O Papa Francisco teve um encontro privado no Vaticano com um grupo de pastores italianos na tarde da quinta-feira (8), a fim de discutir sobre a unidade entre católicos e evangélicos.
O amigo do pontífice e pastor Giovanni Traettino, da Igreja Evangélica da Reconciliação, estava acompanhado de outros seis líderes pentecostais das cidades italianas de Turim, Brescia, Palermo, Caserta, Marcianise e Salerno.
Na chegada ao Vaticano e à espera do Papa, os sete pastores fizeram a oração do Pai Nosso. Ao encontrar Francisco, Traettino agradeceu pelo encontro e ressaltou que o diálogo entre as igrejas evangélica e católica tem tido “uma aceleração inesperada nos últimos anos”.
O pastor sublinhou a intenção da Igreja Evangélica da Reconciliação de “reconciliar os perdidos, os cristãos e o mundo”, e acrescentou que tal reconciliação se deve “graças às nossas raízes comuns, certos e agradecidos de ter no Pontífice um irmão e um aliado”.
“A unidade é feita em passos. Estamos à caminho disso”, respondeu o Papa a Traettino. Francisco acrescentou que depois dos acontecimentos da história que distanciaram os cristãos, é preciso “rezar, se arrepender das coisas que não fazem bem e caminhar juntos”.
Para que os cristãos possam caminhar em unidade, Francisco argumentou que “quando existem coisas ruins no passado, se deve pedir perdão”, e o perdão deve ter “o estilo de Deus”, que “esquece tudo”.
“Para nós, tudo isso é uma graça. Tenho certeza que o Papa Francisco fez um avanço de alguns séculos na Igreja. Essa relação privilegiada, e diria providencial com ele, fez crescer muitíssimo a sensibilidade sobre o diálogo com a Igreja Evangélica. Uma sensibilidade que crescia na escola do Espírito, mas que o Papa Francisco conseguiu incorporar na realidade de hoje”, disse o pastor Traettino ao jornal L’Osservatore Romano.
O engano do ecumenismo
De acordo com uma pesquisa feita pela LifeWay Research, 40% dos pastores protestantes americanos afirmam ter uma visão mais positiva sobre a Igreja Católica depois da liderança do pontífice argentino.
Para Ed Stetzer, diretor da LifeWay, observar o apoio ao papa vindo de pastores protestantes, que surgiram após a Reforma Protestante, é algo contraditório. "A pesquisa mostra, de fato, o resultado do 'Efeito Francisco', já que ele é apoiado pelo grupo de pessoas nomeadas para protestar contra a própria fé conduzida pelo papa."
"Os precursores dos atuais pastores protestantes — Lutero, Wesley, Spurgeon e muitos outros — certamente não veriam o papa como seu 'irmão em Cristo'. Dentro de alguns séculos, o papa passou de 'anti-Cristo' para 'irmão em Cristo' para muitos protestantes", alertou Stetzer.
De acordo com o pastor Bruno dos Santos, o movimento ecumênico promovido pelo pontífice apresenta mensagens de tolerância, paz e humanidade, mas é contrário ao governo de Jesus Cristo.
"No ecumenismo, Jesus Cristo perde a sua posição de Cabeça da Igreja, pois o Vaticano diz que a mãe de todas as igrejas cristãs é a Igreja Católica Romana e que o seu cabeça é o Papa. Ele pode mudar até o que Jesus e seus apóstolos ensinaram", explica o pastor.
"O ecumenismo depõe da posição de Cristo como única fonte de salvação. Se uma igreja que crê e prega que só a Fé em Cristo é que salva, misturar-se a outra que crê e prega que algo mais é necessário para 'completar, assegurar ou garantir' a salvação, como poderão conciliar posições tão distintas?", questiona.
Fonte: Guia-me
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