Bancada evangélica pede a demissão de “ministra abortista”
No dia em que a ministra Eleonora Menicucci toma posse na Secretaria de Políticas para as Mulheres é revelado que a bancada evangélica no Congresso está pedindo sua demissão.
As declarações recentes da ministra em favor do aborto e o discurso de Gilberto Carvalho, Secretário-Geral da Presidência da República, estão gerando revolta nos parlamentares evangélicos que compõe a base aliada.
Gilberto Carvalho já emitiu nota, que foi lida no plenário da Câmara ontem alegando que foi mal interpretado e pediu uma reunião com os parlamentares evangélicos. “De maneira alguma ataquei os companheiros evangélicos. Quem conhece a minha trajetória sabe do carinho que eu tenho, do reconhecimento que eu tenho ao trabalho das Igrejas Evangélicas no País. O que eu fiz lá foi uma constatação política que, de fato, quem tem presença na periferia do Brasil, quem fala para as classes sobretudo C, D e E são as Igrejas Evangélicas e, portanto, essa presença tem que ser reconhecida, é real e efetiva”, escreveu o ministro.
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se pronunciou publicamente no Twitter,.convocando os evangélicos para combaterem a nova ministra. “Não se iludam, a bancada de evangélicos se unirá não só para expressar a repulsa por essas declarações [de Gilberto Carvalho], assim como para combater a abortista que nomearam ministra”, escreveu.
“Essa posse da abortista amanhã [hoje] é sintomática para todos nós e devemos mostrar de forma contundente a nossa revolta. Aborto não. Aliás, quando a gente lê várias declarações dessa nova ministra, ela está no lugar e na época errada, devia estar em Sodoma e Gomorra”, completou o deputado.
A ministra Menicucci declarou assim que foi anunciada pela presidente Dilma Rousseff, que considera a discussão do aborto no Brasil não uma questão ideológica, mas sim de saúde pública, como drogas, HIV e todas as doenças infectocontagiosas.
O líder do PR no Senado, Magno Malta (ES), após chamar Carvalho de “safado”, sentenciou: “Nós e os católicos vamos derrotar Haddad em São Paulo”, mandando publicamente um recado para o PT.
Lincoln Portela, líder do PR na Câmara, deu tom semelhante em seu discurso: “Esse governo fala tanto em discriminação e vem agora um ministro tomar uma posição de discriminação em relação aos evangélicos, chamando-os de retrógrados e dizendo que a lei do aborto não é aprovada por causa dos evangélicos. Não é a lei do aborto, é a lei do assassinato de crianças indefesas”.
Por outro lado, a deputada evangélica Benedita da Silva (PT-RJ) defendeu o ministro, afirmando que suas declarações foram “distorcidas”.
Durante a campanha em 2010, a então candidata Dilma Rousseff, garantiu a líderes evangélicos que, se eleita, não defenderia a legalização do aborto e nem a regulamentação do casamento entre homossexuais.
Disputas entre os evangélicos e o PT tem sido mais frequentes dede a proposta envolvendo o “kit anti-homofobia”, criado por Fernando Haddad quando ainda estava no Ministério da Educação, e a insistência do governo não arquivar a PL 122.
Com informações Estadão
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