quinta-feira, 4 de julho de 2013

Jovem é estuprada dentro de secretaria de igreja anglicana

Vítima trabalhava há poucos dias no local, segundo testemunhas. Suspeito esteve na igreja na tarde de terça pedindo dinheiro para viagem.

Uma jovem de 20 anos foi estuprada e estrangulada dentro da secretaria da Catedral Anglicana, na quadra 309/310, na Asa Sul, em Brasília, na tarde desta quarta-feira (3). Ela foi encontrada desmaiada. Socorrida, ela não corre risco de morte. A vítima trabalhava há poucos dias na igreja.

Testemunhas disseram que a jovem foi rendida quando retornava do almoço e levada pelo estuprador para a sala da secretaria. O criminoso foi descrito como um homem de 1,8 metro de altura, pele escura, forte, cabelo bem cortado e aparentando 50 anos. Ele também carregava uma bolsa a tiracolo de couro e outra de plástico azul.

Ainda segundo as testemunhas, o suspeito foi visto na igreja na tarde desta terça pedindo dinheiro para viajar para a cidade de Barreiras, na Bahia.

No prédio anexo, que fica ao lado da igreja, funcionam uma clínica de estética e uma academia de ginástica. O médico Will Barros disse ter sido uma das primeiras pessoas a socorrer a jovem após o ataque. "Foi uma cena grotesca. Eu disse a ela para respirar fundo e para levantar o olhar e seguir com a vida dela. Ela ficou mais ou menos uns 15 minutos desmaiada. Eu acho que ele [o criminoso] só saiu de lá porque achou que tinha matado ela", disse.

Câmeras de segurança da igreja flagraram toda a movimentação do suspeito nos dois dias. Equipes de policiais da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) estiveram na igreja depois do ataque. Um agente informou que as diligências foram intensificadas na região e nas rodoviárias do Plano Piloto e Interestadual. Um suspeito chegou a ser preso, mas não foi reconhecido pela vítima.

Por volta das 17h, a jovem ainda estava sendo ouvida pela delegada da Deam. Segundo a polícia, após o depoimento ela seria encaminhada para exames de corpo de delito no Instituto de Criminalística. Até a publicação desta reportagem os representantes da catedral não haviam se pronunciado sobre o ocorrido.

Fonte: G1

Sucesso de público, minissérie “A Bíblia” terá continuação

Sucesso de público, minissérie “A Bíblia” terá continuaçãoSucesso de público, minissérie "A Bíblia" terá continuaçãoO grande sucesso de público da minissérie ‘A Bíblia’ gerou interesse na produção de uma segunda parte. A rede americana NBC anunciou que em 2014 irá transmitir “AD: Beyond the Bible” (A Bíblia depois de Cristo), que deve abordar os principais relatos das Escrituras desde o Livro de Atos até Apocalipse.
A nova série será produzida por Mark Burnett e Roma Downey, cristãos que fizeram a primeira parte. Exibida este ano pelo canal a cabo History Channel, foi vendida para canais do mundo todo, incluindo o Brasil.
“Houve grande interesse em continuar este projeto na televisão aberta”, diz o presidente da NBC, Jennifer Salke, em um comunicado. Robert Greenblatt, um dos diretores do canal, lembra que o publico sabe que a história não termina após a crucificação de Jesus Cristo, e certamente gostaria de continuar vendo um pouco mais de histórias com uma mensagem de fé.
A sinopse oficial diz que a nova produção que dá sequencia ao relato da Bíblia começará com a morte e ressurreição de Jesus Cristo e mostrará mais elementos históricos como a opressão romana sobre Israel e a vida social e religiosa dos primeiros cristãos.
Os 10 episódios exibidos pelo History Channel este ano tiveram uma média de 11 milhões de espectadores por capítulo, sendo a produção de TV a cabo de maior sucesso de 2013. A NBC é famosa pelas séries que produz, mas não tem alcançado muito sucesso com suas produções mais recentes.
Mark Burnett já trabalhou na rede como produtor executivo do programa musical “The Voice” e celebrou o compromisso da NBC em dar a ele “carta branca” para produzir o novo programa, que deve seguir o foco teológico evangélico usado por ele anteriormente.
Um dos aspectos que chamaram mais atenção foi que a série inicialmente não contava com nenhuma grande estrela, pois os produtores acreditavam na força da história. Roma Downey além de produzir, viveu na telinha Maria, mãe de Jesus, interpretado pelo ator português Diogo Morgado.
Craig Detweiler, professor da Universidade de Pepperdine, na Califórnia, especializado em mídia e religião, avalia que “As redes de TV subestimam como uma história tão antiga e popular ainda tem algo a oferecer.  O desafio é transformar Pedro e Paulo em heróis como são vistos Moisés e Jesus”. Com informações Protestante Digital.

APOSTASIA FINAL - Ex-pastor pentecostal comanda "culto ateu" nos EUA

Ex-pastor pentecostal comanda “culto ateu” nos EUA Aconteceu em Lousiana, nos Estados Unidos, o primeiro culto ateu, um encontro que reuniu cerca de 80 pessoas que cantaram, bateram palmas realizando uma reunião muito parecida com as realizadas nas igrejas.
O organizador da missa foi Jerry DeWitt, um ex-pastor pentecostal que em 2011 percebeu que não tinha mais conexão religiosa abandonando seus trabalhos de 25 anos de pastorado para se tornar ateu.
DeWitt é hoje um dos maiores defensores do ateísmo e viaja por toda a região Sul do Estados Unidos dando palestras sobre como desistiu da religião, se tornando um exemplo vivo para as afirmações de expoentes do ateísmo como Richard Dawkins e Christopher Hitchens.
As pessoas que participaram da reunião perceberam que DeWitt ainda leva jeito para pregador e em partes da reunião ele chegou a brincar dizendo que seria difícil não falar “amém”.
O grupo vai se reunir todos os domingos na Capela Missão Comunitária em Lake Charles, o líder do grupo disse que o espaço é uma igreja ateísta e que vai realizar com seus novos seguidores as mesmas coisas que fazia quando era pastor.
Na Inglaterra já funciona uma igreja ateísta, a primeira reunião reuniu 300 pessoas e a liturgia do encontro é muito parecida com a das igrejas, tendo até mesmo o momento de oferta. Por lá as reuniões são lideradas pelo comediante Sanderson Jones e ganhou o nome de Assembleia de Domingo. Com informações UOL.

Pastor lidera as manifestações na periferia de São Paulo

Pastor lidera as manifestações na periferia de São Paulo As manifestações no bairro de Capão Redondo, em São Paulo, foram organizadas pelo pastor Peterson Alves de Silva, 32 anos, que não tem ligações partidárias, nem está ligado aos movimentos sociais organizados.
Apesar de não ter essa vertente política, o religioso conseguiu juntar 6 mil pessoas no último dia 21 e 300 pessoas no dia 26. Peterson foi “empurrado para esse papel”, como ele mesmo diz, por jovens estudantes de escolas públicas da região que queriam participar das movimentações que viam acontecer pela TV.
Pastor lidera as manifestações na periferia de São Paulo“Eu não tinha experiência, mas aceitei”, disse o jovem pastor. Além de cantar o hino nacional com os manifestantes, Peterson também realizou uma oração e fez com que os jovens refletissem sobre a importância do bairro e dos seus moradores.
O público liderado pelo pastor estava na faixa etária de 13 a 19 anos, muitos deles se queixavam do nível das escolas e diziam que “a educação é um lixo”, fazendo outras reclamações como “os professores faltam muito”. A queixa dos estudantes de Capão Redondo reflete bem o nível das escolas públicas nas periferias.
Indagado sobre as manifestações contra o projeto chamado de “cura gay”, o pastor preferiu não comentar e lamentou a interferência da religião no estado. “Acho que essa é uma questão médica, a sociedade da categoria tem autonomia para decidir se deve haver tratamento ou não. Lamento que alguns queiram impor a doutrina fora da Igreja”.
Peterson também levou à subprefeitura do bairro uma lista de demandas e estava pensando em colher um abaixo-assinado para pedir ao governo estadual e federal para construir a extensão do metrô que liga Capão Redondo ao Jardim Ângela.
“Para mim, olhando a periferia, a mudança mais importante é no povo. As pessoas podem despertar sua visão para a política: do que é participar, criar grupos e fóruns para discutir os rumos do país”, disse o pastor. Com informações Blog 3×4 no Yahoo.GP

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Nick Vujicic com permissão inédita realiza evento evangelístico no Vietnã

O país possui fortes restrições a eventos e debates cristãos, mas o apoio de empresário Budista e um oficial do Partido Comunista possibilitou a realização das pregações de Nick Vujicic, famoso evangelista australiano.
Nick VujicicApesar das restrições do país a atividades religiosas, o evangelista e palestrante motivacional australiano Nick Vujicic obteve a permissão de permanência por cinco dias, de 22 e 26 de maio, no Vietnã, onde conduziu eventos de “Evangelismo Mundial”. O palestrante cristão, que nasceu sem braços nem pernas, falou a cerca de 75 mil pessoas em sete eventos oficiais, três dos quais transmitidos em rede nacional. O evento faz parte de um movimento mundial cujo objetivo é explicitamente evangelístico, com o objetivo de “compartilhar as boas novas de Jesus Cristo”.
De acordo com relatos locais, Cristãos vietnamitas estavam eufóricos e perplexos com a permissão de que um evangelista cristão pregar no pais, que possui fortes restrições sobre qualquer atividade religiosa. Um novo decreto sobre atividades e organizações religiosas, que entrou em vigor em Janeiro, coloca severas limitações na realização de sermões fora de instalações religiosas (artigo 3), e sobre atividades religiosas de estrangeiros no Vietnã (artigos 39 e 40).
Grupos Cristãos que têm realizado eventos evangelísticos, tais como concertos e celebrações, têm sido severamente perseguidos, ameaçados e até espancados pela polícia. A aprovação do governo à viagem de Vujicic representou uma mudança significativa do tratamento corrente dispensado à palestrantes evangelísticos. Nesse caso excepcional, o palestrante internacional desfrutou do apoio de um rico empresário Budista e um oficial do Partido Comunista.
Apesar da comemoração quanto aos bons ventos produzidos pelos eventos evangelísticos, críticas surgiram pelas restrições impostas durante as pregações de Vujicic. Além de não ter permissão para pregar os preceitos básicos cristãos, seu intérprete teve extrema cautela na tradução de alguns termos e palavras. Observadores disseram que um intérprete deliberadamente substituiu algumas das palavras de Vujicic por termos diferentes, omitindo referências a Deus, Cristianismo e religião. Outros membros da platéia disseram que referências a Deus e ao céu em um evento em Hanói foram interpretadas corretamente.
O Diretor Executivo da CSW, Mervyn Thomas afirmou que a decisão do governo vietnamita de permitir Nick Vujicic palestrar no Vietnã dá sinais de que um movimento positivo em direção à melhoras no nível de liberdade de religião ou crença no país possa ser iniciado.
“Embora seja improvável que este acontecimento indique uma mudança na política em relação à religião, isto deflagrou uma discussão sobre fé e crença entre os jovens vietnamitas que poderiam pressionar o governo a repensar o forte controle estatal às atividades religiosas. Nós pedimos às autoridades que permitam tanto aos palestrantes Cristãos vietnamitas quanto estrangeiros que possam compartilhar suas histórias de vida e fé livremente no Vietnã, sem censura.” Thomas instou ainda que o governo permita que cidadãos locais possam discutir abertamente e debater questões relacionadas à religião, fé e crença, tanto online quanto fora da internet.
______________________
Fonte:
 CSW | via Anajure
Tradução: Jorge Alberto

O pastor promete: “em 2015 aguarde a Frente Evangélica! Seremos muitos! E agora sabemos quem é quem!"

Open in new window

O pastor e deputado federal, Marco Feliciano (PSC-SP), comemorou em oito tweets a retirada do polêmico projeto de decreto de lei, que previa o tratamento de gays por psicólogos, por seu autor João Campos (PSDB-GO), no microblog Twitter na terça-feira (2). No final, ele prometeu: “em 2015 aguarde a Frente Evangélica! Seremos muitos! E agora sabemos quem é quem! Parabéns a todos! Marcamos posição!”.

No início da noite de ontem (2 de junho), o primeiro post do pastor foi em agradecimento ao colega parlamentar: “Parabéns a decisão tomada pelo @depjoaocampos em retirar o PDC 234 de tramitação. O PSDB seu partido inviabilizou qdo notificou ser contra”. Em seguida, ele completou: “Entendeu ele q os ativistas, a mídia e alguns partidos invisíveis usariam o PDC 234 para tirar o foco das manifestações verdadeira”. E finalizou: “o PDC não foi ARQUIVADO, mas RETIRADO, e pode voltar. E voltará na próxima legislatura qdo teremos 1 número maior de deputados evangélicos”, explicou Feliciano.

No quarto tweet, ele fala que toda essa atenção dada para o projeto acabou fortalecendo os cristãos: “Essa perseguição de parte da midia e dos ativistas nos FORTALECEU e Nosso povo acordou. Nos aguarde em 2015! Viremos com força dobrada”.

O religioso fala, nos próximos textos, sobre a articulação do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) que queria levar a questão ao plenário para rejeitá-la: “Queriam fazer um circo aqui no plenário, o PSOL e ativistas estão tristonhos agora. Não haverá festa! Rsss [...] Não seremos usados Pra desviar a atenção das precárias situações do país! Sempre soubemos q perderíamos nas comissões por sermos poucos”.

No início desta semana, o líder do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), deixou clara sua intenção de levar a proposta diretamente à votação em plenário para que ela seja derrubada, sem precisar passar antes pela análise de outras comissões (Seguridade Social e Família (CSSF) e Constituição e Justiça (CCJ)): “Vamos derrotar politicamente esse projeto. Ao invés de deixar essa questão cozinhando”, disse ele.

No microblog, Feliciano ainda agradeceu o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN): “Presidente Deputado @HenriqueEAlves quero agradecer pelo gesto com a Frente Parlamentar Evangélica. Suas palavras revelam pq é o presidente!”.

E reforçou a necessidade de estender a representação evangélica no Congresso: “Lutaremos Pra crescer nossa Frente Parlamentar Evangélica, e vamos conseguir! 30% 50% 100% quem sabe? E aí votaremos o PDC 234 e aprovaremos”.

Decreto legislativo 234/2011: autorização para psicólogos tratar pacientes homossexuais

De autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), o projeto de decreto legislativo, que ficou conhecido como ‘cura gay’, pedia a extinção de dois trechos de uma resolução de 1999 do Conselho Federal de Psicologia. O primeiro diz que “os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades”.

O segundo dispositivo que o projeto pretendia eliminar era o seguinte: “os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica”.

Um decretro legislativo vincula matéria de competência do Congresso Nacional (Câmara e Senado), sem interferência do Presidente da República. Seu procedimento é tratado como norma interna.

Fonte: The Christian Post

Crescimento do ateísmo no Brasil tem raízes dentro da própria Igreja cristã


Os brasileiros ateus, agnósticos e sem religião já somam quase 15 milhões, segundo dados do último recenseamento, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

O esfriamento da fé cristã começa a se tornar uma realidade visível no maior país católico do mundo, e onde a Igreja Evangélica tem experimentado crescimento exponencial. Os brasileiros ateus, agnósticos e sem religião já somam quase 15 milhões, segundo dados do último recenseamento, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – números que já se equiparam ao de habitantes do Rio de Janeiro, o terceiro estado mais populoso do país. Numa nação de religiosidade evidente, no qual o Catolicismo ainda é hegemônico e quase todas as pessoas repetem, mesmo sem sentir, bordões como "graças a Deus" ou "se Deus quiser", percentual tão elevado – e crescente – chega a assustar, ainda mais diante do crescimento econômico que, embora arrefecido em 2012, foi a regra brasileira ao longo da última década. Isso porque, conforme se observa no Primeiro Mundo, quanto mais rica uma sociedade, maior é sua tendência ao secularismo.

Veja-se, por exemplo, países ricos como a Suécia e a Dinamarca, que já têm, respectivamente, 64% e 48% de suas populações ateias. Se nenhum movimento interromper o esfriamento da fé, nas próximas quatro décadas, nações como Canadá, Austrália, Áustria, Finlândia, Irlanda, Holanda, Nova Zelândia, Suíça e República Tcheca terão a maioria de sua população longe de Deus, segundo dados da American Physical Society, organização especializada em estudos científicos e que aferiu a rejeição à figura de Deus entre aqueles povos. Outro estudo, este do Fórum Pew – que estuda as ligações entre religião e vida pública –, aferiu que os indivíduos sem filiação religiosa já constituem o terceiro maior grupo do mundo na esfera religiosa (ou antirreligiosa, no caso), com 1,1 bilhão de pessoas, atrás apenas do Cristianismo e do Islamismo. Mesmo que, estatisticamente, os ateus, agnósticos e pessoas sem religião não representem ameaça imediata à religiosidade do Brasil de todos os credos – eles são apenas 8% da população nacional –, é preciso reconhecer que os chamados seculares pertencem a segmentos influentes da sociedade. Eles têm acesso à mídia e à academia, além de pertencer aos setores mais favorecidos economicamente, os chamados formadores de opinião.

Mas isso não é tudo. O ateísmo é alimentado, sobretudo, pela modernidade e pelo descrédito em relação às instituições religiosas. Embora Deus jamais vá morrer, ao contrário do que preconizou Nietzsche no século 19, poucas vezes, ao longo da história humana, ele foi tão questionado e combatido – sobretudo, por causa do comportamento daqueles que se pretendem seus representantes na Terra. Pesquisa do Instituto Datafolha mostrou que, para 64% dos brasileiros, existe corrupção nas igrejas evangélicas. Em relação à Igreja Católica, o índice é um pouco menor – 53% –, mas, ainda assim, elevado. A inusitada renúncia do papa Bento XVI, cujo pontificado foi severamente questionado por escândalos morais e financeiros envolvendo a alta cúpula da Igreja de Roma, aumentou ainda mais essa percepção. "Não há uma única razão para esse movimento de afastamento de Deus", aponta o professor Maruilson Souza, PhD em Educação Teológica e major do Exército de Salvação, igreja da qual é supervisor para o Nordeste. "Vivemos um tempo de muitas mudanças. Os valores são questionados e um desses é a crença em Deus. Atualmente, há uma tendência de se desvalorizar tudo aquilo em que tradicionalmente se acreditava."

A bem da verdade, no Brasil, não se pode falar sequer em um movimento ateísta, já que, diferentemente do que acontece na Europa, os ateus brasileiros não fazem tanto barulho. No Reino Unido e na Espanha, até outdoors e cartazes impressos em ônibus com dizeres como "Deus não existe" são vistos pelas ruas, e a cultura secular impregna os mais variados setores. Ícones do ateísmo moderno, como o biólogo e escritor britânico Richard Dawkins, transformam seus livros, como Deus, um delírio, em best-sellers de projeção mundial. Por outro lado, políticas secularistas em países como a França, onde existem leis impedindo a exibição de símbolos religiosos em espaços públicos, jogam a questão para o centro dos debates. O que existe por aqui são alguns grupos, como a Atea – Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos – e iniciativas isoladas. "Tem havido uma mudança de mentalidade: até um tempo atrás, ateísmo era tido como algo complicado, coisa que só filósofos ficavam discutindo. Com livros mais populares, ficou mais fácil para as pessoas saberem o que é o ateísmo", diz o funcionário público Alexandre Pereira, criador e mantenedor do site Ateus do Brasil. Além de artigos e reflexões do próprio autor, ali o internauta tem espaço para expor seus pontos de vista e saber mais sobre o ateísmo no Brasil e no mundo. "O que acontece é que a religião está longe de ser aquele guia de moral que prega ser. As pessoas são boas ou más independentemente de religião", aponta. "A vida é melhor quando não existe aquele medo de ir para o inferno se você fizer algo ruim ou coisa assim."

"DESCRÉDITO"
O professor Luiz Macedo, 26 anos, ateu declarado, afirma que já sofreu inclusive manifestações preconceituosas: "Uma vez, recusaram-se a me atender num estabelecimento comercial porque eu sou ateu. O gerente da loja, que me conhecia, era evangélico". No seu dia a dia, contudo, ele afirma não se incomodar com as tentativas de evangelização, mas reclama dos excessos e do fato de que esses mesmos crentes que querem ganhar seu coração para Jesus não se dispõem a escutá-lo quando fala de suas convicções. "Gosto de desmistificar a fé, a religiosidade popular, do mesmo jeito que as pessoas que professam uma crença falam dela. Mas poucos estão disponíveis para ouvir", declara.

Uma característica que tem marcado o crescimento dos sem religião no Brasil é que a decisão de deixar a ideia de Deus de lado acontece cada vez mais cedo. A idade média das pessoas que se enquadram na categoria é a mesma de Macedo, 26 anos – justamente, o período normalmente vivido na universidade, onde os enfrentamentos à fé e a relativização de valores se acentuam. É na juventude que se concentra o maior índice de abandono da fé. Estudo do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicos (Ibase) aponta que, no Brasil, 14% dos jovens declararam não ter religião, contra 7% dos adultos. "Isso é resultado da crítica que esses jovens fazem ao chegar à idade adulta, quando não veem na prática o mesmo que ouviram nas pregações e estudos bíblicos", destaca o pastor Abraão Júnior, de origem batista. "Os jovens não querem se identificar com um movimento, qualquer que seja, que não lhes passe crédito. E esse descrédito tem a ver com a instituição religiosa e com os pais. Assim, os vínculos com a fé são facilmente quebrados ao se ingressar na universidade".

O auxiliar administrativo José Ramos, de 27 anos, fez esse percurso. Criado sob princípios cristãos, ele hoje repudia a fé. "Tive várias decepções na igreja e depois passei por um processo intelectual. Venho de uma família de forte tradição religiosa, mas hoje, a religião, para mim, é uma grande cegueira". Embora garanta defender a liberdade religiosa, ele agora sente a necessidade de levar outras pessoas a abandonarem a fé. Com a mesma satisfação com que muitos crentes comemoram o crescimento da Igreja Evangélica no país, Ramos, que mora em Vitória (ES), também vibra com o maior número de pessoas que confessam não crer em Deus. "Defendo que os ateus tenham direito a expressar seu pensamento. O mundo ainda será ateu."

Estudos da Aliança Bíblica Universitária do Brasil (ABUB) apontam que, de fato, é no ambiente acadêmico, onde há maior exposição dos alunos a ideias e teorias que questionam a existência de Deus – não apenas a imagem judaico-cristã cristalizada no imaginário popular, mas a própria ortodoxia de quem segue a Bíblia –, que o ateísmo ganha força. Além disso, muito da resistência desse meio para com os cristãos consiste no fato do secularismo atual apresentar o Deus do Cristianismo apenas como uma opção entre outros tantos caminhos de experiências religiosas ou místicas, apresentadas como igualmente válidas. E, nesse cenário de pluralismo e relativismo, a exclusividade solicitada pela fé cristã acaba sendo confundida com intolerância.

O caminho para alcançar o coração dos universitários que estão longe de Deus, na opinião do secretário geral da ABUB, Reinaldo Percinoto, passa pelo estabelecimento de relacionamentos, que dificilmente são conquistados através do formato tradicional de atuação das igrejas. "Em primeiro lugar, precisamos ouvir as pessoas que se acham fora da comunidade cristã. E, também, trabalharmos criativamente para buscar pontos de contato que ajudem aqueles que estão ao nosso redor a construírem pontes entre a sua situação real e a mensagem do Evangelho. Claro que esses espaços são o estágio inicial, o ponto de partida, para ajudar as pessoas a se aproximarem do Reino de Deus, não o porto final", diz. Percinoto cita que esses espaços de oportunidade podem estar na própria cultura, através da música, do cinema e da literatura, por exemplo.

TRADIÇÃO ILEGÍTIMA
"Quando as pessoas descobrem que algumas verdades da Igreja, de fato, não são bem como aprenderam, há uma decepção que acaba afogando a fé", sintetiza o funcionário público Henrique Carneiro, 32 anos, membro da Primeira Igreja Batista em Dois Unidos, no Recife (PE). Aluno do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Pernambuco, ele acredita que ainda existe certo atrito entre os cristãos e os ateus, mas que há uma acomodação por ambas as partes.
"Defendo que devamos respeitar a visão das pessoas sem religião, pois só assim poderemos conseguir influenciá-los de alguma maneira. É necessária uma aproximação, sem que haja uma imposição de verdades. Mas quem se dispõe a pregar aos intelectuais tem que conhecer não apenas de religião, mas de mundo", observa. "O movimento evangélico, no Brasil, cresceu muito, mas desaprendeu a pensar. Por isso, não consegue dialogar com as novas demandas, como o avanço do secularismo", concorda o professor Maruilson.

Para o pastor e professor de teologia Rubens Muzio, a superficialidade do Cristianismo praticado no país pode ser apontado como uma das principais alavancas do avanço do secularismo. "A tradição cristã do Open in new windowBrasil não tem raízes legítimas: ela começou com a colonização do país e com uma relação espúria entre Estado e Igreja", aponta. "Ser cristão, em última análise, era adotar a cultura portuguesa. Do ponto de vista de muitos ateus e agnósticos, essa atitude religiosa dominadora continua sendo uma afronta às outras visões de mundo da atualidade".
Na opinião do teólogo, a maioria dos brasileiros não vivencia essa tradição no dia a dia – ao contrário: nos dias de hoje, continua Muzio, existe um pluralismo religioso intenso e violento. "Assim, quaisquer tentativas de se afirmar que há um único caminho para a eternidade serão vistas como desrespeito absoluto a toda autonomia e liberdade característica da vivência pós-moderna."

Já o pastor André Mello, da Igreja Presbiteriana da Trindade, em Florianópolis (SC), identifica que o crescimento dos ateus e agnósticos é um "fruto amargo" da fermentação de uma parte do movimento neopentecostal. "O modelo da teologia de negócios, da igreja-empresa ou da megaigreja gera, irremediavelmente, um rebanho de pessoas machucadas, apunhaladas e esfoladas em sua fé", sustenta. Estas pessoas, continua o religioso, fazem um movimento difícil, que é o abandono da religiosidade tradicional. "Esse movimento é acompanhado de grandes custos emocionais. Daí, quando se decepcionam, simplesmente não querem mais saber de igreja". Desta forma, um dos principais motores do crescimento do ateísmo e do agnosticismo em terras brasileiras está justamente dentro das comunidades cristãs.

Mello está preocupado com a escalada das coisas no Brasil. "A crise de diálogo e de comunicação das igrejas com esta geração é a mesma crise da classe política com a sociedade. As igrejas copiam o que há de melhor e pior na sociedade. No entanto, elas deveriam ser, apenas, diferentes". Para ele, o que já aconteceu lá fora pode repetir-se aqui. "De repente, alguém descobre que a frase 'Deus seja louvado' deve ser retirada das cédulas do real", diz ele, lembrando uma inciativa do Ministério Público que visa a secularizar o dinheiro brasileiro. "Outras pessoas desejam que os crucifixos sejam retirados das repartições públicas e instituições bancárias. Alguns até questionam o uso de recursos públicos na restauração e recuperação de templos católicos antigos". O problema, ele diz, está mais nos erros dos grupos religiosos, que abrem espaço para a fermentação de sentimentos que levam a um sentimento antirreligioso. "O problema dessas pessoas não é com a religião organizada; o que as move é o ressentimento emocional contra o abuso religioso. Se os próprios pastores e igrejas não reagirem contra os excessos, outros reagirão."

O pior cenário, diz o ministro presbiteriano, seria uma soma da crise do Catolicismo romano europeu com a crise do evangelicalismo norte-americano. "Daí, teríamos um Brasil pós-religioso", comenta. "Sinceramente, não creio que é este o nosso caso. É mais fácil, no Brasil, o indivíduo optar por um novo caminho religioso do que por um ateísmo militante. "Mestre em missiologia e professor do Seminário de Educação Cristã (SEC), Diego Almeida lembra que o crescente grupo dos sem religião – sejam eles ateus, agnósticos, seculares ou decepcionados com a fé – não pode deixar de ser alvo dos esforços da Igreja. "Todo o mundo, hoje, é alvo de missões. Nosso país parece estar seguindo uma triste trilha já percorrida por europeus e norte-americanos, cujos povos têm se tornado cada vez mais secularizados".

O missiólogo aponta que, mesmo de forma silenciosa, há um movimento em busca dessas pessoas decepcionadas com a religião ou não convencidas pelo Evangelho que lhes é pregado. "A Igreja não pode ficar parada frente ao crescimento desses grupos, que compreendem desde os que têm negado Deus aos que se afastam do convívio espiritual, que deveria ser saudável e terapêutico", alerta.

Fonte: Site Cristianismo Hoje.com.br

O BODE E O JEGUE E A POMBA .

É engraçado quando em meio as ministrações usamos figuras de aminais para ilustrações . Nos deparamos com as vidas sentadas na cade...