Na Flórida, o pastor Terry Jones (foto) exige reação do governo dos EUA e faz acusações aos islâmicos.
Apontado como instigador do atentado contra funcionários das Nações Unidas no Afeganistão, o pastor evangélico Terry Jones voltou ontem a insultar o Islã e a apelar por uma "imediata ação dos Estados Unidos". O ataque ocorreu em Mazar-i-Sharif, no norte do Afeganistão, durante manifestações contra a iniciativa de Jones de queimar exemplares do Alcorão na igreja que dirige, em março. Pelo menos 11 pessoas morreram.
Em nome de sua organização, Levante-se América Agora, Jones afirmou ontem ter chegado a hora de o Islã "prestar contas" de seus atos. "Nosso governo e nosso presidente (Barack Obama) precisam olhar de perto e de forma realista o elemento radical do Islã. O Islã não é uma religião de paz. Chegou o tempo de chamarmos essas pessoas para uma prestação de contas. Pedimos ao nosso governo que se levante e se manifeste contra esses atos. Essas pessoas têm de ser levadas à Justiça", disse Jones, por meio de uma nota.
As provocações de Jones não chegaram a ser rebatidas pelo governo americano. Por meio de declaração escrita, o presidente Obama condenou o ataque e apelou pela calma, pela rejeição à violência e em favor do diálogo. "Os homens e mulheres corajosas da ONU trabalham para apoiar o povo afegão", disse. "Seu trabalho é essencial para a construção de um Afeganistão mais forte para o benefício de todos."
Questionado sobre se Jones teria sido instigado indiretamente esse massacre, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou não ter suficiente informação para responder. A causa do ataque, insistiu ele, ainda está sendo avaliada. O Departamento de Estado também se esquivou de relacionar os assassinatos à iniciativa de Jones de queimar exemplares do Alcorão, no dia 25.
O único aliado do governo Obama a vincular o ataque no Afeganistão a Jones foi o senador John Kerry, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado. "Nós e o povo afegão temos uma dívida de gratidão para com as pessoas que arriscam suas vidas para fazer do Afeganistão um lugar melhor", afirmou, em homenagem às vítimas. "Em vez disso, uma multidão enfurecida voltou sua raiva para abnegados funcionários e inocentes, que não tinham conexão com a profanação do Alcorão por uma figura radical da Flórida."
Jones ameaçava queimar exemplares do Alcorão desde setembro, para relembrar os atentados de 2001 nos EUA. Na época, foi contido pela reação do governo americano. Mas no dia 25 ele supervisionou uma cerimônia de queima do livro sagrado do Islã pelo pastor Wayne Sapp. O Alcorão teria sido, previamente, julgado e condenado por um júri de 12 membros e voluntários da igreja. "Tivemos um processo judicial. Tentamos fazer dele o mais justo possível", justificara Jones.
Mas o ato foi condenado pelo Departamento de Estado como "desrespeitoso, intolerante e causador de divisões". "Nós somos profundamente preocupados com as tentativas deliberadas de ofender qualquer grupo religioso ou étnico", afirmou o porta-voz, Mark Toner.
A igreja Dove World Outreach tem sede em Gainesville, Flórida. Jones, autor do livro The Islan is of the Devil (O Islã é do Diabo, em tradução livre), professa a ideia de que qualquer religião que não é cristã é obra do demônio. Em 2009, distribuiu camisetas com a capa do livro impressa e iniciou uma doutrinação via internet, com a criação de um blog e adesão ao Facebook.
Pastor teme imposição da sharia nos EUA
O pastor fundamentalista Terry Jones é líder da igreja Dove World Outreach Center e autor do livro Islam is of the Devil ("O Islã é do Diabo", em tradução livre), que denuncia o islamismo como uma religião violenta. Ele trabalhou como missionário na Alemanha por 30 anos, mas foi expulso em 2008 por ter visões consideradas muito radicais.
De acordo com o pastor, os muçulmanos pretendem impor a sharia (a lei islâmica) nos Estados Unidos. No início do ano, o governo britânico proibiu a entrada de Jones no país por "razões de segurança pública". Vários líderes protestantes americanos acusam o pastor, que vive na cidade de Gainesville, no Estado da Flórida, de não proferir ideais cristãos.
Fonte: Estadão
Apontado como instigador do atentado contra funcionários das Nações Unidas no Afeganistão, o pastor evangélico Terry Jones voltou ontem a insultar o Islã e a apelar por uma "imediata ação dos Estados Unidos". O ataque ocorreu em Mazar-i-Sharif, no norte do Afeganistão, durante manifestações contra a iniciativa de Jones de queimar exemplares do Alcorão na igreja que dirige, em março. Pelo menos 11 pessoas morreram.
Em nome de sua organização, Levante-se América Agora, Jones afirmou ontem ter chegado a hora de o Islã "prestar contas" de seus atos. "Nosso governo e nosso presidente (Barack Obama) precisam olhar de perto e de forma realista o elemento radical do Islã. O Islã não é uma religião de paz. Chegou o tempo de chamarmos essas pessoas para uma prestação de contas. Pedimos ao nosso governo que se levante e se manifeste contra esses atos. Essas pessoas têm de ser levadas à Justiça", disse Jones, por meio de uma nota.
As provocações de Jones não chegaram a ser rebatidas pelo governo americano. Por meio de declaração escrita, o presidente Obama condenou o ataque e apelou pela calma, pela rejeição à violência e em favor do diálogo. "Os homens e mulheres corajosas da ONU trabalham para apoiar o povo afegão", disse. "Seu trabalho é essencial para a construção de um Afeganistão mais forte para o benefício de todos."
Questionado sobre se Jones teria sido instigado indiretamente esse massacre, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou não ter suficiente informação para responder. A causa do ataque, insistiu ele, ainda está sendo avaliada. O Departamento de Estado também se esquivou de relacionar os assassinatos à iniciativa de Jones de queimar exemplares do Alcorão, no dia 25.
O único aliado do governo Obama a vincular o ataque no Afeganistão a Jones foi o senador John Kerry, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado. "Nós e o povo afegão temos uma dívida de gratidão para com as pessoas que arriscam suas vidas para fazer do Afeganistão um lugar melhor", afirmou, em homenagem às vítimas. "Em vez disso, uma multidão enfurecida voltou sua raiva para abnegados funcionários e inocentes, que não tinham conexão com a profanação do Alcorão por uma figura radical da Flórida."
Jones ameaçava queimar exemplares do Alcorão desde setembro, para relembrar os atentados de 2001 nos EUA. Na época, foi contido pela reação do governo americano. Mas no dia 25 ele supervisionou uma cerimônia de queima do livro sagrado do Islã pelo pastor Wayne Sapp. O Alcorão teria sido, previamente, julgado e condenado por um júri de 12 membros e voluntários da igreja. "Tivemos um processo judicial. Tentamos fazer dele o mais justo possível", justificara Jones.
Mas o ato foi condenado pelo Departamento de Estado como "desrespeitoso, intolerante e causador de divisões". "Nós somos profundamente preocupados com as tentativas deliberadas de ofender qualquer grupo religioso ou étnico", afirmou o porta-voz, Mark Toner.
A igreja Dove World Outreach tem sede em Gainesville, Flórida. Jones, autor do livro The Islan is of the Devil (O Islã é do Diabo, em tradução livre), professa a ideia de que qualquer religião que não é cristã é obra do demônio. Em 2009, distribuiu camisetas com a capa do livro impressa e iniciou uma doutrinação via internet, com a criação de um blog e adesão ao Facebook.
Pastor teme imposição da sharia nos EUA
O pastor fundamentalista Terry Jones é líder da igreja Dove World Outreach Center e autor do livro Islam is of the Devil ("O Islã é do Diabo", em tradução livre), que denuncia o islamismo como uma religião violenta. Ele trabalhou como missionário na Alemanha por 30 anos, mas foi expulso em 2008 por ter visões consideradas muito radicais.
De acordo com o pastor, os muçulmanos pretendem impor a sharia (a lei islâmica) nos Estados Unidos. No início do ano, o governo britânico proibiu a entrada de Jones no país por "razões de segurança pública". Vários líderes protestantes americanos acusam o pastor, que vive na cidade de Gainesville, no Estado da Flórida, de não proferir ideais cristãos.
Fonte: Estadão
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