Ezequiel foi comissionado por Deus para repreender Israel no cativeiro por causa de seus mitos pecados, de sua constante e até profunda dureza contra Deus e da rebelião contra a palavra de Deus. O profeta foi inspirado pelo Espírito Santo (que lhe deu mensagens por revelação direta) para entregar muitas de suas profecias em pantomima. Suas profecias são de quatro tipos, no geral. Primeiro, aquelas relacionadas ao cativeiro imediato de Israel e á completa destruição de Jerusalém, e as razões para tal juízo. Segundo, profecias de juízo sobre outras nações por participarem dos pecados e rebeliões de Israel. Terceiro, profecias referentes a Israel nos últimos dias antes e até a volta do Messias e o Armagedom, com algumas profecias sobre o juízo imediato da Babilônia. Quarto, profecias que falam exclusivamente do templo do Milênio e do reino eterno do Messias sobre Israel.
Interpretação dos capítulos 8
8.1 – No sexto ano. Em 592 a. C, quase um ano depois da visão inicial. Os anciões. A época de desgraças deu ao profeta um auditório mais distinto e respeitável do que aquele que os profetas normalmente tiveram
8.2 – O Espírito – A mão estendida vinha de uma figura descrita no v. 2 , mas é o Espírito de Deus que transporta o profeta a Jerusalém.Em visões de Deus – Esta frase Poe fim ao debate sobre o que Ezequiel podia ter sido transportado para Jerusalém e responde às teorias que dizem que o profeta nunca foi para Babilônia, mas, sim, estava vendo os acontecimentos em Jerusalém e profetizando para os cativos na Babilônia.
Trata-se de visões, da qualidade de vidência, coisa que sempre existiu entre os orientais, e já que são visões que vieram diretamente de Deus, é claro que o profeta sentira que foi uma situação verídica, de acontecimentos atuais em Judá.
8.5 – Imagem dos ciúmes – Qualquer tipo de idolatria provoca os ciúmes de Deus (Êxodo 20.4-5; 1 Corintios 10.14-22). Aqui, a referencia pode ser ao poste-idolo que Manasses colocara no próprio templo (2Rs. 21.7). A morte do rei Josias, que o removeu seria o suficiente para o fazer colocar de novo.
Esta imagem é definida no v.3 , como algo que provoca o ciúmes de Deus , isto é, a sua ira. A gloria do Senhor estava ali; a do ídolo não. Este ídolo provavelmente era a deusa Aserá, imagem que talvez fosse uma deusa Cananéia.
8.6 – Maiores abominações. Cada revelação da idolatria do povo de Jerusalém era o prelúdio a uma revelação ainda pior.
8.10 – Répteis. Nos cultos místicos do Egito, havia câmaras escuras, cheias de incenso, às quais só os iniciados tinham licença de penetrar ( o próprio sacerdote oficial do templo precisava cavar na parede para ver o que estava acontecendo, v. 7); e alem disto, prestava-se o culto às imagens de aves, quadrúpedes e répteis. As tentativas de fazer-se alianças com o Egito , acrescentadas à revolta contra um Deus que não podia moldar segundo as vontades humanas, levava o povo a esta tentativa vã de controlar as forças ocultas da natureza.
Animais sobre os quais o homem deveria exercer domínio tinham se tornado o objeto de adoração e veneração
8.11 – Safã.É o escrivão que ajudou o rei Josias a purificar e renovar a religião nacional.Talvez tivesse sido a apostasia do seu filho que ajudou o profeta a entender a doutrina da responsabilidade moral e religiosa do individuo perante Deus.
8.14 – Tamuz. Segundo a mitologia da Babilônia antiga, e um jovem deus da natureza que morre durante o inverno; é a lenda de Adonis, dos gregos, e de Osíris, dos egípcios. Nas três civilizações, as mulheres ficam lamentando a morte do belo herói.
Tamuz era adorado tanto como um deus da fertilidade quanto o senhor do mundo inferior. Os ritos usados na adoração a Tamuz estavam vinculados aos ciclos anuais de morte e renascimento da vegetação. Quando as plantas definhavam sob o calor do sol de verão, pensava-se que Tamuz tinha morrido e descido ao mundo inferior; os ritos de lamentação marcavam o seu falecimento. O reaparecimento da vegetação era visto como o retorno de Tamuz; os ritos de fertilidade procuravam assegurar a produtividade da terra.
8.16 – Sol. Tão natural era para os povos antigos adorar o mais poderoso objeto que lhes era visível, mas que ficava fora do seu alcance, que o nome Sol, soava como um grande nome próprio, divino.É por isso que a palavra não consta na historia da criação, sendo substituída por luzeiro (Gênesis 1.14-19)
8.17 – O ramo. Cheirar um ramo de flores faz parte de certos ritos.