segunda-feira, 4 de março de 2013

Cardeais começam encontros que preparam conclave para eleger Papa - OITAVO REI

Cardeais são saudados pela Guarda Suíça ao chegar para o encontro da manhã desta segunda-feira (4) no Vaticano (Foto: AP)Os cardeais da Igreja Católica começaram na manhã desta segunda-feira (4) a primeira das congregações gerais que precedem o início do conclave para eleger o novo Papa.
O encontro, marcado para as 9h30 locais (5h30 de Brasília), começou com alguns minutos de atraso.
Vários cardeais entraram a pé. Muitos conversaram com a imprensa.
Outros entraram de carro, e um grupo chegou em uma van.
Cardeais são saudados pela Guarda Suíça ao chegar para o encontro da manhã desta segunda-feira (4) no Vaticano (Foto: AP)
Expectativa
"É uma jornada espiritual de que temos que participar. Vamos trocar informações", disse o cardeal indiano Baselios Cleemis Thottunkal, de 53 anos, o mais novo do conclave. "É a primeira vez que participo; não sei o que vai acontecer. Vamos decidir juntos e analisar juntos as questões que a Igreja tem de enfrentar, como a Igreja vai enfrentar."

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Questionado sobre se acha se o próximo Papa tem de ser italiano, ele afirmou que "a Igreja não é um continente, de uma língua. Ela é universal".
O arcebispo de Paris, André Vingt-Trois, disse que não dá para antecipar as questões que serão discutidas no conclave.
"Tem tanta coisa que é preciso que ele [o novo Papa] seja capaz de fazer, além de ser poliglota, de ser um homem de fé e de rezar, de ser capaz de compreender civilizações diferentes, de diálogo, de escuta...", disse, ao ser questionado sobre o perfil do novo pontífice.
O cardeal André afirmou que "não é indispensável" que o próximo Papa seja jovem.
O francês também disse que o próximo Papa terá de tratar da questão do VatiLeaks, escândalo de vazamento de documentos sigilosos do Vaticano.
O arcebispo de Paris, André Vingt-Trois, é cercado por repórteres ao chegar ao encontro de cardeais nesta segunda-feira (4) no Vaticano (Foto: Juliana Cardilli/G1)
O arcebispo de Paris, André Vingt-Trois, é cercado por repórteres ao chegar ao encontro de cardeais nesta segunda-feira (4) no Vaticano (Foto: Juliana Cardilli/G1)
O acesso dos cardeais, durante o conclave, a um dossiê feito a pedido do agora Papa Emérito Bento XVI, em resposta ao VatiLeaks, e que conteria relatos sobre irregularidades no Vaticano, vem sendo um dos temas tratados antes do início do processo de escolha papal.
André Vingt-Trois disse que "não necessariamente" quer ter acesso ao documento.
O arcebispo emérito de Sevilha, Carlos Amigo Vallejo, disse que o novo Papa deve "estar abraçado a Deus".
"Pode ser um latino-americano, todos os homens batizados podem ser Papa. Eu não estranharia se fosse um Papa negro, branco, latino, do Congo, em absoluto. A Igreja é universal, no sentido de que todos participam, é algo a que todos pertencem.”

O cardeal espanhol, ao ser questionado pelo VatiLeaks, disse que está pensando "nas comunidades em geral", e não nos "pequenos assuntos".

Data de início
Nestas reuniões, os cardeais irão definir os detalhes do conclave – e, mais importante, a data de seu início. Uma segunda congregação está marcada para as 17h (13h de Brasília), segundo a Santa Sé.

As congregações ocorrem quatro dias após a histórica renúncia de Bento XVI, que deu início ao período conhecido como Sé Vacante, em que a liderança da Igreja Católica fica desocupada.
Na quinta-feira (28), o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, informou que o cardeal decano, o italiano Angelo Sodano, já convocou formalmente os cardeais eleitores e não-eleitores (com mais de 80 anos) para o conclave de 207 cardeais, 115 deles eleitores, nesta sexta.
No sábado, Lombardi informou que 75 cardeais moram em Roma, e 66 outros já havia chegado ou estavam chegando à cidade, na qual fica cravado o Estado do Vaticano, para participar das congregações. Esse número deve ser atualizado nesta segunda, segundo o padre Lombardi.

As congregações serão realizadas na Sala dos Sínodos, uma grande sala de audiências localizada na Aula Paulo VI, no Vaticano.

Fieis se reúnem neste domingo (3) na Praça de São Pedro, no Vaticano; foi um domingo atípico, sem a tradicional hora do Angelus (Foto: AFP)
Nas congregações, os cardeais discutem os problemas da Igreja, debatem o perfil do novo pontífice e acertam os detalhes que envolvem o conclave.
Eles também irão definir a data de início da eleição.
Segundo o padre Lombardi, apenas quando todos os cardeais eleitores estiverem em Roma (menos aqueles que notificarem formalmente que não irão participar da eleição, dois até agora), será possível acertar a data em que o conclave será iniciado. Segundo Lombardi, as reuniões de segunda não devem definir a data;
O blog Vatican Insider, do jornal italiano "La Stampa", afirma que a data provável do início do conclave é 11 de março, uma segunda-feira.

Nada foi definido oficialmente por enquanto.

A Igreja espera ter um novo Papa antes das importantes celebrações da Páscoa, que começam no Domingo de Ramos, em 24 de março.

Temas
Alguns temas que devem ser abordados nas reuniões são a reforma da Cúria Romana (o governo da Igreja) e a investigação interna sobre o caso "VatiLeaks" (vazamento de documentos confidenciais do Vaticano), assim como os escândalos e polêmicas dos últimos anos: as acusações de acobertamento da pedofilia, a corrupção, a secularização em muitas regiões, a influência de outras religiões e os problemas morais relacionados com a família.

Não há um favorito claro entre os 115 cardeais-eleitores -- os cardeais com até 80 anos de idade. Por isso, discretamente os participantes vão usar os encontros preliminares para avaliar potenciais candidatos.

Bento XVI encerrou na quinta-feira seu complicado pontificado de oito anos prometendo obediência incondicional ao sucessor. Ele é o primeiro papa em quase seis séculos a deixar o cargo com vida, o que cria uma série de situações praticamente inéditas para a vida da Igreja.
Os conclaves estão entre as eleições mais misteriosas do mundo, sem candidatos declarados, sem campanha eleitoral explícita, e com eleitores que muitas vezes conhecem poucos dos seus colegas. Todos eles juram manter segredo sobre os detalhes da votação.
Tradicionalmente, os conclaves começam 15 dias depois da declaração de "Sé Vacante", o que inclui o tempo para o velório e sepultamento de um Papa que morre. Mas Bento XVI baixou um decreto, dias antes de renunciar, autorizando a antecipação do processo eleitoral.
Relatório secreto
Os cardeais não terão acesso a um relatório secreto que foi preparado para Bento XVI por três cardeais não-eleitores, no qual eles detalham casos de má-gestão e disputas internas na Curia Romana, a burocracia vaticana. Mas os três autores do documento estarão nas congregações gerais e irão orientar os eleitores a respeito das suas conclusões.

(*) Com agências internacionais

Cardeal escocês que renunciou admite 'conduta sexual imprópria'

Keith O'Brien inicialmente negou acusações feitas por três padres e ex-religioso

Ele pediu perdão à Igreja, ao povo escocês e 'a quem possa ter ofendido'.
Scott Campbell/AP
Keith O'Brien inicialmente negou acusações feitas por três padres e ex-religioso
O ex-chefe da Igreja Católica da Escócia, cardeal Keith O'Brien, admitiu neste domingo (3), em comunicado, que teve "conduta sexual imprópria", seis dias após ter renunciado ao cargo por conta de denúncias.

"Por vezes, minha conduta sexual caiu para patamares inferiores aos que se esperavam de mim como sacerdote, arcebispo e cardeal", disse O'Brien em comunicado divulgado pela Igreja Católica da Escócia.

O'Brien havia pedido demissão como arcebispo de St. Andrews e Edimburgo na segund-feira (25), após ter sido acusado de "atos impróprios" cometidos há 33 anos. Segundo o Vaticano, o então Papa Bento XVI aceitou o pedido de demissão do cardeal por "motivos de idade".

O'Brien deveria participar do conclave que elegerá o novo pontífice, após a renúncia de Bento XVI. Entretanto, o cardeal informou nesta segunda, junto com o anúncio de sua demisão, que não irá ao Vaticano para a eleição do novo chefe da Igreja Católica. Ele seria o único britânico a participar do conclave.

O'Brien disse que "não quer ofuscar a atenção da mídia".

"Eu não vou me juntar a eles (outros cardeais) para este conclave, não desejo a atenção da mídia em Roma. O centro das atenções deve ser o Papa Bento XVI e seu sucessor", disse ele em um comunicado.

A saída, paralela à de outro cardeal de baixa por doença, deixará um total de 115 cardeais à frente da eleição do novo pontífice dos 117 que tinham direito a voto.

O cardeal O'Brien, 74 anos, negou inicialmente as acusações feitas por três padres e um ex-religioso, que foram transmitidas a Roma uma semana antes da renúncia de Bento XVI, anunciada em 11 de fevereiro e consumada em 28 de fevereiro.

Os quatro demandantes, da diocese de St Andrews e Edimburgo, na Escócia, afirmaram ao núncio apostólico no Reino Unido, o arcebispo Antonio Mennini, que O'Brien cometeu "atos impróprios" há 33 anos, segundo o jornal britânico "The Observer".

Um dos padres afirma que foi vítima de atenção não desejada por parte do cardeal. Outro afirma que O'Brien aproveitava as orações noturnas para ter contatos impróprios.

As opiniões conservadoras sobre o homossexualismo de O'Brien, que deveria deixar o cargo em março, provocaram revolta da comunidade gay. Em 2012, ele foi designado "hipócrita do ano" pela associação de defesa dos gays e lésbicas Stonewall.

O'Brien declarou recentemente que o casamento entre pessoas do mesmo sexo "seria prejudicial para o bem-estar físico, mental e espiritual dos contraentes". Ele também é contrário à adoção de crianças por casais gays.

Além de arcebispo em St Andrews e Edimburgo (Escócia) desde 1985, o cardeal britânico, nascido em Ballycastle (Irlanda do Norte), era presidente da Conferência de Bispos da Escócia.
Fonte: G1

Pastores vão à escola aprender liderança

O pastor Lawton Ferreira, que coordena curso à distância para religiosos e presta consultoria a igrejasResponsáveis por liderar uma comunidade de 42,3 milhões de pessoas, segundo o IBGE, pastores evangélicos têm buscado melhorar sua formação com cursos de especialização para o cargo.
As disciplinas alternam noções de teologia e entendimento da Bíblia com conceitos de administração e estratégias de liderança.
Entre 2000 e 2010, os evangélicos aumentaram sua fatia na população de 15,4% para 22,2%, impulsionando também a demanda por pastores e, consequentemente, a criação de cursos e escolas para sua formação.
Na Faculdade de Educação Teológica de São Paulo, o curso é on-line e tem duração de cerca de um ano, ao custo de R$ 999. O material didático consiste em 101 apostilas, com lições de antropologia, código civil e penal, administração eclesiástica, didática e ética, entre outras.
Na aula de administração, por exemplo, são ensinados conceitos clássicos como o PODC (planejar, organizar, decidir, controlar), da obra Administração, de James Stoner e Edward Freeman.
Na estrutura organizacional, um pastor tem a incumbência de um profissional na área de marketing e vendas, analisa Antonio Sauaia, professor da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade).
Ao término das disciplinas, o pastor Lawton Ferreira, coordenador do curso, oferece consultorias nas igrejas para acompanhar a prática dos pastores. Os pastores precisam melhorar a capacidade de liderança, de coordenar equipes, afirma Ferreira.
Lawton também ensina técnicas para melhorar a comunicação com o público, como utilizar linguagem mais acessível durante os cultos.
O pastor Emerson Acioli, 32, afirma que o curso o ajudou a desenvolver uma base teórica para construir seus discursos nas cerimônias.
Nos primeiros cinco meses, teve dificuldade em compreender a linguagem dos textos, conta. Hoje, ele afirma receber uma remuneração mensal de R$ 1.500, além de ter a moradia garantida pela igreja onde ministra os cultos, mas não possui direitos trabalhistas e recolhe o INSS como autônomo.
O pastor Lawton Ferreira, que coordena curso à distância para religiosos e presta consultoria a igrejas
NOVO CURSO
Lawton pretende lançar um novo módulo, com o nome de Atividade Pastoral na Contemporaneidade. O objetivo desse novo curso é aumentar a expansão dos fiéis na igreja. Segundo
Lawton, sua nova técnica, que consiste em convencer os fiéis de que possuem os mesmos poderes de um pastor, fará a igreja angariar cerca de 8.000 seguidores por ano.

Métodos de administração para multiplicação de membros são também objeto de aulas na Faculdade Gospel, que mantém desde 1994, em um curso criado pelo pastor Omar Silva da Costa.
Segundo a escola, são ensinadas práticas usadas pelas igrejas Mundial e Universal do Reino de Deus. O curso tem ainda disciplinas como Estresse e Depressão ou Como Trabalhar com Homossexuais.
Apesar da multiplicação dos cursos e da perspectiva de altos salários o pastor Silas Malafaia, da Associação Vitória em Cristo, causou polêmica ao afirmar que os salários de seus pastores variam de R$ 4.000 a R$ 22 mil, a carreira religiosa ainda enfrenta percalços.
No fim do ano, o Tribunal Superior do Trabalho reconheceu o vínculo empregatício entre um pastor evangélico e a igreja Universal do Reino de Deus.
O pastor Glauber Alencar, da Assembleia de Deus do Bom Retiro em São Paulo, central de cerca de 150 filiais na cidade, diz que a profissionalização do pastor, ou seja, seu reconhecimento como empregado, é uma discussão frequente dentro das igrejas.
Alencar defende a criação de um plano de carreira para os pastores, além de benefícios sociais, como plano de saúde e previdência, de modo a inserir uma gestão mais próxima à de uma empresa.
Segundo ele, a ideia encontra resistência em setores da comunidade evangélica, sobretudo em relação a remuneração por comissão, ou seja, proporcional ao número de seguidores angariados. A Assembleia de Deus, por exemplo, é contra essa ideia.

FOLHA.COM

domingo, 3 de março de 2013

MP quer impedir construção de monumentos religiosos com dinheiro público

O Ministério Público do Estado do Ceará entrou com uma Ação Civil Pública requerendo à Justiça que o Governo do Estado se abstenha de realizar a segunda etapa de construção do monumento de Nossa Senhora de Fátima no município do Crato.

A ação, com pedido de tutela antecipada, foi expedida na última terça-feira (26) pelo promotor de Justiça Lucas Felipe Azevedo de Brito.

O edital de concorrência pública para contratação da empresa foi finalizado no dia 22 de janeiro, tendo sido vencedora a JMD Construções Ltda. O valor a ser destinado para a obra com recurso do Governo do Estado é de R$ 946.856,25. Segundo o promotor de Justiça, o fato de ser utilizado recurso público para a construção de monumento com cunho religioso lesa frontalmente o Estado Democrático de Direito.

Com isso, o MP requer a inconstitucionalidade da Lei Estadual nº 15.110/2012 referente aos gastos para a construção da estátua; a proibição de construir ou a demolição de qualquer edificação já realizada, no prazo de 30 dias; além de suspender a execução do contrato derivado do edital de concorrência pública. Em caso de descumprimento, a multa diária no valor de R$ 10 mil recai sobre o patrimônio pessoal do chefe do executivo Estadual.

Histórico

Há tempos o município do Crato divulgava a intenção de construir a maior estátua religiosa do Estado na localidade de Barro Branco (conhecida popularmente como Morro da Coruja). Para isso, ocorreria a doação do terreno, de patrimônio municipal, e contaria com repasses de verbas federais e estaduais. Com isso, os Ministérios Públicos Federal e Estadual impetraram uma Ação Civil Pública ainda em 2008, obtendo liminar.

Vale ressaltar que, na maioria dos casos, em ações conjuntas, a instância federal atrai a competência do julgamento. Dessa forma, o juiz da 16ª Vara Federal determinou o embargo da obra e o repasse de verba federal. O Município acabou não dando continuidade ao convênio com a União e passou a alegar que não havia mais verba federal. Com isso, o Juízo Federal suspendeu o embargo.

Em 2010, o MPE ingressou com uma ação na primeira instância para impedir o gasto de dinheiro público na construção da estátua de Nossa Senhora de Fátima. Porém, na segunda instancia a decisão foi alterada e houve a efetivação do pagamento de R$ 811.703,72 para a empresa Projesul Construções Ltda, que tinha vencido o edital de Concorrência Pública Nacional, sem que a obra tivesse sido concluída, o que motivou agora a publicação do atual certame licitatório para construir a segunda etapa da obra.

Fonte: Ministério Público do Estado do Ceará

Igreja Católica tem "deficit" de padres no Brasil

São 22 mil sacerdotes para 48 mil locais de atendimento, diz a igreja. Ausência é maior em áreas do Nordeste e do Norte; hierarquia rígida e natalidade menor são apontadas como fatores.

A Igreja Católica tem menos da metade dos padres de que precisaria para haver um sacerdote em cada local de celebração de missa no país, como paróquias e capelas.

No Brasil, segundo a última contagem feita pela própria igreja, em 2010, há 22 mil padres para quase 48 mil centros de atendimento religioso -locais em que as missas são celebradas, não necessariamente uma igreja.

O deficit de padres é mais acentuado em algumas regiões, especialmente em áreas do Norte e do Nordeste.

Essa defasagem é apontada por estudiosos e membros da Igreja Católica como uma das razões para a perda de espaço da religião para diversas correntes evangélicas no Brasil nas últimas décadas.

CENSO


Segundo o Censo-2010, o catolicismo é a religião de 64,6% dos brasileiros, já foi de 90% nos anos 70 e teve, pela primeira vez, queda em número absoluto de fiéis -perdeu 1,7 milhão de adeptos na década passada.

Apesar do recuo no período, os anos 2000 marcam um relativo avanço no número de padres, de 32%, e sobretudo no de diáconos, de 146%.

O diácono é um tipo de líder comunitário formado pela igreja que pode representá-la e comandar encontros.

"Houve um aumento, mas, mesmo contando os seminaristas em formação [cerca de 9.000] e os diáconos, o deficit é enorme, de mais de 20 mil", diz o filósofo Fernando Altemeyer, pesquisador de ciências da religião na PUC-SP.

"Há muitos no Sul e Sudeste e uma falta gigante na região amazônica. Sem padre, não tem missa e não tem a igreja, que é feita em torno do altar", acrescenta ele.

Enquanto o Norte tem 3% do total dos sacerdotes e 7% da população do país, o Sudeste e o Sul reúnem, respectivamente, 45% e 25% -e abrigam 42% e 14% da população, nessa ordem.

"A questão das vocações sempre foi um desafio para a igreja", diz o padre Valdeir dos Santos Goulart, responsável pelo Ceris, centro católico de estatísticas no Brasil.

"Tempos atrás, as famílias tinham muitos filhos, e era mais fácil que um deles fizesse a opção religiosa. À medida que cai o número de filhos, isso vai prejudicando o aparecimento de vocações", diz.

O celibato obrigatório e a rigidez hierárquica impostos pelo Vaticano também são apontados como explicações para o deficit de padres -entraves à renovação do clero pedida pelo papa Bento 16 dias após o anúncio da renúncia ao pontificado.

"Uma alternativa seria a ordenação de mulheres", sugere o filósofo Mario Sergio Cortella, professor da PUC-SP. "Um novo papa que tivesse essa perspectiva encontraria no nosso país e em outros recepção muito positiva", diz.

O Brasil tem 33 mil freiras -7% a menos do que em 2000. Uma das razões apontadas para o recuo é a relação hierárquica de subordinação da mulher na igreja.

"O trabalho feminino na igreja nascia de acordo com o desafio, para cuidar de hospitais e creches, função que hoje está com o Estado", diz padre Valdeir, ponderando que a ordenação de mulheres não é cogitada pelo Vaticano.

DIOCESES


O caminho mais realista parece ser uma maior abertura para os diáconos. "Algumas dioceses não aceitam diáconos porque há resistência de padres, que os veem como competidores", diz o padre José Carlos Pereira. "Talvez o próximo papa possa orientar os bispos a aceitá-los."

Fonte: Folha.

Projeto de Lei quer liberar culto nas praças públicas

O Projeto de Lei é do vereador Shakespeare Carvalho (PRB), e garante o direito à realização de cultos religiosos nas praças públicas de São José dos Campos (SP).

As praças públicas de São José poderão virar palco para cultos religiosos de quaisquer denominações. O pregador falando para dezenas de fiéis nas praças pode virar uma cena comum na cidade.

Isso vai ocorrer se a Câmara aprovar, e o prefeito Carlinhos Almeida (PT) sancionar, o projeto de lei do vereador Shakespeare Carvalho (PRB), que garante o direito à realização de cultos religiosos nas praças públicas de São José.

Apresentado anteontem, o texto do projeto tem apenas quatro artigos e poderá receber emendas de outros vereadores até 14 de março, quando deve ser votado.

Passará também pelas comissões de Justiça, Cultura e Cidadania.
Shakespeare está otimista quanto à aprovação do projeto. “Conversei com quase todos os vereadores e eles vão apoiar a proposta. A prefeitura também é sensível para essa questão, diferente da administração anterior”, disse.

Para o vereador, que também é pastor evangélico, a lei será a garantia de que os fiéis poderão se expressar livremente nas praças da cidade, o que não acontecia até o ano passado.

“Havia um certo preconceito contra os evangélicos. Muitos chefes da fiscalização nos perseguiam. A lei é para evitar que isso ocorra”, afirmou.

Cultos

Shakespeare admite que a lei pode gerar exageros por parte de algumas pessoas, que usem as praças no lugar das igrejas para realizar seus cultos regulares.

Mas ele pondera que isso pode ser uma situação pontual e que deverá ser regulamentada pela prefeitura.

“Quem for realizar um culto em praça pública terá que pedir autorização”, afirmou.

Postura

O Código de Posturas de São José não rejeita diretamente a realização de cultos em áreas públicas da cidade, mas limita a quantidade de barulho de eventos ao ar livre, que devem ser controlados e autorizados.

No projeto. Shakespeare cita a Constituição Federal para amparar o pedido: “A lei máxima garante e nós queremos essa garantia na cidade”.
Proposta gera polêmica entre vereadores
A proposta de liberar cultos religiosos em praças públicas de São José dos Campos foi bem aceita por vereadores e pessoas ligadas às igrejas, mas com ressalvas. As principais pedem cuidado com o uso descontrolado e exagerado da norma, permitindo pregados nas praças causando incômodo à população.

Tonhão Dutra (PT) disse que vai apoiar o projeto do colega vereador. Para ele, trata-se de uma questão de democracia com fundo espiritual. “Sou favorável à lei. É um direito democrático das pessoas e que será regulamentado pela prefeitura”, disse.

Para o vereador Fernando Petiti (PSDB), hoje na oposição, a lei precisará ter regras claras e controle por parta da administração. Ele teme que a norma descambe para a disputa entre denominações religiosas pelas ruas da cidade.

Fonte: O Vale

Cardeal O'Brien admite que sua conduta sexual não foi apropriada

Londres, 3 mar (EFE).- O cardeal Keith O'Brien, que renunciou na segunda-feira ao cargo de arcebispo de St. Andrews e Edimburgo após ser acusado de "comportamento inadequado" nos anos 80, admitiu neste domingo que sua "conduta sexual" não foi sempre a que se esperava dele.

Em comunicado divulgado pela Igreja Católica da Escócia, O'Brien reconheceu: "às vezes, minha conduta sexual ficou abaixo dos padrões que se esperavam de mim como sacerdote, arcebispo e cardeal".

O papa Bento XVI aceitou a renúncia de O'Brien um dia após a imprensa divulgar que quatro sacerdotes acusaram o cardeal de assédio. A saída de Keith O'Brien deixou o Reino Unido sem representante no conclave papal.

O cardeal deixou o cargo meses antes de completar 75 anos. O'Brien, conhecido por suas críticas contra o casamento gay, pediu perdão hoje para as pessoas que "ofendeu", à Igreja Católica e aos escoceses.

"Passarei o resto da minha vida em retiro. Não vou desempenhar nenhum papel na vida pública da Igreja Católica da Escócia", afirmou o cardeal.

Em um primeiro momento, o clérigo, máxima autoridade da Igreja Católica escocesa desde 1985, negou as acusações, publicadas há uma semana no dominical "The Observer".

As acusações contra o cardeal partiram de três sacerdotes e um ex-sacerdote que foram vítimas supostamente da conduta indevida de O'Brien nos anos 80.

Um deles, hoje casado, disse ao dominical "The Observer" que sofreu assédio sexual na época em que era seminarista, aos 20 anos, quando O'Brien era seu "diretor espiritual" e o submeteu a aproximações "inapropriadas" após suas orações noturnas. A vítima disse que o comportamento do cardeal causou depressão e mudanças em sua personalidade.

Além de condenar o casamento gay, o conservador O'Brien se manifestou abertamente contra o aborto e a nomeação de mulheres para bispo.


FONTE . UOL.COM.BR

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