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segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Pastor Silas Malafaia é denunciado no Ministério Público e gays tentam tirar seu programa do ar
A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABLGBT) solicitou à Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão, em Curitiba que o Ministério Público tome providências contra o Pastor Silas Malafaia, por incitar a violência contra homossexuais em programas veiculados em emissoras de televisão que operam com concessão pública.
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No último dia 24/10, foi encaminhado pela ABLGBT uma carta ao Ministro das Telecomunicações solicitando que o caso seja acompanhado de perto pelo Ministério, segundo notícia publicada no site Holofote.net. O site do Partido dos Trabalhadores informa que a ABLGBT é uma entidade congrega 237 associações voltadas à causa homossexual.
A principal acusação da ABLGBT é que Malafaia teria mandado “baixar o porrete em cima, para os caras aprenderem a ter vergonha”. Como os programas da Associação Vitória em Cristo são apresentados em emissoras de televisão que dispõem de concessões do governo para veicularem sua programação, a associação argumenta que os programas do Pastor Silas Malafaia estariam sendo usados para promover o ódio e a intolerância, o que seria inconstitucional.
No documento da entidade enviado à Procuradora, consta o link de um vídeo no Youtube, que não pode mais ser acessado, pois foi removido pelo usuário. A reportagem do Gospel+ tentou contato com o Pastor Silas Malafaia, porém não obtivemos resposta até o fechamento desta matéria.
Leia a íntegra do documento enviado pela ABLGBT ao Ministério Público:
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IMAGEN DE DIVUGAÇÃO |
A principal acusação da ABLGBT é que Malafaia teria mandado “baixar o porrete em cima, para os caras aprenderem a ter vergonha”. Como os programas da Associação Vitória em Cristo são apresentados em emissoras de televisão que dispõem de concessões do governo para veicularem sua programação, a associação argumenta que os programas do Pastor Silas Malafaia estariam sendo usados para promover o ódio e a intolerância, o que seria inconstitucional.
No documento da entidade enviado à Procuradora, consta o link de um vídeo no Youtube, que não pode mais ser acessado, pois foi removido pelo usuário. A reportagem do Gospel+ tentou contato com o Pastor Silas Malafaia, porém não obtivemos resposta até o fechamento desta matéria.
Leia a íntegra do documento enviado pela ABLGBT ao Ministério Público:
Ofício PR 236/2011 (TR/dh)
Curitiba, 24 de outubro de 2011
À: Exma. Sra. Gilda Pereira de Carvalho
Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão
pfdc001@pgr.mpf.gov.br
Assunto: Solicitação de tomada de providências – utilização de concessão de meio de comunicação para incitar a violência contra pessoas LGBT
Prezada Senhora,A ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – é uma entidade de abrangência nacional que congrega 237 organizações congêneres e tem como objetivo a defesa e promoção da cidadania desses segmentos da população. A ABGLT também é atuante internacionalmente e tem status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas.Neste sentido, recebemos diversas denúncias sobre a veiculação, em rede de televisão que funciona por meio de concessão pública, da incitação da violência à população LGBT por parte do Pastor Silas Malafaia, conforme pode ser averiguada em http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=tzZFJHm_Zto no qual o pastor afirma que é preciso “baixar o porrete em cima, para os caras aprender a vergonha”.Nos últimos tempos, não tem sido pouca a cobertura da mídia nacional sobre ocorrências de violência contra as pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), especialmente na região da Avenida Paulista em São Paulo, entre outras.Cabe apontar que esta situação de agressão contra a população LGBT se encontra agravada pelas incitações do Pastor Malafaias no programa acima mencionado, ainda mais por sua utilização dos meios de comunicação de concessão pública para contrariar os preceitos constitucionais, especialmente os contidos nos artigos 3º e 19 da Carta Magna:Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil (…):IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.Assim, vimos por meio deste solicitar a tomada das medidas necessárias quanto à emissora que veiculou as incitações do Pastor Malafaia, inclusive, se for considerado apropriado por este Ministério Público, a retirada do ar do programa de televisão em questão com base nas disposições do artigo 19 da Constituição Federal, assim como a aplicação de eventuais penas criminais que possam se aplicar ao Pastor Malafaias pela promoção ativa da discriminação e da violência contra determinados setores da sociedade.Na expectativa de sermos atendidos, colocamo-nos à disposição.Atenciosamente
VIA GRITOS DE ALERTAToni ReisPresidente
Inf: Gospel+
Hoje é o Dia da Reforma Protestante
Hoje, 31 de outubro, é o Dia da Reforma Protestante. Conheça mais sobre a história de Martim Lutero (foto) e o dia em que ele desafiou a Igreja Católica com as suas 95 teses. Apesar de o mundo tentar apagar esta data trocando pelo dia das bruxas, muitos evangélicos ainda se lembram e celebram este dia que foi um marco na história mundial. A Reforma protestante foi um movimento iniciado pelo monge agostiniano Martim Lutero, professor de Bíblia da Universidade de Wittenberg, propondo uma reforma na sua Igreja Católica, por causa dos desvios doutrinais das Escrituras Sagradas - da qual a interpretação deveria ser livre - que ele entendia ter autoridade sobre a Igreja e nunca o contrário. A situação foi enfrentada com descaso e a confiança de que a instituição de vários séculos não teria sua influência posta em dúvida e nem sofreria abalo. Época de mudança nem sempre é percebida por todos. Há 500 anos ou hoje. Ou se percebe e se decide enfrentá-la pela força, como reafirmação do poder baseado no paradigma superado. A tendência é a mente constranger a pluralidade à unidade, para coagir a realidade a adaptar-se à sua racionalidade, explicou o teólogo Raimon Panikkar. Centros de poder relutam em admitir que germes de mudanças surjam na periferia do mundo, de filhos de camponeses e trabalhadores urbanos, e nem que suas propostas teológicas tenham consistência e, ainda menos, que conquistem corações e mentes mundo afora. Hans Luther fez esforços financeiros para enviar seu filho para escolas em Mansfeld, Magdeburg e Eisenach. Aos dezessete anos, Martim Lutero ingressou na Universidade de Erfurt, tornou-se bacharel em 1502 e concluiu o mestrado em 1505, como o segundo aluno da turma. Atendendo o desejo do pai, inscreveu-se na escola de Direito da mesma Universidade. Mas, após uma grande tempestade com trovões e um raio que caiu próximo do caminho por onde passava, gritou "Ajuda-me, Sant'Ana! E eu me tornarei um monge!" Deixou a faculdade, vendeu seus livros e entrou para a ordem dos Agostinianos. Lutero dedicou-se ao mosteiro e à ordem, empenhou-se em fazer boas obras para agradar a Deus e servir ao próximo, orando por suas almas. Dedicou-se intensamente à meditação, às autoflagelações, às orações diárias, às peregrinações e às confissões. Mas, quanto mais se esforçava, mais se sentia tomado pela culpa. Seu superior, Johann von Staupitz, decidiu que o jovem precisava de mais trabalho e de contato com a Sagrada Escritura, ordenando que ele iniciasse a carreira acadêmica. Em 1507, Lutero foi ordenado sacerdote, no ano seguinte começou a lecionar Teologia na Universidade de Wittenberg e visitou Roma dois anos depois, a serviço da ordem. Em outubro de 1512, Lutero recebeu o título de Doutor em Teologia e foi recebido no Senado da Faculdade Teológica com o título de Doutor em Bíblia. Em 1515 foi nomeado vigário de sua ordem, com autoridade sobre onze monastérios. Nesse período, recebeu formação humanista e estudou grego e hebraico, se aprofundou na origem e no significado das palavras das Escrituras, buscadas ad fontes e que veio a utilizar na sua tradução da Bíblia. Convencido de haver uma distorção no ensino da doutrina da Justificação pela fé, passou a ensinar que a Salvação era concedida por Deus, apenas por sua graça (sola Gratia), a partir da fé (sola Fides) em Jesus Cristo (solus Christus), conforme anunciado pelas Escrituras Sagradas (sola Scriptura). Além das atividades como professor, Lutero atuava como confessor na igreja de Santa Maria e como pregador na igreja do Castelo (Schlosskirche), chamada de Todos os Santos por causa da coleção de relíquias, mantidas pelo Príncipe Frederico, o sábio. Arguto, o jovem teólogo e sacerdote percebeu como os fiéis eram transformados em fregueses, pela venda de indulgências, e por isso escreveu suas 95 teses. No debate com Johann Eck, em Leipzig (1519), Lutero negou que o Papa tivesse o poder das chaves, a autoridade exclusiva de perdoar pecados, um poder outorgado à Igreja como comunidade da fé. Negou que a salvação fosse exclusiva da Igreja ocidental sob a autoridade do Papa, mas que também existia na Igreja Ortodoxa, oriental. Os debates (disputatio) teológicos propiciavam a difusão das idéias. Da mesma forma os tipos móveis inventados por Gutenberg, para impressão de textos, possibilitaram a ampla circulação dos escritos de Lutero, que alcançaram Holanda, França, Inglaterra e Itália. Essa publicidade chamou a atenção dos estudantes de teologia, que dirigiam-se a Wittenberg para escutar as preleções de Lutero, que provocavam debates. As controvérsias geradas pelos escritos e debates levaram Lutero a desenvolver sua doutrina do sacramento e da Eucaristia, especialmente através dos seus sermões, também publicados. Os seus textos mais conhecidos por seu impacto surgiram em 1520: Sobre o Papado em Roma, desenvolvendo o conceito luterano de igreja; o Sermão das Boas Obras, é contrário à doutrina católica das boas obras e dos atos como meio de perdão, mantendo que as obras do crente resultam da salvação e não são meios para conquistá-la, disputa que possibilitou o contato com humanistas como Melanchthon, Reuchlin e Erasmo de Roterdã; À Nobreza Cristã da Nação Alemã" (1520), neutralizando a noção de estamento espiritual (Geystlich Stand), recomendando os cristãos leigos como dignos do mesmo respeito destinado aos sacerdotes e criticando privilégios mundanos do sistema; o Cativeiro Babilônico da Igreja, afirmando a presença real do corpo e do sangue do Cristo na eucaristia, a justificação no batismo - combinado com a fé salvadora no receber - e a penitência como palavra de promessa de desculpas recebidas com fé; e Da Liberdade cristã, afirmando que pela fé o cristão é senhor soberano e em nada sujeito a ninguém, e pelo amor, é servo de todos. Diante da ameaça de excomunhão, Lutero enviou seu escrito Da Liberdade cristã, com a frase Eu não me submeto a leis ao interpretar a palavra de Deus. Queimou a bula em público e o Papa Leão X o excomungou em 1521, com a bula Decet Romanum Pontificem. A execução da proibição foi evitada pela relação do Papa com o príncipe Frederico, da Saxônia, e pelo novo imperador, Carlos V, do Sacro Império Romano Germânico. A paz foi selada 482 depois com uma Declaração Conjunta em 1999. 95 teses As 95 teses fixadas na porta da Igreja do Castelo (Schlosskirche) são um libelo contra o sistema de perdão parcial ou total do castigo temporal pelos pecados. A indulgência era um documento que assegurava a remissão do castigo imposto a uma pessoa por causa dos seus pecados. Qualquer pessoa poderia adquirir esse documento que assegura a indulgência, para si mesmo e até para um parente já morto que estivesse no Purgatório. A noção presente nas indulgências é que a Igreja era a responsável pela guarda do tesouro das boas obras praticadas pelos cristãos, a ela ligados. No raciocínio jurídico teológico, ela tinha a autoridade para administrar essa riqueza espiritual, através da qual os pecadores poderiam ser resgatados. A troca se estabelecia através do pagamento de um valor estabelecido, pelo qual o fiel recebia um documento assegurando a salvação dele ou de seu parente. Essa noção se torna mais que chocante, até mesmo ofensiva para Lutero, em razão de toda a teologia que aprendeu e viveu em sua formação agostiniana. Era um abuso que precisava ser corrigido. Por isso a redação de suas teses, debatidas com seus alunos, e divulgadas na porta da Igreja do Castelo, em razão das missas dos dias 1º e 2 de novembro, freqüentadas pelo alto clero e a nobreza. O frade dominicano Johann Tetzel fora recrutado para viajar através dos territórios episcopais do arcebispo Alberto de Mogúncia, promovendo e vendendo indulgências, com o objetivo de financiar as reformas da Basílica de São Pedro, em Roma. Lutero viu esta estratégia das indulgências como um tráfico e um abuso que poderia confundir as pessoas e levá-las a confiar apenas nas indulgências, deixando de lado a confissão e o arrependimento verdadeiros. Proferiu, então, três sermões contra as indulgências em 1516 e 1517, assumindo a ênfase expressa na tese número 62: o verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo evangelho da glória e da graça de nosso Senhor Jesus Cristo. O texto fixado na porta da Igreja do Castelo era um convite aberto ao debate dessas teses que condenavam a avareza e o paganismo na Igreja como um abuso, e pediam um debate teológico sobre o que as Indulgências significavam. O documento não inflama as populações contra as autoridades, mas indaga a postura da Igreja que se dispõe a usar este recurso. Elas foram traduzidas para o alemão e, amplamente copiadas e impressas, tinham sido espalhadas em 15 dias por toda a Alemanha e, em dois meses, por toda a Europa. Este foi o primeiro episódio da História em que a imprensa teve papel fundamental, com a simples distribuição de um documento. Leia abaixo as 95 teses: 1 Ao dizer: "Fazei penitência", etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência. 2 Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes). 3 No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a penitência interior seria nula, se, externamente, não produzisse toda sorte de mortificação da carne. 4 Por conseqüência, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo (isto é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus. 5 O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs por decisão própria ou dos cânones. 6 O papa não pode remitir culpa alguma senão declarando e confirmando que ela foi perdoada por Deus, ou, sem dúvida, remitindo-a nos casos reservados para si; se estes forem desprezados, a culpa permanecerá por inteiro. 7 Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-la, em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário. 8 Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos cânones, nada deve ser imposto aos moribundos. 9 Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade. 10 Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam aos moribundos penitências canônicas para o purgatório. 11 Essa erva daninha de transformar a pena canônica em pena do purgatório parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam. 12 Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da absolvição, como verificação da verdadeira contrição. 13 Através da morte, os moribundos pagam tudo e já estão mortos para as leis canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas. 14 Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo grande temor, e tanto mais, quanto menor for o amor. 15 Este temor e horror por si sós já bastam (para não falar de outras coisas) para produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do desespero. 16 Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o semidesespero e a segurança. 17 Parece desnecessário, para as almas no purgatório, que o horror diminua na medida em que cresce o amor. 18 Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da Escritura, que elas se encontram fora do estado de mérito ou de crescimento no amor. 19 Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa parte, tenhamos plena certeza. 20 Portanto, sob remissão plena de todas as penas, o papa não entende simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs. 21 Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa. 22 Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que, segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida. 23 Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele, certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos. 24 Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena. 25 O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer bispo e cura tem em sua diocese e paróquia em particular. 26 O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves (que ele não tem), mas por meio de intercessão. 27 Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu]. 28 Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, podem aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus. 29 E quem é que sabe se todas as almas no purgatório querem ser resgatadas? Dizem que este não foi o caso com S. Severino e S. Pascoal. 30 Ninguém tem certeza da veracidade de sua contrição, muito menos de haver conseguido plena remissão. 31 Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autenticamente as indulgências, ou seja, é raríssimo. 32 Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência. 33 Deve-se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do papa aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é reconciliada com Deus. 34 Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de satisfação sacramental, determinadas por seres humanos. 35 Não pregam cristãmente os que ensinam não ser necessária a contrição àqueles que querem resgatar ou adquirir breves confessionais. 36 Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem direito à remissão pela de pena e culpa, mesmo sem carta de indulgência. 37 Qualquer cristão verdadeiro, seja vivo, seja morto, tem participação em todos os bens de Cristo e da Igreja, por dádiva de Deus, mesmo sem carta de indulgência. 38 Mesmo assim, a remissão e participação do papa de forma alguma devem ser desprezadas, porque (como disse) constituem declaração do perdão divino. 39 Até mesmo para os mais doutos teólogos é dificílimo exaltar perante o povo ao mesmo tempo, a liberdade das indulgências e a verdadeira contrição. 40 A verdadeira contrição procura e ama as penas, ao passo que a abundância das indulgências as afrouxa e faz odiá-las, pelo menos dando ocasião para tanto. 41 Deve-se pregar com muita cautela sobre as indulgências apostólicas, para que o povo não as julgue erroneamente como preferíveis às demais boas obras do amor. 42 Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra de indulgências possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de misericórdia. 43 Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências. 44 Ocorre que através da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna melhor, ao passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas apenas mais livre da pena. 45 Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para gastar com indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a ira de Deus. 46 Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem bens em abundância, devem conservar o que é necessário para sua casa e de forma alguma desperdiçar dinheiro com indulgência. 47 Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é livre e não constitui obrigação. 48 Deve-se ensinar aos cristãos que, ao conceder indulgências, o papa, assim como mais necessita, da mesma forma mais deseja uma oração devota a seu favor do que o dinheiro que se está pronto a pagar. 49 Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são úteis se não depositam sua confiança nelas, porém, extremamente prejudiciais se perdem o temor de Deus por causa delas. 50 Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exações dos pregadores de indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas. 51 Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto - como é seu dever - a dar do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de indulgências extraem ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse necessário vender a Basílica de S. Pedro. 52 Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências, mesmo que o comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia pelas mesmas. 53 São inimigos de Cristo e do papa aqueles que, por causa da pregação de indulgências, fazem calar por inteiro a palavra de Deus nas demais igrejas. 54 Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica tanto ou mais tempo às indulgências do que a ela. 55 A atitude do papa é necessariamente esta: se as indulgências (que são o menos importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e uma cerimônia, o Evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado com uma centena de sinos, procissões e cerimônias. 56 Os tesouros da Igreja, dos quais o papa concede as indulgências, não são suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo. 57 É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que muitos pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam. 58 Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre operam, sem o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o inferno do ser humano exterior. 59 S. Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma, empregando, no entanto, a palavra como era usada em sua época. 60 É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que lhe foram proporcionadas pelo mérito de Cristo, constituem este tesouro. 61 Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos, o poder do papa por si só é suficiente. 62 O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus. 63 Este tesouro, entretanto, é o mais odiado, e com razão, porque faz com que os primeiros sejam os últimos. 64 Em contrapartida, o tesouro das indulgências é o mais benquisto, e com razão, pois faz dos últimos os primeiros. 65 Por esta razão, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se pescavam homens possuidores de riquezas. 66 Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homens. 67 As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças realmente podem ser entendidas como tal, na medida em que dão boa renda. 68 Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com a graça de Deus e a piedade na cruz. 69 Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os comissários de indulgências apostólicas. 70 Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e atentar com ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os seus próprios sonhos em lugar do que lhes foi incumbido pelo papa. 71 Seja excomungado e maldito quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas. 72 Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade das palavras de um pregador de indulgências. 73 Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma, procuram defraudar o comércio de indulgências, 74 muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências, procuram defraudar a santa caridade e verdade. 75 A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes ao ponto de poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso isso fosse possível, é loucura. 76 Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular sequer o menor dos pecados veniais no que se refere à sua culpa. 77 A afirmação de que nem mesmo S. Pedro, caso fosse o papa atualmente, poderia conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o papa. 78 Afirmamos, ao contrário, que também este, assim como qualquer papa, tem graças maiores, quais sejam, o Evangelho, os poderes, os dons de curar, etc., como está escrito em 1 Co 12. 79 É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insignemente erguida, equivale à cruz de Cristo. 80 Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que semelhantes conversas sejam difundidas entre o povo. 81 Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil, nem para os homens doutos, defender a dignidade do papa contra calúnias ou perguntas, sem dúvida argutas, dos leigos. 82 Por exemplo: por que o papa não evacua o purgatório por causa do santíssimo amor e da extrema necessidade das almas - o que seria a mais justa de todas as causas -, se redime um número infinito de almas por causa do funestíssimo dinheiro para a construção da basílica - que é uma causa tão insignificante? 83 Do mesmo modo: por que se mantêm as exéquias e os aniversários dos falecidos e por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as doações efetuadas em favor deles, visto que já não é justo orar pelos redimidos? 84 Do mesmo modo: que nova piedade de Deus e do papa é essa: por causa do dinheiro, permitem ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga de Deus, porém não a redimem por causa da necessidade da mesma alma piedosa e dileta, por amor gratuito? 85 Do mesmo modo: por que os cânones penitenciais - de fato e por desuso já há muito revogados e mortos - ainda assim são redimidos com dinheiro, pela concessão de indulgências, como se ainda estivessem em pleno vigor? 86 Do mesmo modo: por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos mais ricos Crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma basílica de São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis? 87 Do mesmo modo: o que é que o papa perdoa e concede àqueles que, pela contrição perfeita, têm direito à remissão e participação plenária? 88 Do mesmo modo: que benefício maior se poderia proporcionar à Igreja do que se o papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma concedesse essas remissões e participações 100 vezes ao dia a qualquer dos fiéis? 89 Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do o dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências outrora já concedidas, se são igualmente eficazes? 90 Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força, sem refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos. 91 Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o espírito e a opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam surgido. 92 Fora, pois, com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo: "Paz, paz!" sem que haja paz! 93 Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo: "Cruz! Cruz!" sem que haja cruz! 94 Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu cabeça, através das penas, da morte e do inferno; 95 e, assim, a que confiem que entrarão no céu antes através de muitas tribulações do que pela segurança da paz. Declaração Conjunta - mais semelhanças que diferenças A Declaração Conjunta sobre a Justificação (DC), assinada entre católicos e luteranos em 31 de outubro de 1999, começou com o trabalho da Comissão Mista Internacional Católico-Romana e Evangélico-Luterana, realizado desde 1972. No Brasil esse documento chegou para ser debatido num Seminário realizado em Porto Alegre (RS) em 1996, em resposta a uma consulta do Vaticano e da Federação Luterana Mundial (FLM), com objetivo de alcançar consenso em nível internacional. As conferências, debates e o texto da DC foram debatidos em clima de oração e de escuta. O texto foi saudado com alegria pelo Cardeal Lorscheider. "Chegados a um consentimento sobre a doutrina da justificação, católicos e luteranos poderão dar-se as mãos. Ulteriores questões concernentes à Igreja, aos sacramentos, de modo particular à eucaristia e ao ministério ordenado, poderão ter solução mais fácil e até mais rápida". Marcado pela dualidade, o cristão, "mesmo fundamentalmente inserido em Cristo, encontra-se todavia afetado pelo pecado. É ao mesmo tempo justo e pecador (simul iustus et peccator), como a Igreja é ao mesmo tempo santa e pecadora (sancta simul et semper purificanda - povo santo e pecador!) O pastor Gottfried Brakemeier, à época presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e da FLM, informou que a Comissão Mista reuniu-se duas vezes na Alemanha para revisar o texto e submetê-lo à aprovação. Para a Comissão, à primeira vista as divergências pareciam irreconciliáveis, especialmente por terem resultado nas condenações recíprocas, contidas nos decretos do Concílio de Trento, cujas atas só foram tornadas públicas na segunda metade do século passado, e no Livro de Concórdia, que reúne as confissões luteranas da época. Importante avanço foi o Concílio Vaticano II ter reconhecido "sinais de santificação e verdade também fora do âmbito da Igreja Católica Romana, já não mais permitindo a condenação sumária de membros de outras Igrejas. Analogamente as Igrejas Luteranas jamais negaram haver pregação pura do evangelho e administração correta dos sacramentos também na Igreja Católica, critérios estes que segundo a Confissão de Augsburgo identificam a verdadeira Igreja de Jesus Cristo". O consenso alcançado na DC é um exemplo de unidade na diversidade reconciliada. Ecumenismo sério sempre significa aprendizado. Isso nos dá parâmetros e limites: avanço ecumênico na confissão de fé comum sabe que a unidade em Cristo é anterior às divisões dos cristãos. Sem essa consciência não somos capazes de vencer barreiras de separação. "Portanto ecumenismo não produz a unidade. Cabe-lhe apenas tornar visível a unidade que em Cristo já nos foi dada. Todo o esforço ecumênico entre as Igrejas parte desse consenso fundamental". Lutero ainda provoca debates O jornalista e escritor espanhol Jesús Bastante Liébana concedeu entrevista no lançamento de seu livro Cisma, durante a qual afirmou que "o Papa poderia reabilitar Lutero", lembrando que Bento XVI "já concebeu a possibilidade de reabilitar Lutero" e inclusive a de realizar "uma viagem imediata, possivelmente nesta primavera, à Saxônia", região da Alemanha onde Lutero pregou suas teses e traduziu o Novo Testamento ao alemão. Liébana afirmou que católicos e protestantes "unem-se em muito mais coisas do que as que os separam", circunstância que o Papa "conhece muito bem". Observando que "não se deve esquecer que ele é alemão e, na Alemanha, pátria de Lutero, evangélicos e católicos convivem em um plano de igualdade numérica e jurídica", acrescentou. Cisma é um romance histórico, publicado pelas Ediciones B, narrando o cisma protestante, uma época apaixonante da história, declara o autor. Liébana considera que Lutero e o cisma protestante" são absolutamente desconhecidos para o público", apesar de que, lembrou ele, nos primeiros momentos da Reforma, o imperador Carlos V e o Papa Adriano VI foram "duas figuras relevantes de Castilla, e imprescindíveis". "Trata-se de uma época apaixonante da História e, ao mesmo tempo, cheia de simplificações, fruto do desconhecimento", observa Liébana, assumindo que Lutero "era um iluminado, um personagem estranho e com profundas mudanças de humor e personalidade". "Com certeza, não foi um herege, mas um reformador: ele não queria romper com a Igreja, mas sim reformar o que considerava como abusos", considerando que Lutero não quis criar uma religião fora da Igreja Católica, mas "os acontecimentos e a soberba pessoal o levaram a promover o cisma". Talvez fosse possível frear o cisma, já que as denúncias de Lutero "eram compartilhadas por boa parte da Igreja". Por outro lado, Liébana mostrou-se convencido de que, após a leitura do romance, "muitos católicos considerarão que Lutero estava certo em muitas de suas reivindicações, e os protestantes, que a ruptura com Roma foi desnecessária e fruto de manobras políticas, não espirituais". E ponderou: "o que me parece fundamental é que se veja que, 500 anos depois, católicos e protestantes compartilham a mesma fé, vivem na mesma cultura e têm concepções exatas sobre a sociedade e o diálogo fé e razão". "Foi um verdadeiro prazer escrever esse romance e tentar unir a precisão histórica com a trama literária", concluiu. VIA GRITOS DE ALERTA inf. Site da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil |
O LIVRO DE RUTE
Jesus disse aos discípulos: “Ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho, que não receba, já no presente, o cêntuplo” (Marcos 10:29-30; Hebreus 6:10). Rute não ficou frustrada com sua escolha. Nem perdeu a recompensa. Boaz, que havia pedido a bênção do Senhor sobre ela (2:12), era a própria recompensa que lhe seria dada como prêmio por sua fé.
A mesma coisa é verdadeira em relação ao Senhor e Seu povo. O apóstolo Paulo escreveu: “Perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar…”. Uma recompensa? Não! “Para ganhar a Cristo” (Filipenses 3:8).
Mas algo deveria ser feito antes. Rute teria de ser redimida, e Boaz não perdeu tempo para resolver a questão. Apesar do desejo de fazê-lo, o parente mais próximo não o podia (v. 6). Ele nos faz lembrar da Lei e de sua incapacidade para salvar a humanidade ou para trazê-la de volta às bênçãos de Deus. Em contraste, Boaz representa a graça divina. Quando não havia mais recurso disponível, essa graça foi revelada em uma Pessoa, O Senhor Jesus, oRedentor, que pagou o resgate integralmente.
O novo retrato da fé no Brasil
Pesquisas indicam o aumento da migração religiosa entre os brasileiros, o surgimento dos evangélicos não praticantes e o crescimento dos adeptos ao islã
Rodrigo CardosoConheça em vídeo a história de Silvio Garcia, que era pastor da igreja evangélica e hoje é pai de santo :
Acaba de nascer no País uma nova categoria religiosa, a dos evangélicos não praticantes. São os fiéis que creem, mas não pertencem a nenhuma denominação. O surgimento dela já era aguardado, uma vez que os católicos, ainda maioria, perdem espaço a cada ano para o conglomerado formado por protestantes históricos, pentecostais e neopentecostais. Sendo assim, é cada vez maior o número de brasileiros que nascem em berço evangélico – e, como muitos católicos, não praticam sua fé. Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelaram, na semana passada, que evangélicos de origem que não mantêm vínculos com a crença saltaram, em seis anos, de insignificantes 0,7% para 2,9%. Em números absolutos, são quatro milhões de brasileiros a mais nessa condição. Essa é uma das constatações que estatísticos e pesquisadores estão produzindo recentemente, às quais ISTOÉ teve acesso, formando um novo panorama religioso no País.
Isso só é possível porque o universo espiritual está tomado por gente que constrói a sua fé sem seguir a cartilha de uma denominação. Se outrora o padre ou o pastor produziam sentido à vida das pessoas de muitas comunidades, atualmente celebridades, empresários e esportistas, só para citar três exemplos, dividem esse espaço com essas lideranças. Assim, muitas vezes, os fiéis interpretam a sua trajetória e o mundo que os cerca de uma maneira pessoal, sem se valer da orientação religiosa. Esse fenômeno, conhecido como secularização, revelou o enfraquecimento da transmissão das tradições, implicou a proliferação de igrejas e fez nascer a migração religiosa, uma prática presente até mesmo entre os que se dizem sem religião (ateus, agnósticos e os que creem em algo, mas não participam de nenhum grupo religioso). É muito provável, portanto, que os evangélicos pesquisados pelo IBGE que se disseram desvinculados da sua instituição estejam, como muitos brasileiros, experimentando outras crenças.
É cada vez maior a circulação de um fiel por diferentes denominações – ao mesmo tempo que decresce a lealdade a uma única instituição religiosa. Em 2006, um levantamento feito pelo Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris) e organizado pela especialista em sociologia da religião Sílvia Fernandes, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), verificou que cerca de um quarto dos 2.870 entrevistados já havia trocado de crença. Outro estudo, do ano passado, produzido pela professora Sandra Duarte de Souza, de ciências sociais e religião da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), para seu trabalho de pós-doutorado na Universidade de Campinas (Unicamp), revelou que 53% das pessoas (o universo pesquisado foi de 433 evangélicos) já haviam participado de outros grupos religiosos.
Isso só é possível porque o universo espiritual está tomado por gente que constrói a sua fé sem seguir a cartilha de uma denominação. Se outrora o padre ou o pastor produziam sentido à vida das pessoas de muitas comunidades, atualmente celebridades, empresários e esportistas, só para citar três exemplos, dividem esse espaço com essas lideranças. Assim, muitas vezes, os fiéis interpretam a sua trajetória e o mundo que os cerca de uma maneira pessoal, sem se valer da orientação religiosa. Esse fenômeno, conhecido como secularização, revelou o enfraquecimento da transmissão das tradições, implicou a proliferação de igrejas e fez nascer a migração religiosa, uma prática presente até mesmo entre os que se dizem sem religião (ateus, agnósticos e os que creem em algo, mas não participam de nenhum grupo religioso). É muito provável, portanto, que os evangélicos pesquisados pelo IBGE que se disseram desvinculados da sua instituição estejam, como muitos brasileiros, experimentando outras crenças.
É cada vez maior a circulação de um fiel por diferentes denominações – ao mesmo tempo que decresce a lealdade a uma única instituição religiosa. Em 2006, um levantamento feito pelo Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris) e organizado pela especialista em sociologia da religião Sílvia Fernandes, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), verificou que cerca de um quarto dos 2.870 entrevistados já havia trocado de crença. Outro estudo, do ano passado, produzido pela professora Sandra Duarte de Souza, de ciências sociais e religião da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), para seu trabalho de pós-doutorado na Universidade de Campinas (Unicamp), revelou que 53% das pessoas (o universo pesquisado foi de 433 evangélicos) já haviam participado de outros grupos religiosos.
ALÁ
Nogueira, muçulmano há um ano: no Rio, os convertidos
saltaram de 15% da comunidade para 85% em 12 anos
Em sua dissertação de mestrado sobre as motivações de gênero para o trânsito de pentecostais para igrejas metodistas, defendida na Umesp, a psicóloga Patrícia Cristina da Silva Souza Alves verificou, depois de entrevistar 193 protestantes históricos, que 16,5% eram oriundos de igrejas pentecostais. Essa proporção era de 0,6% (27 vezes menor) em 1998, como consta no artigo “Trânsito religioso no Brasil”, produzido pelos pesquisadores Paula Montero e Ronaldo de Almeida, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Para Patrícia, o momento econômico do Brasil, que registra baixos índices de desemprego e ascensão socioeconômica da população, reduz a necessidade da bênção material, um dos principais chamarizes de uma parcela do pentecostalismo. “Por outro lado, desperta o olhar para valores inerentes ao cristianismo, como a ética e a moral cristã, bastante difundidas entre os protestantes históricos”, afirma.
Em busca desses valores, o serralheiro paraibano Marcos Aurélio Barbosa, 37 anos, passou a frequentar a Igreja Metodista há um ano e meio. Segundo ele, nela o culto é ofertado a Deus e não aos fiéis, como acontecia na pentecostal Assembleia de Deus, a instituição da qual Barbosa foi devoto por 16 anos, sendo sete como presbítero. O serralheiro cumpria à risca os rígidos usos e costumes impostos pela denominação. “Eu não vestia bermuda nem dormia sem camisa, não tinha tevê em casa, não bebia vinho, não ia ao cinema nem à praia porque era pecado”, conta. Com o tempo, o paraibano passou a questionar essas proibições e acabou migrando. “Na Metodista encontrei um Deus que perdoa, não um justiceiro.”
AMÉM
É cada vez mais comum ex-pentecostais, como o atual metodista Barbosa,
que foi pastor da Assembleia de Deus (acima), aderirem às protestantes históricas
A teóloga Lídia sugere que os sistemas simbólicos das religiões evangélica e afro-brasileira têm favorecido a circulação de fiéis da primeira para a segunda. “Há uma singularidade de ritos, como o fenômeno do transe. Um dos entrevistados me disse que muito do que presenciava na Igreja Universal (do Reino de Deus) ele encontrou na umbanda”, diz. Em suas pesquisas, fiéis do sexo feminino foram as que mais cometeram infidelidade religiosa (67%). Os motivos que levam homens e mulheres a migrar de religião (leia quadro à pág. 60) foram investigados pela professora Sandra, da Umesp. Em outubro, suas conclusões serão publicadas em “Filosofia do Gênero em Face da Teologia: Espelho do Passado e do Presente em Perspectiva do Amanhã” (Editora Champanhat).
SALVAÇÃO
Homens pensam em si quando buscam uma nova crença:
Higuti, pastor da Bola de Neve, queria se livrar das drogas
Antes de se fixar na Bola de Neve, Higuti experimentou outras quatro denominações evangélicas. Mobilidades intraevangélicas como as dele ocorrem com aproximadamente 40% dos adeptos de igrejas pentecostais e neopentecostais, segundo a especialista em sociologia da religião Sílvia, da UFRRJ. Os neopentecostais, porém, possuem uma particularidade. Seus fiéis trocam de igreja como quem descarta uma roupa velha: porque ela não serve mais. São a homogeneização da oferta religiosa e a maior visibilidade de algumas denominações que produzem esse efeito. “Esse grupo, antigamente, era o tal receptor universal de fiéis, para onde iam todas as religiões. Hoje, a singularidade dele é o fato de receber membros de outras neopentecostais”, diz Sandra, da Umesp. “Quanto mais acirrada a concorrência, maior a migração.” A exposição na mídia, fundamentalmente na tevê, é a principal estratégia dos neopentecostais para roubar adeptos da concorrente direta. E cada vez mais as pessoas estabelecem uma relação utilitária com a religião. De acordo com a pesquisadora Sandra, se não há o retorno (material, na maioria das vezes), o fiel procura outra prestadora de serviço religioso. Estima-se, por exemplo, que 70% dos atuais adeptos da Igreja Mundial – uma dissidente da Universal – tenham migrado para lá vindos da denominação de Edir Macedo. “Entre os neopentecostais não se busca mais um líder religioso, mas um mago que resolva tudo num estalar de dedos”, diz Sandra. “Essa magia faz sucesso, mas tem vida curta, uma vez que o fiel se afasta, caso não encontre logo o que quer.”
SEM LAÇOS
Lucina não segue nenhum credo, mas quando quer alcançar uma graça
procura algum serviço religioso: 30% fazem o mesmo anualmente
A artesã não cultua santos, crê em Deus, Jesus Cristo e acende vela para anjos. No campo das ciências da religião, manifestações espirituais como as dela são recentes e vêm sendo tema de novos estudos. A migração de brasileiros para o islã é outro fenômeno que cresce no País. O número de convertidos na comunidade muçulmana do Rio de Janeiro, por exemplo, saltou de 15% em 1997 para 85% em 2009. Ex-umbandista que hoje atende por Ahmad Abdul-Haqq, o policial militar paulista Mario Alves da Silva Filho tem um inventário religioso de dar inveja. Batizado no catolicismo, aos 9 anos estreou na umbanda em uma gira de caboclo e baianos. Um ano depois, juntando moedas que ganhava dos pais, comprou seu primeiro livro, sobre bruxaria. Aos 14, passou a frequentar a Federação Espírita paulista, onde fez cursos para trabalhar com incorporações e psicografia. Aos 17 anos, trabalhou em ordens esotéricas ao mesmo tempo que dava expediente na umbanda. O policial, mestrando em sociologia da religião na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), decidiu se converter ao islã quando fazia um retiro de padres jesuítas. Em uma noite, sonhou com um árabe que o indicava o islã como resposta para suas dúvidas. Aos 29 anos, ele entrou em uma mesquita e disse que queria ser muçulmano. Saiu dela batizado e, desde então, faz cinco orações e repete frases do “Alcorão” diariamente. “Descobri que sou uma criatura de Deus e voltarei ao seio do Criador.”
Faz dez anos que o número de convertidos ao islã no País aumentou. E não são os atentados às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001, que marcam esse novo fluxo, mas a novela “O Clone”, da Globo. Foi ela que “introduziu no imaginário cultural brasileiro imagens bastante positivas dos muçulmanos como pessoas alegres e devotadas à família”, como defende Paulo Hilu da Rocha Pinto em “Islã: Religião e Civilização – Uma Abordagem Antropológica” (Editora Santuário), de 2010. “De lá para cá, a conversão de brasileiros cresceu 25%. Em Salvador, 70% da comunidade é de convertidos”, diz a antropóloga Francirosy Ferreira, pesquisadora de comunidades muçulmanas da Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto.
Assistente financeiro, o paulista Luan Nogueira, 23 anos, tornou-se muçulmano há um ano. Por indicação de um amigo, passou a pesquisar o islã e descobriu que o discurso estigmatizado criado após o 11 de setembro, que relacionava a religião à intolerância e à violência, não era verdadeiro. “Encontrei na mesquita e no “Alcorão” a ética da boa conduta”, diz. “Me sinto mais próximo de Deus no islã.” Para o professor Frank Usarski, do Centro de Estudo de Religiões Alternativas de Origem Oriental, da PUC-SP, o atrativo do islã é o fato de não ter perdido, diferentemente de outras religiões, a competência da interpretação completa da vida. “Ele oferece um guarda-chuva de referências para esferas como economia e ciência”, diz Usarski.
ORIXÁS
Ex-liderança evangélica, Garcia largou os cultos cristãos (abaixo) para se tornar pai de santo
É cada vez mais comum, no País, fiéis rezando com a cartilha da autonomia religiosa. Esse chega para lá na fé institucionalizada tem conferido características mutantes na relação do brasileiro com o sagrado, defende a professora Sandra, de ciências sociais e religião da Umesp. “Deus é constituído de multiplicidade simbólica, é híbrido, pouco ortodoxo, redesenhado a lápis, cujos contornos podem ser apagados e refeitos de acordo com a novidade da próxima experiência.” Agora é o fiel quem quer empunhar a escrita de sua própria fé.
VIA GRITOS DE ALERTA
INF. ISTOÉ
PODE UM CRISTÃO SER MAÇON ?
Existem certas coisas que, seja pelo desconhecimento, preconceito ou mesmo por contradições com a fé cristã, que não são aceitas no meio evangélico.
Uma entidade vista com muita desconfiança e curiosidade pelos crentes, é a maçonaria, espécie de sociedade secreta.
Oculta, misteriosa, dona de uma filosofia centenária cuja origem se perde nas brumas do tempo, e por isso mesmo sedutora, a Maçonaria é uma espécie de caixa preta que assusta muita gente. Especula-se por exemplo, que em algumas cerimônias praticam-se pactos de sangue e juras de morte àqueles que abandonam suas fileiras. Bem menos tenebrosas são as prosaicas senhas que utilizam para identificar-se, como determinados toques nos apertos de mão e a adoção de três pontinhos na assinatura. Boataria a parte, o certo é que para a sociedade em geral, e os evangélicos em particular, o grupo é um ilustre desconhecido. Seus membros são reservados e os locais de reunião, as chamadas lojas, são fechadas para quem não faz parte da entidade.
Descontados os exageros propagados pela ignorância generalizada a seu respeito, o certo é que a Maçonaria é via de regra rechaçada pela Igreja Evangélica. Contudo, é grande o número de crentes que não só simpatizam, como participam de suas fileiras. Para eles não há qualquer incompatibilidade entre servir a Cristo e ser maçom. Mas a grande maioria dos crentes consideram a maçonaria como uma religião ocultista e até diabólica, e, portanto, incompatível com a sua fé. Ao contrário da maior parte das igrejas evangélicas, onde qualquer pessoa que se declare convertida pode se tornar membro mediante o batismo, o ingresso na Maçonaria é um processo lento e complexo. Alguém só pode vincular-se a instituição através da indicação de alguém que pertença à sociedade. O processo se inicia quando determinada pessoa começa a ter suas características notadas. Neste caso seu nome é sugerido por um maçom à Loja. Então levanta-se a maior parte de informações possíveis sobre essa pessoa – como é sua vida pessoal, se goza de boa reputação, se sua honestidade é reconhecida. Se nada o desabonar, então é feito o convite, com a permissão da Loja. Mas isso não termina aí. Se o convite for aceito, iniciam-se outras formalidades. No caso de homem casado é fundamental o consentimento da esposa. É preenchido um formulário com diversas perguntas. Depois abre-se uma sindicância que pode demorar até dois anos. Só depois de tudo isso é possível tornar-se um maçom.
Além de se auxiliarem mutuamente, os maçons desenvolvem uma série de atividades de cunho social e comunitário. Costumam definir-se como uma reunião de homens livres e de bons costumes. Em geral os maçõns são extremamente zelosos pelo grupo a que pertencem, praticando com afinco seus ensinos. Nas Lojas os ritos seguem rígidos princípios de hierarquia e carregam elevada dose de simbolismo. As reuniões são realizadas geralmente uma vez por semana ou quinzenalmente. Nas celebrações cada um tem função definida, de acordo com seu posto na entidade. Há uma abertura solene, na qual entram os aprendizes, os companheiros e os mestres, seguidos pelo venerável mestre, a quem cabe dirigir a sessão. A disposição dos assentos também é ritualística – Oriente, Coluna do Sul, Coluna do Norte. Antes dos trabalhos, pode haver a leitura do Salmo 133, que fala sobre a excelência do amor fraternal, depois é feito uma oração solene ao Grande Arquiteto do Universo, identificado como Deus e normalmente representado pela letra “G”. Nessa oração, roga-se pelos presentes, por suas famílias e pela reunião. O dirigente dá orientações preliminares para verificar se o templo está coberto, ou seja, se todas as portas estão fechadas, se todos os presentes são maçons e outras formalidades. Em um determinado momento, depois da palavra de exortação, cada um dos irmãos podem falar. Geralmente fazem pequenos discursos sobre temas variados.
Tudo muda, se há algum neófito para ser admitido. Neste caso grande parte da cerimônia é dedicada à iniciação do novato. É parte da tradição, por exemplo, vendar os olhos do candidato, que é levado a ingerir o conteúdo de um cálice com água doce e amarga, e submeter-se a uma série de outros rituais, tudo com elevado conteúdo simbólico. Ninguém bebe sangue ou se flagela, como é comentado, embora no caso da iniciação de um mestre (numa escala que vai até o Grau 33, de acordo com o ritual), usa-se até um caixão, onde um dos presentes deita-se para representar um antigo líder já morto.
Algumas contradições com a fé evangélica:
-O maçom tem o compromisso de manter o segredo sobre a instituição e defender os outros membros a qualquer custo, quer dizer se for preciso tem de mentir par defender a instituição.
-Maçom deve respeitar a prática religiosa de todos, e evitar o proselitismo. Isso vai contra o mandamento de Jesus, que é pregar o Evangelho e fazer discípulos.
-Em suas atividades rituais são usados: astrologia, cabala, numerologia e ocultismo.
-A Bíblia não é considerada como única regra de fé e prática.
-O sincretismo que fazem com Deus, identificando-o até com Om, o deus do sol dos egípcios.
-Jesus Cristo dentro da Maçonaria, é apenas o fundador de uma religião, como foram Maomé, Buda e Confúcio.
-Evocação a São João, isso eles fazem costumeiramente.
-O presidente da Loja é a “luz” para os novos adeptos.
Tal conjunto de normas e doutrinas municia sem dúvida aqueles que se opõem a maçonaria por motivos religiosos, como os evangélicos. E com razão já que fazem parte dos rituais práticas que vão contra o que ensina a Bíblia Sagrada.
A Maçonaria não pode ser considerada um movimento cristão pelo simples fato de valorizar a fraternidade. Mas se tem templos, ritos orações e recompensas, está claro que é uma religião.
Entre as igrejas evangélicas, a questão da maçonaria é tratada com um misto de preconceito, desconhecimento e, claro alguma dissimulação. Afinal, é complicado para um crente, sobretudo pastor, assumir que pertence a uma sociedade desta natureza.
O caráter religioso das reuniões maçônicas foi o que acabou afastando o pastor Daniel de Almeida, ex-maçom e hoje na 2ª Igreja Batista de Macaé (RJ). “Vi que aquilo era um culto, e como já tinha feito minha escolha pela igreja, pedi meu desligamento”.
VIA GRITOS DE ALERTA
J. DIAS
Fonte: Revista Eclésia
A Maçonaria, o Diabo e a Besta
Para quem existe, é realidade inegável e incontestável que todos nós nascemos e vivemos imersos em um terrível campo de batalha. E esta guerra espiritual não somente é minuciosamente explicada pelas Escrituras de Deus, a Bíblia, bem como sua existência é completamente verificável no dia a dia até mesmo pelo mais cético dos ateus. E isto sem falar que é absolutamente impossível para alguém silenciar a voz de sua própria consciência, sendo que, no máximo, o que se pode tentar fazer é recusar-se a dar ouvidos à consciência, o que, não infrequentemente, resulta em perturbadores conflitos internos, o que os torna profundamente infelizes. Já para os que já chegam a possuir a consciência cauterizada, por preferirem o mal ao bem, a condição destes é espiritualmente gravíssima, algo como uma pré-sentença à condenação do inferno. E isto porque a voz de nossas consciências é harmônica com a vontade de Deus. A rejeição das diretrizes da consciência é um primeiro passo rumo à rejeição da própria pessoa de Deus, o Criador, o Pai do Deus Unigênito, cujo nome é Jesus Cristo.
"Para quem existe", dissemos, pois evidentemente que estas coisas estão ausentes no território da fantasia e da mentira, um cenário ao qual se apegam os que rejeitam a verdade. E se alguém não sabe o que é a verdade, ei-la aqui:
"Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade." Senhor Jesus Cristo, João 17:17
Na incontestável realidade espiritual da existência há, portanto, somente duas posições possíveis de serem ocupadas pelo ser humano, seja ele quem for, a posição de submissão à verdade, ou a submissão à mentira. A idéia da existência de uma zona fronteiriça ou a fictícia possibilidade de se ocupar simultaneamente as duas posições não passa de embuste demoníaco. E isto está dito nas Escrituras.
"Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha." Senhor Jesus Cristo, Lucas 11:23
"Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno." Senhor Jesus Cristo, Mateus 5:37
A Maçonaria e o Egito (Mas por que justamente o Egito?)
Basta alguns poucos momentos de observação da simbologia maçônica a fim de podermos facilmente identificar que essa simbologia está repleta de alusões e de referências ao Egito (e ao seu ocultismo [ = satanismo]). Veja abaixo este (mais do que suficiente) exemplo deste templo maçônico a GRANDE LOJA da Pensilvânia (EUA).
Algum dos nossos (muitos) leitores já parou para se perguntar o porquê de os templos maçônicos serem, todos eles, precedidos pelo título GRANDE LOJA? Vejam exemplos:
Brasil: Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro, Grande Loja do Brasil (etc.)
Mundo: Grande Loja Maçônica da Escócia, Grande Loja Maçônica do Canadá, Grande Loja Maçônica da Nova Zelândia (etc.)
Pois bem, agora o que significa GRANDE LOJA? Significa: GRANDE CASA. E, de modo nenhum sendo uma simples coincidência, o que significa FARAÓ?
FARAÓ significa: GRANDE CASA!
Qual é, portanto, a relação entre os TEMPLOS MAÇÔNICOS (GRANDES LOJAS = GRANDE CASA) e FARAÓ (GRANDE CASA) ?
Historicamente, na Antiguidade, o Egito era um império cujo trono era ocupado pelo Faraó (per-aá = grande casa; grande morada, referindo-se ao palácio do Faraó e também à sua própria pessoa). O Faraó era considerado como sendo a personificação do deus Hórus. E o símbolo da figura abaixo é o amuleto Olho de Hórus, símbolo e emblema significando dominação, poder e riqueza (símbolo este, aliás, SEMPRE PRESENTE, no penduricalho da simbologia ocultista da maçonaria).
O único modo de sabermos a verdade sobre estes fatos é olhando para eles sob a luz da Bíblia. Não fossem as Escrituras de Deus, a Bíblia, e a unção de Deus no espírito e na mente dos cristãos, seríamos também enganados pelo diabo como TODOS os maçons o são.
A Bíblia além de nos apresentar um minucioso relato sobre a história do Egito da Antiguidade, também o relaciona ao mundo (o atual sistema mundial político, econômico, religioso e militar). Nos relatos bíblicos sobre o Egito e também na simbologia bíblica profética, o Egito (o mundo) é apresentado como sendo um sistema de oposição e de rebelião contra Deus, sendo o Faraó o líder desta rebelião e inimigo declarado contra Deus.
Vejamos, pois este poderoso trecho bíblico no qual Deus anuncia a sua vingança contra Faraó e seu reino:
"Filho do homem, levanta uma lamentação contra Faraó, rei do Egito, e dize-lhe: Foste comparado a um filho de leão entre as nações, mas não passas de um crocodilo nas águas; agitavas as águas, turvando-as com os pés, sujando os rios. Assim diz o SENHOR Deus: Estenderei sobre ti a minha rede no meio de muitos povos, que te puxarão para fora na minha rede. Então, te deixarei em terra; no campo aberto, te lançarei e farei morar sobre ti todas as aves do céu; e se fartarão de ti os animais de toda a terra. Porei as tuas carnes sobre os montes e encherei os vales da tua corpulência. Com o teu sangue que se derrama, regarei a terra até aos montes, e dele se encherão as correntes. Quando eu te extinguir, cobrirei os céus e farei enegrecer as suas estrelas; encobrirei o sol com uma nuvem, e a lua não resplandecerá a sua luz. Por tua causa, vestirei de preto todos os brilhantes luminares do céu e trarei trevas sobre o teu país, diz o SENHOR Deus. Afligirei o coração de muitos povos, quando se levar às nações, às terras que não conheceste, a notícia da tua destruição. Farei que muitos povos fiquem pasmados a teu respeito, e os seus reis tremam sobremaneira, quando eu brandir a minha espada ante o seu rosto; estremecerão a cada momento, cada um pela sua vida, no dia da tua queda." Ezequiel 32:2-10
O Egito foi o primeiro império a ser erguido sob o patrocínio de Satanás, sendo o Faraó a figura através da qual o Diabo era adorado, sendo ele também o agente satânico de perseguição contra os judeus (àquela época o povo de Deus - hoje o povo de Deus é composto de judeus e de gentios convertidos ao Messias Jesus).
"Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus. Disse ainda o SENHOR: Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento; por isso, desci a fim de livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel; o lugar do cananeu, do heteu, do amorreu, do ferezeu, do heveu e do jebuseu. Pois o clamor dos filhos de Israel chegou até mim, e também vejo a opressão com que os egípcios os estão oprimindo. Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito." Êxodo 3:6-10
Na linguagem profética da Bíblia, a saída do povo judeu do Egito prefigurava a breve e futura saída dos cristãos deste mundo tenebroso e dominado pelo diabo, o que sucederá quando do arrebatamento da Igreja, que acontecerá no último dia, o Dia do Senhor. E assim como Faraó perseguiu o povo de Deus, também a Besta nos haverá de perseguir, até que com mão poderosa o Senhor Jesus Cristo nos arrebatará deste mundo, e como contra o Egito o Senhor Deus lançou sete pragas antes de seu povo ser de lá retirado, este mesmo Deus derramará sete taças da sua cólera antes que os cristãos sejam arrebatados:
"Ouvi, vinda do santuário, uma grande voz, dizendo aos sete anjos: Ide e derramai pela terra as sete taças da cólera de Deus." Apocalipse 16:1
A Maçonaria é uma Organização Internacional Parasita infiltrada nos Organismos das Nações e está à Serviço do Diabo.
Como dito acima, o Egito foi o primeiro império na terra a ser erguido com o patrocínio de Satanás, e o vindouro (e já em plena formação) império da Besta será o último império a ser erguido com o auxílio do Diabo, sendo que o Faraó do antigo Egito prefigurava a Besta que em breve surgirá. E para que Satanás continue a construir este império, quando ele próprio será adorado através da Besta, o Dragão necessita de serviçais espalhados pelo mundo inteiro, e a principal organização que a Serpente patrocina para essa finalidade (para a construção desse império) é ela própria: a Maçonaria Universal. Vejamos uma explícita confissão pública de que a Maçonaria é uma Organização Internacional e que "labuta por uma causa":
"A Maçonaria, Ordem Universal formada por homens de todas as raças, credos e nacionalidades, acolhidos por iniciação e congregados em Lojas, nas quais, por métodos ou meios racionais, auxiliados por símbolos e alegorias, estudam, e trabalham para a construção de uma Sociedade Humana; fundada no amor fraternal , na esperança de que com amor a Deus, à Pátria, à Família e ao Próximo, com tolerância, com virtude e com sabedoria, buscando sempre de maneira livre a investigação da verdade, aliada ao progresso do conhecimento humano, das ciências e das artes, sob a tríade: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, dentro dos princípios da razão e da justiça, a fim de que o mundo alcance a felicidade geral e a paz universal." (Grande Loja Maçônica do Distrito Federal)
Essa estorinha de "paz universal" é um autêntico exemplo de embuste espiritual, pois as Escrituras afirmam que não haverá paz universal coisa nenhuma, muito pelo contrário, a Bíblia afirma que haverá guerras e destruições até que chegue o fim:
"E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários lugares; porém tudo isto é o princípio das dores. Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome. Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros; levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim." Mateus 24:6-14
Também afirmam as Escrituras:
"Quando andarem dizendo: PAZ E SEGURANÇA, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão." 1 Tessalonisenses 5:3
E a Organização das Nações Unidas (ONU - Controlada pela Maçonaria Universal até suas mais profundas entranhas), o maior centro de operações do diabo em todo o mundo (a Besta governará a partir da ONU - a atual sede da Nova Ordem Mundial) já estampa em suas páginas em diversos idiomas: PAZ E SEGURANÇA. Mas não só ela, como poderemos ver abaixo (todos anunciando PAZ E SEGURANÇA):
- PEACE AND SECURITY FUNDERS GROUP (PAZ E SEGURANÇA)
- CENTER FOR PEACE AND SECURITY STUDIES (CENTRO DE ESTUDOS PARA PAZ E SEGURANÇA)
- PEACE AND SECURITY INITIATIVE (INICIATIVA PARA PAZ E SEGURANÇA)
- NATO SCIENCE FOR PEACE AND SECURITY (NATO CIÊNCIA PARA PAZ E SEGURANÇA)
Observem que não são simples organizações a anunciar PAZ E SEGURANÇA, como vemos acima, mas, dentre outras, o estão fazendo a ONU - Organização das Nações Unidas e a NATO - Organização do Tratado do Atlântico Norte, esta última sendo nada menos do que a organização militar mais poderosa do planeta.
Esta "causa" pela qual labuta a Organização Maçônica Internacional está expressa de modo explícito em um documento maçônico chamado de Os Protocolos dos Sábios de Sião (um documento maçônico, cujo autor é desconhecido) em cujo documento a Maçonaria declara abertamente seu trabalho em prol não de "uma sociedade fundada no amor fraternal , na esperança de que com amor a Deus, à Pátria, à Família e ao Próximo..." (como falsamente o afirmam) mas em prol, isto sim, do mais pérfido dos objetivos, qual seja, a dominação mundial:
“Mas, esperando nosso advento, criaremos e multiplicaremos, pelo contrário, as lojas maçônicas em todos os países do mundo, atraindo para elas todos os que são ou possam ser agentes proeminentes. Essas lojas formarão nosso principal aparelho de informações e o meio mais influente de nossa atividade. Centralizaremos todas essas lojas em uma administração que somente nós conheceremos, composta pelos nossos Sábios. As lojas terão seu representante, atrás do qual estará escondida a administração de que falamos, e será esse representante quem dará a palavra de ordem e o programa. Formaremos nessas lojas o núcleo de todos os elementos revolucionários e liberais. Elas serão compostas por homens de todas as camadas sociais. Os mais secretos projetos políticos ser-nos-ão concedidos e cairão sob a nossa direção no próprio momento em que apareçam. No número dos membros dessas lojas se incluirão quase todos os agentes da polícia nacional e internacional, como na questão Azef, porque seu serviço é insubstituível, para nós, visto como a polícia, pode não só tomar medidas contra os recalcitrantes, como cobrir nossos atos, criar pretextos de descontentamentos, etc... Aqueles que entram para as sociedades secretas são ordinariamente ambiciosos, aventureiros, e em geral, homens na maioria levianos, com os quais não teremos grande dificuldade em nos entendermos para realizar nossos projetos.” (Os Protocolos dos Sábios de Sião; Cap. 15) Leia mais sobre os Protocolos dos Sábios de Sião clicando aqui e aqui.
Ora, se é com tamanha veemência que a Bíblia afirma que Faraó e o Egito eram ferozes opositores contra Deus, como acreditar que uma organização (Maçonaria) que se utiliza da mesma simbologia utilizada pelo Faraó (inimigo de Deus) possa ser uma organização fundada no amor a Deus?
E ainda que, insistentemente, a Maçonaria negue ser uma religião, seu componente espiritual é por ela própria anunciado:
"A Maçonaria é um sistema e uma escola não só de moral, como de filosofia social e espiritual, reveladas por alegorias e ensinadas por símbolos, guiando seus adeptos à prática e ao aperfeiçoamento dos mais elevados deveres do homem cidadão, patriota e soldado. Praticando o bem sobre o plano físico e moral, a Maçonaria reúne em seu seio todos os homens, como irmãos, sem lhes distinguir por raça, classe, crença ou preferência política." (Brasilmaçom)
Essa mesma Maçonaria que utiliza em seus rituais, publicações e indumentária o Olho de Hórus, símbolo de Faraó e da rebelião contra Deus, é a mesma Maçonaria que admite publicamente que "é um sistema e uma escola não só de moral, como de filosofia social e espiritual". E qual era o componente espiritual do Faraó do Egito senão o ocultismo de Satanás?
"Faraó, porém, mandou vir os sábios e encantadores; e eles, os sábios do Egito, fizeram também o mesmo com as suas ciências ocultas." Êxodo 7:11
Se o envolvimento com essa diabólica organização (a Maçonaria) dissesse respeito tão somente àqueles cujo destino inexorável será a condenação do inferno, então de pronto, e de bom grado, abandonaríamos esta missão de alertar aos homens sobre os gravíssimos perigos espirituais do envolvimento com a Maçonaria. Todavia, nossa missão tem por foco alertar o Povo de Deus, em nome do Senhor Jesus Cristo, a fim de que não caiam nos embustes do diabo. Ora, para os que já professam, de coração sincero, seu amor ao Criador por intermédio do Filho, o Deus Unigênito (e biblicamente não há outro modo de fazê-lo), para estes nosso foco de atenção não se constitui em nenhum problema. Todavia, como saberemos nós se aquele que hoje se diz maçom (e, portanto, escravizado a Satanás) não virá a se arrepender e se converter a Deus? Pois a ninguém foi dado separar o joio do trigo, algo da exclusiva autoridade de Deus.
"Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo; mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou o joio no meio do trigo e retirou-se. E, quando a erva cresceu e produziu fruto, apareceu também o joio. Então, vindo os servos do dono da casa, lhe disseram: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio? Ele, porém, lhes respondeu: Um inimigo fez isso. Mas os servos lhe perguntaram: Queres que vamos e arranquemos o joio? Não! Replicou ele, para que, ao separar o joio, não arranqueis também com ele o trigo. Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro." Mateus 13:24-30
E se há membros da Igreja Católica Romana que pertencem à Maçonaria (e são muitos), isto não se constitui em problema algum para o Reino de Deus, pois a Igreja Católica Romana já, há séculos, abandonou o seio da verdadeira Igreja, dando as costas a Cristo, tornando-se assim apóstata declarada. Porém, se há pastores e líderes cristãos evangélicos envolvidos com a Maçonaria de Satanás, então fica em notável relevo a seguinte pergunta: São cristãos, de fato, ou são agentes da Organização Maçônica infiltrados na Igreja com a finalidade de procurar corrompê-la espiritualmente?
E se para a Maçonaria "não importa" a religião ou credo a que pertençam seus serviçais (não importa até o ponto em que não interfiram na estrutura da Maçonaria), não é assim no Reino de Deus.
"Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso." 2 Coríntios 6:14-18
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