terça-feira, 17 de abril de 2012

DESRESPEITO TOTAL - Cartaz da Parada Gay de Maringá utiliza imagem da Catedral


Cartaz mistura a Catedral, o arco-íris e capa do disco do Pink Floyd
Maringá sedia no próximo dia 20 de maio uma manifestação organizada pelo movimento de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT). No entanto, o evento já causa polêmica antes mesmo de ser realizado, tudo por conta do cartaz alusivo à parada.
A imagem mostra a Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Glória sendo atingida por um raio de luz, dando origem a um arco-íris, um dos símbolos do movimento.
O cartaz divulgado nas redes sociais gerou uma série de comentários contrários e a favor do evento. Um dos que se posicionaram foi o vereador Heine Macieira (PP). Líder do governo municipal na Câmara, o parlamentar declarou no Facebook que a imagem lembra o atentado terrorista às Torres gêmeas do World Trade Center em 2001. “Entendo que tenham usado a catedral por ser o maior símbolo de Maringá, mas achei a imagem "agressiva" demais (talvez tenha sido esta a intenção)”.
Monumento símbolo de Maringá, a Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Glória foi construída entre de julho de 1959 e maio de 1972. Inspirada nas espaçonaves e lançadores soviéticos Sputinik, a igreja surgiu do projeto do arquiteto José Augusto Balucci. Com 124 metros de altura (10 metros correspondem somente a cruz), É o décimo maior monumento em altura no mundo e o primeiro na América do Sul.
De forma cônica, possui um diâmetro externo de 50 m e uma nave circular, com diâmetro interno de 38 m. A pedra fundamental, um pedaço de mármore, retirado das escavações da Basílica de São Pedro e Bento pelo Papa Pio 12, foi lançada em 15 de agosto de 1958.
Até mesmo a Igreja Católica criticou o uso da imagem da catedral. Em nota divulgada no site da Arquidiocese de Maringá, o arcebispo Dom Anuar Battisti solicitou a retirada do cartaz de todos os meios de comunicação.“Antes de símbolo de Maringá,[a catedral] é um símbolo religioso da fé da maioria dos maringaenses. Por essa razão, [a arquidiocese] lamenta o uso dado ao cartaz aludido, que confronta com o pensamento e a opinião religiosa da parcela maior da comunidade maringaense”, declarou o religioso.
Battisti ainda ressaltou que apesar da diversidade social existente, a Igreja respeita todos os modelos de comportamento, ainda que nem sempre concorde com eles.
Sem ofensas
Segundo um dos integrantes do Movimento LGBT de Maringá e editor do site Maringay, Luiz Modesto, a imagem não teve intenção de ofender.
“A Catedral de Maringá é mais do que um símbolo religioso, ela é uma referência nacional que remete o imaginário popular ao município. Isso acontece em outras partes do mundo. Em Paris, por exemplo, é feita a relação com a Torre Eiffel; no Rio de Janeiro, com o Pão de Açúcar. Na minha opinião, demos um espirro e acharam que foi uma bomba atômica”, declarou, minimizando a polêmica.
Modesto ainda declarou que o cartaz busca chamar a sociedade para a aproximação e o diálogo entre diversos grupos para a construção de uma sociedade mais tolerante. “O problema é que Maringá é segregadora, refém dos três pilares da elite: a religiosidade fundamentalista e artificial, o machismo e a heteronormatividade com ênfase na ralação patriarcal”.
A polêmica imagem foi feita pela ilustradora e designer Elisa Riemer, que é uma das colunistas do site Maringay. A ilustração (que tem duas versões) foi inspirada na capa de "Dark Side of the Moon", álbum de 1973 da banda de rock Pink Floyd. Na principal imagem do disco, um raio de luz branca incide sobre um prisma, refratando um arco-íris.
A reportagem tentou contato com Elisa, mas ela não atendeu as nossas ligações. No Facebook, a ilustradora explicou que utilizou a imagem da igreja como se fosse o prisma usado no álbum do Pink Floyd. “O prisma tem vários lados e jogando uma luz conseguimos ver todos os caminhos, as sete cores. Imagine que para cada problema você tem sete respostas/caminhos a tomar”.
Na mesma rede social, ela também questionou a polêmica gerada, considerando-a desnecessária. “Não esperava isso tudo. Achei que as coisas seriam mais tolerantes, que seria de fácil compreensão, mas é muita falta de conhecimento”, criticou.

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INF. O PRESENTE

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