O ex-presidente colombiano, Alvaro Uribe, negociou em 2009 um acordo militar com Washington como um "dissuasório ante uma possível agressão" da Venezuela, segundo um despacho confidencial americano divulgado pelo site WikiLeaks e publicado este sábado pelo jornal espanhol El País.
"O governo da Colômbia considera cada vez mais a Venezuela como uma ameaça, sobretudo após as recentes compras de armamento da Rússia, e vê o acordo de defesa como um dissuasório ante uma possível agressão venezuelana", destacou em 5 de fevereiro de 2009 o então embaixador americano em Bogotá, William Brownfield, em nota remetida a Washington.
Brownfield escreveu que o atual presidente colombiano e então ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, foi um dos principais impulsionadores do acordo, que permitia a militares americanos operar em sete bases colombianas e que finalmente foi tornado sei efeito pela Justiça em Bogotá em 18 de agosto de 2010.
"Em várias ocasiões, o ministro Santos aludiu à ponte aérea de Estados Unidos e Israel durante a guerra do Yom Kipur de 1973, e pediu 'garantias' similares do governo americano em caso de conflito com a Venezuela", escreveu o embaixador em fevereiro de 2009, segundo o WikiLeaks.
Uribe, que governou entre 2002 e 2010 com uma plataforma de direita, teve vários atritos com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que em meados de 2009 rompeu totalmente os laços com Bogotá devido ao acordo militar.
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