quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A BABILÔNIA RELIGIOSA

Apocalipse 17

Em ordem cronológica, logo após ser derramada a sétima e última taça, Cristo voltará para destruir a besta e assumir o seu reino milenar (capítulo 19). No relato do Apocalipse é feita uma pausa nessa seqüência para revelar um novo mistério, dando início aos sete destinos dos inimigos de Deus, que são:
  1. O sistema religioso falso: Babilônia Religiosa (capítulo 17).
  2. O sistema econômico ímpio: A Grande Babilônia (capítulo 18).
  3. A Besta e o Falso Profeta (capítulo 19 versículo 20).
  4. O remanescente das nações anti-cristãs (capítulo 19 versículo 21).
  5. Os rebeldes depois do milênio (capítulo 20 versículo 9).
  6. Satanás (capítulo 20 versículo 10).
  7. Os ímpios mortos (capítulo 20 versículos 14 e 15).
Os capítulos 17 e 18 de Apocalipse focalizam no surgimento e destruição da grande "Babilônia": este nome abrange a religião ímpia pagã e o sistema econômico centrado no homem, que tiveram suas origens na antiga Babel (confusão), apoiados por Satanás. O capítulo 17 vê o seu aspecto religioso, e o capítulo 18 o econômico.
No capítulo 17 temos a descrição de uma prostituta, bem como do seu nome escrito na sua testa, como era costumeiro nas cidades maiores do império romano para facilitar a sua identificação. Prostituição masculina e feminina, ou fornicação (imoralidade sexual), eram parte integrante de muitas religiões pagãs, incluindo a romana, e na linguagem bíblica a prostituição, incluindo o adultério, é símbolo de apostasia e idolatria.

A cidade chamada Babilônia foi construída na terra de Sinar, onde Ninrode, bisneto de Noé, havia sido poderoso na terra (Gênesis 10:8-10). A terra de Sinar passou a ser conhecida como Babilônia e depois Mesopotâmia. Sua terra fértil era excelente para agricultura, e hoje pertence ao Iraque.
Ninrode (rebelde) foi famoso por ser um "poderoso caçador diante do SENHOR": ele era poderoso na terra, e o seu reino é o primeiro a aparecer na Bíblia.
Estudiosos da história, lendas e mitologia da antiga Babilônia nos dizem que a religião babilônica se desenvolveu em torno de tradições concernentes a Ninrode, sua esposa Semiramis e seu filho Tamuz. Havendo Ninrode morrido, Semiramis declarou que ele era o deus-sol. Ao nascer Tamuz, mais tarde, ela declarou que ele era Ninrode renascido, concebido de maneira sobrenatural, e que ele era a semente prometida a Eva, o "salvador".
Na religião que se desenvolveu, não só Tamuz era adorado, mas também Semiramis. A religião envolvia muitos símbolos misteriosos. Tamuz era representado por um bezerro de ouro. Ninrode, o Baal (Senhor), era representado por fogo, por isso velas e fogueiras se acendiam em honra dele. Também era representado por figuras do sol, peixes, árvores, pilares e animais.
Quando o povo de Babel foi espalhado por Deus mediante a confusão de línguas, os grupos que deram origem às nações levaram consigo esse sistema de idolatria, adorando o deus-sol, a mãe e o filho e os vários símbolos, mudando os nomes nos novos idiomas.
Um viajante e historiador grego da antigüidade, Herodoto, testemunhou a presença dessa religião de mistérios e ritos em muitos países e menciona que Babilônia era a fonte de onde fluíram todos os sistemas idólatras. Quando Roma se tornou num império imenso, sabe-se por certo que ela assimilou em seu sistema religioso os deuses e religiões dos vários países sobre os quais dominava. A religião pagã de Roma não era mais do que a da antiga Babilônia, desenvolvida através de nomes e formas diferentes nos países onde havia ido.
Esta prostituta chamada Babilônia não é um poder civil, pois:
  • Ela não está incluída entre os reis da terra. Sua influência é religiosa (fornicação).
  • A besta que a sustém é o oitavo reino, logo ela deve ser uma religião que dominará esse reino até que ele seja fundido com a federação de dez (sétimo reino).
  • Seu vestuário e ornamentos condizem com a atividade de atrair e seduzir os poderes civis para aceitar suas práticas corruptas e idólatras.
  • O cálice de ouro em sua mão transbordante de abominações e com as imundícias da sua prostituição demonstra o seu poder religioso.
A mulher aqui descrita é um sistema religioso:
  • Cobrindo a maior parte do mundo, se não ele todo (versículos 1 e 15).
  • Ela agrada e engana os poderosos (versículo 2).
  • Muito rica, espalha doutrinas falsas em abundância: abominações é uma palavra muito usada na Bíblia para indicar a idolatria e a apostasia de cultos pagãos (versículo 4).
  • Carregada pela besta, esta religião falsa é espalhada pelo mundo pela Babilônia, através dos líderes das nações.
  • É identificada com os ritos e mistérios da religião da antiga Babilônia, à qual se atribuíam a maior sabedoria e os segredos dos mais divinos. Seus sacerdotes, celibatários e cobertos de vestes negras, possuíam grande poder, em parte devido à prática de receber confissões em segredo do povo, e aos segredos e mistérios que diziam possuir.
  • Dela se originaram todas as outras religiões humanas: ela é a mãe das prostitutas.
  • Ela se sobrepõe a todas as outras religiões em sua idolatria e apostasia: é a mãe das abominações da terra.
  • Ela é responsável pela perseguição dos santos e pela morte dos mártires por Jesus.

A besta, pela sua descrição, se identifica com aquela do capítulo 13 - como a do dragão de quem o Anticristo recebe o seu poder - e aqui lhe é acrescentada a cor vermelha.
O anjo esclarece que:
  • A besta carregando a prostituta representa Roma: para aqueles que estiverem presentes quando esta profecia se cumprir ela era, e não é (o império romano, como tal, desapareceu alguns séculos atrás) mas aparecerá, pois a sua religião continua e será apoiada pela besta: sua origem é de satanás e está destinada à perdição.
  • Mais uma identificação com Roma é que a mulher se assenta sobre sete montes, ou colinas: desde antes da cristandade Roma tem sido conhecida como a cidade das sete colinas. Ela também se identifica como a grande cidade que domina sobre os reis da terra, que era Roma quando isto foi escrito.
  • São mencionados sete reis: provavelmente uma referência aos sete "reis" que terão dominado sobre o povo de Israel: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia, Roma confederação dos dez. O sexto, Roma, ainda existe (quando isto foi escrito), e a confederação ainda não chegou, mas quando chegar, tem de durar pouco (os sete anos do período da tribulação). A besta vai começar sua conquista a sós como o oitavo, mas é dos sete porque vai dominar a confederação, e vai para a perdição: ele e o falso profeta serão, ao que consta, os primeiros a serem lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre (capítulo 19.20).
  • A confederação vai detestar essa religião apóstata, e cumprir os desígnios de Deus ao tirar dela o seu poder e propriedades e destruí-la. Isso acontecerá quando a besta assumir todo o seu poder, e exigir que ele próprio seja adorado, no meio da tribulação.
  • Os líderes da confederação vão entregar sua autoridade à besta por uma hora.
A confederação entrará em guerra contra Cristo, e será derrotada por Ele (Daniel 2:44, 7:20-22, 8:24-26, Apocalipse 19:19-21).






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