O termo
ÉTICA deriva do
grego ethos (caráter, modo de ser de uma
pessoa). São princípios e valores morais que norteiam uma sociedade ou alguma
disciplina específica.
Já o termo
PÚLPITO vem de
"pulpeto". Do lat.
"pulpitum". Também: Tribuna, estrado. Local
elevado de onde fala um orador, geralmente dentro de um templo
religioso.
O que seria ÉTICA DO
PÚLPITO? Seria um conjunto de regras que norteariam a
administração e o funcionamento da pregação numa igreja cristã. Infelizmente,
nos dias atuais, vivemos um empobrecimento da prédica; os sermões têm deixado
muito a desejar. Os pregadores não têm se portado à altura do ofício divino da
pregação bíblica. Logo, por força dessa falta de valores as congregações têm
perdido sua identidade cristã, tornando-se auditório comum e secular.
Gostaria de destacar 8 valores que certamente
deveriam estar presentes nos púlpitos cristãos, princípios que fariam com que a
pregação fosse muito mais relevante, eficaz e qualificada. Há muitas outras
razões, mas o espaço não nos permite desenvolvê-las. Fiquemos apenas com estes,
abaixo citados:
1) Pregadores devem usar a
Bíblia - não é o jornal do domingo, nem a revista semanal.
Não é o multimídia com vídeos interessantes nem o livro mais vendido da semana.
Púlpitos cristãos devem ter BÍBLIAS como base, como texto, como fonte, como
fundamento. "Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para
o meu caminho." (Sl 119:105)
2) Sermões devem ser
cristocêntricos - O tema de uma
pregação não deve ser "matar um leão por dia", "vencendo o monstro da
depressão", mas sim a pessoa de Deus e Sua imensa graça. Para ouvir mensagens de
auto-ajuda nós buscamos palestras ou compramos livros; púlpitos de igrejas devem
falar de Deus, de Cristo, do Espírito Santo, da graça, da alma, da vida eterna,
e não de efemeridades meramente psicológicas. "Mas para os que
são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e
sabedoria de Deus. "(1Co 1:24)
3) Pregadores devem ter
postura - Está em voga o abandono da
gravata e tudo o que lembre formalismo. Então vemos nos púlpitos pregadores que
buscam não se parecer com pregadores. Uns vão com camisas de times de futebol,
outros com roupas de piquenique, outros ainda nem sequer se preparam. Quem sofre
é o púlpito, que vira algo irrelevante e desprezível. Assim como se espera um
governo digno e elegante, ou um médico e bombeiro bem fardados, também se espera
que o pregador poste-se digna e solenemente no exercício da pregação da Palavra
de Deus. Elegância, simplicidade, humildade: quesitos que valorizam o
púlpito.
4) As mensagens devem ter linguagem
sadia - Que tristeza ver um pregador
que não sabe falar português! Que incômodo ouvirmos mensagens cheias de gírias e
palavras deselegantes! Um bom sermão deve ser simples, de linguagem clara e
compreensível, sem ser inadequada, inconveniente, deselegante. O pregador deve
ser correto no uso da linguagem. "Linguagem sã e irrepreensível,
para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de
nós." (Tt 2:8)
5) Pregadores não devem obrigar o auditório
a interagir - Que deselegância e inconveniência a atitude
de pregadores que, por falta do que dizer, interrompem o sermão e determinam:
"vire pro seu irmão ao lado e diga...". Isso é medíocridade e falta de
argumento. Cristo nunca usou desse artifício barato. A resposta ao sermão deve
vir da alma que se propõe a praticar o que aprende, não de um auditório
adolescente que entra num jogo de falar e escutar. Quem prega a Bíblia com
conteúdo não precisa dessa banalidade. "Que pregues a palavra,
instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a
longanimidade e doutrina." (2Tm
4:2)
6) Púlpito não é lugar para
política - Há sermões que descem do Céu para tomarem as
bandeiras das lutas sociais. Transformam o auditório bíblico em palanque de
lutas partidárias ou ideológicas. Quando não, em época de eleições, cedem seus
púlpitos para que políticos dêem seus recados. Isso é adultério espiritual. Para
os políticos existem as tribunas. Para os pregadores os púlpitos. Política cuida
do Reino do Mundo; Igreja cuida do Reino de Deus. "E Jesus,
respondendo, disse-lhes: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de
Deus. E maravilharam-se dele." (Mc
12:17)
7) O púlpito deve ser o terminal de um
processo, não o início - Pregadores que não se preparam,
que não oram, que não organizam suas idéias antes da pregação geralmente
oferecerão muito pouco e suas mensagens não seguirão por dez minutos depois de
seu término. Sermões eficazes começam de joelhos. Boas pregações são pensadas
por longo tempo. São fruto de pesquisa, de estudo, de erudição, de preparo, mas,
principalmente, da graça do Senhor sobre a vida de quem prega sob Sua direção.
"Persiste em ler, exortar e ensinar, " (1Tm
4:13)
8) O púlpito não deve ser tribuna de
auto-promoção - Há mensagens que não passam de bajulação
disfarçada ou de egolatria exacerbada. Prega-se o homem, não a Cristo. Prega-se
o servo, não o Senhor. Prega-se a obra de Deus, não o Deus da obra. Sermões
desse tipo poderiam ter como hino o que diz: "Sim, há de ser GLÓRIA PRA MIM,
GLÓRIA PRA MIM, GLÓRIA PRA MIM". Um sermão bíblico aponta para outro caminho: o
caminho da glória divina e da incapacidade humana; aponta para a honra a Cristo
e a submissão do pecador. Qualquer coisa diferente disso é jactância mundana,
não pregação bíblica: "É necessário que Cristo cresça e que eu
diminua." (Jo 3:30)
Espero sinceramente que os nossos púlpitos
melhorem em qualidade. Um bom púlpito pode transformar uma igreja. Um sermão
qualificado em um pregador capaz pode ser a fagulha que acende um reavivamento
na Obra do Senhor. Que sejamos pregadores fiéis em nome de Jesus.
Amém.
VIA GRITOS D E ALERTA / FIEL PEREGRINO