O grupo
WikiLeaks, responsável por expôr milhões de ficheiros secretos,
informou esta quinta-Feira que se encontra no processo de publicar material de
2,4 milhões de emails sírios - muitos dos quais alega virem de contas oficiais
do governo da Síria.
Sarah Harrison,
da WikiLeaks, disse aos jornalistas no London's Frontline
Club, que os emails revelam interacções havidas entre o governo sírio e
empresas ocidentais, embora ela tenha rejeitado entrar em mais detalhes.
Harrison citou o
fundador da WikiLeaks, Julian Assange, como tendo dito que "o
material é embaraçoso para a Síria, mas também o é para os opositores do
exterior."
A
WikiLeaks só publicou um punhado de documentos no seu site esta
quinta-Feira, mas a revelação - cuja fonte a WikiLeaks não clarificou -
não será a primeira dos emails sírios.
Em Fevereiro
passado circulou o rumor de que o Anonymous, o sombrio grupo activista
na internet teria conseguido entrar em alguns emails sírios. Em Março passado, o
jornal britânico Guardian publicou emails que alegou virem de
activistas da oposição síria.
As mensagens
apareceram captando a vaidosa esposa do presidente sírio Bashar Assad fazendo
compras de sapatos caríssimos enquanto o seu país mergulhava numa guerra civil.
Harrison disse
que os emails da WikiLeaks datavam de Agosto de 2006 até Março de 2012
e eram originários de centenas de domínios diferentes, incluindo o ministério
sírio para os assuntos presidenciais.
Harrison disse
que o seu grupo estava "estatisticamente confiante" de que o corpo de
material era genuíno.
Assange,
actualmente procurando asilo na embaixada do Equador em Londres, não esteve
presente na breve apresentação. Ele é procurado pela polícia inglesa para
possível extradição para a Suécia, afim de responder a acusações sobre alegada
má conduta sexual na Suécia.
Ele tem negado
as acusações, mas enfrenta a prisão no caso de deixar a embaixada.
Harrison
reconheceu que a WikiLeaks está enfrentando "um tempo difícil nesta
altura", mas afirmou que "estamos continuando a trabalhar apesar
disso."
Aquilo que mais
se suspeita nestas "revelações" será a ligação do cruel regime sírio a empresas
ocidentais para o fornecimento de armas, nada de estranhar neste mundo cada vez
mais regulado pelos grandes interesses económicos e cada vez menos pela ética e
pelo respeito dos valores humanos. Valores humanos que para o cruel ditador
assassino que governa a Síria nada representam, mas que desgraçadamente não
fazem dele o único, suspeitando-se que venha a surgir muita coisa embaraçosa da
parte de gente que agora condena as atrocidades na Síria mas que certamente
forneceu "combustível" para que tal pudesse acontecer...
Shalom!
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