Barbosa deu essas declarações ontem, após participar no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, do início da implantação do Processo Judicial Eletrônico (PJe) no Tribunal de Justiça da Bahia.
Democracia e mensalão
Barbosa disse que viu com "absoluta naturalidade" o episódio que ocorreu, recentemente, quando saía do Restaurante Frederic Chopin, em Brasília, e foi hostilizado por militantes do PT. O pequeno grupo chamou o presidente do STF de "tucano" e "projeto de ditador". Barbosa disse que nem "notou" a manifestação. "Quando fui notar já estava dentro do carro. Vi que eram três, quatro pessoas. O Brasil é uma democracia. Faz parte das liberdades".
Os petistas gritaram também: "Dirceu, guerreiro do povo brasileiro". O ex-ministro José Dirceu foi condenado como mentor do mensalão petista e está cumprindo pena na Penitenciária da Papuda. Barbosa se recusou a falar sobre o julgamento do mensalão, que ele presidiu. "Por favor, vamos mudar a fita".
Funcionários, advogados e juízes se acotovelaram, no fórum para ver, cumprimentar e tirar fotos com o presidente do STF ministro. Ao passar por um corredor que dava acesso à 13ª Vara da Fazenda Pública de Salvador, onde o PJe foi implantado, ele foi aplaudido.
Justiça mais acessível
Crítico das duras condenações do STF no processo do mensalão, o governador Jaques Wagner dirigiu palavras amáveis a Barbosa.
"Vou dar mais uma vez as boas-vindas ao ministro Joaquim Barbosa, o que já tive oportunidade de fazê-lo menos formal, no Festival de Música Clássica de Trancoso (praia do extremo sul da Bahia). Para nós, é motivo de orgulho a presença do presidente do Supremo".
Barbosa elogiou a iniciativa do TJ-BA de instalar o PJe, cujo objetivo "é propiciar uma prestação jurisdicional mais célere, mais acessível e mais alinhada às necessidade do cidadão". Ele destacou, entre as vantagens da informatização sobre os antigos autos físicos, o fato de os processos ficarem agora disponíveis online em todo o país, para "todos os operadores do direito, reduzindo, assim, a necessidade de deslocamentos".
A redução de atividades "puramente burocráticas" vai diminuir a tramitação dos processos, eliminando, lembrou o ministro, "os antigos carimbos e numerações sequenciais infindáveis".
Disse que ao incentivar a instalação da PJe, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pretende ter o TJ-BA como "um parceiro e colaborador, oferecendo apoio humano e necessário para a instalação definitiva do programa".
A postura do CNJ em relação ao Tribunal de Justiça da Bahia mudou radicalmente após o afastamento, no ano passado, do presidente anterior da corte baiana, Mário Alberto Hirs, que está sendo investigado por irregularidades envolvendo precatórios. O atual presidente, Eserval Rocha, implantou uma série de medidas de austeridade e moralizadoras e tem recebido apoio do conselho.
http://atarde.uol.com.br/politica/eleicoes/noticias/barbosa-afirma-que-deus-dira-se-sera-candidato-1583655
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