A história mais conhecida da vida do profeta Daniel é sobre a noite que ele passou numa cova de leões. Depois de resumir a história, vamos refletir no motivo de Daniel deixar as janelas da sua casa abertas.
Daniel foi levado ao cativeiro babilônico 605 anos a.C. e passou o resto da sua vida longe da sua terra natal. Ele foi formado para servir na administração do governo e continuou na Babilônia durante o resto da história daquele império. Quando a Babilônia caiu aos Medo-Persas em 539 a.C., Daniel ainda estava vivo e foi reconhecido no novo governo por sua fidelidade e competência. Ele logo foi colocado numa posição importante no novo governo. Esta ascensão de Daniel provocou inveja entre outros oficiais do governo, e procuraram meios para derrubar este judeu. Perceberam que o único ponto vulnerável seria a fé deste homem, e assim tramaram contra ele. Persuadiram o rei a assinar um decreto que proibia que seus sujeitos fizessem qualquer petição a outros poderes, a não ser ao próprio rei. A cilada estava armada e pronta para Daniel!
Daniel costumava orar ao Senhor três vezes por dia com as janelas da sua casa abertas. Mesmo sabendo do decreto do rei, ele continuou orando da mesma maneira de sempre, e seus rivais conseguiram o motivo desejado para prendê-lo. O rei gostava de Daniel e não queria aplicar a pena prevista, mas suas mãos estavam atadas pela lei. Daniel foi jogado aos leões, onde Deus o protegeu.
Sabemos que tudo deu certo, mas ainda ficamos com uma pergunta: por que Daniel não fechou as janelas? Com certeza, ele entendeu que as orações são para Deus e não para os homens. Deus não ouviria suas orações em secreto?
Estas perguntas se tornam ainda mais interessantes à luz do ensinamento de Jesus mais de 500 anos depois. Jesus repreendeu os religiosos da sua época, condenando suas práticas de oração. Ele disse: “E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mateus 6:5-6).
Se Daniel tivesse orado em secreto, como Jesus disse, não teria passado aquela noite com os leões famintos. Por que ele não fez isso?
Ironicamente, a resposta se encontra nestes mesmos ensinamentos de Jesus. O problema com as orações dos hipócritas foi o desejo de chamar atenção para si, negando a glória devida a Deus. Eles não pensavam principalmente em serem ouvidos por Deus, e sim em serem admirados pelos homens. Jesus ensinou sobre a exaltação do Senhor e exigiu a humildade dos homens.
Daniel, porém, orou com as janelas abertas para engrandecer o nome de Deus, mesmo arriscando sua própria vida. Ele pensou na glória de Deus, e não em benefício próprio.
Quando oramos ao Senhor, o importante não é o local. Deus aceita orações públicas e particulares, e também rejeita orações abertas e secretas. O princípio frisado, tanto no exemplo de Daniel quanto no ensinamento de Jesus, é o mesmo que precisamos lembrar em todas as nossas orações, e em todos os nossos outros atos: a glória pertence a Deus, e não a nós! Qualquer pessoa que ora, independente do local e ambiente, para se destacar diante dos homens, peca contra Deus e nega a glória que lhe é devida. Deus não ouvirá tais orações egoístas. Por outro lado, o servo do Senhor que ora com sinceridade e humildade e respeita a vontade de Deus pode ter certeza de que Deus ouve suas petições: “E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1 João 5:14).
VIA GRITOS DE ALERTA.
DENNIS ALLAN
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