Uma mãe de aproximadamente 30 anos disse a voluntários da Portas Abertas na cidade de Erbil que esta é a terceira vez que a sua família teve de fugir de extremistas islâmicos nos últimos oito anos.
Segundo relatado, inicialmente, a família foi ameaçada por extremistas islâmicos enquanto vivia em Bagdá, em 2006. A mãe conta que recebeu o seguinte alerta: "Vocês são cristãos, se ficarem, vamos matá-los". Eles então fugiram, mas o grupo seguiu o carro da família e o empurrou para a beirada de um viaduto. Dois membros da família morreram. A mãe quase não sobreviveu ao acidente, sofrendo ferimentos graves na cabeça e ferimentos profundos no pescoço e no rosto. Seus dois filhos tiveram lesões físicas leves, mas um deles ficou tão traumatizado que não conseguiu falar ou andar por três dias.
Após o incidente, a família mudou-se para Qaraqosh e viveu em paz até junho, quando soube que os combatentes do Estado Islâmico (EI) estavam se aproximando de sua cidade. Eles fugiram novamente, temendo outro ataque. Depois de três dias em Erbil, voltaram porque ouviram que o local estava em segurança.
Semanas depois, em 8 de agosto, fugiram novamente após receberem a notícia que rebeldes estavam se aproximando de Qaraqosh. Desta vez, tinham menos de três horas para saírem antes da previsão de chegada dos rebeldes. Assim, tiveram de abandonar tudo, e fugir apenas com a roupa do corpo.
A mãe disse: "Se ficarmos, isso não vai parar de acontecer. No começo, queria ficar no Iraque, é a nossa casa, nós amamos esta terra, mas está demais. Não podemos mais viver assim".
A sogra acrescentou: "Deus nos enxugará todas as lágrimas e nos recompensará por tudo que perdemos, seremos compensados no céu. Esta é sempre a nossa esperança e fé!".