Giselly Helena da Silva, 31, que era evangélica, e Alexandra Falcão da Silva, 20, foram assassinadas e esquartejadas num ritual macabro, em Garanhuns (PE).
Comoção e revolta marcaram, este sábado (14), o velório e o enterro de Giselly Helena da Silva, 31, e Alexandra Falcão da Silva, 20, assassinadas e esquartejadas num ritual macabro, cujos corpos foram encontrados na última quarta-feira (11), em Garanhuns.
Giselly, que era evangélica, foi velada na Assembleia de Deus, no Bairro do Magano, e o corpo enterrado em Arcoverde, no Sertão. Já os restos mortais de Alexandra seguiram do Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife para a cidade de Palmerina, perto de Garanhuns, onde foram sepultados. Nos cortejos, o sentimento era de dor, mas também de revolta.
O corpo de Giselly chegou à Igreja Assembleia de Deus por volta das 13h30 e já era esperado por centenas de pessoas. O caixão estava fechado e a parte de vidro, onde geralmente se pode ver o rosto, foi coberta por uma coroa de flores. Os parentes mais próximos, como a mãe e uma irmã dela, estavam em prantos e usaram camisas com a foto da jovem.
Um dos que coordenaram a cerimônia, o pastor Josias Luiz da Silva, lembrou a forma “violenta e prematura” com que a jovem deixou o convívio de parentes e amigos. “Ela conquistava corações e deixou uma folha de serviços prestados na terra”, completou.
O presbítero Dário Florêncio de Oliveira contou que Giselly frequentava a igreja há cerca de um ano e, geralmente, ao final dos cultos, lhe pedia algum tipo de orientação espiritual. “Ela era uma boa pessoa, sua morte foi um choque tremendo para todos.”
A mãe de Giselly, Maria Helena da Silva, 44, estava inconsolável e era amparada por parentes. “Não tenho o que dizer, estou passada, a dor é muito grande. Não dá para acreditar nisso. Ela era uma pessoa normal, vivia de casa para a igreja e para o trabalho”, disse, antes de ser levada pelos familiares mais próximos, que não quiseram falar com a imprensa.
Depois de aproximadamente uma hora de cerimônia, o caixão foi levado, no carro de uma funerária, para ser enterrado em Arcoverde. Uma tia da vítima, Antônia Teixeira da Silva, 60, destacou que toda a família está abalada e que o corpo foi sepultado em Arcoverde porque Giselly também tem parentes naquele município.Muitas pessoas estavam revoltadas com o crime brutal. A dona de casa Valdeci Alves da Silva, 56, vizinha de Giselly, pedia uma punição severa para os assassinos. “Era bom que eles fossem colocados num buraco, sem comida, para que morressem comendo uns aos outros”, desabafou.Já os restos mortais de Alexandra Falcão seguiram diretamente para a cidade de Palmerina e foram enterrados no Cemitério São Pedro, por volta das 15h. Uma irmã dela, Raiane da Silva Falcão, 17, contou que os parentes optaram por sepultar o corpo em Palmerina porque a família tinha um plano de assistência funerária naquela cidade, onde a vítima também tinha familiares. O avó dela está enterrada no mesmo cemitério.“Agora, entregamos na mão de Deus, que vai fazer a justiça que eles merecem”, pontuou Raiane da Silva. Ela acrescentou que seus pais estavam tão abalados que tiveram que tomar calmantes e não tinham condições de conversar sobre o assunto.As duas vítimas moravam em Garanhuns e estavam desaparecidas. Os corpos foram localizados no quintal da casa dos assassinos confessos: Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 50, Isabel Cristina Pires, 50, e Bruna Cristina Oliveira da Silva, 25. Além de matarem e esquartejarem as duas mulheres, eles confessaram que comeram partes dos corpos e fizeram salgadinhos com a carne, que foram vendidos nas ruas de Garanhuns.
O trio também confesou que havia assassinado uma terceira mulher, Jéssica Camila da Silva Pereira, 22, morta em Olinda, em 2008. Uma criança que era filha dela estava sendo criada pelos assassinos. As duas acusadas estão no Presídio Feminino de Buíque, no Sertão, e Jorge, que estava na cadeia de Garanhuns, foi transferido, na sexta-feira, para o presídio de Pesqueira, segundo a polícia, por questões de segurança.
Fonte: NE 10