Apocalipse 20:7-15
Durante todos os mil anos do futuro reino de Cristo sobre a terra, todos os povos estarão submetidos a uma disciplina firme - o Seu cetro de ferro - e livres da influência de Satanás. Multidões entrarão no milênio e também multidões nascerão durante o milênio. Provavelmente este será o período de maior explosão populacional na terra, livre de enfermidades e conflitos, e o florescimento dos desertos contribuirá para o amplo sustento da sua imensa população.
Apenas o coração humano continuará o mesmo nestas circunstâncias: ao fim do milênio Satanás será solto a fim de que ele possa levar a efeito uma última provação da humanidade com respeito à sua fidelidade a Deus. Lamentavelmente muitos, cujo número é como a areia do mar, serão enganados por ele, e incitados a tomar parte em uma rebelião contra o reino de Deus.
As forças do mal que se juntam para batalhar contra o povo de Deus são simbolizadas por Gogue e Magogue. Jafé, filho de Noé, tinha um filho chamado Magogue (Gênesis 10:2), e Ezequiel apresenta Gogue como sendo um líder dos exércitos que combaterão contra Israel antes dos sete anos da tribulação (Ezequiel 38 e 39). Os inimigos do povo de Deus que, semelhantemente, se juntarão vindos do mundo inteiro para cercar o arraial dos santos e a cidade amada (Jerusalém) são novamente representados por estes nomes. O arraial estará num planalto sobre uma alta montanha, contendo a sede do governo mundial, com Jerusalém e o novo templo.
Todos os revoltosos serão devorados por fogo do céu.
Imediatamente depois disto, o seu enganador Satanás terminará a sua carreira criminosa e será lançado no lago de fogo e de enxofre, onde já estarão a besta e o falso profeta: o Senhor Jesus explicou aos seus discípulos que esse lugar fora preparado especialmente para o diabo e os seus anjos (Mateus 25:41). Ali serão atormentados dia e noite para todo o sempre: um destino terrível. A realidade desta situação é impossível de descrever em termos humanos: o lago de fogo é um lugar, mas também é uma existência consciente de tormento, num estado de separação permanente de Deus.
Em seguida virá o julgamento conhecido como do grande trono branco: assentado sobre ele como o Juiz Supremo de toda a criação estará o Senhor Jesus Cristo (João 5:22, Atos 10:42, 1 Pedro 4:5), autor de todas as coisas (Colossenses 1:16-17).
O primeiro ato de julgamento dirá respeito ao nosso planeta e a sua atmosfera (a terra e o céu), que passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo se desfarão, e a terra, sua superfície e o mar, e as obras que nela há se queimarão (Gênesis 1:8-10, Mateus 24:35, 2 Pedro 3:7,10). Note-se que, embora a terra tenha sido renovada no início do reino de Cristo, ela se poluirá novamente, irrevogavelmente, com a rebelião de parte da humanidade. Será necessário destruir tudo o que se encontrar em sua superfície, os oceanos e a própria atmosfera, para prepará-la para uma nova criação (talvez os justos em seus corpos naturais ao fim do milênio terão seus corpos transformados para escapar dessa catástrofe, mas os injustos ainda vivos morrerão nela). É óbvio que nenhum corpo natural sobreviverá.
O segundo ato de julgamento diz respeito aos mortos: não só fisicamente, mas também espiritualmente (separados da comunhão com Deus). Esses não foram incluídos na primeira ressurreição, a dos justos, limitada aos que fizeram o bem, os santos da igreja de Cristo, do velho testamento, da tribulação, e do milênio (P.e. Lucas 14:14, João 5:21, 29). Neste segundo julgamento os demais terão as suas obras avaliadas de forma eqüitativa, imparcial e justa com a finalidade de verificar a culpa de cada um.
Serão abertos livros onde se encontrará registrada a biografia réu, bem como um livro chamado "Livro da Vida" que será conferido para comprovar que o seu nome não está escrito ali. Este provavelmente é o mesmo que o livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo onde desde a fundação do mundo os nomes dos justos são inscritos (Apocalipse 13:8, 17:8, 21:27). Lemos sobre esses livros em outros lugares das Escrituras, por exemplo, Salmo 139:16, 69:28, Filipenses 4:3, Apocalipse 3:5.
Se o nome do réu não for achado escrito no Livro da Vida, ele será lançado no lago de fogo. Ali aparentemente haverá diferentes graus de castigo que não nos são explicados (Mateus 11:20-24, Lucas 12:47-48, João 19:11), mas que provavelmente decorrem do julgamento das suas obras.
Que o mar, a morte e o inferno darão os mortos que nele se encontram é evidência que os ímpios ressuscitarão em corpo, alma e espírito, que é a segunda ressurreição, para condenação à vergonha e desprezo eterno (Isaías 66:24, Daniel 12:2, João 5:29). Não temos uma descrição dos corpos ressurretos dos ímpios, mas serão imortais, capazes de suportar a eternidade no lago de fogo.
O inferno e a morte (o lugar de separação), esvaziados das suas almas serão lançados como lixo para dentro do lago de fogo, e assim eliminados completamente. A morte será finalmente removida do cenário e nunca mais se dirá "Em Adão todos morrem". A morte está sendo personificada aqui pois é a grande inimiga do homem, e está ligada ao inferno, ou Hades, como em outras partes da Bíblia. Hades, equivalente em grego do hebraico Sheol, é o lugar para onde atualmente só descem as almas dos mortos ímpios, pois as dos justos sobem para estar com Cristo no céu (2 Coríntios 5:8).
O lago de fogo é chamado de segunda morte (Apocalipse 2:11), que o Senhor Jesus denominou trevas exteriores, referindo-se à separação permanente, eterna e absoluta da presença de Deus.
Os ímpios serão lançados no lago de fogo, pois seus nomes não terão sido escritos no Livro da Vida. Nesta pequena sentença temos definido o destino de todos os que não estão salvos em Cristo, seguindo o diabo e as duas bestas para dentro do lago de fogo. Não há aqui qualquer possibilidade de se encaixar uma heresia como um "sono da alma", um estado intermediário para uma segunda oportunidade, um purgatório, ou uma simples aniquilação.