As operações tiveram início na semana passada. Nesta terça-feira (17), fiscais do Estado, com apoio da Polícia Militar, apreenderam seis bombas de extração de água do rio da Prata, na Chapada Diamantina. Na próxima terça-feira (24), a operação será realizada rio Água Fria, no sudoeste. Ainda este mês outras operações devem ser realizadas em várias outras regiões.
Segundo Brito, o Estado já realizou intervenções em vários locais. “Na bacia do rio Paraguaçu, por exemplo, existiam muitos barramentos e, em muitos casos, essa água era captada irregularmente. Nós estamos interrompendo isso, com a retirada das bombas”, disse.
Além de suspender o uso da água para “fins econômicos”, o Estado anunciou que vai suspender o uso também para geração de energia. “O governo vai suspender a geração de energia na barragem da Pedra do Cavalo, que é a maior bacia hidrográfica do Estado. Lá existe uma central hidrelétrica operada pela Votorantim. Isso vai ser combinado com o operador para que haja a desativação do sistema temporariamente. Acredito que não afetará o abastecimento de energia, pois a região pode ser abastecida por Sobradinho e Paulo Afonso, que são os maiores produtores de energia. Claro que serão necessários algumas operações de redistribuição, mas nosso pensamento, hoje, é no abastecimento humano”, afirmou Brito.
A estiagem de 2012 foi tão intensa que não atingiu apenas municípios do semiárido. “Estamos com 262 municípios atingidos, 10 deles fora do semiárido. Todos estão recorrendo a carros-pipa para atender as populações da zona rural”, afirmou o coordenador da Defesa Civil. Outra novidade da semana foi a confirmação da distribuição de alimentos. Nesta sexta-feira (20), 14 municípios em emergência receberam cestas básicas, cedidas pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. A entrega dos alimentos será feita na próxima semana. Ao todo, segundo a Defesa Civil Estadual, 138 mil cestas serão distribuídas.
Outros Estados
Segundo estimativas meteorológicas, choveu apenas 30% do que era esperado para o semiárido nordestino durante o verão --ao contrário do litoral, essa é a época de mais chuvas na região. Ao todo, 474 municípios estão em situação de emergência no Nordeste. Algumas cidades estão sem chuva há três anos. Nesta segunda-feira (23), os governadores nordestinos vão se reunir, em Aracaju, com a presidente Dilma Rousseff para discutir o problema.No Rio Grande do Norte, 139 municípios decretaram emergência no último dia 12. O governo informou que os decretos foram publicados após a conclusão de um parecer técnico detalhando a situação agroclimática do Estado, apresentado no último dia 5.
No Estado do Piauí, são pelo menos 82 cidades na mesma situação. Nesta sexta-feira (20), o governador Wilson Martins (PSB) informou que pediu ao Ministério do Desenvolvimento Agrário a antecipação do pagamento do seguro-safra aos produtores que tiveram perdas agrícolas.
Em Pernambuco, o número de municípios em emergência já chega a 28. O crescimento levou o governador, Eduardo Campos, a conversar com a presidente Dilma Rousseff na próxima semana para tratar sobre o problema.
Em Sergipe, já são 18 cidades atingidas, com mais de 100 mil atingidos. Alagoas e Paraíba, que não possuem municípios com decretos, estão finalizando as documentações para, nos próximos dias, informarem a situação de emergência.
No Ceará, apenas um município já decretou a situação e outros podem publicar documentos nos próximos dias. O Maranhão é o único Estado que ainda não manifestou problemas pela falta de chuvas.
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