Autoridades mexicanas afirmam
ter acabado com um culto que explorava sexualmente
seus seguidores em Nuevo Laredo no México, na fronteira com os Estados Unidos.
Segundo uma autoridade do Instituto Nacional de Imigração, a Imigração Nacional
do México, a Polícia Federal Mexicana e promotores do Instituto invadiram uma
casa na cidade em 23 de janeiro e encontraram membros da seita vivendo em condições
precárias.
O funcionário do grupo de defesa
das vítimas afirma que os “Defensores de Cristo” recrutavam
mulheres para que mantivessem relações sexuais com o espanhol Ignacio Gonzales
de Arriba que alegava ser a reencarnação de Cristo e era o líder da
seita.
Em seu site, Ignacio se intitula
“Maestro Fenix” e oferece cursos de “bio-programação e poderes mentais”, uma
prática esotérica que tinha como objetivo a “reprogramação do cérebro” dos
praticantes para eliminar dor, sofrimento e ansiedade, segundo o Instituto. De
acordo com um jornal mexicano, o “maestro” prometia vida eterna, riquezas e o
dom de fazer milagres a quem estivesse 1000% certo de seu amor por
Cristo.
A ex-mulher de Jose Arenas
Losanger, braço-direito de Gonzalez, informou ao jornal que as mulheres que
seguiam a seita deveriam ser bissexuais e que o líder assistia às orgias entre
elas. De acordo com o Instituto, as seguidoras eram obrigadas a realizar
trabalhos forçados ou serviços sexuais, incluindo prostituição, como forma de
pagamento de dízimo.
Outra maneira de tortura, de
acordo com a mulher, era assistir aos homens mantendo relações sexuais com
prostitutas em troca de comida. “Quando meu esposo estava com prostitutas, eu
tinha que estar lá presenciando tudo, e não o fazia, não havia comida, não tinha
banho. Fiquei três dias sem comer”, relata a mulher.
Ainda de acordo com o jornal, Ignacio Gonzalez e dois
de seus apoiadores, Segovia e Shoucri Elmernessi, criaram uma rede de fiéis que
se alastrou via internet, chegando a alcançar cerca de 10 mil seguidores em
países como Argentina, Peru e Colômbia.
Segundo as autoridades que cuidaram do caso,
Gonzalez dizia aos fieis que deveria manter relações sexuais com, ao menos, três
mulheres por dia. “Papai Deus me disse para promovermos a poligamia como algo
bem visto aos olhos de Deus e a riqueza como algo importante”, argumentava o
líder da seita.
Foram detidos 24 estrangeiros
nas buscas, entre eles seis espanhóis, dois brasileiros, dois bolivianos e
argentinos, além de dez mexicanos e mulheres que estão, provavelmente, entre as
vítimas do culto.
Desde o dia 25 de janeiro,
Gonzales, Segovia e Tito Schourci Mohammed, outro sublíder da seita, estão
detidos acusados de abuso de menores e de mulheres e tráfico de pessoas. No
entanto, acredita-se que a seita ainda esteja viva em lugares do Peru e da
Argentina.
Charisma News