quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A apostasia e o Iníquo

 Os crentes em Tessalônica, já instruídos acerca da Vinda do Senhor para a Igreja (1a. Tessalonicenses 4:13-17), estavam sendo perturbados por ensinadores falsos, que diziam que o Dia do Senhor já tinha chegado. Isto significaria, para eles, que o Senhor Jesus já teria descido do céu e trasladado a Igreja para ali (conforme o ensino na primeira carta, capítulo 4) e, assim, não haveria mais esperança para eles, senão de passar pela Grande Tribulação e sofrer as perseguições da Besta (Mateus 24:15; Daniel 12:1; Apocalipse 13).

Neste capitulo 2, Paulo refuta tal ensino, mostrando que haverá dois acontecimentos importantes antes daquele Dia: uma grande apostasia dentro das igrejas e a revelação do Iníquo, o "filho da perdição" (v.3).

VERSÍCULOS 1 e 2

Ensino falso. Havia em Tessalônica perturbadores que tentavam desviar os crentes da sua esperança acerca da Vinda do Senhor, a qual Paulo tinha anunciado na sua primeira carta. Os perturbadores alegavam que um "espírito" ou uma pregação ("palavra") ou mesmo uma carta especial da parte de Paulo tinha anunciado que o Dia do Senhor tinha chegado - esse período de grandes juízos e demonstrações da ira de Deus contra as nações que rejeitaram o Evangelho neste atual período da graça de Deus.
Note que o "Dia do Senhor" se refere a um período de tribulações e guerras, até a descida do Senhor Jesus com a Igreja para instituir o Milênio na terra. Entendemos que a vinda do Senhor para a Igreja (já ensinada em 1a. Tessalonicenses 4:13-17) marcará o princípio do período chamado o Dia do Senhor.

VERSÍCULOS 3 a 12

O Iníquo. Este será um homem, possivelmente uma encarnação de Satanás - o rei de Daniel 11:36 e a "Besta" de Apocalipse 13:1-8 e 19:19-20. Junto com os seus seguidores e ministros, ele fará "sinais e prodígios" (veja Mateus 24:24), enganando aos que rejeitarem o Evangelho (veja os versículos 10 a 12 do nosso trecho). Ele exigirá adoração divina (v.4) e proibirá qualquer outro culto, sob pena de morte (Apocalipse 13:14-15); ele será apoiado pelo "falso profeta", a "segunda Besta" do Apocalipse 13:11-16.
A operação ou influência do Iníquo já está no mundo, pois nos dias do apóstolo havia falsos ensinadores, chamando-se cristãos, mas negando as bases da fé e tentando desviar os crentes para caminhos errados (v.7).
Em nossos dias, esta "apostasia" está cada vez mais em evidência (v.3), com tantas seitas heréticas infiltrando-se no cristianismo e tanto ensino basicamente errado sendo proferido pelos "ministros da Palavra" em várias denominações. Veja 1a. Timóteo 4:1-3; 2a. Timóteo 2:15-18; 2a. Pedro 2:1, 10, 15 e Judas 3,4. O apóstolo João também nos avisa a respeito deste trabalho do Iníquo nas igrejas, como se vê na sua primeira carta (2:18-19; 4:1-3) e na sua segunda carta (v.7-11).
Embora já trabalhando no mundo, a plena manifestação do Iníquo está impedida por "aquele que o detém" (v.6-7). Há diferença de opinião entre os ensinadores cristãos com respeito à significação desta frase. Paulo diz que os crentes em Tessalônica já sabiam a sua significação (v.6); por isso, alguns comentadores acham que a referência é ao Império Romano; outros acham que significa o governo humano enquanto tiver a sua autoridade em vigor (Romanos 12:1-2); ainda há outros que opinam que "o que o detém" se refere ao Espírito Santo, o Qual cessará de opor-Se à plena manifestação do Iníquo depois da trasladação da Igreja.
Em qualquer caso, os cristãos sabem que o Iníquo será "destruído" quando o Senhor vier na Sua glória (v.8). Em Apocalipse 19:20, lemos que a Besta e o "falso profeta" serão lançados vivos dentro do Lago de Fogo, que é a "segunda morte" (Apocalipse 20:14).

VERSÍCULOS 13-17

A Igreja. Apesar desta triste profecia com respeito ao destino da cristandade enganada e infiel, o apóstolo pode agradecer a Deus pela salvação dos crentes fiéis (como os de Tessalônica), os quais, tendo crido na Verdade (o Evangelho dos apóstolos), foram santificados pelo Espírito Santo para alcançar a glória do Senhor Jesus Cristo. Veja Romanos 8:28-30.
Em vista desta eleição e santificação, os crentes deviam ficar firmes, mantendo e seguindo os ensinos verdadeiros dos apóstolos. Hoje temos estes ensinos nas cartas do Novo Testamento, no livro dos Atos e no Apocalipse - todos os quais, juntamente com os quatro evangelhos e os livros do Velho Testamento, formam as Sagradas Escrituras - a verdadeira e única Palavra de Deus para o mundo.
Duas grandes bênçãos (entre muitas mais!) são recebidas pelos crentes por meio do amor de Deus revelado no Evangelho: temos eterna consolação e boa esperança (V.16-17) e o apóstolo assim deseja para os seus leitores a fim de que a realidade da sua fé produza o seu fruto tanto na conversa quanto nas obras.

Richard Dawson Jones (1895 - 1987)

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