges cristãos foram sequestrados, torturados e obrigados a se converterem ao islamismo.
Nos últimos dias, os coptas têm feito protestos diários, incluindo um choque violento entre manifestantes e a polícia no Cairo na última quarta-feira (12/01). No início deste mês, manifestantes coptas em frente à Catedral de São Marcos, no Cairo, atiraram pedras contra um ministro que fez uma visita ao papa Shenouda 3º, o patriarca da Igreja Copta do Egito, para manifestar as suas condolências. Antigamente as manifestações costumavam ser exclusivamente muçulmanas. O fato de os coptas saírem às ruas para protestar é uma novidade.

Uma questão em particular enfurece os muçulmanos: as conversões ao cristianismo. Um padre que alega batizar quase que diariamente novos convertidos ao cristianismo prefere que o seu nome não seja publicado. A sua paróquia também faz parte da lista de alvos publicada pela Al Qaeda. Mesmo assim, no Natal, só havia dois policiais de guarda em frente à igreja, e eles não revistavam ninguém.

Parte 3: “Reze por aquele que o persegue”

O padre, um homem idoso com olheiras profundas, diz não ser nenhum missionário. Ele alega que só deseja ajudar quando muçulmanos o procuram fazendo perguntas sobre o cristianismo. Quando essas pessoas demonstram seriedade quanto à aceitação da sua fé, ele as prepara para serem batizadas.

Tudo tem que ser mantido em sigilo: as aulas de estudos bíblicos, o próprio batismo e a identidade do fiel. “As convertidas do sexo feminino continuam usando véu para não atraírem atenção”, diz o padre. Apesar do sigilo, agentes de inteligência do Egito sabem o que ele está fazendo. Periodicamente eles enviam mensagens de texto por telefone celular ao padre dizendo que este está sendo vigiado.

O padre não tem permissão para viajar ao exterior, e o Estado o vê como uma ameaça à segurança nacional. O serviço de inteligência também manda para ele ocasionalmente falsos potenciais convertidos. Por este motivo, ele primeiro testa aqueles que o procuram com perguntas sobre a Santíssima Trindade e a vida de Jesus. “Certa vez uma mulher começou a fazer investidas românticas, acredito que com o objetivo de que, desta forma, o serviço de inteligência pudesse ter algo contra mim”, conta o padre.

Em uma outra ocasião, um convertido foi preso quando tentava fugir do país e acabou sendo obrigado a espionar o padre. “Eles lhe deram uma caneta com um gravador escondido”, diz o sacerdote. “E depois eles editaram as gravações de forma que parecesse que eu insultei o islamismo”. De fato, ele está convencido de que o serviço de inteligência utilizará algum dia as gravações e publicará o seu conteúdo quando achar ter chegado o momento apropriado para isso.

O padre prefere não dizer quantos muçulmanos vêm se convertendo ao cristianismo. No Egito, assim como em vários outros países predominantemente muçulmanos, o proselitismo é ilegal. Mas ele diz que “são tantos que temos até uma lista de espera”.

“Uma folha de papel manchada de sangue”

Entretanto, o Egito ainda não é como o Paquistão. De fato, após o ataque contra os coptas, ninguém comemorou essa ação publicamente e não se viu nenhum advogado brigando pela oportunidade de defender os perpetradores – se é que algum dia algum perpetrador será identificado. Em vez disso, o ataque foi energicamente condenado – pelo presidente do Egito, pelo xeque da Universidade Al-Azhar, a proeminente instituição de pensamento religioso sobre o islamismo sunita, e até mesmo pelo líder da fundamentalista Irmandade Muçulmana.

Cinco dias após o ataque, quando os fiéis se reuniram mais uma vez na “Igreja dos Dois Santos” para a comemoração copta do Natal, mais do dobro da quantidade normal de cristãos participou da cerimônia, e as pessoas se aglomeraram no pátio. Auxiliares distribuíam tarjas brancas com a inscrição bíblica de São Mateus 5:44: “Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem”.

Sobre a cruz de madeira na igreja está afixada uma folha de papel manchada de sangue. E alguém pregou também um pôster mostrando Jesus e os seus apóstolos no céu. Imagens das vítimas do atentado, incluindo Mariam, foram superimpostas às cabeças dos discípulos de Jesus. “Eu estou feliz”, diz um dos membros da congregação. “Os nossos mártires estão agora com Jesus; eles estão bem”.

Mais uma vez, a congregação entoa cânticos. E mais uma vez, o céu e a terra estão tomados pela paz celestial. Desta vez, tudo permanece calmo. E, à medida que os cristãos deixam a igreja, e possível ver algumas dezenas de muçulmanos segurando velas por trás de uma barreira de policiais – desejando em voz baixa um feliz Natal aos coptas.

Muçulmanos queimam casa de cristão copta .


   
 
Igreja Copta Ortodoxa no Egito  
Muçulmanos atearam fogo a propriedades de um copto num povoado do Egito depois de rumores segundo os quais este cristão teria mantido relação com uma muçulmana, indicaram membros das forças de segurança.

A polícia prendeu vários muçulmanos suspeitos de terem queimado cinco casas e um armazém na localidade de Al Nawahid, na província de Qena (450 km ao sul do Cairo).
A maioria das pessoas envolvidas são parentes da jovem muçulmana suspeita de envolvimento com o cristão.

A região de Qena, com uma grande comunidade copta ortodoxa, já foi no ano passado palco de episódios violentos entre grupos religiosos.

Em janeiro pasado, seis coptos foram mortos por homens que abriram fogo contra os fieis quando saíam de uma igreja na véspera do Natal copta.

Os coptos, ou cristãos do Egito, representam entre 6 e 10% da população egípcia, em sua grande maioria de confissão muçulmana sunita, e denunciam que são marginalizados.

Há duas semanas, os coptos foram alvo de ameaças por parte de uma facção da Al-Qaeda no Iraque, que os acusa de sequestrar dois cristãos convertidos ao Islã.



 ( Agora eu pergunto . Isso é amor ? bando de mentirosos.)

Fonte: G1
 

sábado, 22 de janeiro de 2011

Negociação nuclear com Irã entra no segundo dia

Negociação nuclear com Irã entra no segundo dia

Irã afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos
O Irã e seis potências mundiais se reúnem neste sábado para a segunda jornada de negociações a respeito do programa nuclear iraniano.

No primeiro dia do encontro, em Istambul, na Turquia, diplomatas iranianos e do grupo de seis potências deram versões conflitantes do andamento dos debates.

Negociadores dos cinco países do Conselho de Segurança da ONU (EUA, China, Rússia, França e Grã-Bretanha) e a Alemanha querem um acordo pelo qual o Irã se desfaça de seu urânio com baixo grau de enriquecimento.

Estima-se que o país tem 3 de toneladas desse material - que, com mais enriquecimento, poderia ser usado na fabricação de armas nucleares.

O Irã diz que seu programa nuclear é pacífico e tem fins civis.

Após a conclusão do primeiro dia de negociações, na sexta-feira, os relatos das duas partes foram conflitantes.

Uma equipe de negociadores iranianos - que querem discutir a questão da segurança regional no Oriente Médio - declarou à imprensa que as sessões transcorreram em uma "atmosfera positiva".

Mais tarde, entretanto, um diplomata ocidental disse que as potências estavam "frustradas" pelo que disse ser uma inflexibilidade iraniana. Os representantes do ocidente querem limitar a discussão ao programa nuclear iraniano.

Antes do encontro, um porta-voz do Departamento de Estado americano afirmou não esperar grandes avanços nestas negociações, mas sim o início de um "processo construtivo, que leve o Irã a se engajar com a comunidade internacional".

A ONU já impôs quatro rodadas de sanções ao Irã, acusando o país de falta de transparência em relação ao seu programa nuclear.
 
BBC Brasil

Chávez anuncia chegada de tanques comprados da Rússia

Chávez anuncia chegada de tanques comprados da Rússia

Presidente da Venezuela diz que Rússia ajuda na defesa de seu país
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou na sexta-feira (21) à noite que o país receberá em breve os tanques comprados da Rússia, como resposta a um grupo de deputados opositores que pretende criar uma lei para reduzir a compra de armamento.

"Em breve começarão a chegar vários batalhões de tanques russos para a defesa da Venezuela", declarou Chávez em um ato transmitido por emissoras de rádio e letevisão.

"Dizem que vão pedir uma lei para impedir a compra de armamento militar. Graças à Rússia temos nossa aviação de defesa com foguetes estratégicos, com os melhores helicópteros do mundo. Nossos soldados não tinham nenhum fuzil, agora temos os melhores, não tínhamos nenhum radar de defesa e graças à China agora temos", completou.

Chávez respondeu assim ao discurso dos novos deputados opositores, que assumiram 40% das cadeiras do Parlamento no início do mês, e que têm como proposta criar uma lei para impedir a compra de armas pelo governo.

Entre 2005 e 2007 o governo venezuelano assinou contratos de defesa de mais de quatro bilhões de dólares para comprar da Rússia aviões Sukhoi, helicópteros de combate e fuzis, entre outros equipamentos.
G1

SBB Distribui Bíblias em Cestas Básicas na Região Serrana do Rio

Com o apoio da Subsecretaria Regional da Educação, a SBB visitou igrejas que estão oferecendo assistência e distribuindo cestas básicas aos desabrigados


Na última terça-feira (18/01), integrantes da equipe da Secretaria Regional da SBB no Rio de Janeiro deram continuidade ao trabalho desenvolvido na região serrana do Rio de Janeiro. Desta vez estiveram em Nova Friburgo, a cidade mais afetada por essa tragédia, e fizeram contato com igrejas locais e instituições que atendem os desabrigados para levar até eles a Palavra de Deus.

Em cada kit de alimentos, a equipe da SBB colocou uma Bíblia, a fim de levar esperança e conforto às vítimas dessa calamidade.

Para saber sobre como colaborar com a SBB para a realização desse trabalho podem ser obtidas pelo e-mail webmaster@sbb.org.br



Informações sbb.org.br

Avec disponibiliza conta para receber doações



A Associação Vitória em Cristo está há mais de uma semana mobilizando ajuda para as vítimas da Região Serrana do RJ. Só até a última quarta-feira, 19 de janeiro, foram enviadas 18 toneladas para desabrigados e desalojados na cidade de Teresópolis, uma das mais atingidas. Atendendo a solicitações de Parceiros Ministeriais que não podem enviar donativos por morarem em outro estado, disponilizamos uma conta da Avec para receber doações financeiras e revertê-las em alimentos e materiais de primeira necessidade às vítimas da chuva no Rio de Janeiro. Faça parte dessa corrente!

Conta para doação:

Banco Itaú
Agência: 6002
Conta Corrente: 36367-6

Vale lembrar que o prazo para o recebimento das doações foi estendido por tempo indeterminado, visto que a situação dos moradores da Região Serrana ainda é muito crítica. Quem mora no Rio de Janeiro pode entregar sua doação no estacionamento da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, na Penha, situada na Rua Montevideú, 1.191.
 
Por Vitória em Cristo

O BODE E O JEGUE E A POMBA .

É engraçado quando em meio as ministrações usamos figuras de aminais para ilustrações . Nos deparamos com as vidas sentadas na cade...