quarta-feira, 31 de julho de 2013

Quem cuida daqueles que cuidam de nós?

Os pastores estão sofrendo cada vez mais por uma falta de saúde física e mental, de acordo com recentes estudos denominacionais. Dois de cada três pastores da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos (PCUSA) estão acima do peso ou obesos, com o número de obesos dobrando para 27% nas últimas duas décadas, de acordo com uma avaliação presbiteriana em 2008.
Dos líderes avaliados pela Mayo Clinic (Clínica Mayo) em 2008 da Igreja Evangélica Luterana na América (ELCA), 75% correm risco de estarem mal-nutridos e bem mais de 50% correm risco de obesidade, péssima saúde emocional e pressão alta.
“Nós acreditamos que isso é comum entre pastores de todas as denominações,” diz Brad Joern, diretor de serviços de saúde da ELCA. “O trabalho do pastor é muito estressante. E nós sabemos que há uma conexão psicológica entre o estresse prolongado e a saúde física da pessoa.”
Isso apresenta um problema caro à igreja. A ELCA, que auto-administra seu próprio convênio de saúde, fez a estimativa de que 40% dos US$175 milhões em gastos previstos para 2009 eram “evitáveis”. Em outras palavras, este valor poderia ter sido economizado se os pastores tivessem adotado um estilo de vida mais saudável, além de um bom manejo de problemas crônicos de saúde e/ou bom uso de medicina preventiva.
Os pastores da ELCA parecem possuir mais riscos de saúde do que seus congregantes, chegando a ter uma probabilidade de 10% a mais da média nas áreas de pressão alta, diabetes, colesterol e peso, de acordo com as comparações da Mayo Clinic. Além disso, eles são duas vezes mais suscetíveis a depressão (16% de probabilidade em comparação à média de 8%), apesar de apresentarem metade da probabilidade de usarem álcool ou tabaco.
De acordo com um estudo da Universidade Duke, realizado em 2007 entre 10 denominações, membros do clero são também significantemente mais propensos a se queixarem de demandas excessivas no trabalho, críticas, isolamento e estresse. A universidade, então, criou o programa Clergy Health Initiative (Iniciativa Clero Saudável), um estudo que gastará sete anos e doze milhões de dólares para avaliar a fundo a saúde dos pastores metodistas da United Methodist Church (Igreja Metodista Unida) na Carolina do Norte.
“Entrevistas com grupos de focos já revelaram que pastores da United Methodist Church carecem de acesso consistente e financeiramente viável a convênios médicos,” disse Robert Swift, diretor do Clergy Health Initiative. “E alguns pastores sentem que nunca têm tempo o suficiente para cuidarem de si mesmos.”
“Isso eventualmente se torna um problema espiritual,” disse John Herman, diretor executivo do ministério de cuidado pastoral da Evangelical Free Church of America. “Os pastores são péssimos em honrar o seu tempo de descanso. Acabamos acreditando que descansar significa que alguma coisa necessária não está sendo feita e que as pessoas estão contando conosco para fazê-la," ele completa.
“A saúde emocional é algo sobre o qual os pastores não se permitem chamar atenção,” disse James Bradford, secretário geral da Assembleia de Deus. “Não parece espiritual. Não é politicamente aceitável que o pastor tenha um tipo de diversão que restabeleça suas emoções, como um hobby, por exemplo. Se ele tiver que faltar num culto para estar numa reunião de pessoas que compartilham o mesmo hobby, isso é inaceitável para a maioria das pessoas da igreja.”
“O descuido da saúde do pastor tem consequências muito maiores do que simplesmente uma viagem ao pronto-socorro,” disse Herman. “A boa saúde do pastor é o recurso humano mais importante para se construir uma igreja saudável.”
“Falando de forma empresarial, o cuidado do CEO é uma das responsabilidades da diretoria ou conselho,” disse Bradford, “e isso raramente é bem feito. Esperamos que os pastores sejam automaticamente saudáveis e moralmente puros. Eu penso que os conselhos não precisam somente cuidar da igreja, como também cuidar conscientemente do pastor.”
“Uma mudança cultural essencial seria chegar a entender que a saúde é um compromisso de toda a comunidade,” disse Keith Meador, co-diretor do Center for Spirituality, Theology, and Health (Centro de Espiritualidade, Teologia e Saúde) da Universidade Duke. “Checar a pressão na igreja não é algo ruim. Os cristãos deveriam se proteger contra uma noção individualista da saúde pessoal que pode ser manipulada usando a espiritualidade.”
“Se nós compreendermos corretamente uma comunidade cristocêntrica que dá graças a Deus pelo pão e pelo vinho, que conotam a vida abundante, morte e ressurreição, então cuidaremos uns dos outros,” disse Meador.






 Ministério de Apoio a Pastores e Igrejas

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